Portugal perdeu 8767 escolas neste século
Desde o início do século XXI, Portugal perdeu praticamente metade (49,5%) das suas escolas, passando de 17 351 no ano letivo 1999/2000 para 8584 em 2016/2017, avança o “Correio da Manhã” esta terça-feira.
O maior decréscimo ocorreu nos estabelecimentos públicos: passaram de 14 748 para 5923, durante o mesmo período – um quebra de quase 60%. Por sua vez, o número de escolas privadas aumentou ligeiramente – de 2603 para 2661.
Os dados constam na 6ª edição do ‘Retrato Territorial de Portugal’, do Instituto Nacional de Estatística (INE).
Os municípios do Porto e de Odivelas revelaram ser aqueles que apresentam melhores resultados. “Mais de 90% do território dos municípios do Porto e de Odivelas tinham um estabelecimento de Ensino Pré-escolar e de Ensino Básico a 15 minutos de distância a pé”, aponta o INE.
O retrato do INE revela ainda que “84,7 por cento da população dos 6 aos 14 anos estava a 20 minutos de um estabelecimento de Ensino Básico”; ao mesmo tempo, mais de metade, “56,2% da população dos 15 aos 17 anos encontrava-se a 25 minutos de um estabelecimento de Ensino Secundário”.
2 comentários
Uma grande parte delas acho que se justifica, houve uma racionalização de recursos e até me parece que funciona melhor assim. Os meus pais são de Trás-os-montes onde todas as aldeias ficaram sem escola (algumas não tinham mais que 2 ou 3 alunos do 1º ao 4º ano) e todas as crianças passaram a ir à escola na vila do concelho, onde usufruem de melhores condições e estão inseridos numa escola com muitos alunos, que me parece bem mais indicada…
Haverá certamente casos em que a opção é discutível, mas no geral acho que a redução do número de escolas fez sentido. Podia até servir para usar essas poupanças para investir noutras componentes da educação… e aqui é que a «porca torce o rabo», já que estas poupanças, não só não foram usadas na educação como ainda lhes juntaram mais cortes que fazem com que, atualmente, Portugal seja um dos países da UE que menos investe na Educação, em função do PIB… estas coisas pagam-se, mais tarde ou mais cedo, com mais ou menos consciência…
Muito bem, Paulo Anjo.
Mas também podes falar das escolas do pré-escolar com 1, 2 ou 3 crianças. Muitas delas com a educadora, educadora de apoio e assistente operacional. No inverno, passa -se semanas onde nenhuma criança vai à escola.
Paga -se a 3 profissionais para nada. Viva o estado social. Depois queixam-se que não há dinheiro para as progressões!
Racionalizem o sistema e acabem com estes desmandos, que se verificam amiúde pelo interior do país…
Ponham este país em ordem!