Duas dezenas de escolas suspeitas de inflacionar notas

Se as houvesse mais coragem em denunciar, de certeza, seriam mais as averiguações em curso. Se individualizassem as denuncias (por individuo ocasionalmente inflacionado) as averiguações acumular-se-iam nas secretárias…

 

Duas dezenas de escolas suspeitas de subir notas

Inspeção-Geral da Educação abriu mais dois processos disciplinares no Externato Ribadouro e tem cerca de duas dezenas de averiguações em curso. Inflação de notas subverte acesso ao ensino superior .

O inquérito ao estranho caso das turmas de 10º ano do Externato Ribadouro, no Porto, em que 95% dos alunos tiveram 19 e 20 valores a Educação Física e a classificação mais baixa foi de 18, está concluído e aquele que é um dos maiores colégios do país vai enfrentar mais dois processos disciplinares: um sobre a administração e outro sobre a diretora pedagógica.

A responsável enfrenta um segundo processo, noticiado pelo Expresso em novembro, e que decorreu também da averiguação da Inspeção-Geral da Educação e Ciência (IGEC) sobre as classificações dadas pelos professores. Neste caso, foi a atribuição de um “número significativo de classificações elevadas em disciplinas do 12º ano não sujeitas a exame nacional” que gerou a suspeita. Além desta investigação, o Ministério da Educação (ME) indica que “estão cerca de duas dezenas de processos em curso”, relacionados com a mesma prática.

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27 comentários

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    • Zaratrusta on 21 de Dezembro de 2019 at 10:56
    • Responder

    Não são inspeções aos cursos profissionais, pois não? Mas deveria.

      • 550 on 21 de Dezembro de 2019 at 17:20
      • Responder

      Classificações inflaccionadas no profissional “é mato” e quem não vai na cantiga “leva nas orelhas”! Os alunos cedo se apercebem disso e fazem a vida negra a quem ainda tenta ensinar e avaliar com alguma exigência. A dignidade do profissional no exterior é zero devido à maioria dos profs que vão na cantiga, e as pressões dos diretores (e seus capachos aka diretores de curso) não justificam tudo. Vai-se muito além do 10, para algumas pessoas as classificaçoes começam no 14, de alunos que nem 10 valem (disciplinas técnicas). Fica giro na pauta, dá “boa imagem” ao agrupamento e ao trabalho das “chefias intermédias”, atrai alunos e dá um Muito Bom na avaliação.

      Exemplo? Numa escola do Sul do Mondego há uma diretora de curso que dá programação e a média das suas classificações é 18, em contraste com as médias dos outros turnos, o que nunca é debatido nas reuniões porque esta fascizóide manda em tudo e todos. Esta fascizóide faz isto com o objetivo de se mostrar superior aos restantes profs do grupo e da escola, mas sem nunca publicar os seus dossiês (para se saber como consegue dar 18 a programação a alunos que não têm capacidade de raciocínio lógico). Quem não segue o exemplo é perseguido e as suas classificações são alteradas por ordem desta sacripanta.

      Arrebanha 99% dos professores, funcionários, EE e alunos. Nem a diretora tem mão naquela fanática do poder, que recorre aos estratagemas mais rasteiros para enlamear o nome de certos “colegas” “impuros” que não têm medo de dizer o que pensam e que não lhe lambem as botas.

      Entre os atos desta sacripanta mafiosa encontram-se:
      – alteração de avaliações feitas pelos “impuros”
      – difamação dos “impuros” em reuniões e posterior expurgação das atas (para não ir a tribunal) em reuniões expressamente marcadas para esse efeito
      – convocação de reuniões ilegais para sobrepôr decisões de reuniões do CT
      – difamação dos “impuros” de “mansinho” (para não ir a tribunal) em cada oportunidade que encontra, junto de profs funcionários EE e alunos
      – quando ninguém está a ouvir refere-se aos “impuros” como “fdp”, “atrasados”, “cagalhotos” e etc. (mas isto só com os fiéis mais próximos que não piam)
      – desautorização dos “impuros” em frente a alunos, invadindo as suas aulas e fazendo comentários difamatórios e jocosos frente a alunos
      – promoção e coordenação de ações de grupos de EE e alunos, com o objetivo de afastar os “impuros”
      – influência na distribuição de serviço de exames junto do rebanho denominado secretariado de exames (que procede a distribuir serviço aos “impuros” em 99% dos dias)
      – promoção de comportamentos criminosos dos alunos tais como gravação de aulas dos “impuros” (das quais só dá conhecimento aos fiéis mais próximos mas não à diretora da escola)

