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Dez 23 2019
Recebemos este email que a CGA enviou a uma colega. A questão era, como é contabilizado o tempo de serviço aos docentes em meia jornada para efeitos de aposentação.
A resposta foi:
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Dez 23 2019
Encontra-se disponível no SIGHRE a aplicação para os procedimentos concursais de regularização no âmbito do PREVPAP destinados aos Técnicos Superiores
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Dez 22 2019
O presidente da Associação Nacional de Directores de Agrupamentos e Escolas Públicas (ANDAEP), Filinto Lima, tem vindo a defender a “semestralidade” na organização do calendário escolar, tendo apresentado recentemente, em artigo no JN de 10 de agosto, as vantagens da organização semestral do ano letivo. Segundo ele, a organização semestral é preferível à trimestral porque: i) – dois períodos de duração equivalente motivam mais os alunos para a aprendizagem até ao final do ano; ii) – aumentaria o sucesso escolar uma vez que, no final do primeiro semestre, nenhum aluno estava condenado à retenção, como acontece agora a alguns alunos com negativa no primeiro e no final do segundo período; iii) – diminuiria o trabalho burocrático dos professores que deixariam de ter três reuniões de avaliação anual para passarem a ter duas e, finalmente, apresentou uma vantagem colateral: iv) – diminuir-se-ia a despesa da educação por força da redução do número de retenções (!).
São estas as vantagens que Filinto Lima vê no modelo de organização do ano letivo por semestres. Curiosamente, Filinto Lima só vê vantagens e não consegue vislumbrar nenhuma desvantagem. Nem sequer a desvantagem óbvia de querer aplicar o modelo de avaliação dos alunos do Ensino Superior aos alunos dos Ensinos Básico e Secundário, como se os objetivos da avaliação e a maturidade dos alunos fossem semelhantes.
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Dez 22 2019
E mais não digo…
Ministros e secretários de Estado têm mais 8,8 milhões de euros para fazer face a gastos em 2020, um aumento de 13,7% face à verba atribuída para este ano.
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Dez 22 2019
Fomos surpreendidos com a medida implícita no programa do governo para 2020 que pretende terminar com as reprovações de alunos ate ao fim do ensino básico. Estima-se que esta medida irá poupar aos cofres do estado cerca de 250 milhões de euros, visto que é estimado que cada um dos 50 mil alunos que, em média, reprova todos os anos, custe cerca de 5 mil euros ao estado. Mas, quanto custará esta medida no futuro?
Numa primeira instância, é custoso perceber que as decisões que regem o programa de governo versam sobre a actualidade, mais do que o futuro. Esta medida em concreto só pode existir num programa que verse o presente financeiro do país e não a visão de futuro que deveria pautar a todos os que governam.
Esta medida irá ter fortes repercussões nas vidas dos agora estudantes, bem como na vida do nosso país num futuro a médio prazo.
Por um lado, os estudantes são empurrados para o fim do ensino básico sem o critério basilar do ensino: o prevalecer do mérito em oposição ao facilitismo desgovernado e à comparação de todos de olhos fechados. Não estou com isto a defender o método de ensino geral que, muitas das vezes, não permite distinguir, também ele, o mérito individual. No entanto, estará mais perto disso do que a proposta em causa.
Por outro lado, ao terminar a ideia de reprovação no final do ano, termina, também, a percepção implícita de que um determinado nível de trabalho e de critério é necessário para poder avançar na escada do ensino. Esta medida é um assumir a escola como parte obrigatória da vida e todos bem sabemos o que sentimos ao ser obrigados a alguma coisa. Não é por ser obrigatória ou não, mas o dever de cumprir e atingir objectivos é fulcral na obtenção de metas e na motivação de quem trabalha e quando me permitem trabalhar para obter, o obrigatório esbate-se na minha dedicação. Assim, iremos premiar os medíocres e dificultar o crescimento dos aplicados. Desengane-se quem acha que, de forma natural, quem é bom continuará a sê-lo e quem é mau terá incentivo. Várias desigualdades de aprendizagem vão ser criadas pois passarão todos, independentemente da sua postura, evolução, conhecimento, trabalho, mérito.
