Dar aulas no carro… é futurismo…

Com o ensino à distância são muitos os professores que enfrentam problemas por terem de dar aulas com recurso à Internet. Seja por que cuidam dos filhos ao mesmo tempo que lecionam, seja porque não têm rede em casa. E até há mesmo quem tenha de dar aulas no carro.

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16 comentários

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  1. Pq não vai para a escola?

      • Sílvia São Miguel on 9 de Maio de 2020 at 16:43
      • Responder

      Telegraficamente e sem direito a “debate” :
      – Não. Não poderia deslocar-me à escola para ter rede para trabalhar porque tenho 60 anos, sou doente crónica, imunodeprimida, com quase 70% de incapacidade e estou ainda, apesar do estado ter passado a “de calamidade”, absolutamente PROIBIDA de por o nariz fora da porta. Altruísmo sim, sempre que possível, mas sem por a minha vida em risco.
      – Porque é que, face à impossibilidade de intervir com os meus alunos por, a partir do início do confinamento, ter ficado praticamente com ZERO rede em casa, eu não cruzei os braços e não passei ao “estado de férias” como estão muitos colegas a fazer julgando que é assim que “dignificam a classe” ? Nunca o faria fossem os alunos quem fossem, muito menos o faria com os meus alunos de ATE, perfis muito específicos que todos conhecemos. IRIA ATÉ AO FIM DO MUNDO À PROCURA DE CONDIÇÕES PARA NÃO OS “ABANDONAR” porque enquanto estão comigo pelo menos não andam na rua a infetar-se e a infetar os outros. Que orgulho que eu sinto em ser “professor-missão” !
      – A minha escola/agrupamento é que tinha de resolver a situação ? O meu agrupamento , com espírito de missão, está a fazer TUDO o que tem ao alcance para minorar as consequências nefastas que advêm da situação que estamos todos a viver. Numa semana criou as condições necessárias para se dar a volta ao processo pedagógico e além disso está a intervir a nível social e humanitário. Que orgulho tenho em pertencer a esta “equipa- missão” ! Mas não tem, de forma nenhuma, obrigação de resolver o meu problema de falta de rede.
      – Não. Não chamei a televisão. Mas sim, aceitei fazer a peça porque senti o dever cívico de denunciar a situação da inoperância das operadoras a quem ainda ninguém tinha tocado com um dedo que fosse.
      -O objetivo da peça? Denunciar o trabalho miserável que as operadoras estão a fazer nesta fase conturbada das nossas vidas. Não se afastaram um milímetro dos seus planos e dos seus lucros para prestar um melhor serviço quando as circunstâncias obrigaram a que a quantidade de pessoas ligadas à internet quase quadruplicasse. Essa denuncia teve resultados? SIM! Esta povoação, esquecida por todos, vai finalmente ficar “mais ligada ao mundo”. E a situação resolveu-se em 24 horas !!!
      -Protagonismo? Tenho 60 anos. Foi uma vida longa com alguns insucessos, reconheço, mas repleta de sucessos pessoais, sociais e profissionais. Não preciso de mostrar nem provar mais nada a rigorosamente ninguém mas serei sempre, isso sim, protagonista da minha consciência. Até ao fim!
      – Autocomiseração por estar a dar aulas no monte? Eu nem vou desmontar o estaminé ! Estou cá com um feeling que, mesmo com todas as condições que terei brevemente para dar as aulas em casa, vou ter saudades do monte e vou lá voltar a dar aulas muitas vezes . Que paz ! Que tranquilidade………..
      – E agora “a cereja no topo do bolo”: Envergonhei a classe, tirei dignidade à classe e passei a imagem de que os professores são uns tolos. Ena!!!Isto é que sou uma traidora da classe! Caros colegas. No meu entender existem 3 tipos de professores: 1- Os “professores-caviar” – sentam-se nas suas poltronas, 3 degraus acima da “plebe” , debitando filosofias avulsas e paradigmas olhando de cima para baixo. Desçam dos vossos pedestais ! A dignidade da classe não advém da qualidade do couro das vossas poltronas. A dignificação da classe começa e materializa-se cá “em baixo”, no trabalho de todos os dias, no contacto direto com os alunos, no investimento permanente na qualidade da nossa intervenção, no espírito de missão que nos faz não baixar a guarda da excelência profissional mesmo quando as mais altas instancias nos “maltratam”. A dignidade não cai do céu, não é diretamente proporcional ao tamanho do canudo que temos na mão. A dignidade merece-se!!!!
      2 – Os “professores-profissão” – tiram os cursos e como não arranjam ocupação concorrem para dar aulas. Façam um favor à humanidade e “desamparem-nos a loja” porque vocês são uma dor de cabeça. Sejam EXCELENTES, SEJAM EXEMPLARES na vossa área de formação e não vos faltarão oportunidades com toda a certeza. Darwin mergulhou de cabeça na globalização. Só se safam os melhores . Por isso sejam melhores.
      3- Os “professores-missão” – são professores porque entenderam que ser professor é uma missão e escolheram essa missão para profissão. Não baixam a guarda, não desistem, fazem das tripas coração, não se sentam à frente dos obstáculos exigindo que alguém os passe para o outro lado, saltam por cima deles, superam-se, reinventam-se, recriam-se, não fazem depender a qualidade da sua intervenção das condições que têm. CRIAM-NAS!!! São solidários, cooperativos, pessoas de consensos, de diálogo, de interajuda, sem maldades, sem maledicências, sem espírito competitivo, sem necessidades de ostentação. Há muitos felizmente e, mesmo sob pena de soar a imodéstia, coloco-me neste perfil. E é tão bonito, tão gratificante ser “professor-missão” . São exatamente estes e só estes os professores que dignificam a classe.
      Àqueles cuja reação instintiva foi a de crítica destrutiva, menosprezo, ridicularização, acusações sem fundamentos e até insultos, só vos posso dizer que tudo me passou, obviamente, por baixo dos calcanhares e “olhei” para vocês com compaixão quanto mais não seja porque, pasme-se, não conseguiram perceber que a peça não tinha rigorosamente NADA a ver com a profissão. E deixo uma dica: observem-se, analisem-se, num momento de introspecção olhem para dentro de vós e descubram o que é que , na realidade, vos provocou essas reações….. Eu sei, mas não digo.
      Fico-me por aqui que isto já vai longo e não ponho nem leio nem mais uma letra sobre o assunto além do mais porque não sou assídua em redes sociais. Deixo-vos assim a esgadanharem-se uns aos outros e eu vou é saltar para fora do saco. Mesmo em dia chuvoso o X, a Y e o Z são alunos que precisam de mim e estão à minha espera. Ligo e até as almas se lhes sorriem…. E a minha também, claro! Não posso nem me reservo o direito de os defraudar seja por que circunstância for.
      Utópica, irrealista e sonhadora? Não! Mesmo com 37 anos de profissão não deixei de “sonhar”, nunca deixarei , nunca farei depender a minha missão da “quantidade de dignidade” que terceiros lhe conferem nem do valor da transferência ao fim do mês.
      P.S. Nada contra ti Arlindo e aproveito para te agradecer pelo blog, pela sua excelência e pelo muito que tens feito por nós.