        • Ric on 22 de Dezembro de 2019 at 14:27
        • Responder

        Já veio com essa cantiga para aqui várias x…então pq não mete os tomates no sítio e diz a essa colega frontalmente o que parece que não tem medo de dizer aqui?!

    • André Lara on 21 de Dezembro de 2019 at 11:22
    • Responder

    Levantando-se a suspeita..e se se provar que estes colégios não são honestos…verifica-se também se as condições de exame também não seguem a norma?

    • Fartinha da silva on 21 de Dezembro de 2019 at 11:31
    • Responder

    Poize….
    Só é pena não investigarem também as centenas de mobilidades por doença fraudulentas q existem por esse país fora. Muitas de professores que pedem mobilidade para uma escola a escassos metros da escola de afetação porque sabem que ali não fazem nenhum, tal é o número de docentes em mobilidade…
    Mas isso já não interessa! Teriam de pôr em causa uma classe decente: a dos médicos.
    E siga…

    • João Cunha on 21 de Dezembro de 2019 at 12:13
    • Responder

    Educação Física é uma disciplina como completamente aleatória e quem disser o contrário não esta ciente do que se passa. As notas dependem da escola, do professor, das condições das salas e até do “vento”.
    Só uma esquerda parasita que não compensa quem se esforça, quem trabalha e luta pelos resultados é que quer que a nota desta disciplina conte para a classificação final dos alunos.

      • O papão da EF on 21 de Dezembro de 2019 at 13:12
      • Responder

      Este comentário retrata claramente a estupidez que reina nesta terra. Num país onde o sedentarismo é cada vez maior e os casos de obesidade infantil são assustadores, só mesmo pessoas destas para colaborar na mudança de mentalidades.

      Educação física exige trabalho, dedicação e esforço como todas as outras disciplinas. Pelo comentário, lá em casa o filhote não tem a nota que o papá quer; que trabalhe mais e se esforce… e deixe-se de desculpas e passar a mão na cabeça do menino.

      P.S.: quando vemos a fraca postura e atitude de um miúdo, em muitos dos casos, basta chamar o EE à escola para já se perceber a razão para tal comportamento (vulgo, educação da treta).

        • João on 21 de Dezembro de 2019 at 13:34
        • Responder

        Olha só, este vem com o sedentário!

        • João Cunha on 21 de Dezembro de 2019 at 13:35
        • Responder

        A professora até pode ter razão na sua argumentação (retirando a parte de ofender as pessoas que não lhe agradam), no entanto, deveria reler o comentário, pois não é dito que os alunos não devam ter EF e não se devam esforçar na disciplina, o ponto abordado é outro e é o cerne da questão, o que é dito é que a nota da disciplina não deve influenciar o futuro dos alunos, pois a nota depende apenas dos fatores enumerados. Já agora, quanto à questão que levanta faça uma pequena experiência, compare as notas de alunos que tenham mudado de professor de EF ou de escola e vai ficar de boca aberta tal a discrepância.
        Ps. Nem todos os alunos têm clube, nem gostam de “só” jogarem futebol.

          • Paulo Anjo Santos on 21 de Dezembro de 2019 at 14:44

          Eu não sou de EF mas acho este tipo de comentários completamente descabidos… o que fala acontece em muitas disciplinas, eu já tive colegas de Geografia que davam carradas de negativas e outros que era quase tudo 4 e 5, e de outras disciplinas a mesma coisa, agora apontar o dedo a uma disciplina específica, parece-me de mau gosto. Acho que EF e em todas as disciplinas e, em especial no secundário, deveria haver um esforço de harmonização dos critérios de forma a que os alunos estejam em «igualdade» de circunstâncias, mais que isso não concordo!

