Ensino à distância por mais um ano? É uma catástrofe anunciada. – Raquel Varela

Ensino à distância por mais um ano? É uma catástrofe anunciada.

Ensino à distância, por mais um ano, uma catástrofe anunciada. O Ministério da Educação descobriu a automação na educação. O ensino à distância não é conhecimento, são doses homeopáticas de informação fragmentada. Transforma o professor num instrumento de um computador que comanda programas, conteúdos e tempos de trabalho. O professor passa a ser um apêndice da máquina, qual Chaplin nos Tempos Modernos. Vai aumentar por isso o burnout, a alienação, a tristeza, é o professor-operário que abre um teste padronizado de cruzinha e os alunos respondem, preparados para o mercado, ou seja, a futura linha de montagem onde vão ser inseridos. Expropria o professor do ser criativo e proletariza-o ainda mais, além de destruir a sua vida pessoal, familiar, e de alunos. Transforma a casa numa unidade produtiva.

Naomi Klein, intelectual norte-americana, explica na sua Doutrina de Choque como os Governos usam catástrofes para aplicar medidas que, antes das catástrofes, seriam inaceitáveis para a população. A era da automação no ensino chegou e vai permitir, se não houver resistência, ao Ministério da Educação enfrentar a sua maior crise – a falta de professores massiva. Porque, em todos os países onde está a ser introduzido o “Ensino remoto”, aumenta o número de alunos por professor/computador (sim, passa a ser o professor-computador).

Os alunos – mamíferos relacionais -, não vão conseguir adquirir conhecimento algum, porque o conhecimento depende da relação emocional e colectiva que se estabelece – vão adquirir apenas informação que podem ver no google. Não por acaso Nuno Lobo Antunes explicou que os alunos com espectro do autismo dão-se bem neste formato à distãncia – porque são alunos cujo relacionamento preferencial é com coisas, e o computador não é uma relação humana, é uma coisa. Com o ensino à distãncia coisificamos assim professores e alunos (tão pouco fará bem aos que têm este espectro, mas fará muito mal a todos os outros). Amamos um computador ou amamos quem abraçamos, cheiramos, sentimos?
Entretanto vendem-se Ipads, softwares, em massa comprados pelos Municípios com os nossos impostos, e, cereja em cima do bolo, os dados destes “ensino” são automaticamente entregues às empresas de estudos de mercado (alunos em Portugal já estão a usar testes na escola pública elaborados não por professores mas por empresas privadas). Este é o admirável mundo novo da automação do trabalho, agora é por mais um ano em “modelo complementar”, trata-se de facto da privatização total do ensino através destas parcerias e da redução de custos com os professores. Vai gerar um mercado com fundos públicos através destas parcerias, diminuir o défice pagando menos a professores, e criar mais uma geração expropriada de saber e conhecimento, depender de computadores – preparados para o novo mercado laboral automatizado.

Finalmente todos os estudos provam que mais do que 2 horas de ecrans diários por dia nas crianças e jovens tem feitos neurológicos graves, como é possível o Ministério impor ou autorizar 30 minutos que sejam de ecrãs em crianças cujo dia já é passado, fora da escola, enfiado em casa, sós, com telemóveis, obesos, dessocializados, hiperestimulados e deprimidos?
A pergunta é, o que aconteceu aos sindicatos, às associações de pais e aos alunos para deixarem esta medida ser anunciada como um facto sem discussão e tudo em nome de uma pandemia?
Nem por um ano, nem em modelo combinado. Nunca devia ter existido estes dois meses, e jamais devia existir para o ano, mesmo que parcialmente. A não ser que o projecto em curso seja o da total destruição do bem mais precioso que temos, os seres humanos que aqui residem e cuja humanização depende da educação e das relações sociais reais que estabelecem ao longo da vida.
Ensino à distância não é ensino – é automação da força de trabalho presente (professores) e futura (alunos).

