Palavra de Centeno… Não venha ele com aquela do, “Palavra dada…”, porque nessa já ninguém cai. Fiquemos só pela esperança de “Abertura” ao dialogo e a explicações claras e fundamentadas com cálculos conhecidos de todos (não deitados ao ar com os 600 milhões). Deixem de tomar por parvos os professores. Estamos de olhos bem abertos… fomos nós que os abrimos a vós.
O ministro das Finanças, Mário Centeno, disse esta noite na RTP1 que a solução a adotar relativamente ao descongelamento das carreiras dos professores será “responsável, financeiramente robusta e passível de ser cumprida”. Numa altura em que o assunto volta à mesa das negociações após o veto de Marcelo Rebelo de Sousa ao diploma do Governo que previa a recuperação parcial do congelamento das carreiras dos professores, Centeno apenas garantiu que a decisão sobre os professores do continente (uma vez que na Madeira e Açores os governos regionais fizeram acordos específicos) terá de ser tomada sem “dar passos maiores do que a perna” nem “pôr em causa o futuro da carreira” e que a postura do Governo será de “abertura”.
Link permanente para este artigo: https://www.arlindovsky.net/2019/01/solucao-para-carreiras-dos-professores-sera-responsavel-financeiramente-robusta-e-passivel-de-ser-cumprida/
Transcrevo na integra a resposta que o Diretor do AE da Nazaré enviou para publicação no blog a propósito da publicação de um artigo no dia 23/12 na qual omiti no artigo o remetente e destinatário da mensagem, mas que depois se tornou público com uma notícia publicada no Jornal de Notícias na qual não fiz qualquer referência aqui no Blogue.
Nunca recebi tantas mensagens de solidariedade, de apoio e de concordância com a minha atuação como neste final de ano.
O seu post não fazendo comentários, até porque afirma “Abstenho-me de qualquer consideração moral por ser uma mensagem demasiada imoral”(português um bocado macarrónico), permite a ofensa gratuita tanto no blog como na sua página do facebook. Num e noutro local, todos podem expressar a sua opinião concordando ou não. Contudo, não é aceitável que alguém que tem 25.000 leitores diários (eu sou um desses 25.000) permita que se ofenda alguém gratuitamente quando, até pela função que desempenha, (diretor de um agrupamento) deveria saber que o que eu fiz é absolutamente legal e praticado em muitas escolas.
Com esta atitude demonstrou que a ética, a boa educação, o civismo e a integridade só se conhecem quando convém. Noutros “posts” que não lhe interessam, aparece uma mensagem do género “removido pelo responsável da página”. Neste caso não o fez, nem no blog nem na pág. do Facebook e só encontro uma razão: eu toquei numa das “vacas sagradas” da profissão de professor” – FÉRIAS ou leia-se dias sem por os pés na escola.
Considerando que o blog tem cerca de 25000 leitores, o post apenas obteve 7 comentários (número completamente irrelevante) e desses apenas o Sr. António Tobias, pelo palavreado apresentado devia ter um espelho à sua frente e estar estar a visualizar a sua casa.
Quanto ao Facebook, também serviu para ver onde chega a má educação de alguns profissionais da educação, porque chamar-lhes professores é insultar a palavra e os verdadeiros professores. (Devo ter tocado no ponto fraco a todos)
Serviu ainda para demonstrar a ignorância de quase todos: para eles, interrupção letiva é não fazer NADA RELACIONADO COM A ESCOLA. Pois estão muito enganados e o esclarecimento do Ministério da Educação ao JN veio provar isso mesmo.
Com pessoas destas, com estes comentários quando se fala de trabalho numa escola, não admira que a escola pública esteja de rastos. O que ensinam estes senhores aos nossos alunos quando se consideram intocáveis são muito malcriados e explodem quando alguém PÕE O DEDO NA FERIDA?
Todos nós diretores, sabemos que há colegas que trabalham muito mais do que as 35h semanais, enquanto outros se encostam à custa do trabalho dos primeiros. Depois, ainda surgem aqueles atestados e tentativas de artigos 102 cirúrgicos e estratégicos que darão mais um fim de semana prolongado no estrangeiro, porque se compraram umas viagens low cost e agora não se podem perder. É claro que nisto não se deve falar, é um ataque à escola pública.