          • Paulo Anjo Santos on 21 de Dezembro de 2019 at 14:51

          Já agora, o comentário final, serve para outras disciplinas… em português podemos dizer que «nem todos os alunos gostam de ler livros», em história podemos dizer que «nem todos os alunos gostam de ver documentários», em EV podemos dizer que «nem todos os alunos gostam de desenhar e pintar nas horas livres»… e por aí fora, podemos ver as coisas ao contrário, porque é que um aluno que tem como ponto forte a sua capacidade física e atlética, não deve ser valorizado por isso?

          Se há coisa que me irrita é o complexo de superioridade de umas disciplinas em relação a outras… todas são necessárias… diria que Português será a única que aceito ter uma importância determinante!

      • André Lara on 21 de Dezembro de 2019 at 14:03
      • Responder

      As classificações elevadas não foram só encontradas em EF… Aplicações Informáticas, Biologia…. enfim, todas as não sujeitas a exame….
      P.S E eu tenho ouvido coisas sobre a aplicação dos exames desses colégios que gostaria de ver esclarecidas…

    • João on 21 de Dezembro de 2019 at 13:37
    • Responder

    O problema não vai ser dos diretores, mas sim dos professores/conselhos de turmas que deram essas notas.
    A não ser que se prove que o diretor andou com um pau de marmeleiro a ameaçar os professores para tal efeito…

      • Matilde on 21 de Dezembro de 2019 at 19:29
      • Responder

      Penso que só se pode acusar alguém de notas inflacionadas ao ponto de ser instaurado processo disciplinar a alguns colégios se não houver grelhas……..para que servem as grelhas??????..,não será para fundamentar a avaliação feita??? Não só mas também…

        • Ric on 22 de Dezembro de 2019 at 14:30
        • Responder

        O que interessam as grelhas? As grelhas tb terão os parâmetros inflacionados obviamente!

        • No name on 22 de Dezembro de 2019 at 19:50
        • Responder

        Haja coragem, mesmo !


  1. Que seja inspecionada também a forma como os Diretores escolares aplicam as leis, a falta de rigor e de transparência. Os professores baixam os braços, não questionam, e eles navegam com tranquilidade à mercê das suas vontades. Quantos e quantos professores são enganados sem o saber! Lamentável!

    • Pardalinho implume on 21 de Dezembro de 2019 at 15:06
    • Responder

    Muito mal a tal da inflação das notas… Mas pergunto??? O que é que está decretado no 54? No final das contas, deixemos passar alguns anos… quem estará melhor preparado? Os ”betos” dos colégios, ou os do 54, via verde? Caros colegas o que fazeis, agora, quando um meliante calaceiro, não falo dos alunos que têm sérias dificuldades e devem ter todo o apoio possível, e ainda mais o que ainda não há, dizia, o que fazeis, como diria uma formadora que ouvi com aqueles que têm ” interesses divergentes com o currículo escolar” ? Isso já não é facilitismo? Nem inflação de notas? Nem vigarice perpetuada por decreto?

    • Rui Filipe on 21 de Dezembro de 2019 at 17:27
    • Responder

    O dinheiro ao serviço da “ ciência “!

    • Zaratrusta on 22 de Dezembro de 2019 at 10:49
    • Responder

    Acho que a questão nada tem a ver com o facto de se tratarem de colégios, é que escolas públicas também estão a ser inspecionadas. A questão está relacionada com a perseguição que está a ser feita aos alunos do ensino regular, enquanto o ensino profissional passa completamente impune. No profissional impera o facilitismo, e, para compensar torna-se a vida dos alunos do ensino regular cada vez mais complicada. Um aluno do regular para ter 10 a uma disciplina tem muito que trabalhar ( questões aula, trabalhos, testes, etc); um do profissional basta existir para a sua classificação começar no 10. Não nos esqueçamos que o governo assinou um acordo com as universidades e politécnicos que abre as portas aos “alunos” do profissional sem nada precisarem de fazer ( a maioria nunca abriu um livro para estudar), até já os isentaram da realização de exames- Ora, estes seres vão disputar as mesmas vagas dos alunos do ensino regular. Cabe aos professores ter coragem para atenuar o fosso que existe entre as duas vias de ensino: ou aproximar o nível de exigência do profissional ao do regular, ou facilitar mais a vida aos alunos do regular. As nispeções que se lixem! Haja coragem!

