O desabafo de um colega da RAA que deixou de ter vida própria…
Caros colegas, bom dia,
Antes de mais quero clarificar, para que não fiquem dúvidas, que tudo farei (e tenho feito) para ser parte da solução e não de alargar problemas (ao contrário do que possam supor).
Contudo, há coisas sobre as quais, que não posso deixar de emitir opinião, uma vez que sou DT e que, como muitos DT, continuamos a ser os primeiros a carregar com a prestação de responsabilidades e a assegurar como ninguém, a recuperação do sistema educativo em tempos de contingência. São portanto os DT que estão, como se ouve nos filmes “who’s in charge?” (quem é o responsável?). E foram-no desde o principio e continuarão a sê-lo até ao fim, infelizmente, pelo que se vê (ou não vê).
A comunicação que reencaminhei, é mais uma prova, de que a autoridade, quando toca à necessidade de respostas, está sempre atrasada e não apoia, não trabalha na verificação, descarta quando não lhe interessa , antes de experimentar. Outra questão que partilhei com outros DT, foi o porquê da persistência num sistema, que retrocedeu, na eficiência da informação escolar (chamado SGE) e que vigorou durante 8 meses, mesmo depois de todos os incómodos causados no 1º período. E tutti silenziosi… (alguém de italiano me corrija sff
)
Tanto quanto conheço de software, em diversas áreas, os programas são testados em tráfego intenso até ao pormenor, antes da sua oficialização, pois caso contrário a falência de um setor de uma dessas empresas pode ser inevitável.
Contudo a DRE continuou a insistir… como que forçada a. Mas porquê? A razão devem ser os deuses a saber!!! Tanto quanto me parece os clientes, são a escolas e a comunidade educativa em geral, como tal, são as mesmas que deveriam ter exigido, melhores condições de trabalho ao nível dos utilizadores (e razões não faltaram como se sabe, lentidão nas confirmações, caos na partilha alunos/professores, notas de madrugada no 1º período, para só citar algumas). Mas aceitam como o islão aceita Alá.
Passando ao que interessa: ontem tentava (tem sido raro) jantar sossegado, quando recebo poucas horas após mais uma diretiva experimental da DRE, um plim no messenger, pensei, que bom a família e imediatamente abri a notificação. E o que era? (tcham tcham):
– O Tomás, radiante, ” professor, finalmente consegui abrir o SGE, o que faço a seguir?”. O bocado de bife que estava no esófago parou. E deu-me uma ligeira agonia. Pensei, como é que vou resolver mais uma vez, outra destas? Como sabem, ele tentou várias vezes com a pass do programa, cuja resposta era uma mensagem sempre sucessiva, de que a palavra passe tinha sido alterada há 21 dias. Provavelmente só nos falta como no Star Trek, fazer tele transporte e ir a casa dos miúdos e confirmar. Ora diplomaticamente emendei mais esta pela DRE (como todos os colegas DT o teriam que fazer, não deveriam e muito menos aquela hora, mas carrega DT…)
Ora bem agora chegámos ao ponto crucial:
– Sim numa altura destas temos que ter prudência, patati patata, com as posições que tomamos, sim Sr. concordo, concordo absolutamente. Mas então TODOS deverão assumir as suas responsabilidades, a saber
1º Quero acreditar que secretaria e CE, contactaram os agregados familiares para informar o contexto e as limitações da UG (unidade orgânica), numa altura destas. É a entidade que nos representa, tem e deve fazê-lo, porque se educamos, temos de respeitar EE, em aspetos que não são meros pormenores;
2º Provavelmente o sua Excia, o Secretário Regional, deve ter a quem delegar, notificações importantes, à hora do seu repasto (nós não, deve ser uma pessoa fora do comum, eminência parda, pois tem direito a essa acessoria e que pelos vistos aqui funciona como vemos);
3º Em sociedades democráticas, deverá a tutela como eles dizem e bem, auto intitulando-se, prestar contas à população alvo dos seus serviços públicos, explicando o contexto da situação e que garantias o sistema pode dar: ÀS FAMÍLIAS; sinceramente, aqui não me posso pronunciar, porque nos tempos livres, não vou a correr de certeza ver a RTP Açores. Mas se alguém tem conhecimento dessa entrevista de esclarecimento que me diga o dia e hora PF, porque irei tomar conhecimento do que foi dito (se foi) e pesquisa no site da televisão pública açoriana;
4º Se as não prestou, deve ser sido mais uma vez o DT, a ser a cara da escola, o que não deixa de ser preocupante. A RTP deveria ir muito mais além da tele escola, pois tendo havido uma captação de confiança das famílias e uma comunicação, como o Sec. da Saúde é obrigado a fazer sobre a pandemia, era o mínimo que se pedia à tutela educativa;
5º E agora peço-vos SFF, uns segundos de reflexão, para que me digam, qual o serviço público, que, nesta altura, está em escrutínio máximo, logo a seguir à saúde? Acertaram: a ESCOLA. As famílias, pais, alunos, a julgarem escola, professores, DT, etc. Posto isto não vos parece que postura perante as famílias e a nossa comunidade devia ser outra? Não tenho dúvidas que sim. Tudo o que temos recebido em termos de orientações, têm sido, reencaminhamentos, para experiências, experimentação de plataformas (já devem ter chegados às 10, em suma, informação massiva que só revela uma coisa: descarte falta de verificação e desorganização
6º A tutela não deveria esquecer-se que há escrutínio eleitoral e poderia aqui encontrar uma boa motivação para ter prestado satisfações, dado respostas concertadas e muito mais eficientes do que as que deu; são pagos por todos nós para isso e é para isso que são eleitos;
7º Quero também esclarecer o seguinte: não é o facto de ser contratado e estar com 17 horas e ter descido 5 posições em 5 anos, que me leva a expressar os meus pontos de vista, como o tenho feito. São acurados, corretos, honestos e pertinentes. Se fosse efetivo e pertencesse ao 8º escalão (nem sei quantos há) faria exactamente a mesma coisa (não duvidem);
8º Se calhar até corro riscos, porque vou ser avaliado este ano, mas ainda acredito na isenção, razoabilidade e na liberdade de expressão (Gr. utilidade espaço web); mas aqui conheço bem todas as portarias avaliativas e sei que contemplam todas as estruturas (todos os professores, CE, etc.), menos a tutela (não dá jeito);
A narrativa já vai longa (ou não), mas para aqueles que se interessarem, ou dela tomarem conhecimento, tenho o dever o moral de a emitir.
Concluo dizendo, que não retiro uma vírgula a isto e que me disponho a defendê-la perante seja quem for: entidades, pessoas, tutela, etc.
Não abdico…
Bom trabalho a todos, boa quarentena e… vou tornar a juntar-me aos meus parceiros (mas amigos, continuamos a empurrar coma barriga, comodismo luso reinante, ah grandes coletes franceses)
(Há a acrescentar despesas de comunicações sacrifício das atividades lectivas de filhos e custos com material didáticos tiradas do meu bolso)
Disponham.
Melhores cumprimentos.
Luís Nolasco Ferraz