Nota pessoal: sou professora de adultos, sempre que posso ensino os meus alunos em jardins, a andar a pé (sou piripatética), com jantares e almoços de fim de aulas, idas a fábricas e empresas e estaleiros, às vezes em excursões pelos locais de trabalho ou dentro de sindicatos. Não escrevi este texto pela minha experiência pessoal, que vai manter-se peripatética, relacional, e feliz. Mas porque conheço através dos nossos trabalhos de estudo colectivo no Observatório para as Condições de Vida e Trabalho o que são as condições de trabalho no mundo em que vivemos, e sobre o qual fizemos amplos estudos. Está em curso um gigante processo de reconversão capitalista da força de trabalho rumo automação, é isso que deve ser debatido, e combatido. Aliás devo estas reflexões que coloquei acima aos meus colegas do Observatório, Lorene Figueiredo, Roberto della Santa, Virgínia Baptista, Duarte Rolo, Roberto Leher, entre outros.

Link permanente para este artigo: https://www.arlindovsky.net/2020/05/ensino-a-distancia-por-mais-um-ano-e-uma-catastrofe-anunciada-raquel-varela/

38 comentários

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    • Orquídea neves on 21 de Maio de 2020 at 17:09
    • Responder

    Só um artigo destes me faria vir aqui novamente. Está certíssima. Existem muitos com o espectro do autismo que se dão bem neste formato. O relacionamento preferencial é com coisas. Não há muito mais a dizer para além do que disse.

      • Não há Pachorra on 21 de Maio de 2020 at 17:30
      • Responder

      Deves ser daquelas (es) que “entende” muito de espectro de autismo e afins, mas que só foi para o 910 para fugir à realidade dura do verdadeiro ensino. Não custa nada ficar sentado a assistir às aulas dos colegas e fazer de conta que fazem alguma coisa. No atual contexto , têm estado proactivos com os vossos alunos? Ou só a tiracolo do professor titular?


    1. A não ser que não disse nada de jeito… Que existam professores à beira do Burnout, não duvido, agora que há outros que julgam que estão de férias e que usam o vírus para não trabalhar… Façam uma ronda pelos bairros sociais e vejam se o que está a ser feito corresponde ao esperado.

    • Cury1 on 21 de Maio de 2020 at 17:22
    • Responder

    (…) Nota pessoal: sou professora de adultos, sempre que posso ensino os meus alunos em jardins, a andar a pé (sou piripatética), com jantares e almoços de fim de aulas, idas a fábricas e empresas e estaleiros, às vezes em excursões pelos locais de trabalho ou dentro de sindicatos. Não escrevi este texto pela minha experiência pessoal, que vai manter-se peripatética, relacional, e feliz.(…)

    Esta senhora está a comparar-se com os professores do ME, do pré escolar ao secundário?! Dentro de uma escola?! Num contexto de pandemia?!
    Sim, porque, no próximo ano, vamos ter de continuar a lidar com a realidade do vírus.

    • Luluzinha on 21 de Maio de 2020 at 18:12
    • Responder

    Magistral. Análise brilhante. Argumentação exímia. Assim vale a pena ler alguma coisa neste blog. Parabéns à autora.

      • Ana Justo on 21 de Maio de 2020 at 21:45
      • Responder

      A Lulu é o Pardal, a Lulu é o Pardal, a Lulu é o Pardal…

        • Manuela on 22 de Maio de 2020 at 3:03
        • Responder

        Tem de haver condições para haver aulas presenciais em tempo de pandemia. Turmas com metade dos alunos, salas maiores, horário reduzido e alternado, distanciamento entre as mesas, refeitórios…
        Querem ir para a escola porque precisam de conviver?

    • maria on 21 de Maio de 2020 at 18:14
    • Responder

    Ninguém disse , drª Raquel Varela, que o ensino à distância é o melhor dos mundos – as fragilidades que lhe apontou são reais, mais que conhecidas. Sucede que, como sabe, a sua utilização decorre do desgraçado contexto em que vivemos – a finalidade é minimizar o mais possível os nefastos efeitos da ausência de aulas presenciais. Apenas. Se está tudo a correr sobre rodas? Claro que não está, por varias razões.
    Se, desgraçadamente, assim tiver de continuar no próximo ano, qual a alternativa que propõe?
    Olhe, invente uma vacina. Mas depressa.

      • Cury1 on 21 de Maio de 2020 at 18:35
      • Responder

      Isso!

    • João on 21 de Maio de 2020 at 18:16
    • Responder

    Catástrofe são os marxistas burgueses como ela que têm tomado conta das instituições de ensino, isso é que é uma catástrofe bem real.