    • manuel on 22 de Dezembro de 2019 at 12:01
    • Responder

    Duas dezenas??!! Andam a dormir, de certeza. São muitas mais!
    Os próprios EEs fazem pressão sobre as escolas (DTs e diretores, porque têm assento no conselho geral e contam os votozinhos, certo?) para subirem as notas da CIF, para compensar os desaires das notas dos exames.
    Os inspetores que verifiquem o descalabro entre as CIFS e as notas dos exames: 2, 3 ou mais valores de diferença. Que investiguem também as notas das disciplinas anuais opcionais no 12º ano: AIB, Psicologia, etc, etc. Uma alegria! Há professores que se gabam de não dar negativas, para captar alunos e garantir a abertura das disciplinas. As pautas? Corridas de 18 para cima!

      • Zaratrusta on 22 de Dezembro de 2019 at 14:45
      • Responder

      E acho muito bem que assim seja.

    • Lelo on 22 de Dezembro de 2019 at 16:00
    • Responder

    Investiguem mas é a vigilância de exames nacionais nas escolas privadas.
    Aí sim… Aí está o real problema.

    • Matilde on 23 de Dezembro de 2019 at 1:01
    • Responder

    Obviamente que tem que haver mais exigência com os instrumentos de avaliação.Agora se os directores de turma, as direcções das escolas deixarem de pressionar os professores e deixarem de fazer a vontade aos papás que de um modo ou outro exigem que o professor A ou B facilite o trabalho que faz com os alunos,chegando ao ponto de os por em cheque, então não haverá inflação de notas.
    Os professores tem de se convencer que é necessário e urgente muita solidariedade.
    Temos que ser cada vez mais conscientes,porque somos responsáveis pelo futuro dos profissionais que formamos;quando uma aluna de um curso profissional me diz que quer ser professora, uma aluna que mal sabe ler e escrever….e ….se calhar até será professora, não podemos dar notas……dar notas …..temos sim que fazer avaliação com rigor e exigência.

      • Paulo Anjo Santos on 23 de Dezembro de 2019 at 16:04
      • Responder

      Pressão das direções não deviam existir, agora pressões de DT’s e/ou outros professores acho que qualquer professor devia ter a capacidade de a conseguir desvalorizar… eu nunca alterei a minha posição por causa de pressões deste ou daquele colega, a não ser que me apresentem argumentos válidos para eu alterar a minha posição, o que raramente aconteceu, mas por pressão simplesmente não!

    • Silva on 23 de Dezembro de 2019 at 3:07
    • Responder

    Estes colégio conseguem “milagres” e colocam muitos alunos em Medicina com inflações (até colocam familiares e amigos) .
    Mas não foi só a questão da entrada massiva de alunos em medicina devido ás notas inflacionadas
    Este é o ensino privado que muitos querem apoiar dando ainda mais dinheiros públicos isto é o que temos. É apenas mais um EXEMPLO DE TRÁFICO DE INFLUÊNCIAS. Soube por colegas que em muitos destes colégios privados os exames nacionais são aldrabados, os professores com ordens superiores, dão as respostas ao exame ajudando de forma ilegal e injusta os alunos do ensino provado a obter melhores resultados. Depois aparecem nos melhores lugares de ranking escolhendo alunos e com ilegalidades e esquemas . Uma vergonha muitos colégios privados …..

    • P.da Silva on 26 de Dezembro de 2019 at 13:09
    • Responder

    Isto não é ensino, não é educação…é apenas traficância. Quo Vadis…Portugal?

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