Apesar da pandemia, há procedimentos que ainda se mantêm e que não devem ser esquecidos.
Exmo.(a) Senhor Diretor(a)/Presidente da CAP
Informa-se que está disponível, até às 18:00 horas do dia 7 de abril de 2020, a aplicação Reposicionamento 2019-Atualização destinada a atualizar o cumprimento dos requisitos de observação de aulas e/ou de formação contínua dos docentes reposicionados provisoriamente nos termos da Portaria n.º 119/2018, de 4 de maio.
Relembra-se que desta aplicação só constam os docentes que ainda se encontram reposicionados provisoriamente para cumprimento de requisitos.
Considerando o atual estado de emergência, solicita-se que as dúvidas decorrentes do preenchimento da referida aplicação sejam colocadas através da aplicação do E72, no tema: Reposicionamento- Portaria n.º 119/2018, de 4 de maio. Caso considere necessário, solicita-se que na mensagem conste um contacto telefónico de modo a agilizar o preenchimento da aplicação.
Uma medida essencial para substituir no ensino não presencial quem se encontra doente ou aposentou-se entretanto.
Exmo.(a) Sr.(a) Diretor(a)/Presidente da CAP,
Informamos que amanhã, dia 03/04/2020, será disponibilizado o módulo SIGRHE com vista à recolha de horários para a RR25.
Todas as necessidades de horários deverão ser indicadas para a RR25, tendo em vista a sua recolha.
Horários pedidos em momentos anteriores, horários não ocupados na última reserva publicada, horários que tenham sido objeto de Não Aceitação ou de Não aceitação em tempo útil, ou outras situações não serão processados automaticamente.
Face ao exposto, o calendário previsto para a RR25 é o seguinte:
Pedido de horários (AE/ENA) – Disponível das 12.00 de dia 03 até às 19.00 horas de dia 06 de abril de 2020;
Validação (DGEstE) – Disponível das 12.00 de dia 03 até às 11.00 horas de dia 07 de abril de 2020;
Nas nossas mãos (de professores e pais) temos, nada mais, nada menos, do que o futuro das novas gerações.
Por isso, a nossa opinião conta.
Há dias, o pico da pandemia no nosso país estava apontado para a 2ª semana de maio. Depois a esquipa do briefing diário veio lançar a previsão do pico ser provavelmente no dia 14 de abril. Perante os números que surgiram, no dia seguinte constatavam que esse dia ficaria adiado para final de maio. Hoje, finalmente, reconheceram que o auge e a sua duração iriam durar mais do que o esperado.
O Presidente da República anunciou que o governo teria legitimidade para alterar o calendário escolar.
Há instantes, o Professor Marcelo Rebelo de Sousa, referiu que, mais uma das opções do governo será a de definir os cenários para o ano letivo atendendo à evolução da pandemia em abril.
À imagem daquilo que já está a acontecer noutros países como Espanha e Canadá, também por cá o próprio Primeiro-ministro já veio a público adiantar que a hipótese de o 3º período vir a funcionar com ensino de telescola por televisão digital, está a ser estudada.
E eu pergunto-vos a vós – colegas de profissão – que de entre todas as vozes, é a mais importante neste momento:
-Acham que haverá aulas presenciais no 3º período?
-Como serão as avaliações de final do ano?
-Serão as mesmas do 2º período?
-O calendário das aulas presenciais do 3º período poderá ser sofrer um reajustamento e os professores e alunos serem enviados para as escolas em junho e julho (ou até em agosto)?
-O fim deste ano letivo poderá condicionar o início do próximo ano letivo?
-Se acabar mais cedo, o próximo ano começará mais cedo em setembro?
-Se acabar mais tarde, começará só em outubro?
-O recurso do ensino por telescola com 5 horas diárias e acompanhamento dos professores à distância com plataformas intuitivas, seria o mais indicado?
-E para que níveis de ensino seria aconselhável a utilização do ensino por televisão?
-Que plataforma(s) seriam mais funcionais utilizar para cada nível de ensino?
-Como incluir os alunos com dificuldades em lidar com as plataformas e os que não dispõem de computador e/ou internet?
-Neste ano letivo faz sentido a existência de provas de aferição?
