Extrato da entrevista a António Costa onde se refere aos professores, no âmbito das carreiras especiais que implicam uma despesa do Estado muito pesada.
O programa do PS aponta para mudanças nas carreiras especiais, alegando que as progressões automáticas implicam uma subida da despesa do Estado muito pesada. O que pensa fazer em relação a essas carreiras especiais?
Temos de a seguir sentarmo-nos com as estruturas sindicais, visto que a Administração Pública é objeto de negociação coletiva.
Incluindo com os professores?
Com os professores há fatores fundamentais que são habitualmente pouco falados mas que, por razões familiares, conheço bem. A questão da estabilidade do corpo docente nas escolas: nada justifica que os professores sejam a única carreira na Função Pública sujeita, durante uma fase muito longa da vida (de quatro em quatro anos), a um concurso que os pode levar a mudar de residência durante várias dezenas de anos. Outra questão relevante: os educadores do primeiro ciclo, por estarem em monodocência, não beneficiam das reduções de horários nem da carga de trabalho de que os outros professores beneficiam ao longo da vida. Seria altura para nos dedicarmos mais a temas que têm a ver com a vida dos professores, melhorando a qualidade do ensino, em vez de consumirmos tempos infindáveis a revisitar temas sobre os quais não haverá uma conclusão.