No entanto, esta medida não termina com o insucesso escolar, apenas o esconde. É um sacudir do problema para debaixo do tapete, mas ele irá aparecer mais à frente. Mais, isto só mostra que quem gere o ensino em Portugal acha o sucesso escolar é medido pelo reprovar ou passar de ano, o que é falso. Sucesso escolar é aprender e saber utilizar as aprendizagens. Passar por passar irá ficar caro no mercado de trabalho e no contributo activo de cada indivíduo para a sociedade onde se insere. Uma vez mais, a escola não significa tudo e claro que todos são aptos a dar o seu contributo na comunidade e a acrescentar valor à mesma. Mas, como referem todos os indicadores, a formação está na base das sociedades evoluídas e diferenciadas, gerando mais emprego e desenvolvimento. O fim das reprovações, ao colocar em causa a motivação central da aprendizagem obrigatória, coloca em causa a percepção de importância do desenvolvimento pessoal e do enriquecimento do conhecimento. Mas acrescento mais dúvidas quanto à visão da sociedade no futuro. Como será encarado por quem emprega estas pessoas que passaram administrativamente? Haverá suficientes pessoas formadas para as necessidades do país? Não estaremos a criar mais pessoas não universitárias, quando o objectivo era aumentá-las? Qual o valor que iremos todos pagar enquanto sociedade pela perda de qualidade de quem formamos?
Não, não é suposto que as crianças sejam condicionadas na sua aprendizagem onde lhes é exigido que deixem de ser crianças para apenas se focarem nas notas escolares como prova de inteligência. Não, de todo! Não é suposto que as notas finais sejam os únicos critérios de avaliação da prestação de um aluno que ao longo do ano trabalhou, vendo a sua prestação reduzida para o resultado de duas ou três provas. Não. Não é esperado que todos sejam Einsteins ou Hawkins pois é na diferença e na sua promoção que residem muitas das aprendizagens essenciais. O problema é que poderíamos ter mais Einsteins ou Hawkins e podemos estar a travar-lhes a motivação para o serem.
No entanto, da mesma forma que não é bom para a percepção de esforço do aluno que a matéria que lhe é leccionada lhe seja muito fácil, pedindo aqui a elasticidade possível dos professores para as diferentes fases de aprendizagem de cada aluno, não pode então ser suposto que um aluno, apenas por o ser, veja o objectivo de um ano de aprendizagem e trabalho ser alcançado no início do ano com uma passagem de ano por decreto. Passar de ano é o objectivo de cada aluno, ponto. É, se tudo estiver certo, o condicionamento que o faz querer aprender, dedicar-se, desenvolver-se, estudar e demonstrar o que vai interiorizando da forma como o professor achar mais adequada.
Por isto, é importante não permitir que as reprovações terminem de forma a possibilitar a manutenção do incentivo à aprendizagem e ao desenvolvimento dos indivíduos, tão essencial a um mundo mais desenvolvido com pessoas mais preparadas.
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Dez 22 2019
Na próxima edição o tema deverá ser “Os princípios éticos de como tratar o corpo docente”…
Governo anuncia Prémio Gandhi de Educação para a Cidadania
O Governo vai lançar o Prémio Gandhi de Educação para a Cidadania, revelou este sábado o Ministério da Educação, adiantando que a iniciativa, a envolver as escolas, incidirá na primeira edição sobre os princípios éticos para o bem-estar animal.
O prémio, com periodicidade anual, é “inspirado nos pensamentos e afirmações” do líder indiano Mahatma Gandhi (1869-1948).
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Dez 21 2019
Se as houvesse mais coragem em denunciar, de certeza, seriam mais as averiguações em curso. Se individualizassem as denuncias (por individuo ocasionalmente inflacionado) as averiguações acumular-se-iam nas secretárias…
Inspeção-Geral da Educação abriu mais dois processos disciplinares no Externato Ribadouro e tem cerca de duas dezenas de averiguações em curso. Inflação de notas subverte acesso ao ensino superior .