-Deverão ser anulados os exames do 9º ano?
-Em que moldes se fará o acesso ao ensino superior?
-Quais serão as melhores formas de, no próximo ano letivo, serem colmatadas as lacunas criadas por este modelo de ensino à distância?
-Que medidas urgentes comportamentais, de segurança e de higiene para proteger os membros da comunidade escolar deverão ser tomadas quando se verificar o regresso às escolas?
-E, perante a muito provável chegada da 2ª vaga do covid-19 prevista para o próximo inverno – caso venha a ser novamente necessário voltar ao ensino à distância – que medidas deveriam ser tomadas para salvaguardar a continuidade pedagógica?
-Deveria ser feita uma seleção de aprendizagens fundamentais para o 3º período e para o próximo ano letivo?
-E o que poderão as escolas fazer para contribuir para o bem comum nesta luta nacional?
-O que mais vos preocupa relativamente ao ensino e à nossa atividade profissional?
-Como acham que se deveriam processar as próximas etapas de concursos/colocações de professores?
A nossa opinião conta e são muitos os que estão de olhos postos em nós… só esperamos serem ouvidas por quem de direito.
Carlos Santos
O mais difícil nem é conseguir alguns destes patrocínios da sociedade civil, mas sim saber a quem distribuir com justiça o pouco que se vai conseguindo.
#SomosSolução já fez a ponte entre a HP Portugal o Agrupamento de Escolas Cego do Maio (Póvoa de Varzim) e o Agrupamento de Escolas da Boa Água (Sesimbra)
Numa demonstração de que é possível chegar a quem precisa rapidamente e após alguns contactos com a HP Portugal foram identificados dois agrupamentos, cujos diretores de imediato garantiram as condições essenciais para receber portáteis (utilização de plataforma digitais, capacidade técnica de preparar os equipamentos, acesso à internet pelos alunos e envolvimento do diretor).
Os portáteis já foram entregues aos diretores que os farão chegar a 20 alunos carenciados destes agrupamentos.
#SomosSolução é um movimento criado em 18 de março que pretende ajudar os alunos que não têm acesso a dispositivos digitais para utilização em casa e, para isso, foi criada uma ponte entre empresários e empresas e diretores de escolas para a oferta de dispositivos (tablets, portáteis e computadores) novos e usados que as escolas emprestarão aos alunos mais carenciados.
#SomosSolução já fez a ponte entre a HP Portugal o Agrupamento de Escolas Cego do Maio (Póvoa de Varzim) e o Agrupamento de Escolas da Boa Água (Sesimbra)
Numa demonstração de que é possível chegar a quem precisa rapidamente e após alguns contactos com a HP Portugal foram identificados dois agrupamentos, cujos diretores de imediato garantiram as condições essenciais para receber portáteis (utilização de plataforma digitais, capacidade técnica de preparar os equipamentos, acesso à internet pelos alunos e envolvimento do diretor).
Os portáteis já foram entregues aos diretores que os farão chegar a 20 alunos carenciados destes agrupamentos.
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Publicado em D.R. o Decreto-Lei que cria os concursos especiais de ingresso no ensino superior para titulares dos cursos de dupla certificação do ensino secundário e cursos artísticos especializados.
Link permanente para este artigo: https://www.arlindovsky.net/2020/04/aspl-apresentou-ao-me-contributos-e-sugestoes-sobre-a-mobilidade-por-doenca-exames-nacionais-e-o-teletrabalho/
António Sorte é diretor do Agrupamento de Escolas Penafiel Sudeste, e tal como muitos dos seus colegas, tenta gerir o impacto da pandemia num dos setores de longe mais afetados pelo efeito transformador que este problema pode ter na vida da comunidade.
As exigências são descomunais, e a falta de preparação do sistema reflete-se na ausência, natural, de uma estrutura prévia que suporte um modelo de ensino à distância que se impõe, perante a perspetiva cada vez mais plausível de ausência de aulas presenciais durante o terceiro período. Na preocupação do diretor escolar, estão sobretudo os alunos mais carenciados, relativamente aos quais a ausência de acesso a computador e internet pode transformar-se em mais uma desvantagem socioeconómica, a somar-se a tantas outras.
