Este aumento é a remuneração dos 50%, restantes, das subidas de escalão. Não é nenhum aumento. É o pagamento do que é devido há muito e que ainda não foi pago por ter sido sujeito a “prestações” sem direito a juros.
A medida custará pouco em relação ao que foi sonegado, durante 9 anos, 4 meses e 2 dias aos professores e outros funcionários públicos para pagar a incompetência de governantes, banqueiros e outros que tal… e não devolve os 11,9% de perda de poder de compra que os funcionários públicos perderam desde 2010, não vamos mais atrás…
Este tipo de discurso tem como objetivo a clara ausência de intenções em aumentar os funcionários públicos, nada mais do que isso.
Retificação do Decreto-Lei n.º 55/2018, de 6 de julho, da Educação, que estabelece o currículo dos ensinos básico e secundário e os princípios orientadores da avaliação das aprendizagens, publicado no Diário da República, 1.ª série, n.º 129, de 6 de julho de 2018
Os contactos decorrem de modo informal nas redes sociais (só num blogue, já há 348 compatibilidades possíveis). Trocar entre concelhos é fácil, ir do Algarve para o norte nem por isso
Mas o encontro de vontades não é feito de modo oficial, uma vez que a plataforma da DGAE não serve apenas para formalizar a permuta. É antes informal, através das redes sociais ou do Blogue de ArLindo. “Com a Internet a permuta ficou facilitada”, admite a equipa do blogue à SÁBADO. E tem que se realizar em tempo recorde, porque os professores têm exactamente uma semana desde que conhecem as colocações (este ano foi na quinta-feira, 30 de Agosto).
“Uma coisa é dizer que o doente já não precisa de baixa, que a pessoa que foi visitado pela junta [médica] naquele momento já não precisa de baixa e pode ir trabalhar, outra coisa é dizer que existem baixas fraudulentas.”
“Não sabemos se as baixas são de curta ou longa duração, que tipo de baixas estamos a falar, se estamos a falar de doenças objetiváveis através de exames, como doenças oncológicas, por exemplo, ou de depressões.”
Seria estranho, se não fosse reconhecido como uma estratégia, antiga, de “politiqueirisse”…
Já não é estranho o surgimento de noticias e relatórios defensores de uma certa posição perto de uma data decisora, aliás, tornou-se uma tradição. Este tipo de relatórios exercem um certo peso na opinião pública para legitimar posições a tomar pelo poder. Não é só por cá que isto acontece, mas é esclarecedor das posições, das influências e objetivos de certos setores, no país e na Europa…
Relatório da Comissão Europeia pede continuação da consolidação orçamental em Portugal, referindo “pressão significativa” provocada pelo custo potencial das progressões e pelo alargamento da aplicação das 35 horas semanais no sector da saúde
“As modalidades precisas do descongelamento de algumas carreiras específicas (em particular a dos professores) estão ainda a ser negociadas e podem colocar uma pressão significativa em alta no custo total da medida de descongelamento [das carreiras]”
Tiago Brandão Rodrigues, em registo que já constituiu padrão, disse várias tolices a propósito do início do ano-lectivo, a saber: “estão criadas todas as condições para que o ano escolar possa começar a tempo; pudemos fazer algo que não acontecia até 2016. Em 2016, 2017, e acreditamos que também em 2018, começámos com normalidade e tranquilidade os anos-lectivos e em Setembro; há pouco tempo tivemos anos-lectivos que se iniciaram em Outubro e Novembro”.
Anos-lectivos a começarem em Novembro? Só quando o pequeno ministro era ainda mais pequeno e usava fraldas. Nunca há pouco tempo.
Vejamos, agora, detalhes de um ano-lectivo que para o ministro começa com normalidade e tranquilidade, mas que para o vulgar dos mortais arranca com uma pesada dúvida: os sindicatos ameaçam com uma paralisação de aulas logo em Outubro.
É pouco chamar obscena à colocação de professores a 30 de Agosto, por parte de um Governo que, ao invés de os proteger, os agride desumanamente. Porque é desumano, até ao último dia das férias, muitos professores não saberem se têm trabalho ou se têm que ir para a fila de um qualquer fundo de desemprego; porque é inumano, depois disso, dar-lhes 72 horas para arranjarem alojamento e escola para os filhos, algures a dezenas ou centenas de quilómetros de casa, como se não tivessem família nem vida pessoal. Esta forma com que o Governo tratou os seus professores esteve ao nível da insensibilidade patenteada por quem o representa, quando afirmou que a desgraça de Monchique foi a “excepção que confirmou a regra do sucesso”.
A coberto do Decreto-Lei de Execução Orçamental, o Governo cativou recentemente mais 420 milhões de euros de despesa pública, que se somam aos 1.086 inicialmente previstos. E sobre quem recaiu boa parte destas cativações adicionais? Sobre as despesas relativas aos estabelecimentos de ensino básico e secundário, onde a cativação quintuplicou, passando de 4,9 para 25,1 milhões de euros, e sobre os serviços auxiliares de ensino, onde a cativação triplicou, passando de 7,2 para 23,9 milhões de euros.
No início do ano-lectivo passado, o ministro prometeu contratar mais 500 auxiliares, particularmente destinados ao pré-escolar. No início deste, os directores pedem-lhe que cumpra, porque destes funcionários auxiliares nem a sombra se viu. Em resposta aos directores, veio o Ministério da Educação dizer que os auxiliares serão colocados através do Acordo de Cooperação com as Autarquias, tendo sido já comunicado aos municípios com quantos mais cada qual pode contar. Só que subsiste um pequeno problema: há um movimento, que se começa a generalizar, de rejeição da transferência de competências, feita, assim o dizem, à revelia dos autarcas. Das 17 câmaras que constituem a Área Metropolitana do Porto, 11 vão decliná-las (Porto, Vila Nova de Gaia, Vila do Conde, Trofa, Matosinhos, Valongo, Vale de Cambra, Santa Maria da Feira, Paredes, Espinho e Póvoa de Varzim). A estas câmaras, noticiou a comunicação social, juntar-se-ão Braga, Setúbal, Sesimbra, Boticas, Palmela, Évora, Mafra, Barreiro, Moita, Sobral de Monte Agraço, Oeiras, Montijo e Odivelas. Do mesmo passo, o ano inicia-se com a crónica situação de centenas de assistentes operacionais em falta nas escolas, porque estão com baixas médicas prolongadas e não foram substituídos.
Lembram-se da Iniciativa Legislativa de Cidadãos para a contagem de todo o tempo de serviço dos professores? Depois de reunir 20.839 assinaturas, foi admitida a debate como projecto-lei e recebeu o número PJL/944/XIII/3. Após a admissão, estranhamente, os proponentes foram notificados de que 3.555 assinaturas foram consideradas inválidas. Para corrigir a borrada pela qual são responsáveis, os serviços da AR, magnanimamente, concederam mais 90 dias, contados a partir de 8 de Agosto. Quando o prazo terminar a 9 de Novembro, o orçamento de Estado para 2019 estará decidido. Quem acredita no Pai Natal considera normal o estrangulamento da iniciativa na secretaria. Eu não! Parabéns aos parlamentares e aos partidos que foram poupados ao incómodo. Bela chapelada!