O inquérito ao estranho caso das turmas de 10º ano do Externato Ribadouro, no Porto, em que 95% dos alunos tiveram 19 e 20 valores a Educação Física e a classificação mais baixa foi de 18, está concluído e aquele que é um dos maiores colégios do país vai enfrentar mais dois processos disciplinares: um sobre a administração e outro sobre a diretora pedagógica.
A responsável enfrenta um segundo processo, noticiado pelo Expresso em novembro, e que decorreu também da averiguação da Inspeção-Geral da Educação e Ciência (IGEC) sobre as classificações dadas pelos professores. Neste caso, foi a atribuição de um “número significativo de classificações elevadas em disciplinas do 12º ano não sujeitas a exame nacional” que gerou a suspeita. Além desta investigação, o Ministério da Educação (ME) indica que “estão cerca de duas dezenas de processos em curso”, relacionados com a mesma prática.
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Dez 20 2019
As contas são fáceis.
230 deputados.
Abstenção – 1
Contra – 113
A favor – seriam 116 se estivessem todos presentes, mas não estavam.
Se os senhores deputados estivessem todos presentes a proposta de recuperação de tempo de serviço teria sido aprovada e justiça teria sido feita.
(Que venham outra vez dizer que os professores faltam muito…)
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Dez 20 2019
Título: “Sisters” | Autores: “Anchi Shen“
Uma garota tenta surpreender sua irmã mais velha. No entanto, as coisas não correram como ela esperava……
Até à próxima semana ou todos os dias em facebook.com/cinemasemconflitos
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Dez 20 2019
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Dez 20 2019
Caro(a) Diretor(a) / Professor (a) do Agrupamento/Escola
Pela primeira vez o E360 foi testado com um número significativo de Escolas a trabalhar em simultâneo e, como puderam constatar, ocorreram dificuldades não previstas. Estamos muito conscientes dos transtornos que poderão ter ocorrido e, a partir do momento em que foi detetado o problema, diligenciámos para que fosse rapidamente solucionado.
Assim, e de forma a solucionar esta situação, encontramo-nos a realizar melhorias na infraestrutura e prevemos que a partir das 15h00 o E360 se encontre a funcionar com normalidade.
Pedimos desculpa pelo incómodo causado por esta situação e agradecemos a vossa compreensão.
Com os melhores cumprimentos,
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Dez 20 2019
Joaquim Sousa foi condenado a seis meses de suspensão (que já cumpriu) sem vencimento. Juiz diz que o processo disciplinar prescreveu. Secretaria Regional da Educação da Madeira vai recorrer.
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Dez 19 2019
Já não basta as grelhas e os grelhados… agora nem as plataformas estão acessíveis…
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Dez 19 2019
Parabéns.
Carlos Portela, 53 anos, docente de Física e Química na Escola Secundária Dr. Joaquim de Carvalho, na Figueira da Foz, foi eleito, esta quinta-feira à tarde, o Professor do Ano 2019.
A escolha, anunciada pela EDULOG, da Fundação Belmiro de Azevedo, em conjunto com a Casa das Ciências distingue anualmente um professor a quem reconhece o mérito como docente do ensino básico ou secundário e da sua disponibilidade de partilhar a sua experiência com os colegas.
“Fiquei surpreendido com a distinção mas penso que, com toda a justiça, o prémio é extensível aos meus colegas e à escola onde trabalho há 27 anos e que proporciona todas condições, físicas e psicológicas, para que os professores possam trabalhar com gosto e sucesso”, disse ao JN. Carlos Portela leciona, elabora manuais escolares, faz formação de professores e participa em diversas publicações da área das ciências.