    • Maria on 21 de Maio de 2020 at 18:25
    • Responder

    👍

    • Matilde on 21 de Maio de 2020 at 18:45
    • Responder

    A “esquerda caviar” em todo o seu esplendor…

    • gogodo on 21 de Maio de 2020 at 19:44
    • Responder

    só dia merd@.

    Muitos profs em vez de mudarem pensam que estão na sala de aula.

    Vida a aprendizagem ativa… viva o ensino à distância.
    Não exponho, pergunto e mando pesquisar onde eu quero.

    • Amaral on 21 de Maio de 2020 at 20:05
    • Responder

    Como avaliam de forma eficaz e fidedigna um aluno em E&D?

    Aaaa já sei, é uma avaliação formativa. Pois quero ver essa do formativa para fazer a média do secundário e para os exames .

      • Paulo Pereira on 23 de Maio de 2020 at 18:32
      • Responder

      Em primeiro lugar, não é possível avaliar dessa forma porque estamos perante um paradigma diferente. Além de que não há, neste momento, nenhum sistema uniformizador para avaliar neste sistema.

      Em segundo lugar, há muitas formas de avaliar.
      Depende muito do contexto, do trabalho pedido e das observações feitas.
      Há demasiados docentes que cristalizaram na avaliação sumativa e não encontram outra alternativa.
      É triste constatar isto nas reuniões de CT de Avaliação, em que muitos docentes se atêm meramente ao sumativo e às médias simples (pois há também médias ponderadas).

      No contexto de tele-aula, a avaliação contínua é uma necessidade imperiosa. Não é uma retórica que muitos dizem que fazem, mas acabam por não fazer.
      Existem muitas técnicas para se fazer uma avaliação contínua de forma estruturada, sistemática e sem muito trabalho. E só lamento que não hajam acções para dar formação concreta sobre técnicas de avaliação contínua práticas e eficazes, sem perda de muito tempo de aula.
      E tem sido confrangedor o trabalho que tenho visto em escolas, que criam grelhas complicadíssimas e inexequíveis para se fazerem registos de aula. Para tudo é preciso bom-senso e sentido prático.
      E alguma criatividade, como pensar ‘fora da caixa’.

      Já se pensou que, por exemplo, no 10.º Ano, os alunos podem ir à escola fazer um teste escrito, com as prerrogativas de um teste dito normal?
      Nas formações mistas, os testes são feitos presencialmente, não obstante a formação ser dada em formato de tele-aula.

    • Messi on 21 de Maio de 2020 at 20:23
    • Responder

    Os autistas gostam de se relacionar com coisas??!! Isto revela uma grande ignorância sobre autistas… É como dizer que um surdo prefere o silêncio…
    A Susan Boyle é autista, o Anthony Hopkins é autista, o FB que nos permite comunicar com pessoas foi feito por um autista…
    Enfim,

      • Paulo Pereira on 23 de Maio de 2020 at 18:46
      • Responder

      Há manifestações de autismo em diferentes graus.
      Alunos com um elevado grau de autismo não interagem com as pessoas.
      Mas há outros casos em que o autismo se manifesta em contexto social com atitudes autocentradas.
      Quem conhece as salas TEACCH conhece bem os vários espectros de autismo.
      Embora alguns alunos que têm um leve grau de autismo sejam integradas em turmas ditas “normais”, são sempre enquadrados como alunos NEE.
      O que a articulista disse não é disparate nenhum! É uma forma, levada ao extremo, de fazer uma analogia.

      Não olhemos ao dedo que aponta, mas ao que é apontado.
      Esta é, infelizmente, uma falha de personalidade de muitos docentes que reagem por despeito.

    • Elisa do Céu on 21 de Maio de 2020 at 23:18
    • Responder

    O futuro é o binomio presencial-distância, a mania arcaica de avaliar por médias de testes tem que acabar, há que avaliar se o aluno atingiu, ou não, as aprendizagens essenciais. Se sim cabe ao professor estimular a ir mais além, se não há que tentar outros método s para as adquirir. O binomio presencial-distância permite que nas aulas à distância trabalhar para que aqueles que tiveram mais dificuldade as ultrapassem, sem desmotivar os outros que podem estar a consoliar ou a ir mais além.
    O futuro está à porta, velhos do restelo não o travarão, com pandemia ou sem pandemia o ensino mudou, temos que refletir e depois fazermo-nos ao mar, somos portugueses, levamos novos mundos ao mundo. Uma professora velhota de 60 anos mas cheia de esperança, somos um povo com garra, “bora” lá trabalhar.

