Professora de escola em Leiria infetada com coronavírus
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Mar 22 2020
Saí de casa e fui caçar.
Era madrugada, pelo que considerei que a hipótese de ter outros predadores por perto seria menor. Armei-me com luvas, máscara, chapéu, óculos e álcool e coloquei o pé fora da porta.
Porém, mal o fiz, já a minha vizinha me chamava da janela. Encarecidamente, pediu-me que lhe trouxesse umas coisinhas, já que ia às compras. Tive de assentir, percebendo agora a razão da velhaca, que nem sequer está no grupo de risco, me ter oferecido limões na semana passada.
De modo que não tive alternativa a não ser dizer-lhe que me enviasse a lista para o telemóvel.
Mal cheguei ao local avistei apenas outros quatro caçadores e animei-me com a perspetiva de a manhã decorrer tranquila.
Contudo, sorrateiramente, posicionaram-se atrás de mim, matreiros e expectantes, outros dez caçadores ávidos de presas. Para piorar o cenário, recebi a lista de compras da vizinha.
Não eram umas comprinhas, era um tratado de bens que me obrigaria de revirar todas as prateleiras, marca por marca.
Respirei profundamente, tentando memorizar as necessidades que me levavam ali e aguardei pacientemente a abertura de portas, a 3 metros de distância do caçador da minha frente. Na minha imaginação, a coisa resolver-se-ia desde que eu organizasse o percurso sem recuos ou detenças.
Abriram-se, então, as portas e seguimos ordeiramente.
Primeira secção: frutas e legumes. Atiro nas maçãs, pêras, perscruto as mangas encomendadas pela vizinha e eis, então, que um desgraçado se cola a mim para revirar as laranjas uma por uma. Dou um salto para trás com o susto da excessiva proximidade e reposiciono-me na zona das batatas.
Respiro fundo, mantenho-o debaixo de olho, e volto a disparar nas cebolas que caiem certeiramente no meu carrinho.
Inexplicavelmente, uma mulherzinha cola-se em perigosa proximidade ao meu corpo, raios parta isto, nem tem máscara, nem luvas, nem o diabo, sinto-lhe o bafo a menos de um metro, vai dar-me uma síncope cardíaca!
Ai deus do céu, se me fino nos legumes já não chego aos congelados…
Arranco dali disparada com o carrinho, perscrutando os intervalos dos transeuntes para passar incólume, como se isto fosse uma corrida de obstáculos.
E é, porque mal chego aos iogurtes, deparo com um casal entretido a lamber rótulos e a discutir animadamente qual a marca que deve levar. Agarro velozmente os primeiros que o meu olhar alcança e sinto o suor a escorrer fininho pela testa.
Prossigo para as bolachas, a cabrona da vizinha quer umas de chocolate branco da marca “Cupita”. Perscruto à esquerda e à direita das prateleiras: uma selva de bolachas, é o que isto é. Há bolachas da marca branca, marca azul, com pepitas, sem pepitas, com recheio duplo e duplicado, bolachas roscas e bolachas espalmadas. Há tudo, tudo, menos as p#€@s das bolachas da marca “Cupita”.
Aproxima-se um repositor, dou três passos para trás, vai de retro que nem máscara, nem luvas, tens sorte ó desgraçado que és chavalo e de ti não quer o Coronavirus saber. Grito-lhe da outra ponta do corredor se me sabe dizer onde encontro as “Cupitas”. Aponta com um dedo simpático e arranco a toda a brida para as agarrar numa penada, antes que chegue o senhor obeso que tem ar de quem vai açambarcar a prateleira toda.
Sigo para o leite, agarro numa embalagem e perscruto a vizinhança. Está livre, posso passar, avanço para as bebidas alcoólicas. Na lista da outra estão três garrafas de vinho do Douro. Três garrafas de vinho do Douro! Não pode ser alentejano, nem ribatejano, é fina na pinga que toma, a desgraçada. Nova selva de garrafas. Vejo tudo menos o Douro.
Da esquerda, aproxima-se uma mulherzita a tossir. Ainda vem longe, dá tempo de encontrar o Douro, o meu olhar saltita, mas o suor abunda e, agora, fiquei com os óculos todos embaciados. Não vejo nem o norte, nem o sul, apenas um vulto que se acerca a tossir. A tossir, mãe do céu!!!! O Coronavírus a andar sobre pernas, meu Deus, vou morrer aqui e agora toda contaminadinha, é agora que vou encomendar as minhas últimas preces.