  2. Isto não é futurismo.
    É paranormal!

    • Santos on 7 de Maio de 2020 at 20:23
    • Responder

    Já fiz uma reunião de grupo disciplinar dentro do carro porque não tinha rede em casa. Pois, e não fui para a escola porque moro a 200 km da cuja dita.


  3. Dentro do carro, à lareira, no jardim ou noutro sítio qualquer, é da conta de cada um. Agora, não é forçoso a pessoa expor-se assim tanto. Como diria um humorista da nossa praça, “não havia nexexidade”.

      • Sílvia São Miguel on 9 de Maio de 2020 at 16:44
      • Responder

      Telegraficamente e sem direito a “debate” :
      – Não. Não poderia deslocar-me à escola para ter rede para trabalhar porque tenho 60 anos, sou doente crónica, imunodeprimida, com quase 70% de incapacidade e estou ainda, apesar do estado ter passado a “de calamidade”, absolutamente PROIBIDA de por o nariz fora da porta. Altruísmo sim, sempre que possível, mas sem por a minha vida em risco.
      – Porque é que, face à impossibilidade de intervir com os meus alunos por, a partir do início do confinamento, ter ficado praticamente com ZERO rede em casa, eu não cruzei os braços e não passei ao “estado de férias” como estão muitos colegas a fazer julgando que é assim que “dignificam a classe” ? Nunca o faria fossem os alunos quem fossem, muito menos o faria com os meus alunos de ATE, perfis muito específicos que todos conhecemos. IRIA ATÉ AO FIM DO MUNDO À PROCURA DE CONDIÇÕES PARA NÃO OS “ABANDONAR” porque enquanto estão comigo pelo menos não andam na rua a infetar-se e a infetar os outros. Que orgulho que eu sinto em ser “professor-missão” !
      – A minha escola/agrupamento é que tinha de resolver a situação ? O meu agrupamento , com espírito de missão, está a fazer TUDO o que tem ao alcance para minorar as consequências nefastas que advêm da situação que estamos todos a viver. Numa semana criou as condições necessárias para se dar a volta ao processo pedagógico e além disso está a intervir a nível social e humanitário. Que orgulho tenho em pertencer a esta “equipa- missão” ! Mas não tem, de forma nenhuma, obrigação de resolver o meu problema de falta de rede.
      – Não. Não chamei a televisão. Mas sim, aceitei fazer a peça porque senti o dever cívico de denunciar a situação da inoperância das operadoras a quem ainda ninguém tinha tocado com um dedo que fosse.
      -O objetivo da peça? Denunciar o trabalho miserável que as operadoras estão a fazer nesta fase conturbada das nossas vidas. Não se afastaram um milímetro dos seus planos e dos seus lucros para prestar um melhor serviço quando as circunstâncias obrigaram a que a quantidade de pessoas ligadas à internet quase quadruplicasse. Essa denuncia teve resultados? SIM! Esta povoação, esquecida por todos, vai finalmente ficar “mais ligada ao mundo”. E a situação resolveu-se em 24 horas !!!
      -Protagonismo? Tenho 60 anos. Foi uma vida longa com alguns insucessos, reconheço, mas repleta de sucessos pessoais, sociais e profissionais. Não preciso de mostrar nem provar mais nada a rigorosamente ninguém mas serei sempre, isso sim, protagonista da minha consciência. Até ao fim!
      – Autocomiseração por estar a dar aulas no monte? Eu nem vou desmontar o estaminé ! Estou cá com um feeling que, mesmo com todas as condições que terei brevemente para dar as aulas em casa, vou ter saudades do monte e vou lá voltar a dar aulas muitas vezes . Que paz ! Que tranquilidade………..
      – E agora “a cereja no topo do bolo”: Envergonhei a classe, tirei dignidade à classe e passei a imagem de que os professores são uns tolos. Ena!!!Isto é que sou uma traidora da classe! Caros colegas. No meu entender existem 3 tipos de professores: 1- Os “professores-caviar” – sentam-se nas suas poltronas, 3 degraus acima da “plebe” , debitando filosofias avulsas e paradigmas olhando de cima para baixo. Desçam dos vossos pedestais ! A dignidade da classe não advém da qualidade do couro das vossas poltronas. A dignificação da classe começa e materializa-se cá “em baixo”, no trabalho de todos os dias, no contacto direto com os alunos, no investimento permanente na qualidade da nossa intervenção, no espírito de missão que nos faz não baixar a guarda da excelência profissional mesmo quando as mais altas instancias nos “maltratam”. A dignidade não cai do céu, não é diretamente proporcional ao tamanho do canudo que temos na mão. A dignidade merece-se!!!!
      2 – Os “professores-profissão” – tiram os cursos e como não arranjam ocupação concorrem para dar aulas. Façam um favor à humanidade e “desamparem-nos a loja” porque vocês são uma dor de cabeça. Sejam EXCELENTES, SEJAM EXEMPLARES na vossa área de formação e não vos faltarão oportunidades com toda a certeza. Darwin mergulhou de cabeça na globalização. Só se safam os melhores . Por isso sejam melhores.
      3- Os “professores-missão” – são professores porque entenderam que ser professor é uma missão e escolheram essa missão para profissão. Não baixam a guarda, não desistem, fazem das tripas coração, não se sentam à frente dos obstáculos exigindo que alguém os passe para o outro lado, saltam por cima deles, superam-se, reinventam-se, recriam-se, não fazem depender a qualidade da sua intervenção das condições que têm. CRIAM-NAS!!! São solidários, cooperativos, pessoas de consensos, de diálogo, de interajuda, sem maldades, sem maledicências, sem espírito competitivo, sem necessidades de ostentação. Há muitos felizmente e, mesmo sob pena de soar a imodéstia, coloco-me neste perfil. E é tão bonito, tão gratificante ser “professor-missão” . São exatamente estes e só estes os professores que dignificam a classe.
      Àqueles cuja reação instintiva foi a de crítica destrutiva, menosprezo, ridicularização, acusações sem fundamentos e até insultos, só vos posso dizer que tudo me passou, obviamente, por baixo dos calcanhares e “olhei” para vocês com compaixão quanto mais não seja porque, pasme-se, não conseguiram perceber que a peça não tinha rigorosamente NADA a ver com a profissão. E deixo uma dica: observem-se, analisem-se, num momento de introspecção olhem para dentro de vós e descubram o que é que , na realidade, vos provocou essas reações….. Eu sei, mas não digo.
      Fico-me por aqui que isto já vai longo e não ponho nem leio nem mais uma letra sobre o assunto além do mais porque não sou assídua em redes sociais. Deixo-vos assim a esgadanharem-se uns aos outros e eu vou é saltar para fora do saco. Mesmo em dia chuvoso o X, a Y e o Z são alunos que precisam de mim e estão à minha espera. Ligo e até as almas se lhes sorriem…. E a minha também, claro! Não posso nem me reservo o direito de os defraudar seja por que circunstância for.
      Utópica, irrealista e sonhadora? Não! Mesmo com 37 anos de profissão não deixei de “sonhar”, nunca deixarei , nunca farei depender a minha missão da “quantidade de dignidade” que terceiros lhe conferem nem do valor da transferência ao fim do mês.
      P.S. Nada contra ti Arlindo e aproveito para te agradecer pelo blog, pela sua excelência e pelo muito que tens feito por nós.