No entanto, nem tudo são preocupações. Nesta entrevista concedida ao Penafiel Magazine, António Sorte elogia o esforço de adaptação da comunidade escolar, alunos, professores e pais/encarregados de educação, neste momento de transição abrupto e inesperado, e não esquece a proximidade mostrada pelo Ministério da Educação, câmara municipal e juntas de freguesia, na tentativa de encontrar as melhores soluções para os desafios que surgem.
Que preocupações e dúvidas mais frequentemente lhe chegaram por parte da comunidade escolar, no sentido de saber como proceder perante a decisão do fecho das escolas decretada pelo Governo?
A maior preocupação e o maior desafio da comunidade escolar prende-se com o facto de não haver uma estrutura criada, nem práticas de ensino à distância numa comunidade como a nossa. Sabemos todos que o ensino à distância implica por um lado uma plataforma tecnológica de suporte e por outro profissionais com formação. Tenho consciência que, o Ministério da Educação também o sabe, neste momento, as duas premissas anteriores muito débeis. O que implica um enorme esforço de liderança.
O cenário não é idílico, nem nunca será idílico. Por mais que tentemos, por mais que façamos,por mais que venhamos a fazer, haverá sempre que contar com contingências, todo o tipo de contingências. E essas aparecerão a cada esquina. A tutela escolas não está preparada, os professores, os alunos, os pais, as famílias, a sociedade não estão preparados e o tempo de que dispõe é curto demais para que daqui saia um cenário idílico. Convém não criar ilusões…
O cenário idílico: as crianças em casa, em frente ao computador, do outro lado o professor, entusiasta da disciplina que for, desenrascado com as tecnologias, e capaz de prender às cadeiras, à distância, uma turma de pirralhos com dez anos. A realidade: não vai acontecer o cenário idílico, temos pena, tente mais tarde. Tempo de espera previsto? Talvez uns anos. E porquê, perguntarão alguns leitores que, na sua maioria residentes de grandes centros urbanos, consideram que são tu-cá-tu-lá com as tecnologias.
O banho de realidade vem já a seguir, segure-se bem que a água nem está tépida, está gelada: um em cada cinco alunos não tem computador em casa e 5% das famílias com crianças até aos 15 anos não tem internet. Pois é. Um smartphone nem é uma banalidade neste país, acredita? Portanto, vamos lá ver: como é que vamos manter os alunos ocupados (são dois milhões de alunos, senhores!) e a aprender até ao final do ano lectivo? A resposta é simples: não vamos, não somos um país modernizado de norte a sul, de este a oeste. E, tantas vezes, demasiadas vezes, encaramos o país com os olhos privilegiados de quem mora em Lisboa ou no Porto. O país não são essas pessoas, nas quais me incluo.
Uma amiga, com a filha em casa, ela que frequenta uma escola estrangeira cujo idioma a mãe não domina, está aflita com a perspectiva de não conseguir ajudar a filha e, mais ainda, com a possibilidade da filha transitar de ano escolar sem as bases exigidas pelo programa de ensino.
Para ensinar à distância existem agrupamentos que estão a pedir computadores a empresas, e há quem se recorde do projecto Magalhães de José Sócrates, talvez não tivesse sido uma desgraça, afinal talvez até fosse uma boa ideia. À falta de meios, das famílias e dos professores, há ainda que ter em conta que a miudagem não está habituada ao teletrabalho escolar e, tantas vezes, não terá a concentração para tanto. Não me refiro aos alunos universitários, esses sim, estão prontos para trabalhar remotamente (assim tenham como), quanto mais não seja porque têm outra capacidade de concentração e de compreensão sobre os dias que estão a viver. Os miúdos são vítimas do momento que atravessamos, as famílias não têm resposta, o país não tem condições, não há lugar para ilusões. Volta-se a falar de aulas através da televisão. Seja, vamos a isso, mas à portuguesa vamos ter de criar duas comissões, três gabinetes e um protocolo e regulamento, que a burocracia está mais no nosso sangue do que qualquer outra coisa. Num cenário idílico este último período escolar teria salvação? Sim, isso e porcos a andar de bicicleta também andariam pelo ar a deixar-nos os bens essenciais para sobreviver ao isolamento profilático.