(…) acho que todos entendem, mesmo fora da classe docente e de forma crescente ao perceber-se que a nossa crise financeira/orçamental foi tudo menos causada por professores pagos “acima da média”, que não se pode apagar quase uma década de serviço efectivamente prestado e em condições progressivamente mais complicadas e exigentes, desde os desmandos da ministra preferida do engenheiro Sócrates ao mais com menos do ministro Crato, não esquecendo estes agora que, com falinhas mansas, já nos verdascaram e agora querem flexibilizar e não pagar nada em troca.
Quem anda pelas escolas percebe – para além do cliché, da queixa recorrente – que a forma como as sucessivas equipas do ME nos têm tratado nos últimos 15 anos só pode resultar de preconceitos demasiado enraízados em mentalidades persecutórias e ansiosas por arranjar quem pague a despesa que outros fizeram e à tripa forra. E não se pense que foram apenas o sócrates&salgado, porque são muitos mais os catrogas, mexias, bavas, ulricos, granadeiros, ferreiras, miras e etc que, arguidos ou não, ganharam de um lado e outro de muitos negócios em que o Estado alienou empresas e funções que nunca deveria ter deixado passar em regime de monopólio ou cartel para grupos privados de qualidade mais do que duvidosa. Observem-se os ctt, até pela proximidade da decadência do serviço prestado.
Portanto, esta é uma causa que vai para além de qualquer questão corporativa (como a dos enfermeiros especialistas que agora teve validação judicial) e que deve merecer o apoio de todos os que – da Direita à Esquerda, sem rédeas artificiais – acham que os abusos do Estado têm acontecido, em primeiro lugar, sobre muitos dos que o servem o melhor que podem e sabem.
Se Fosse Petição, Já Estava | O Meu Quintal
PS:
Os professores não abram a pestana que não é preciso. Não se mexam…
Quanto aos jornalistas os mesmos foram culpados por omissão – cegos, surdos e mudos:
O Jornalismo (Quase) Redescoberto | O Meu Quintal
Desta Vez Vi “O Eixo do Mal” Quase Até ao Fim | O Meu Quintal
Concordo – ficamos a conhecer melhor e a cores quem nos desgoverna: Expresso | Presidente do Conselho Deontológico dos Jornalistas considera “legítima” divulgação dos interrogatórios a Sócrates
A ler:
SIC Notícias | Isto não é não jornalismo. Por Ricardo Costa
(…) Quando, no final do ano passado, a acusação deste processo saiu tive necessidade de a ler. São quatro mil páginas, que todos os jornalistas das áreas de política, economia ou nacional deviam obrigatoriamente ler. Felizmente trabalho numa redação onde vários jornalistas se deram ao trabalho de a ler. Os que acompanham a Operação Marquês há anos e anos fizeram-no de forma sistemática e profissional. No fim dessa leitura, decidimos, em conjunto, que se deviam fazer várias reportagens que enquadrassem jornalisticamente o que ali estava, tal é a gravidade e dimensão daquele documento. Podia ser feito de várias maneiras, mas escolhemos três ângulos: as entregas de dinheiro, a casa de Paris e o saco azul do GES. Acho estranho que muitos tenham preferido a não-escolha. Perante o caso judicial mais grave da nossa democracia e a falência bancária que mais dinheiro leva aos contribuintes, reduziram este caso a um assunto judicial. Ora este é um erro gravíssimo, porque este caso é judicial, é político, é financeiro, cruza toda a nossa sociedade. A justiça deve fazer justiça e os jornalistas devem fazer jornalismo. Não dedicar tempo e recursos a este caso é uma omissão jornalística que, na minha opinião, não tem perdão nem justificação. Não dar aos leitores, espectadores ou ouvintes trabalhos de fundo sobre a Operação Marquês é anular o papel dos jornalistas numa democracia. É decretar um intervalo de uma década até que o caso transite em julgado. Nessa altura levantam o cordão sanitário e fazem um ar de espanto com o que esteve sempre à frente dos seus olhos (…)
Não estão fartos de sustentar chupistas?
Visão | Rubina Berardo pode ter dado morada errada à Assembleia da República – A deputada do PSD declarou, aos serviços da Assembleia da República, viver na Madeira apesar de residir em Lisboa com o seu agregado familiar e de trabalhar na capital desde 2012