  4. Degradante. Humilhante.

      • Sílvia São Miguel on 9 de Maio de 2020 at 16:45
      • Responder

      Telegraficamente e sem direito a “debate” :
      – Não. Não poderia deslocar-me à escola para ter rede para trabalhar porque tenho 60 anos, sou doente crónica, imunodeprimida, com quase 70% de incapacidade e estou ainda, apesar do estado ter passado a “de calamidade”, absolutamente PROIBIDA de por o nariz fora da porta. Altruísmo sim, sempre que possível, mas sem por a minha vida em risco.
      – Porque é que, face à impossibilidade de intervir com os meus alunos por, a partir do início do confinamento, ter ficado praticamente com ZERO rede em casa, eu não cruzei os braços e não passei ao “estado de férias” como estão muitos colegas a fazer julgando que é assim que “dignificam a classe” ? Nunca o faria fossem os alunos quem fossem, muito menos o faria com os meus alunos de ATE, perfis muito específicos que todos conhecemos. IRIA ATÉ AO FIM DO MUNDO À PROCURA DE CONDIÇÕES PARA NÃO OS “ABANDONAR” porque enquanto estão comigo pelo menos não andam na rua a infetar-se e a infetar os outros. Que orgulho que eu sinto em ser “professor-missão” !
      – A minha escola/agrupamento é que tinha de resolver a situação ? O meu agrupamento , com espírito de missão, está a fazer TUDO o que tem ao alcance para minorar as consequências nefastas que advêm da situação que estamos todos a viver. Numa semana criou as condições necessárias para se dar a volta ao processo pedagógico e além disso está a intervir a nível social e humanitário. Que orgulho tenho em pertencer a esta “equipa- missão” ! Mas não tem, de forma nenhuma, obrigação de resolver o meu problema de falta de rede.
      – Não. Não chamei a televisão. Mas sim, aceitei fazer a peça porque senti o dever cívico de denunciar a situação da inoperância das operadoras a quem ainda ninguém tinha tocado com um dedo que fosse.
      -O objetivo da peça? Denunciar o trabalho miserável que as operadoras estão a fazer nesta fase conturbada das nossas vidas. Não se afastaram um milímetro dos seus planos e dos seus lucros para prestar um melhor serviço quando as circunstâncias obrigaram a que a quantidade de pessoas ligadas à internet quase quadruplicasse. Essa denuncia teve resultados? SIM! Esta povoação, esquecida por todos, vai finalmente ficar “mais ligada ao mundo”. E a situação resolveu-se em 24 horas !!!
      -Protagonismo? Tenho 60 anos. Foi uma vida longa com alguns insucessos, reconheço, mas repleta de sucessos pessoais, sociais e profissionais. Não preciso de mostrar nem provar mais nada a rigorosamente ninguém mas serei sempre, isso sim, protagonista da minha consciência. Até ao fim!
      – Autocomiseração por estar a dar aulas no monte? Eu nem vou desmontar o estaminé ! Estou cá com um feeling que, mesmo com todas as condições que terei brevemente para dar as aulas em casa, vou ter saudades do monte e vou lá voltar a dar aulas muitas vezes . Que paz ! Que tranquilidade………..
      – E agora “a cereja no topo do bolo”: Envergonhei a classe, tirei dignidade à classe e passei a imagem de que os professores são uns tolos. Ena!!!Isto é que sou uma traidora da classe! Caros colegas. No meu entender existem 3 tipos de professores: 1- Os “professores-caviar” – sentam-se nas suas poltronas, 3 degraus acima da “plebe” , debitando filosofias avulsas e paradigmas olhando de cima para baixo. Desçam dos vossos pedestais ! A dignidade da classe não advém da qualidade do couro das vossas poltronas. A dignificação da classe começa e materializa-se cá “em baixo”, no trabalho de todos os dias, no contacto direto com os alunos, no investimento permanente na qualidade da nossa intervenção, no espírito de missão que nos faz não baixar a guarda da excelência profissional mesmo quando as mais altas instancias nos “maltratam”. A dignidade não cai do céu, não é diretamente proporcional ao tamanho do canudo que temos na mão. A dignidade merece-se!!!!
