Sete anos (no Tibete) CONGELADO e cheio de frio…

 

Esperava, um dia, ver o sorriso nas faces de tantos e tantos colegas quando ouvissem ou lessem a boa nova do descongelamento da carreira docente. Só o esperaria se fosse inocente, se a vida não me tivesse provado, vezes sem conta, que nem as boas notícias são tão boas como as imaginávamos.

O que vem por aí não traz  nada de novo. Nada que não se estivesse à espera. Numa carreira, que nada mais é que uma intenção de o ser, programada para que em 36 anos se chegue ao topo (4 anos por escalão/índice), ver sonegados sete anos, é coisa sem importância. Mas esta coisa sem significado impede a maior parte dos docentes, em exercício, de algum dia se verem a atingir o último escalão. Será que o objetivo seria mesmo esse, impedir os docentes de chegarem ao topo da carreira? Para não perguntar se a intenção seria acabar com esta carreira especial e integrar os professores numa outra qualquer.

A solução passaria pela negociação de um novo modelo de carreira docente, entre os sindicatos e o Ministério de Educação, com o objetivo de ver a permanência em cada escalão, ou apenas em alguns, reduzida. Ou, poder-se-ia optar por uma diluição destes sete anos pela, restante, carreira de cada docente afetado. Na prática seria a mesma coisa. Tornar-se-ia, também, necessário salvaguardar a aplicação desta medida às futuras entradas na carreira, desde que os docentes tenham estado ao serviço durante estes, longos, sete anos.

De repente, vislumbro muitos dos meus colegas a arrastarem-se pelos corredores das escolas, uns de muletas, bengalas e andarilhos, outros de cadeiras apetrechadas com rodas, só para provar que conseguem alcançar o topo da carreira. Alguns já nem se lembrarão porque andam por ali. Se ao menos se lembrassem do caminho para casa…

 

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8 comentários

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    • Funcionário Público on 9 de Outubro de 2017 at 18:04
    • Responder

    Ex.mo senhor professor Rui Geraldino Cardoso

    “Será que o objetivo seria mesmo esse, impedir os docentes de chegarem ao topo da carreira? Para não perguntar se a intenção seria acabar com esta carreira especial e integrar os professores numa outra qualquer.”

    Informo-lhe que não são apenas os professores que estão com as carreiras congeladas. O resto da função publica também está!!!

      • Gina on 9 de Outubro de 2017 at 18:49
      • Responder

      O resto da função publica sumou pontos nos anos de congelamento, nós não. Há que contar estes anos para progressão,

  1. O destino para muitos será o Professor Azul…
    https://youtu.be/C90ZvdJ_VQU

    • Steve on 9 de Outubro de 2017 at 19:47
    • Responder

    .
    Camarada (sei que gosta deste tratamento) Rui Gualdino

    Retive estas duas afirmações:

    “- programada para que em 36 anos se chegue ao topo (4 anos por escalão/índice)

    – Para não perguntar se a intenção seria acabar com esta carreira especial e integrar os professores numa outra qualquer.”

    É de um completo desplante (para não dizer outra coisa) achar que TODO O CÃO E GATO TEM QUE CHEGAR AO TOPO DA CARREIRA. Não!…Não deve. Ao topo devem chegar os que tiverem mérito para tal.

    Quanto à segunda afirmação em que questiona sobre o propósito de acabar com esta Carreira Docente, apenas digo que DEVIA TER ACABADO VAI MUITO TEMPO.
    Este Estatuto da Carreira Docente é fruto da ABRILADA e coloca em pé de igualdade aquilo que é diferente – AMAS e/ou BABAS (agora designadas Educadoras da Infância), REGENTES ESCOLARES e/ou PROFESSORES PRIMÁRIOS (agora designados por conveniência mercantil de Professores do 1º Ciclo), PROFESSORES DO ENSINO PREPARATÓRIO (agora designados Professores do 2º Ciclo) e os PROFESSORES DO ENSINO SECUNDÁRIO. Esta BAGUNÇADA SERVE APENAS OS INTERESSES dos menos qualificados, pois a Carreira é a mesma para todos (só faltam os Professores do Ensino Superior).

    Penso que face a ESTA BANDALHEIRA o ideal seria os professores integrarem a Carreira Técnica Superior.

    Veja-se o Caso dos Psicólogos, Terapeutas da Fala………

    E para a BANDALHEIRA ficar completa colocaram na dita Carreira Docente lá esse grande grupo de docentes (desempregados e que agora contribuem a redigir papeis) chamado de 910 – Grupo Pastilha Elástica.

    E isto serve os interesses sindicais? Claro que SIM.

    E isto vai durar muito mais tempo? Obviamente NÃO.
    .

      • Steve on 9 de Outubro de 2017 at 19:53
      • Responder

      .
      Esqueci-me de referir que os ENFERMEIROS também queriam (queriam, claro que queriam) ter a mesma carreira dos MÉDICOS.

      Não dá.

      Mandem esta mensagem ao professor primário (com especialização no 910) Mário Nojeira para ele fazer mais uma greve a tempo parcial.

      Cumprimentos.
      .

      • Maria on 10 de Outubro de 2017 at 22:25
      • Responder

      Para começar há muita gente que ofenderia os gatos e os cães ao comparar-se com os ditos animais. Foi graças à Abrilada que a mesma lhe permitiu a liberdade de expressão, o que leva a que a bamdalheira também possa escrever.

        • Steve on 10 de Outubro de 2017 at 23:53
        • Responder

        .
        Querida Miquinhas…..se queres uma foice e um martelo vai viver para a Venezuela…lá estarias melhor porque o bigode do Kamarada Maduro é maior do que o do Kamarada Mário Nojeira.
        .

          • Carlos on 11 de Outubro de 2017 at 0:54

          Olha, olha “Contribuinte Indignado” ainda continuas por cá?…
          Mais calmo?… Mais neurónios?…

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