Esperava, um dia, ver o sorriso nas faces de tantos e tantos colegas quando ouvissem ou lessem a boa nova do descongelamento da carreira docente. Só o esperaria se fosse inocente, se a vida não me tivesse provado, vezes sem conta, que nem as boas notícias são tão boas como as imaginávamos.
O que vem por aí não traz nada de novo. Nada que não se estivesse à espera. Numa carreira, que nada mais é que uma intenção de o ser, programada para que em 36 anos se chegue ao topo (4 anos por escalão/índice), ver sonegados sete anos, é coisa sem importância. Mas esta coisa sem significado impede a maior parte dos docentes, em exercício, de algum dia se verem a atingir o último escalão. Será que o objetivo seria mesmo esse, impedir os docentes de chegarem ao topo da carreira? Para não perguntar se a intenção seria acabar com esta carreira especial e integrar os professores numa outra qualquer.
A solução passaria pela negociação de um novo modelo de carreira docente, entre os sindicatos e o Ministério de Educação, com o objetivo de ver a permanência em cada escalão, ou apenas em alguns, reduzida. Ou, poder-se-ia optar por uma diluição destes sete anos pela, restante, carreira de cada docente afetado. Na prática seria a mesma coisa. Tornar-se-ia, também, necessário salvaguardar a aplicação desta medida às futuras entradas na carreira, desde que os docentes tenham estado ao serviço durante estes, longos, sete anos.
De repente, vislumbro muitos dos meus colegas a arrastarem-se pelos corredores das escolas, uns de muletas, bengalas e andarilhos, outros de cadeiras apetrechadas com rodas, só para provar que conseguem alcançar o topo da carreira. Alguns já nem se lembrarão porque andam por ali. Se ao menos se lembrassem do caminho para casa…
8 comentários
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Ex.mo senhor professor Rui Geraldino Cardoso
“Será que o objetivo seria mesmo esse, impedir os docentes de chegarem ao topo da carreira? Para não perguntar se a intenção seria acabar com esta carreira especial e integrar os professores numa outra qualquer.”
Informo-lhe que não são apenas os professores que estão com as carreiras congeladas. O resto da função publica também está!!!
O resto da função publica sumou pontos nos anos de congelamento, nós não. Há que contar estes anos para progressão,
O destino para muitos será o Professor Azul…
https://youtu.be/C90ZvdJ_VQU
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Camarada (sei que gosta deste tratamento) Rui Gualdino
Retive estas duas afirmações:
“- programada para que em 36 anos se chegue ao topo (4 anos por escalão/índice)
– Para não perguntar se a intenção seria acabar com esta carreira especial e integrar os professores numa outra qualquer.”
É de um completo desplante (para não dizer outra coisa) achar que TODO O CÃO E GATO TEM QUE CHEGAR AO TOPO DA CARREIRA. Não!…Não deve. Ao topo devem chegar os que tiverem mérito para tal.
Quanto à segunda afirmação em que questiona sobre o propósito de acabar com esta Carreira Docente, apenas digo que DEVIA TER ACABADO VAI MUITO TEMPO.
Este Estatuto da Carreira Docente é fruto da ABRILADA e coloca em pé de igualdade aquilo que é diferente – AMAS e/ou BABAS (agora designadas Educadoras da Infância), REGENTES ESCOLARES e/ou PROFESSORES PRIMÁRIOS (agora designados por conveniência mercantil de Professores do 1º Ciclo), PROFESSORES DO ENSINO PREPARATÓRIO (agora designados Professores do 2º Ciclo) e os PROFESSORES DO ENSINO SECUNDÁRIO. Esta BAGUNÇADA SERVE APENAS OS INTERESSES dos menos qualificados, pois a Carreira é a mesma para todos (só faltam os Professores do Ensino Superior).
Penso que face a ESTA BANDALHEIRA o ideal seria os professores integrarem a Carreira Técnica Superior.
Veja-se o Caso dos Psicólogos, Terapeutas da Fala………
E para a BANDALHEIRA ficar completa colocaram na dita Carreira Docente lá esse grande grupo de docentes (desempregados e que agora contribuem a redigir papeis) chamado de 910 – Grupo Pastilha Elástica.
E isto serve os interesses sindicais? Claro que SIM.
E isto vai durar muito mais tempo? Obviamente NÃO.
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Esqueci-me de referir que os ENFERMEIROS também queriam (queriam, claro que queriam) ter a mesma carreira dos MÉDICOS.
Não dá.
Mandem esta mensagem ao professor primário (com especialização no 910) Mário Nojeira para ele fazer mais uma greve a tempo parcial.
Cumprimentos.
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Para começar há muita gente que ofenderia os gatos e os cães ao comparar-se com os ditos animais. Foi graças à Abrilada que a mesma lhe permitiu a liberdade de expressão, o que leva a que a bamdalheira também possa escrever.
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Querida Miquinhas…..se queres uma foice e um martelo vai viver para a Venezuela…lá estarias melhor porque o bigode do Kamarada Maduro é maior do que o do Kamarada Mário Nojeira.
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Olha, olha “Contribuinte Indignado” ainda continuas por cá?…
Mais calmo?… Mais neurónios?…