      2 – Os “professores-profissão” – tiram os cursos e como não arranjam ocupação concorrem para dar aulas. Façam um favor à humanidade e “desamparem-nos a loja” porque vocês são uma dor de cabeça. Sejam EXCELENTES, SEJAM EXEMPLARES na vossa área de formação e não vos faltarão oportunidades com toda a certeza. Darwin mergulhou de cabeça na globalização. Só se safam os melhores . Por isso sejam melhores.
      3- Os “professores-missão” – são professores porque entenderam que ser professor é uma missão e escolheram essa missão para profissão. Não baixam a guarda, não desistem, fazem das tripas coração, não se sentam à frente dos obstáculos exigindo que alguém os passe para o outro lado, saltam por cima deles, superam-se, reinventam-se, recriam-se, não fazem depender a qualidade da sua intervenção das condições que têm. CRIAM-NAS!!! São solidários, cooperativos, pessoas de consensos, de diálogo, de interajuda, sem maldades, sem maledicências, sem espírito competitivo, sem necessidades de ostentação. Há muitos felizmente e, mesmo sob pena de soar a imodéstia, coloco-me neste perfil. E é tão bonito, tão gratificante ser “professor-missão” . São exatamente estes e só estes os professores que dignificam a classe.
      Àqueles cuja reação instintiva foi a de crítica destrutiva, menosprezo, ridicularização, acusações sem fundamentos e até insultos, só vos posso dizer que tudo me passou, obviamente, por baixo dos calcanhares e “olhei” para vocês com compaixão quanto mais não seja porque, pasme-se, não conseguiram perceber que a peça não tinha rigorosamente NADA a ver com a profissão. E deixo uma dica: observem-se, analisem-se, num momento de introspecção olhem para dentro de vós e descubram o que é que , na realidade, vos provocou essas reações….. Eu sei, mas não digo.
      Fico-me por aqui que isto já vai longo e não ponho nem leio nem mais uma letra sobre o assunto além do mais porque não sou assídua em redes sociais. Deixo-vos assim a esgadanharem-se uns aos outros e eu vou é saltar para fora do saco. Mesmo em dia chuvoso o X, a Y e o Z são alunos que precisam de mim e estão à minha espera. Ligo e até as almas se lhes sorriem…. E a minha também, claro! Não posso nem me reservo o direito de os defraudar seja por que circunstância for.
      Utópica, irrealista e sonhadora? Não! Mesmo com 37 anos de profissão não deixei de “sonhar”, nunca deixarei , nunca farei depender a minha missão da “quantidade de dignidade” que terceiros lhe conferem nem do valor da transferência ao fim do mês.
      P.S. Nada contra ti Arlindo e aproveito para te agradecer pelo blog, pela sua excelência e pelo muito que tens feito por nós.

    • ProfCat on 7 de Maio de 2020 at 23:09
    • Responder

    Sim, sou daquelas que dizem e defendem que estamos a ser pagos a 100% e que devemos dar o nosso melhor sem queixas e lamurias. Quem tem menores de 12 a seu cargo (atenção que 12, 13, 14 ou mais não é sinónimo de menos trabalho de acompanhamento nesta fase) tem 2 opções, por respeito a outros trabalhadores, meter baixa e receber menos para acompanhar os seus ou trabalhar a 100%!! Querer as duas coisas é declaradamente injusto para com muitos.