“O que eu gosto de fazer é dar aulas”, referiu. Atualmente, leciona apenas a turmas do 10º e, pelo menos, uma vez por semana as aulas são experimentais. “Os alunos têm sempre muitas perguntas e nós, os professores, temos de ter tempo para lhes poder responder”, afirmou o docente que faz questão de relacionar a Física e Química com as artes, a tecnologia “e o mundo em geral”. O resultado das experiências e das discussões técnicas são depois partilhadas com toda a comunidade docente.
Fonte JN
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Dez 19 2019
É evidente que a escola tem um papel essencial na resolução dos problemas dos seus alunos, especialmente os disciplinares, mas conseguirá resolver sozinha os mais profundos?
O problema da indisciplina nas escolas não é novo, encaramo-lo como uma fatalidade que apenas diz respeito às escolas. Observamos do alto na nossa preocupação moral e centramo-nos naquele espaço escolar, confinado por muros e portões, servindo-nos destes limites para reduzir a nossa preocupação e responsabilidade.
Mesmo com a perceção de que a indisciplina se tem acentuado recentemente, convencemo-nos que é um problema localizado e circunscrito a um conjunto de pessoas e a um conjunto de edifícios. De forma mais ou menos consciente, a comunidade acredita que aquela escola é a única responsável pelos casos de indisciplina que ali acontecem. Acredita-se que, enquanto especialistas da educação, devem ter a capacidade de aplicar uma fórmula científica e assim controlar todas as atitudes e personalidades dos seus alunos.
É evidente que a escola tem um papel essencial na resolução dos problemas dos seus alunos, especialmente os disciplinares, mas conseguirá resolver sozinha os mais profundos? Quando conhecemos os fatores externos à escola entendemos que a origem dos comportamentos dos alunos vem, na maioria das vezes, do mundo além portões.
Verifica-se que as famílias que vivem momentos traumáticos, muitos originados por constrangimentos financeiros, existência de violência ou de dependências, são em regra geradoras de crianças com problemas comportamentais. Questionamo-nos então, que instrumentos possuem as escolas para trabalhar os fatores externos a fim de enfrentarem o termo da indisciplina com ações preventivas e colaborativas? Talvez muito poucos.
O principal elo de ligação escola-família é o diretor de turma de quem se espera, além de muitos procedimentos administrativos, o bom senso e sensibilidade necessários para gerir todas as questões gerais da turma e de cada aluno. Quando os problemas comportamentais e/ou familiares de um aluno ultrapassam certos limites, o diretor de turma não tem, na escola, instrumentos para intervir, restando-lhe comunicar à direção do agrupamento que por sua vez terá apenas em vantagem uma maior autoridade para intervir ou em acordos com o aluno e família ou punitivamente.
A existência nas escolas de gabinetes de apoio com diferentes especialistas, como psicólogos clínicos, assistentes sociais, animadores/agentes culturais e outros, é ainda uma exceção alcançada pontualmente com parcerias dependentes da boa vontade e proatividade de alguns responsáveis locais ou regionais.
O Senhor Secretário de Estado João Costa reconheceu, esta terça-feira, em audição efetuada na Comissão Parlamentar de Educação, Ciência, Juventude e Desporto, que as lacunas em competências sociais e emocionais constituem as principais barreiras ao sucesso e que tradicionalmente não são campos trabalhados nas escolas.
Espera-se que este reconhecimento seja um bom pronúncio. Talvez um dia seja implementado um plano integrado para todo o país que preveja a existência regular e institucional de parcerias entre ministérios, como o da saúde, segurança social e justiça, e ainda a permanência na escola de outros especialistas em competências comportamentais e sociais, não se podendo esperar que todos os professores sejam peritos em gestão de conflitos, psiquiatria, ação social e outras áreas que poderão prevenir a indisciplina e violência nas escolas.
As consequências da indisciplina nas escolas não estão integralmente aferidas, parece haver um preconceito com o tema, mas é certo que os danos provocados nos processos de ensino e de aprendizagem na sala de aula e nas vítimas de violência nos espaços escolares são nocivos para todos nós, sociedade. Façamos todos um mea culpa e atuemos até onde podemos para melhorar a qualidade de vida na permanência dos alunos, docentes e não docentes nas escolas.
