Assistimos, hoje, a mais um mau trabalho de investigação jornalística num canal de televisão.
Vamos por partes.
1.º A falta de conhecimento sobre os resultados do PISA, PIRLS, TIMSS… foi latente. Esses estudos internacionais dar-lhes-iam uma visão diferente sobre como os professores pensam nos alunos com o maior profissionalismo.
Se a educação é o único elevador social é à qualidade dos professores que temos que se deve, não à dos comentadores desinformados e manipuladores de opiniões. E para informação de uns poucos, muitas das crianças pobres, como lhes foi chamado, não têm esse desprezo pelos professores, porque são eles que lhes alimentam a vontade do saber. Ao contrário de uma minoria de elementos da sociedade, os professores não se esquecem dos alunos deste país, nunca se esqueceram. Até os ensinam a reconhecer os bons e os maus e a defender-se de pessoas mal informadas.
2.º Deem-se ao trabalho de ler a legislação em relação à avaliação dos professores antes de tornar a dizer, à boca cheia, que a progressão dos professores é automática. Se assim fosse não havia afunilados no 4.º e 6.ºescalões, não existiriam cotas, nem diferentes patamares de avaliação. Deixo aqui o link da legislação para ser analisado pelos que, disso, demonstram total desconhecimento, Decreto Regulamentar n.º 26/2012 de 2012-02-21.
3.º Nem vou falar do Ranking das escolas, nem da barbaridade que foi dita quanto a esse assunto. Só por aí se vê o como informada, sobre a sociedade em que diz viver, está e das suas disparidades. Já para não falar do caso daquela escola “em cima de um tal rio” e dos critérios de avaliação que se “vendem” em algumas escolas não públicas.
4.º Limitações à greve na área da educação? Ouvi bem? Onde andava no dia 25 de abril de 1974? Será que alguém se deu ao trabalho de ler a Constituição da República? É isto que nos trazem para as televisões?
Tudo aquilo que mencionou está previsto na lei e a Constituição só se revê no Parlamento, não na televisão por pessoas que mostram uma falta de sentido democrático quanto aos funcionários públicos como demonstrou.
Às vezes quando não se tem nada a dizer de útil, fecha-se a boca e mantém-se o silêncio. É difícil? Por vezes é, mas faça um esforço. Até para ser comentador é necessário senso comum e profissionalismo.
A sua atitude choca qualquer professor, tal como o Berardo fez na AR.
PS: se não nos informarmos sobre um assunto de que vamos falar, acabamos por mentir, mas sem intenção. O problema é quando o fazemos deliberadamente e constantemente.
11 comentários
Passar directamente para o formulário dos comentários,
Já deixei esta proposta no “ComRegras” e aqui fica também.
Creio que o sentimento generalizado entre os professores, que se acentuou no passado dia 10 de maio, é de frustração, de impotência, de revolta.
Como muitos já disseram, as formas de lutas usadas até aqui – manifestações, greves – não conduziram a lugar nenhum. E foram bastantes as que se fizeram, com mais ou menos participação.
Tenho pensado muito no assunto e uma forma de que me lembrei porque alguns colegas vão escrevendo pelas redes sociais, seria uma declaração formal de tudo o que não faremos a partir deste momento e que temos feito até aqui, gastando muito do nosso tempo. Seria uma espécie de carta aberta, (um género de petição???) em que pudessemos assinar um por um, onde declarassemos que enquanto não fossem atendidas as reivindicações (contagem integral do tempo, redução e clarificação da componente letiva, regime especial de aposentação, etc, etc) :
• NÃO participaremos em qualquer visita de estudo;
• NÃO dinamizaremos qualquer núcleo, clube, etc;
• NÃO participaremos em qualquer concurso nacional ou internacional;
• NÃO gastaremos os nossos intervalos a atender alunos ou Encarregados de educação;
• NÃO gastaremos um cêntimo em papel, tinta, impressoras (quando a escola não tiver, os alunos não terão os documentos;
• NÃO gastaremos nem mais um minuto para a escola para além das 35 horas semanais (se os testes e os trabalhos ficarem por entregar a tempo, paciência);
• NÃO daremos aulas de apoio de preparação dos alunos para exames, mesmo após o término das aulas, mesmo sem estarem previstas;
• ………
É só continuar a lista. Creio que se isto fosse formalizado, assinado devidamente, com milhares de assinaturas, devidamente divulgado, poderia ter impacto. Não se perdia dinheiro e era uma forma de demonstrar que trabalhamos muito mais do que aquilo que devemos. Creio que há colegas muito dinâmicos e capazes (nos blogues, nas páginas dos professores, etc) que poderão pegar nesta ideia melhorá-la e operacionalizá-la. Haverá sempre quem não assine. E haverá quem assine e não cumpra. Mas poderá ser interessante. Somos muitos. É a minha opinião. Estou disponível para ajudar, embora não tenha grandes conhecimentos tecnológicos de como fazer circular isto de modo a que fosse assinado e divulgado devidamente.
Gostaria de ler a vossa opinião.
Partilhado com divulgação do seu comentário.
Eu já faço isso! Deixei tudo! Nem clubes, nem visitas de estudo, nem horas e horas de fim de semana gastos a preparar aulas com mais tecnologias daqui ou acolá…FINITO! Quem quer professores de excelência, paga-os erespeita os acordos! Até lá faço apenas o meu dever, ensinar, mais nada!
Há muito tempo que defendo isso! Contem comigo!
A comentadora não está identificada. Porquê? É muito difícil escrever Manuela Moura Guedes??
Eu já protestei para a SIC e exigi a reposição da verdade. Se a SIC não o fizer está em causa o bom nome da estação televisiva pois haverá conivência.
Apelo a TODOS os docentes que “entupam o e-mail” da SIC a exigir a correção da má informação. Se tal não for feito, ou a Manuela Moura Guedes não for despedida, é a SIC que está em causa.
O e-mail é: atendimento@sic.impresa.pt
Aproveitei e fiz o mesmo!
Vamos entupir a SIC
Contem comigo!
Já enviei mail
https://duilios.wordpress.com/2019/05/14/antonio-num-comentario-no-quintal/
Estou-me nas tintas, quer seja direita ou esquerda.Estou farto de “paleio bonito”. O que eu quero, creio como a maioria dos portugueses, é o frigorífico cheio. Profissionais da politica que só pensam nos seus próprios interesses, ou em interesses de grupos já não colhem.