  5. Fiquei de boca aberta ao ver a reportagem! Quem bate palmas a este disparate é o ME! Quem sabe se não receberá uma comenda de MRS!
    Há condições mínimas em casa para trabalhar, trabalha-se. Não há, paciência. Ninguém foi autor/a propositad@ desta pandemia, portanto não tem de ser mártir nem de se sentir culpad@ por não ter condições para responder ao que lhe é pedido.

      • Sílvia São Miguel on 9 de Maio de 2020 at 16:43
      • Responder

      Telegraficamente e sem direito a “debate” :
      – Não. Não poderia deslocar-me à escola para ter rede para trabalhar porque tenho 60 anos, sou doente crónica, imunodeprimida, com quase 70% de incapacidade e estou ainda, apesar do estado ter passado a “de calamidade”, absolutamente PROIBIDA de por o nariz fora da porta. Altruísmo sim, sempre que possível, mas sem por a minha vida em risco.
      – Porque é que, face à impossibilidade de intervir com os meus alunos por, a partir do início do confinamento, ter ficado praticamente com ZERO rede em casa, eu não cruzei os braços e não passei ao “estado de férias” como estão muitos colegas a fazer julgando que é assim que “dignificam a classe” ? Nunca o faria fossem os alunos quem fossem, muito menos o faria com os meus alunos de ATE, perfis muito específicos que todos conhecemos. IRIA ATÉ AO FIM DO MUNDO À PROCURA DE CONDIÇÕES PARA NÃO OS “ABANDONAR” porque enquanto estão comigo pelo menos não andam na rua a infetar-se e a infetar os outros. Que orgulho que eu sinto em ser “professor-missão” !
      – A minha escola/agrupamento é que tinha de resolver a situação ? O meu agrupamento , com espírito de missão, está a fazer TUDO o que tem ao alcance para minorar as consequências nefastas que advêm da situação que estamos todos a viver. Numa semana criou as condições necessárias para se dar a volta ao processo pedagógico e além disso está a intervir a nível social e humanitário. Que orgulho tenho em pertencer a esta “equipa- missão” ! Mas não tem, de forma nenhuma, obrigação de resolver o meu problema de falta de rede.
      – Não. Não chamei a televisão. Mas sim, aceitei fazer a peça porque senti o dever cívico de denunciar a situação da inoperância das operadoras a quem ainda ninguém tinha tocado com um dedo que fosse.
      -O objetivo da peça? Denunciar o trabalho miserável que as operadoras estão a fazer nesta fase conturbada das nossas vidas. Não se afastaram um milímetro dos seus planos e dos seus lucros para prestar um melhor serviço quando as circunstâncias obrigaram a que a quantidade de pessoas ligadas à internet quase quadruplicasse. Essa denuncia teve resultados? SIM! Esta povoação, esquecida por todos, vai finalmente ficar “mais ligada ao mundo”. E a situação resolveu-se em 24 horas !!!
      -Protagonismo? Tenho 60 anos. Foi uma vida longa com alguns insucessos, reconheço, mas repleta de sucessos pessoais, sociais e profissionais. Não preciso de mostrar nem provar mais nada a rigorosamente ninguém mas serei sempre, isso sim, protagonista da minha consciência. Até ao fim!
      – Autocomiseração por estar a dar aulas no monte? Eu nem vou desmontar o estaminé ! Estou cá com um feeling que, mesmo com todas as condições que terei brevemente para dar as aulas em casa, vou ter saudades do monte e vou lá voltar a dar aulas muitas vezes . Que paz ! Que tranquilidade………..
      – E agora “a cereja no topo do bolo”: Envergonhei a classe, tirei dignidade à classe e passei a imagem de que os professores são uns tolos. Ena!!!Isto é que sou uma traidora da classe! Caros colegas. No meu entender existem 3 tipos de professores: 1- Os “professores-caviar” – sentam-se nas suas poltronas, 3 degraus acima da “plebe” , debitando filosofias avulsas e paradigmas olhando de cima para baixo. Desçam dos vossos pedestais ! A dignidade da classe não advém da qualidade do couro das vossas poltronas. A dignificação da classe começa e materializa-se cá “em baixo”, no trabalho de todos os dias, no contacto direto com os alunos, no investimento permanente na qualidade da nossa intervenção, no espírito de missão que nos faz não baixar a guarda da excelência profissional mesmo quando as mais altas instancias nos “maltratam”. A dignidade não cai do céu, não é diretamente proporcional ao tamanho do canudo que temos na mão. A dignidade merece-se!!!!
      2 – Os “professores-profissão” – tiram os cursos e como não arranjam ocupação concorrem para dar aulas. Façam um favor à humanidade e “desamparem-nos a loja” porque vocês são uma dor de cabeça. Sejam EXCELENTES, SEJAM EXEMPLARES na vossa área de formação e não vos faltarão oportunidades com toda a certeza. Darwin mergulhou de cabeça na globalização. Só se safam os melhores . Por isso sejam melhores.
      3- Os “professores-missão” – são professores porque entenderam que ser professor é uma missão e escolheram essa missão para profissão. Não baixam a guarda, não desistem, fazem das tripas coração, não se sentam à frente dos obstáculos exigindo que alguém os passe para o outro lado, saltam por cima deles, superam-se, reinventam-se, recriam-se, não fazem depender a qualidade da sua intervenção das condições que têm. CRIAM-NAS!!! São solidários, cooperativos, pessoas de consensos, de diálogo, de interajuda, sem maldades, sem maledicências, sem espírito competitivo, sem necessidades de ostentação. Há muitos felizmente e, mesmo sob pena de soar a imodéstia, coloco-me neste perfil. E é tão bonito, tão gratificante ser “professor-missão” . São exatamente estes e só estes os professores que dignificam a classe.
      Àqueles cuja reação instintiva foi a de crítica destrutiva, menosprezo, ridicularização, acusações sem fundamentos e até insultos, só vos posso dizer que tudo me passou, obviamente, por baixo dos calcanhares e “olhei” para vocês com compaixão quanto mais não seja porque, pasme-se, não conseguiram perceber que a peça não tinha rigorosamente NADA a ver com a profissão. E deixo uma dica: observem-se, analisem-se, num momento de introspecção olhem para dentro de vós e descubram o que é que , na realidade, vos provocou essas reações….. Eu sei, mas não digo.
      Fico-me por aqui que isto já vai longo e não ponho nem leio nem mais uma letra sobre o assunto além do mais porque não sou assídua em redes sociais. Deixo-vos assim a esgadanharem-se uns aos outros e eu vou é saltar para fora do saco. Mesmo em dia chuvoso o X, a Y e o Z são alunos que precisam de mim e estão à minha espera. Ligo e até as almas se lhes sorriem…. E a minha também, claro! Não posso nem me reservo o direito de os defraudar seja por que circunstância for.
      Utópica, irrealista e sonhadora? Não! Mesmo com 37 anos de profissão não deixei de “sonhar”, nunca deixarei , nunca farei depender a minha missão da “quantidade de dignidade” que terceiros lhe conferem nem do valor da transferência ao fim do mês.
      P.S. Nada contra ti Arlindo e aproveito para te agradecer pelo blog, pela sua excelência e pelo muito que tens feito por nós.