      • Brigas on 21 de Maio de 2020 at 23:35
      • Responder

      E como quantificas de 1 a 20 essas aprendizagens?

      É só tretas…

      Gostava de ver alguém com esse teu modelo de avaliação a operar-te num hospital.

        • Elisa do Céu on 22 de Maio de 2020 at 1:03
        • Responder

        Para avaliar as aprendizagens essenciais são preciso testes, eu não disse que sou contra os testes, sou contra avaliar por médias, sobretudo no 3 ciclo, muitos alunos são treinados para a nota, sou contra o espírito de avaliar para os papás ficarem felizes porque os geniozinhos “tiveram x níveis 4 e y níveis 5”, para mim o importante é a educação, essa a missão do professor, não o ensino. O ensino é uma parte. A escola deve preocupar-se em educar para formar uma sociedade de adultos felizes. Valoriza-se o culto da nota, é irrelevante o ser.

        • Elisa do Céu on 22 de Maio de 2020 at 1:16
        • Responder

        Sabe que mesmo a média do curso universitário também não significa tanto assim? Olhe eu conheço um engenheiro que quando começa a construir um prédio vende logo as habitações todas, ainda só com os alicerces, e teve uma média baixita de curso!Mas toda a gente lhe reconhece capacidades, sobretudo de honestidade e confiança. E conheço muitos ex alunos com média elevada do mesmo curso, deitados no sofá à espera que um emprego lhe caia do céu.

          • Paulo Pereira on 23 de Maio de 2020 at 19:09

          @Elisa, esse seu conceito de Escola foi implementado nos regimes da Europa de Leste no tempo do Comunismo.
          A Educação é dada em casa, não na Escola.
          A Educação materna/paterna exige que a família esteja integrada numa Sociedade, a qual, por sua vez, está balizada por valores éticos e morais.
          Ora não queira que o professor seja o substituto de uma criança cuja família perdeu valores de referência.
          Vejo muito essa mentalidade em Educadores de Infância e professores do 1.º Ciclo, que têm tendência para generalizar e extrapolar para os restantes Ciclos de Ensino.

          A Escola complementa a Educação paterna promovendo os primeiros contactos com a diversidade social. Este papel é impícito, pois uma Escola é porventura o primeiro espaço público que uma criança frequenta, e permite-lhe enriquecer as destrezas de socialização. Mas sempre em coadjuvação com a família.

          O papel fundamental da Escola é dar instrução, pois os professores, nas suas diferentes valências, ensinam as destrezas mais básicas e mais complexas para que o futuro cidadão tenha competências básicas para singrar em estudos mais especializados ou ingressar no mercado de trabalho.
          Ensinar a ler e escrever é um papel vocacionado para a Escola. Ora isto é instrução, não é educação.
          A postura de civilidade que um aluno deve ter numa sala de aula, o respeito por um professor, são facetas de Educação necessárias para que a instrução se proceda de forma harmoniosa e sem disrupções. Isto é o básico.
          Outro tipo de Educação refere-se ao desenvolvimento de “sensibilidades sociais”, através da observação e questionamento sobre a Sociedade em que a criança/adolescente se insere. Porém, estas “sensibilidades sociais” são paralelas, e não são quantificáveis.
          O aluno enquanto “ser social” não fica mais enriquecido com “sensibilidades sociais”. Sem destrezas e competências interiorizadas através da instrução, não estou a ver como pode vir a ser um cidadão produtivo e com perspectivas de sucesso e de ascensão social.

          A menos que enverede pela carreira política.

          • Paulo Pereira on 23 de Maio de 2020 at 19:19

          Errata: (1.º parágrafo): Ora não queira que o professor seja o substituto de uma família família que perdeu valores de referência.

          Adenda: Um professor com 60 anos tem a sua carreira feita e não se pode queixar de ser mal pago, além de ter reduções de tempos por antiguidade.Para tais professores é muito fácil “mandar trabalhar” os outros.
          há outros valores paralelos ao prazer de ensinar, que têm que ver com a dignidade que se dá à profissão. A maioria dos professores trabalha muito mais que as horas contratualizadas. E na situação actual, esse trabalho tem sido potenciado.