Agarro uma garrafa qualquer, álcool é álcool, a p#€@ da vizinha nem sequer pode reclamar que eu estou a arriscar a minha vida nesta caçada, e atiro-a com vigor e de forma certeira no carrinho, acelero, o carro desliza.
Está tudo bem, estamos bem, a gaja que tosse ficou nas minhas costas, tiro os óculos para os desembaciar.
Carago, acabei de mexer na cara.
Acabei de mexer na cara.
ACABEI DE MEXER NA CARA!!!!!!
Perscruto no bolso a micro embalagem de álcool que me há de salvar a vida, besunto as lentes, besunto as luvas… f#€@-se!! A embalagem escorregou-me para o chão: eclipsou-se debaixo da última prateleira. Corro desalmadamente para os produtos de higiene, vasculho o álcool, onde está o álcool? Agarro na última garrafa com vida, despejo-a em cima de mim, mais valia imolar-me aqui e agora, p#€& que pariu esta m#€&@ toda!!!!
Regresso ao carrinho, conduzo-o velozmente para a caixa de pagamento, consigo miraculosamente ficar numa fila veloz, e atiro energeticamente toda a caça para o tapete rolante.
Olho em redor, todos aqueles rostos, com e sem máscara, com e sem luvas, um deles, um deles vai estragar esta gaita toda, um deles, vai tocar, vai tossir, vai conspurcar isto tudo… Benzo-me com mais um pouco de álcool, a menina da caixa sorri, até me enerva com tanta simpatia, esfrega álcool à sua volta como se se estivesse a embrulhar numa bolha e eu fujo dali para fora à velocidade máxima com o carrinho a abarrotar de nervosismo.
Mais álcool no puxador do carro, toca a despejar tudo lá para dentro, sento-me quietinha ao volante, respiro fundo. Lentamente recupero a tranquilidade, cheguei inteira, o vírus ficou do lado de fora, se entrou já o suei em pinga.
É, então, que começo a descalçar as luvas e, estupefacta, reparo: tenho um rasgão na luva direita.
TENHO UM RASGÃO NA LUVA DIREITA!!!!!
Despejo mais álcool nas mãos, meto álcool na embalagem de álcool que também deve estar contaminada, mais álcool outra vez no volante que deve estar contaminado, mais álcool no banco porque a roupa está contaminada, mais álcool nas calças porque toquei com as mãos que tinham luvas rasgadas nas calças, mais álcool… . Não pode ser… acabou-se a embalagem. Caraças, pá!! Que chumbada! Saí de casa, fui caçar e esqueci-me de encher a caçadeira??????
Nota – o presente texto, de caráter irónico não pretende iludir a gravidade dos acontecimentos que vivemos presentemente. Acima de tudo, deseja que o leitor adquira consciência e não saia de casa apenas por um pacote de batatas fritas, avaliando os bens que são supérfluos ou de primeira necessidade.
Fica, igualmente, aqui o profundo agradecimento aos funcionários deste e de todos os serviços que asseguram o nosso bem-estar no presente momento.
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Mar 22 2020
A LEGO Group adquiriu a plataforma BrickLink que possui mais de um milhão de membros e compreende um mercado on-line de mais de 10.000 lojas de 70 países; um software de construção digital onde os construtores podem projetar e exibir suas criações; e uma vibrante comunidade on-line onde os fãs compartilham idéias desenvolvidas. Uma boa forma de desenvolver o racicionio lógico em crianças e adultos.
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Mar 22 2020
…
Vivemos num mundo de grande hipocrisia social. Não há muito tempo víamos, aqueles que hoje batem palmas ao Serviço Nacional de Saúde (SNS), a criticarem a greve dos enfermeiros, que reclamavam melhores condições de trabalho, seja financeiro, seja de meios, para evitar a debandada em massa, emigrando, que existe na classe.
Perceba-se que as condições dos profissionais de saúde, sejam médicos, enfermeiros ou auxiliares, são as condições do próprio SNS que está em causa. Mas na altura ninguém veio à janela aplaudir as reivindicações. Vieram, isso sim, criticar e até chamarem-lhes “assassinos” por estarem a brincar com a saúde dos portugueses.