    • Ave do Douro on 8 de Maio de 2020 at 2:17
    • Responder

    Ainda vai ser assaltada, ou coisa pior…no meio do nada.
    Enfim, já nem sei o que dizer.
    Estes governantes só querem é clientes para o ensino superior; daí os exames…, voltar à escola para morrerem…..isso não é preocupante. o DIREITO À VIDA, O DIREITO À SAÚDE QUE SE LIXE.
    Greve, se não houver testes ao Covid – 19 para alunos, professores, etc. Quem garante que 1 pai ou mãe não infete o filho ou filha que por sua vez pode infetar outros alunos, professores, etc. e vice-versa? Todos numa salinha…. vai ser cá um calor e uma corrente de ar… constipações ou Covid?
    Este Governa quer lá saber- deviam ir todos a Tribunal se alguém (basta 1 pessoa) morrer por causa das aulas presenciais.


  6. Eu passo pelos mesmos problemas “tecnicos” q a colega… também resido numa zona em que sinal de telemovel e rede nao entram em casa… no jardim ja funciona. Pior é quando chove…. o meu filho 3 anos também participa com chamamentos, birras e brincadeiras. Faço o que posso….


    1. Quando havia escola presencial como fazia? ia para escola certo.
      Pq nao faz o mesmo que fazia antes?

        • Sílvia São Miguel on 9 de Maio de 2020 at 16:41
        • Responder

        Telegraficamente e sem direito a “debate” :
        – Não. Não poderia deslocar-me à escola para ter rede para trabalhar porque tenho 60 anos, sou doente crónica, imunodeprimida, com quase 70% de incapacidade e estou ainda, apesar do estado ter passado a “de calamidade”, absolutamente PROIBIDA de por o nariz fora da porta. Altruísmo sim, sempre que possível, mas sem por a minha vida em risco.
        – Porque é que, face à impossibilidade de intervir com os meus alunos por, a partir do início do confinamento, ter ficado praticamente com ZERO rede em casa, eu não cruzei os braços e não passei ao “estado de férias” como estão muitos colegas a fazer julgando que é assim que “dignificam a classe” ? Nunca o faria fossem os alunos quem fossem, muito menos o faria com os meus alunos de ATE, perfis muito específicos que todos conhecemos. IRIA ATÉ AO FIM DO MUNDO À PROCURA DE CONDIÇÕES PARA NÃO OS “ABANDONAR” porque enquanto estão comigo pelo menos não andam na rua a infetar-se e a infetar os outros. Que orgulho que eu sinto em ser “professor-missão” !
        – A minha escola/agrupamento é que tinha de resolver a situação ? O meu agrupamento , com espírito de missão, está a fazer TUDO o que tem ao alcance para minorar as consequências nefastas que advêm da situação que estamos todos a viver. Numa semana criou as condições necessárias para se dar a volta ao processo pedagógico e além disso está a intervir a nível social e humanitário. Que orgulho tenho em pertencer a esta “equipa- missão” ! Mas não tem, de forma nenhuma, obrigação de resolver o meu problema de falta de rede.
        – Não. Não chamei a televisão. Mas sim, aceitei fazer a peça porque senti o dever cívico de denunciar a situação da inoperância das operadoras a quem ainda ninguém tinha tocado com um dedo que fosse.
        -O objetivo da peça? Denunciar o trabalho miserável que as operadoras estão a fazer nesta fase conturbada das nossas vidas. Não se afastaram um milímetro dos seus planos e dos seus lucros para prestar um melhor serviço quando as circunstâncias obrigaram a que a quantidade de pessoas ligadas à internet quase quadruplicasse. Essa denuncia teve resultados? SIM! Esta povoação, esquecida por todos, vai finalmente ficar “mais ligada ao mundo”. E a situação resolveu-se em 24 horas !!!
        -Protagonismo? Tenho 60 anos. Foi uma vida longa com alguns insucessos, reconheço, mas repleta de sucessos pessoais, sociais e profissionais. Não preciso de mostrar nem provar mais nada a rigorosamente ninguém mas serei sempre, isso sim, protagonista da minha consciência. Até ao fim!