          Ora trabalhar ‘pro bono’ é desconsiderar a profissão e desconsiderar-se a si próprio.
          Os elogios feitos ao trabalho feito pelos docentes são cínicos!
          Melhor seria que houvesse a honestidade de beneficiar a carreira docente, a título excepcional, com horas extraordinárias ou criterios excepcionais de progressão.

      • Francesc Ferrer Y Guárdia Um Bocadinho Manco on 21 de Maio de 2020 at 23:49
      • Responder

      Conversa da treta…

    • Gabriela on 22 de Maio de 2020 at 0:29
    • Responder

    Que treta! Meu filho tem autismo e detesta o ensino à distância. E gosta de computadores mas gosta de socializar. Por ele tem escola na sala como os outros. Tem imensas saudades dos colegas. Isto só vem carregar no mito que os autistas não gostam de se relacionar e é uma grande mentira. Eles gostam sim podem às vezes não saber como o fazer mas gostam. Não são psicopatas pelo contrário são muito sensíveis. Não compreende como uma sociedade evoluida ainda acredita nisto.


    1. É ignorância, mais grave ainda sendo uma professora universitária. De certeza que já deve ter tido alunos universitários autistas e nem reparou… Muitos têm de mascarar o seu autismo para poderem lidar com os outros,

      • Francesc Ferrer Y Guárdia Um Bocadinho Manco on 22 de Maio de 2020 at 16:50
      • Responder

      A senhora é ignorante, mas muito presunçosa! Fala de autismo como uma caixa fechada! E dizer que estes alunos que não gostam de se relacionar com os outros é absolutamente ridículo…

    • Gonçalo Cândido on 22 de Maio de 2020 at 8:43
    • Responder

    É preciso cingirmo-nos ao texto e não à pessoa, levanta questões e sinais de alerta que todos nós (professores e pais) devemos estar preparados para combater. Repare-se que agora + que nunca seria uma oportunidade de reduzir o rácio aluno/prof. , aumentar o distanciamento social, esbater problemas disciplinares e aumentar atenção prof-aluno, mas nada disto foi feito…

    • Maria Duarte on 22 de Maio de 2020 at 10:38
    • Responder

    Bom dia,
    Obrigada por ver refletido exatamente o meu pensar e sentir nas palavras de alguém com projeção mediática.

    • Mário Silva on 22 de Maio de 2020 at 12:52
    • Responder

    Não façamos análises extemporâneas.
    Tenhamos calma.
    Cada coisa a seu tempo!!!

    • António Inácio on 22 de Maio de 2020 at 15:40
    • Responder

    Mais um a falar do que não sabe… Já agora, escreve-se “ENSINO A DISTÂNCIA”, sem acento… Pelo que vejo, o ensino presencial também não lhe foi de grande valia, pois não aprendeu a gramática, nem como usar a crase…

    • Hélder Pereira on 23 de Maio de 2020 at 5:40
    • Responder

    Este governo aproveitou a estória do COVIDIZER, para subrepticiamente, usar o ensino e, neste caso, professores e alunos como cobaias de ensaio para a transição digital.
    De facto ensino é presencial, na escola, e não nestas condições deploráveis, miseráveis e antipedagógicas. Está.se a fazer com que o ministério, atinja o objectivo de conclusão do ano lectivo de forma gangsteriana. Não importa como, o importante é chegar lá na data certa.
    Mas o que está subjacente na previsão do próximo ano lectivo, não é nada comparado com o que está para vir, gisado na cabeça destes reles governantes. E o que está para vir será, desaparecimento do parque escolar, cantinas e almoços, transportes escolares, e tudo acessório que constitui despesa para o estado. Quanto a ensino estamos conversados. Professores a transferir conhecimentos direccionando alunos para links, propriedades de empresas com negócios corruptos com a governação.
    Veja.se o caso da EV. Porque se tornou gratuita a inscrição por aqui. Me parece, e tenho certeza, que não há almoços de borla.
    Mais um negócio idêntico ao que o ministério da saúde fez, comprando aos amigos sem concurso.
    Em síntese, com o método e continuidade do mesmo, se chegará à destruição e eliminação da escola e do ensino. Isto já é evidente no que decorre actualmente em que aulas na plataforma do zoom chegam a ter uma produtividade da ordem dos cinquenta por cento, ou porque se termina sessões aleatóriamente com vinte e trinta minutos do tempo total dos quarenta minutos, contratados para cada aula sincrona ou por desperdício de diálogos inúteis entre professores e alunos ora com a constatação de presenças dos alunos nas aulas ora com a auscultação se o aluno A ou B, enviou o trabalho proposto para casa.
    Horrível e ninguém contesta nem põe um fim a estes vírus que estão tentando impor o desmantelamento da escola e o relacionamento presencial entre Educador e Educando

    • Vitor A. on 23 de Maio de 2020 at 11:31
    • Responder

    Na minha opinião a não aceitação do ensino à distância por parte de muitos docentes, coloca uma dúvida na minha e cabeça?!