Pode ser que esta crise provocada pelo coronavírus nos leve a todos a uma profunda reflexão sobre a sociedade global e que nos faça entender o que de facto é essencial para a nossa sobrevivência em comunidade.
Deveremos colocar no topo das prioridades nacionais, em conjunto com outras áreas, como a educação, as que mantêm a sociedade em funcionamento fazendo com que no meio de uma crise mundial possamos ter, saúde, educação e bens de primeira necessidade!
Temos de ser, hoje e sempre, todos SNS!
In Público
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Mar 22 2020
Estúpidos e burros, não têm outro nome…
Como é que se pode ser tão ignorante?
Como?
Marginal cheia na Póvoa de Varzim e Vila do Conde em tempos de isolamento
PS:
Leitura aconselhada aos ignorantes da Póvoa de Varzim e Vila do Conde – eu se morasse lá morria de vergonha:
A Direção-Geral da Saúde (DGS) avisa que o novo coronavírus pode ficar em superfícies durante algumas horas e até 6 dias, razão que levou a emitir uma orientação de limpeza e desinfeção específica aos estabelecimentos de atendimento ao público ou similares que continuam abertos.
São 14 páginas que detalham todos os cuidados mais apertados de limpeza a ter nestes tempos de pandemia.
Aqui:
Download do documento (PDF, Unknown)
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Mar 22 2020
Estas forma as principais ideias, que ditas em catadupa provocando alguma dificuldade em acompanhar, se conseguiram apanhar:
“Este é o maior desfia, na Europa, para o sistema de ensino.”
“Parece que já passaram 5 semanas mas passaram apenas 5 dias.”
“Seria totalmente errado dar instruções sobre o que se irá passar daqui a um mês.”
“Palavra de reconhecimento aos professores por tudo que têm feito.”
“Todos estão a dar o seu melhor, a escola tem estado a trabalhar para se adaptar.”
Datas dos exames: “não vamos criar nenhum alarmismo social”
“O que sabemos agora é que se deu uma grande transformação num curto estado de tempo.”
“Sabemos que temos uma significativa parte dos alunos que não têm acesso ao digital e estamos a trabalhar com várias entidades para lhes fazer chegar em suporte físico material para estudar.”
“O terminus do 2.º Período é, neste momento, o grande objetivo.”
“Estamos muito centrados nestes 15 dias que aí vêm. Temos que ir dando passos em relação ao que aí vêm. É um novo paradigma o que estamos a viver e para o qual não estávamos preparados. Estamos a estudar novos cenários para o que aí vem.”
“Temos estado a estudar novas formas para articular e contruir este novo paradigma. ”
A mensagem deixa no ar alguma confusão…
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Mar 22 2020
É uma medida de equidade…
Os alunos de Gondomar que não têm computador em casa vão receber tablets para ser assegurado o ensino à distância, no âmbito das restrições impostas devido à Covid-19. Serão emprestados já na próxima semana pela Câmara, que tem disponíveis 800 numa primeira fase.
In JN
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Mar 22 2020
Desta feita, é uma escola da cidade de Viseu que encerra para quarentena devido ao COVID 19. Durante a manhã fomos informados que o número de infetados aumentou em um docente confirmado com a infeção.
Há dois casos confirmados de pessoas contaminados com o novo coronavírus na escola Emídio Navarro, em Viseu. Um dos casos está no Hospital da Guarda, o outro em isolamento em casa. As autoridades de saúde colocaram já muitas dezenas de pessoas em vigilância ativa e apelam à comunidade educativa deste estabelecimento de ensino para terem em consideração as informações que estão a ser transmitidas pela Autoridade de Saúde do ACES Dão Lafões.
Docentes, funcionários, alunos e encarregados de educação estão a ser informados da situação. Há vários testes que também estão a ser efetuados e foram enviados para o hospital da Guarda, uma vez que os professores infetados deram aulas antes da pausa decretada pelo Governo. A escola vai estar totalmente fechada nos próximos 14 dias.
Numa nota divulgada à comunidade educativa através da página online, a direção da escola escreve que na sequência da “identificação dos casos confirmados de Covid-19, cuja investigação epidemiológica está a decorrer, reforça-se a necessidade de cumprimento das medidas de prevenção”.
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