        – Autocomiseração por estar a dar aulas no monte? Eu nem vou desmontar o estaminé ! Estou cá com um feeling que, mesmo com todas as condições que terei brevemente para dar as aulas em casa, vou ter saudades do monte e vou lá voltar a dar aulas muitas vezes . Que paz ! Que tranquilidade………..
        – E agora “a cereja no topo do bolo”: Envergonhei a classe, tirei dignidade à classe e passei a imagem de que os professores são uns tolos. Ena!!!Isto é que sou uma traidora da classe! Caros colegas. No meu entender existem 3 tipos de professores: 1- Os “professores-caviar” – sentam-se nas suas poltronas, 3 degraus acima da “plebe” , debitando filosofias avulsas e paradigmas olhando de cima para baixo. Desçam dos vossos pedestais ! A dignidade da classe não advém da qualidade do couro das vossas poltronas. A dignificação da classe começa e materializa-se cá “em baixo”, no trabalho de todos os dias, no contacto direto com os alunos, no investimento permanente na qualidade da nossa intervenção, no espírito de missão que nos faz não baixar a guarda da excelência profissional mesmo quando as mais altas instancias nos “maltratam”. A dignidade não cai do céu, não é diretamente proporcional ao tamanho do canudo que temos na mão. A dignidade merece-se!!!!
        2 – Os “professores-profissão” – tiram os cursos e como não arranjam ocupação concorrem para dar aulas. Façam um favor à humanidade e “desamparem-nos a loja” porque vocês são uma dor de cabeça. Sejam EXCELENTES, SEJAM EXEMPLARES na vossa área de formação e não vos faltarão oportunidades com toda a certeza. Darwin mergulhou de cabeça na globalização. Só se safam os melhores . Por isso sejam melhores.
        3- Os “professores-missão” – são professores porque entenderam que ser professor é uma missão e escolheram essa missão para profissão. Não baixam a guarda, não desistem, fazem das tripas coração, não se sentam à frente dos obstáculos exigindo que alguém os passe para o outro lado, saltam por cima deles, superam-se, reinventam-se, recriam-se, não fazem depender a qualidade da sua intervenção das condições que têm. CRIAM-NAS!!! São solidários, cooperativos, pessoas de consensos, de diálogo, de interajuda, sem maldades, sem maledicências, sem espírito competitivo, sem necessidades de ostentação. Há muitos felizmente e, mesmo sob pena de soar a imodéstia, coloco-me neste perfil. E é tão bonito, tão gratificante ser “professor-missão” . São exatamente estes e só estes os professores que dignificam a classe.
        Àqueles cuja reação instintiva foi a de crítica destrutiva, menosprezo, ridicularização, acusações sem fundamentos e até insultos, só vos posso dizer que tudo me passou, obviamente, por baixo dos calcanhares e “olhei” para vocês com compaixão quanto mais não seja porque, pasme-se, não conseguiram perceber que a peça não tinha rigorosamente NADA a ver com a profissão. E deixo uma dica: observem-se, analisem-se, num momento de introspecção olhem para dentro de vós e descubram o que é que , na realidade, vos provocou essas reações….. Eu sei, mas não digo.
        Fico-me por aqui que isto já vai longo e não ponho nem leio nem mais uma letra sobre o assunto além do mais porque não sou assídua em redes sociais. Deixo-vos assim a esgadanharem-se uns aos outros e eu vou é saltar para fora do saco. Mesmo em dia chuvoso o X, a Y e o Z são alunos que precisam de mim e estão à minha espera. Ligo e até as almas se lhes sorriem…. E a minha também, claro! Não posso nem me reservo o direito de os defraudar seja por que circunstância for.
        Utópica, irrealista e sonhadora? Não! Mesmo com 37 anos de profissão não deixei de “sonhar”, nunca deixarei , nunca farei depender a minha missão da “quantidade de dignidade” que terceiros lhe conferem nem do valor da transferência ao fim do mês.
        P.S. Nada contra ti Arlindo e aproveito para te agradecer pelo blog, pela sua excelência e pelo muito que tens feito por nós.