    Então os cursos superiores que muitos de nós tiramos à distância não são válidos, muitos docentes deste país devem ter tirado licenciatura na Univerisidade Aberta, serão por isso piores docentes por terem feito uma licenciatura maioritariamente à distância?

    Algumas mentes deste país tiveram aulas na antiga telescola nos idos anos 70, serão por isso piores docentes, governantes, CEO, por terem feito telescola?

    Ninguém sabe o que o futuro vai trazer, tudo o que possamos dizer será pura futurologia, mas temos de ver o ensino à distância como uma ferramenta dos tempos modernos.

    Preferem que os jovens tenham ensino à distância ou que não tenha ensino durante 2, 4, 6, 12 meses, por motivo de a escola presencial não poder abrir portas por causa de um virus (hoje é o Covid, amahã poderá ser outro pior).

    Temos de olhar para o ensino à distância e para o teletrabalho como algo que irá entrar gradualmente nas nossas vidas.

    A tecnologia evolui bastante, arrastando com ela a nova medicina, nova telivisão, rádio, jornalismo,, advocacia, função pública, etc

    Ainda existem muitos fantasmas nas pessoas com todas estas inovações, mas não será isto o futuro.

    A economia foi afetada de forma negativa mas em termos de poluição o mundo respira muito melhor.

    Passamos mais tempo com os nossos filhos, estamos mais envolvidos nas suas tarefas, aprendemos a ter tempo para tudo, deixamos de parte a sociedade de consumo, aprendemos ou reaprendemos a andar a pé ou de bicicleta para fazermos pequenos percurssos, deixando o carro à porta de casa.

    Para terminar se me perguntarem se concordo com o fim da escola presencial, não concordo!

    Concordo sim com um ensino b-learning, com algumas aulas na internet e outras presenciais.


  1. O Vitor não deve dar aulas. Pensa que ensinar às crianças à distância é o mesmo que adultos a estudar à distância. A ignorância é muita em falar do ensino.

      • Paulo Pereira on 23 de Maio de 2020 at 19:37
      • Responder

      Não sou advogado do anterior comentador, mas no que respeita a ignorância, tenho dúvidas sobre quem tem este atributo.
      A tele-escola dos anos 70 e 80 foi destinada a alunos do antigo ‘Unificado’, ou seja, alunos do 7.º ao 9.º anos.

      Pode-se deduzir que o anterior comentador não é professor.
      Mas, e daí?
      Há muitos professores porventura mais ignorantes que outros que não o são.
      Isto muito devido ao seu pequeno ego.

      Uma pessoa não é uma ilha.
      Uma pessoa atenta e integrada na sociedade sabe tecer opiniões com base na sua experiência e observação pessoal, de familiares, de conhecidos, alguns deles que até podem ser professores.

      Isto para dizer que chamar ignorante e outros adjectivos a um estranho sem sequer relativizar revela baixeza de carácter.

    • Paulo Pereira on 23 de Maio de 2020 at 17:54
    • Responder

    A implementação das aulas à distância é inerente à situação de excepção que a pandemia impôs.
    Implementar o regime de tele-aula no próximo ano lectivo é uma previsibilidade plausível e pragmática.

    Concordo com o raciocínio de Raquel Varela no seu texto.
    Porém, e porventura por preconceitos de muita gente, a mensagem não parece ter sido compreendida.
    O que Raquel Varela aponta é o futuro a médio e longo prazo, numa era pós-pandemia.
    Pois a prática experimentada nestes meses de regime em tele-aula vai muito provavelmente ser mais uma opção para o Ensino, com os problemas paradigmáticos que Raquel Varela aponta para um futuro próximo.
    E cruzando o artigo com as “competências a adquirir” ou o “perfil do aluno à saída da Escolaridade Obrigatória” (sabem do que estou a falar!), muito objectivamente o que a Escola Pública irá preparar são futuros operários com conhecimentos residuais, para engrossar a classe proletária e aumentar, ainda mais, o fosso entre os ‘predestinados’ e os ‘acomodados’ do Sistema, passando estes últimos a subordinar-se eternamente aos primeiros, num paradigma análogo à escravatura, só disfarçado pela ilusão do consumismo e da armadilha dos empréstimos à banca, que os condena ainda mais à perpetuação na mesma classe social.