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Dez 19 2019
Na Checklist de Natal de qualquer professor, consta:
-Veres contabilizado o tempo de serviço que trabalhaste, garantirem-te uma aposentação enquanto ainda não estás totalmente senil e, finalmente, veres devidamente reconhecida a importância da profissão que desempenhas;
-Poderes deixar a pasta da escola no carro ou arrumada num armário fechado a cadeado e teres o sentimento sublime de deitares a chave fora (embora tenhas a noção de que daqui a pouco tempo tenhas de arrombar o cadeado, pois lembraste-te que há coisas a preparar antes de recomeçarem as aulas, o prazer de fazeres a chave voar para nenhures já ninguém te tira!);
-Num ritual de purificação, livrares-te de todos os Post-it e anotações e limpares a agenda;
– Levando em consideração que ingerir alimentos enquanto trabalhavas, abordavas e tratavas de assuntos da escola e de alunos não é considerado repasto, comeres pelo menos uma refeição por dia descansado, irá ser um feito;
-Ficares acordado até depois da meia-noite… sem ser a trabalhar;
-Sentires o apogeu da felicidade humana por teres a possibilidade de ires à casa de banho sempre que te apetecer;
-Acordares de forma natural depois do sol se levantar, pois desligaste o despertador;
-Não reconhecendo em ti mesmo nenhum indício de senilidade, sentires uma inefávelfelicidade por estares desorientado e não saberes em que dia da semana estás;
-Não receberes mais emails da escola durante estes dias;
-Longe de ser impossível, verás que vestires o teu pijama pelo menos três dias seguidos será digno de registo;
-Veres as séries da Netflix sem adormeceres nem teres de andar sempre a repetir o mesmo episódio;
-Voltares a poder ter as tuas prioridades por ordem, como um ser humano normal: dormir, escutar o silêncio, respirar, comer (por esta ordem) e voltares a dormir e sonhares com o maravilhoso momento em que deitaste fora a tal chave e ignoraste o despertador;
Depois de teres saboreado uns fragmentos de liberdade, é possível que neste momento já tenhas a sensação de que voltaste a viver novamente.
-Mas é lá possível esquecer o maior de todos os desejos?
No teu lar, depois de verificarem que cumpriste a maior parte desta lista, irão poder comemorar o facto de finalmente teres sido devolvido à tua família.
Feliz Natal
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Dez 18 2019
Este artigo vem no seguimento do texto “ficcional” da Diana Souza que é uma realidade na esmagadora maioria das escolas. O preenchimento de papeis, muitas vezes inúteis, acontece numa escalada galopante de ano para ano e hoje em dia os conselhos de turma são praticamente passados a preencher documentos e papeis que dificilmente terão alguma aplicação prática.
Sabendo eu disso e estando as escolas obrigadas a transcrever para ata as medidas universais aplicadas aos alunos procedi à construção de uma aplicação informática, que para além de facilitar a introdução destas medidas em função das dificuldades os alunos constrói de forma automática o texto para a ata, sem falhas ou erros.
Para além disso permite que as medidas a qualquer momento sejam avaliadas ou as dificuldades superadas pelo professor de forma individual e validadas depois num próximo conselho de turma com o registo em ata.
Assim, posso dizer que não existe uma única folha de papel na minha escola para os conselhos de turma para dar resposta ao artigo 8.º do Decreto-Lei n.º 54/2018 e torna-se muito mais eficaz avaliar em grande escala a as medidas aplicadas aos alunos.
E este foi o manual enviado a todos os professores para apoio ao preenchimento da aplicação.
A aplicação tem sido construída com o apoio do João Carlos Fonseca que também aqui no blogue me tem apoiado nestas aplicações.