    • Sílvia São Miguel on 9 de Maio de 2020 at 16:40
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    Telegraficamente e sem direito a “debate” :
    – Não. Não poderia deslocar-me à escola para ter rede para trabalhar porque tenho 60 anos, sou doente crónica, imunodeprimida, com quase 70% de incapacidade e estou ainda, apesar do estado ter passado a “de calamidade”, absolutamente PROIBIDA de por o nariz fora da porta. Altruísmo sim, sempre que possível, mas sem por a minha vida em risco.
    – Porque é que, face à impossibilidade de intervir com os meus alunos por, a partir do início do confinamento, ter ficado praticamente com ZERO rede em casa, eu não cruzei os braços e não passei ao “estado de férias” como estão muitos colegas a fazer julgando que é assim que “dignificam a classe” ? Nunca o faria fossem os alunos quem fossem, muito menos o faria com os meus alunos de ATE, perfis muito específicos que todos conhecemos. IRIA ATÉ AO FIM DO MUNDO À PROCURA DE CONDIÇÕES PARA NÃO OS “ABANDONAR” porque enquanto estão comigo pelo menos não andam na rua a infetar-se e a infetar os outros. Que orgulho que eu sinto em ser “professor-missão” !
    – A minha escola/agrupamento é que tinha de resolver a situação ? O meu agrupamento , com espírito de missão, está a fazer TUDO o que tem ao alcance para minorar as consequências nefastas que advêm da situação que estamos todos a viver. Numa semana criou as condições necessárias para se dar a volta ao processo pedagógico e além disso está a intervir a nível social e humanitário. Que orgulho tenho em pertencer a esta “equipa- missão” ! Mas não tem, de forma nenhuma, obrigação de resolver o meu problema de falta de rede.
    – Não. Não chamei a televisão. Mas sim, aceitei fazer a peça porque senti o dever cívico de denunciar a situação da inoperância das operadoras a quem ainda ninguém tinha tocado com um dedo que fosse.
    -O objetivo da peça? Denunciar o trabalho miserável que as operadoras estão a fazer nesta fase conturbada das nossas vidas. Não se afastaram um milímetro dos seus planos e dos seus lucros para prestar um melhor serviço quando as circunstâncias obrigaram a que a quantidade de pessoas ligadas à internet quase quadruplicasse. Essa denuncia teve resultados? SIM! Esta povoação, esquecida por todos, vai finalmente ficar “mais ligada ao mundo”. E a situação resolveu-se em 24 horas !!!
    -Protagonismo? Tenho 60 anos. Foi uma vida longa com alguns insucessos, reconheço, mas repleta de sucessos pessoais, sociais e profissionais. Não preciso de mostrar nem provar mais nada a rigorosamente ninguém mas serei sempre, isso sim, protagonista da minha consciência. Até ao fim!
    – Autocomiseração por estar a dar aulas no monte? Eu nem vou desmontar o estaminé ! Estou cá com um feeling que, mesmo com todas as condições que terei brevemente para dar as aulas em casa, vou ter saudades do monte e vou lá voltar a dar aulas muitas vezes . Que paz ! Que tranquilidade………..
    – E agora “a cereja no topo do bolo”: Envergonhei a classe, tirei dignidade à classe e passei a imagem de que os professores são uns tolos. Ena!!!Isto é que sou uma traidora da classe! Caros colegas. No meu entender existem 3 tipos de professores: 1- Os “professores-caviar” – sentam-se nas suas poltronas, 3 degraus acima da “plebe” , debitando filosofias avulsas e paradigmas olhando de cima para baixo. Desçam dos vossos pedestais ! A dignidade da classe não advém da qualidade do couro das vossas poltronas. A dignificação da classe começa e materializa-se cá “em baixo”, no trabalho de todos os dias, no contacto direto com os alunos, no investimento permanente na qualidade da nossa intervenção, no espírito de missão que nos faz não baixar a guarda da excelência profissional mesmo quando as mais altas instancias nos “maltratam”. A dignidade não cai do céu, não é diretamente proporcional ao tamanho do canudo que temos na mão. A dignidade merece-se!!!!
    2 – Os “professores-profissão” – tiram os cursos e como não arranjam ocupação concorrem para dar aulas. Façam um favor à humanidade e “desamparem-nos a loja” porque vocês são uma dor de cabeça. Sejam EXCELENTES, SEJAM EXEMPLARES na vossa área de formação e não vos faltarão oportunidades com toda a certeza. Darwin mergulhou de cabeça na globalização. Só se safam os melhores . Por isso sejam melhores.
    3- Os “professores-missão” – são professores porque entenderam que ser professor é uma missão e escolheram essa missão para profissão. Não baixam a guarda, não desistem, fazem das tripas coração, não se sentam à frente dos obstáculos exigindo que alguém os passe para o outro lado, saltam por cima deles, superam-se, reinventam-se, recriam-se, não fazem depender a qualidade da sua intervenção das condições que têm. CRIAM-NAS!!! São solidários, cooperativos, pessoas de consensos, de diálogo, de interajuda, sem maldades, sem maledicências, sem espírito competitivo, sem necessidades de ostentação. Há muitos felizmente e, mesmo sob pena de soar a imodéstia, coloco-me neste perfil. E é tão bonito, tão gratificante ser “professor-missão” . São exatamente estes e só estes os professores que dignificam a classe.
    Àqueles cuja reação instintiva foi a de crítica destrutiva, menosprezo, ridicularização, acusações sem fundamentos e até insultos, só vos posso dizer que tudo me passou, obviamente, por baixo dos calcanhares e “olhei” para vocês com compaixão quanto mais não seja porque, pasme-se, não conseguiram perceber que a peça não tinha rigorosamente NADA a ver com a profissão. E deixo uma dica: observem-se, analisem-se, num momento de introspecção olhem para dentro de vós e descubram o que é que , na realidade, vos provocou essas reações….. Eu sei, mas não digo.
    Fico-me por aqui que isto já vai longo e não ponho nem leio nem mais uma letra sobre o assunto além do mais porque não sou assídua em redes sociais. Deixo-vos assim a esgadanharem-se uns aos outros e eu vou é saltar para fora do saco. Mesmo em dia chuvoso o X, a Y e o Z são alunos que precisam de mim e estão à minha espera. Ligo e até as almas se lhes sorriem…. E a minha também, claro! Não posso nem me reservo o direito de os defraudar seja por que circunstância for.
    Utópica, irrealista e sonhadora? Não! Mesmo com 37 anos de profissão não deixei de “sonhar”, nunca deixarei , nunca farei depender a minha missão da “quantidade de dignidade” que terceiros lhe conferem nem do valor da transferência ao fim do mês.
    P.S. Nada contra ti Arlindo e aproveito para te agradecer pelo blog, pela sua excelência e pelo muito que tens feito por nós.

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