    Pessoalmente estou muito pessimista relativamente ao estatuto de professor em Portugal.
    Ao longo dos tempos se tem constatado que os professores são, genericamente, subservientes e acomodados, quase como se vivessem sob a canga de uma Ditadura. Como Raquel Varela relembra, a Classe Docente há muito que se enquadra num estatuto de “classe proletária”, e pessoalmente considero que a isso muito se deve o papel de certos Sindicatos, cuja corrente político-ideológica promoveu o encarrilamento desta Classe numa mentalidade “proletária”, dependente do todo-poderoso sindicato feito Messias.
    É o que temos, é onde estamos, foi para aqui que nos empurraram.

    E o irónico é que muitos docentes têm em alta conta o conceito abstracto de ‘Liberdade’, o qual não é aplicado para fazer valer os seus direitos através de mobilização cívica ou mesmo sindical. É uma postura algo esquizofrénica, pois tantos deles sentindo-se esgotados com tanto trabalho, ainda defendem indirectamente o Sistema com frases miseráveis como “tem de ser”, ou “gosto muito da minha profissão!” (Se gostas, toma lá mais isto!…)
    Tem de ser assim porquê?
    Onde andam os professores atentos?
    Desenvolvem ódios às Direcções escolares, as quais são, também elas, constituídas por docentes, pois não há progressão vertical na Carreira Docente. É-se professor durante toda a carreira. A única valia diferenciadora é o Escalão profissional e sabemos bem que há aberrações chocantes neste critério, pois a antiguidade não tem relação directa com competência, sendo que, na maioria dos casos, são os docentes com menos tempo de serviço aqueles que mais trabalham, auferindo um vencimento miserável.

    Esta contradição perpétua mas nunca assumida, pois é muito conveniente para os professores mais antigos, é perversa, hipócrita e desonesta.
    Quem sente na pele o peso das mudanças impostas pela tutela acaba por ser os professores mais jovens, os quais, precisamente, têm menos influência para mudar as coisas. Os docentes mais antigos, regra geral, na vez de tentar mudar as injustiças existentes na Carreira, são, afinal, os que mais beneficiam e se aproveitam dela, concentrando as suas querelas nos vencimentos que auferem – nos seus!

    A distribuição de serviço tem em conta, de forma sensata, os mais capazes e motivados, que são, na generalidade, os docentes mais jovens, os mais inovadores, e aqueles com competência comprovada.
    Porém, que mais-valias tiram para verem reconhecido o seu mérito??
    Quem, honestamente, os avalia e, objectivamente, os promove?
    A falta de mecanismos motivadores desmotiva qualquer bom profissional!

    Nesta crise humanitária só um cego é que não reconhece o trabalho dos professores.
    E pode-se aferir com muito mais objectividade a competência dos mesmos. Ou a falta dela!
    Que registos fazem as Direcções relativamente aos Recursos Humanos que dispõem?
    A avaliação periódica dos recursos Humanos é uma prática empresarial relativamente mais eficaz e justa que aquelas feitas em obscuras Comissões de Avaliação Docente, que se refugiam em relatórios, quantificações e ignoram por completo a pessoa do Docente.

    Entretanto, mais trabalho nos espera, no futuro próximo.
    E haverão muitos com a mesma lenga-lenga costumeira de que “tem de ser”, e “Gosto muito da minha profissão! Dêem-me mais trabalho, que eu gosto!” Patético!


  2. O comentador deve informar- se Sobre a de aula síncrona e presencial. Contundo, a escola obrigatória inicia seu no pré escolar e não se resumo somente ao 3 ciclo do ensino básico.


  3. O comentador Paulo Pereira deve informar- se Sobre a de aula síncrona e presencial. Contundo, a escola obrigatória inicia seu no pré escolar e não se resumo somente ao 3 ciclo do ensino básico.

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