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Dez 18 2019
(A presente cena ocorre numa das incontáveis reuniões de conselho de turma de 3º ciclo, de final de 1º período, professores sentados em torno de mesas em circulo, ar cabisbaixo, taciturno e quase desesperado, resmas de papel espalhados, ouvem-se vários suspiros de contrição. Após discussão de vários casos e lançamento de notas, chegou, finalmente, um momento que se antevê animado. É notório algum entusiasmo nos docentes).
Diretor de turma (DT): Bom vejamos, agora quanto às medidas universais destes alunos, basta preencherem a cruzinha, ok? É, assim, digamos, tipo, a batalha naval, certo?
CT: Cerrrrtoooooo!
DT: Vejamos, a Joana, o Martim, a Rita e o André têm 10 negativas a dividir por todos, vão para as universais. Então, alguém tem diferenciação pedagógica?
CT em Coro: Eu!! É um submarino!!
DT: Muito bem! E acomodações curriculares?
Os de Inglês, Francês, Matemática e Geografia: Eu!
DT: Que perspicácia, já vai ao ar um navio de 2 canhões!!
O de Educação Visual que toma Prozac: Mas eles não fazem nada, nada, nada, como é que posso fazer acomodações? Nem trazem material…, não pode ser…
O sensato de Ciências: Cala-te e joga, pá!!! Isso não interessa nada, tu é que tens de fazer o que tu é que tens de fazer, assinala lá a cruz e não lixes o jogo, pá!
DT: Enriquecimento curricular?
O de Físico-Química: Nem me lembrei disso…, água!!!
DT: Promoção do comportamento pró-social, alguém?
A de Inglês (visivelmente perturbada): Caramba, lá se foi o meu navio de 4 canhões… não acredito,… que cena!!!
DT: Muito bem, muito bem, então só falta a intervenção com foco académico ou comportamental em pequenos grupos…
CT em Coro: Porta-aviões foi ao fundo!!!
DT: Brilhante! Está despachado. Vejamos, agora os que eram NEE, mas agora são 54, e têm RTP, quando antes tinham também PEI, além das universais também são seletivas, estes em particular, também estavam institucionalizados, mas agora estão na nossa escola.
A Maria e o Joaquim? Adaptações curriculares não significativas? Apoio psicopedagógico? Antecipação ou reforço das aprendizagens?
A de História que também toma Prozac: Ouve, isto não me parece nada bem. A Maria não faz nada do que lhe peço, a colega de Educação Especial está na sala de aula já assistiu, estipulei metas básicas, bolas, está no 7º ano!! Até lhe repeti o mesmo teste 3 vezes com consulta, nem sequer abriu o livro, um teste de cruzinhas com cores… No outro dia cuspiu-me na cara…
A de Educação Especial: Pois, pois, é verdade, mas a menina tem uma problemática muito problemática, ela ainda não escreve o nome, mas estamos confiantes que há-de conseguir, quanto à cuspidela, bem, o seu discernimento…, já sabemos, coitadinha… Enfim, no outro dia deu-me uma cabeçada e custa um bocadinho, mas depois habituamo-nos, faz parte, enfim, é normal, é mesmo assim.
DT: É pá, ó coisinha, tu já sabes que estes meninos são assim, mete mazé lá as cruzinhas que ainda faltam mais 5 reuniões disto. Não estou para estes filmes…
O sensato de Ciências: Ó colegas, só não estou a perceber onde é que, nessas medidas, a inclusão prevê limpar o rabo. É que no outro dia fui eu que a levei à casa de banho…
DT: Hum, deixa, ver… adaptações curriculares não significativas????
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Qualquer semelhança do conteúdo deste texto com a realidade é… pura semelhança.
Diana Souza
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Dez 18 2019
Alexandra Leitão deixa claro que esse aumento enquadra-se, de resto, num “compromisso plurianual”, no qual fica prometido que, em 2021, os aumentos serão de, no mínimo, 1%.
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Dez 17 2019
No próximo ano, vão avançar projectos-piloto em todo o território nacional, pelo período de 12 meses, para enquadrar e apoiar as pessoas que cuidam de alguém dependente em casa, sem receber remuneração.
