13 de Janeiro de 2019 archive

Opinião de Mário Silva – Uma Indignação ‘À Colete Amarelo’

Infelizmente tenho de concordar com a retórica do Trump no que respeita a acusar os jornalistas de publicar noticias manipuladas ou noticias falsas (fake news), quando leio títulos de jornais como aquele que apareceu no jornal Público em 10/01/2019 (ver imagem em anexo).

 

 

Por curiosidade, fiz um inquérito simples com algumas turmas do 3º ciclo e secundário, com uma única pergunta: “Quando lês este titulo, qual a interpretação que fazes?”; os alunos/as responderam anonimamente numa folha e entregaram. Numa amostra de 64 alunos/as, 20% declarou incapacidade de descobrir que informação o titulo transmitia ou relatava interpretações não relacionadas com o título, e os restantes 80% convergiram na interpretação (transcrições ipsis verbis)

– “que os professores são analfabetos”, “que os professores atuais são burros”, “que a profissão de professor é só para os piores alunos”, “que não é preciso boa formação para ser professor”, “se tirararem má nota no exame poderão pensar em ir para professores”, “para ser professor não é preciso trabalhar muito”,”o titulo dá a entender que a profissão de professor é para fracos e isso faz influenciar o futuro dos seus alunos”, “estamos a ser ensinados por professores que tiveram má nota no exame”, “o titulo mostra que os professores não são valorizados porque se houvesse salários maiores, valorização do papel do professor na sociedade, se houvesse mais prestigio, uma recompensa maior a quem ocupar este papel, então de certeza a média de acesso subiria, consequentemente a média de qualidade dos professores melhoraria”, “a mensagem que a noticia transmitiu é: como é que pessoas com notas mais baixas ensinam outras sendo fulcrais na sua aprendizagem e determinantes no seu sucesso?”

– surgiu uma resposta com interpretação perspicaz: “foi o governo que pediu esta noticia por causa dos professores quererem recuperar o tempo de serviço-9 anos e tal- fazendo as pessoas pensar que os professores são incompetentes e não merecem salário melhor”.

-surgiu uma resposta maravilhosamente inteligente e arguta: “significa que os alunos burros podem-se tornar pessoas inteligentes”.

A classe docente, os alunos e os progenitores deviam chamar o nome aos bois: este título é um ULTRAJE, é uma INFÂMIA!

Este jornal insulta uma classe profissional inteira e várias gerações de estudantes, rotulando-as negativamente: no que respeita aos professores a mensagem subrepticia é que “a profissão de professor é só para os piores alunos” e que “que não é preciso boa formação para ser professor”; no que respeita aos estudantes, envia a mensagem de que os que têm “piores notas” (aqueles que não têm acima de 17) não serão bons profissionais, promovendo uma exclusão sócio-económica que contraria a pedagogia da inclusão que o governo apregoa…é lançado um anátema sobre dezenas de milhares de estudantes, considerando que só se é bom profissional se tiver acima de determinada ‘nota’. Aliás, este título aplica-se a quase todas as profissões, porque a maioria delas que resultam de formação universitária têm média de entrada abaixo de 16 valores (incluindo jornalismo…); portanto, é indecente a intenção com que a notícia foi publicada!…

A publicação tem como objetivo “fazer as pessoas pensar que os professores são incompetentes e não merecem salário melhor”, e portanto, o governo deve recusar-se a recuperar o tempo de serviço TRABALHADO EFETIVAMENTE durante 9 ANOS. É abjecto, asqueroso, a direcção deste jornal dito ‘de referência’, ‘credível’, prestar-se a mensageiro governamental, com este tipo de informação…!

A ideologia politica arrogante, perversa, sociopata, que singrou entre 2005-2011, afinal esteve em estado de latência e ressurgiu em 2015, mais acirrada quando emanou no ar o aroma da maioria absoluta…será o ressuscitar do pesadelo se essa maioria existir…

Afinal onde está a diferença governativa em relação ao governo anterior?…

Este tipo de atitude merecia vestir o colete amarelo e atuar ‘à francesa’ mas…

Resta encarar estoicamente mais este ataque vil e parafrasear que este titulo jornalístico “significa que os alunos burros podem-se tornar pessoas inteligentes”…

 

Mário Silva

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Número de Colocações em Reserva de Recrutamento Desde 2011/2012 por Grupo de Recrutamento

Este quadro faz o balanço das colocações existentes por reserva de recrutamento e grupo de recrutamento desde o ano letivo 2011/2012.

Naturalmente o número de colocações diminuem com o passar das reservas, no entanto existem duas reservas que têm um acréscimo de colocações em relação ao decrescimento natural das colocações.

A reserva de Recrutamento n.º 15 e n.º 18 onde o número de colocados nos grupos de recrutamento 300 – Português e 500 – Matemática sobem.

Aconteceu o mesmo em 2018/2019 na Reserva de Recrutamento 15 e veremos se a RR18 também vai trazer essa subida.

Estes horários acrescidos estão geralmente contemplados para o Plano Nacional de Promoção do Sucesso Escolar.

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Global Teacher Prize Portugal 2019

 

 

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