Apenas um último esclarecimento: entro na escola sede todos os dias às 8.20 (as aulas começam às 8.30 e terminam às 17.20) e saio depois das18h;
O Agrupamento de Escolas da Nazaré tem 1390 alunos, cerca de 130 professores e tratamo-nos todos pelo primeiro nome, sem senhorias mas com respeito.
Primeiro, ao contrário do que insinua o autor da missiva, o horário lectivo dos professores não é válido durante os períodos de interrupção lectiva. Assim determina o artigo 91º do ECD, que no entanto admite que os docentes possam ser chamados a prestar serviços decorrentes das necessidades da escola. Mas nesses casos deverá ser previamente elaborado um plano, do qual terá de ser dado conhecimento aos professores. Abrangendo, obviamente, todo o corpo docente, e não apenas um ou outro professor constante de uma qualquer “lista negra”. Comportamentos persecutórios ou discriminatórios por parte dos dirigentes dos serviços são ilegais e seria bom que todos percebessem isso sem necessidade de recurso, pelos visados, a procedimento judicial.
Em segundo lugar, a ideia de que a jornada de trabalho semanal é elástica, podendo esticar ou encolher segundo as necessidades do serviço, não tem cabimento na administração pública, onde não existe o chamado banco de horas. Ninguém pode ser obrigado a trabalhar mais horas numa semana sob o pretexto de que descansará noutra em que haja menos trabalho para fazer. O que é necessário é fazer uma gestão adequada do serviço, distribuindo-o de forma mais equitativa e eliminando reuniões e burocracias inúteis. Como a dita “avaliação intercalar”, um conceito legalmente inexistente. Ou então pagar, pelo trabalho que se faz a mais, as devidas horas extraordinárias…
Ao longo do último ano foram sendo divulgados valores sobre o impacto financeiro do processo do descongelamento das progressões, que foi iniciado em janeiro de 2018
Com o veto do Presidente da República ao diploma que atribuía aos professores a recuperação de 2 anos, 9 meses e 18 dias do período em que as suas carreiras estiveram congeladas (2011 a 2017), o Governo poderá ser obrigado a refazer contas.
Ao longo do último ano foram sendo divulgados valores sobre o impacto financeiro do processo do descongelamento das progressões, que foi iniciado em janeiro de 2018.
Os últimos dados apresentados aos sindicatos indicam que, até 2023, o descongelamento das carreiras dos professores (sem ter em conta qualquer impacto de recuperação do tempo do congelamento) resulta num aumento bruto de despesa de 550 milhões de euros, a que se somariam mais 200 milhões de euros com a recuperação do tempo tal como proposto pelo Governo.
A fatura aumentaria para 600 milhões se a solução passar pela recuperação integral e imediata do período em que a carreira dos docentes dos ensinos básico e secundário esteve congelada e que resulta nos 9 anos, 4 meses e 2 dias meses reclamados pelos sindicatos.
Num dos últimos documentos facultados, o Governo faz o paralelo com o processo de descongelamento dos restantes funcionários públicos (cerca de 550 mil), referindo que “o impacto financeiro dos respetivos processos de progressão nas carreiras é de cerca de 631 milhões de euros”. Ou seja, conclui, o valor “é cinco vezes superior (por trabalhador) na Educação, quando comparado com o conjunto dos restantes trabalhadores públicos”.
Para a maioria dos funcionários públicos integrados nas carreiras gerais, a progressão na carreira é feita com base na avaliação de desempenho. Mas há carreiras especiais, nomeadamente a dos professores, forças de segurança ou oficiais de Justiça, em que o tempo é relevante para se avançar.
Dados do Ministério das Finanças mostram que são cerca de 220 mil os trabalhadores da Administração Pública em que o tempo é relevante para a progressão. Neste universo incluem-se 99.200 professores.
Link permanente para este artigo: https://www.arlindovsky.net/2019/01/contagem-integral-do-tempo-dos-professores-custa-tanto-como-descongelamento-da-funcao-publica/