O Governo tenciona gastar 30 milhões de euros com subsídios a cuidadores informais no próximo ano, segundo a proposta de Orçamento do Estado para 2020. É a primeira vez que o executivo coloca no Orçamento uma verba destinada a apoiar as pessoas, geralmente familiares, que cuidam de alguém dependente em casa sem direito a qualquer compensação, mas não explica em que moldes esta irá ser gasta, apesar de se comprometer a regulamentar em 2020 o Estatuto do Cuidador Informal, que foi aprovado pelo Parlamento em Julho passado.
Sobre esta matéria, o executivo revela apenas que vai avançar com projectos-piloto em todo o território nacional, pelo período de 12 meses, “para enquadramento e acompanhamento dos cuidadores, com respeito pela vontade das pessoas cuidadas, incluindo a atribuição de um subsídio de apoio ao cuidador informal principal, mediante condição de recursos (majorado no caso de acesso ao Seguro Social Voluntário)”. Estes subsídios destinam-se apenas a cuidadores com baixos rendimentos.
No estatuto aprovado no Parlamento está prevista a possibilidade de os cuidadores que deixam de trabalhar poderem continuar a ter uma carreira contributiva, através do seguro social voluntário, evitando que fiquem sem direito a reforma, como acontece actualmente.
Na proposta de OE 2020, o Governo adianta igualmente que vai ser reforçada “a capacidade de respostas dirigidas ao descanso do cuidador, designadamente através da Rede Nacional de Cuidados Continuados Integrados também mediante condição de recursos”.
No ano passado, e depois de o primeiro-ministro António Costa ter dito que não havia dinheiro para avançar com este estatuto, por pressão do Bloco de Esquerda, o Governo acabou por incluir no Orçamento do Estado para 2019 um artigo em que se comprometia apenas a delinear medidas de apoio e a avaliar a necessidade de reforço ou reformulação do direito ao descanso dos cuidadores informais, além de criar as “condições para acompanhar, capacitar e formar o cuidador informal principal e a prevenir situações de risco de pobreza e de exclusão social”.
Mas não havia então qualquer tipo de previsão financeira no Orçamento do Estado de 2019 para este efeito. Agora, no Orçamento do Estado do próximo ano, está previsto um gasto de 30 milhões de euros, que é, porém, substancialmente inferior à verba que António Costa tinha estimado ser necessária para avançar com este plano no “ano zero” – 120 milhões de euros -, despesa que posteriormente ascenderia a 800 milhões de euros quando o plano atingisse a “velocidade cruzeiro”.
Pelas contas de um estudo efectuado a pedido do Governo e que permaneceu durante meses na gaveta, serão mais de 800 mil os cuidadores informais em Portugal, sobretudo mulheres entre os 45 e os 75 anos, que fazem um trabalho que representará perto de 333 milhões de euros por mês.
Fonte: publico
Mais informações sobre o estatuto do cuidador informal, num artigo já publicado aqui no blogue
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Dez 17 2019
Até deitou as culpas para cima dos antigos parceiros de governação…
“Marcaram a data e eu cá estou”
“Houve uma melhoria muito significativa em relação ao que existia”
“Há agrupamentos onde quase não existe absentismo e outros com taxas muito superiores à médias. Quais as razões?”
“A senhora deputada pediu que a alumiasse, mas mesmo indo à frente nem a alumio nem a ilumino, mesmo nesta época, devido às nossas diferenças substanciais”
“houve um momento que não sei determinar onde tudo começou a acontecer”. “As escolas não podem ser instrumentalizadas por ninguém”
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Dez 17 2019
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Dez 17 2019
Daqui lá, acaba o ano é continuamos na mesma…
O Governo vai rever a portaria de rácios que atribui o número de assistentes operacionais às escolas. A nova fórmula irá ter em conta as características dos estabelecimentos e reforçar o acompanhamento de alunos com necessidades educativas, confirmou o Ministério da Educação (ME) ao JN.
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