Lovely Creatures: The Best of Nick Cave & The Bad Seeds 1984-2014
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Mai 05 2017
No despacho n.º 3772/2017, publicado hoje.
1 – É concedida tolerância de ponto aos trabalhadores que exercem funções públicas nos serviços da administração direta do Estado, sejam eles centrais ou desconcentrados, e nos institutos públicos no próximo dia 12 de maio de 2017.
2 – Excetuam-se do disposto no número anterior os serviços e organismos que, por razões de interesse público, devam manter-se em funcionamento naquele período, em termos a definir pelo membro do Governo competente.
3 – Sem prejuízo da continuidade e da qualidade do serviço a prestar, os dirigentes máximos dos serviços e organismos referidos no número anterior devem promover a equivalente dispensa do dever de assiduidade dos respetivos trabalhadores, em dia a fixar oportunamente.
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Mai 05 2017
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Mai 05 2017
Juro: o meu coração caiu-me aos pés.
Eu tinha lido a legislação de fio a pavio, consultado os blogues, deambulado por entre os corredores cibernáuticos da DGAE. Não me enganara ao submeter a candidatura.
Mas agora, com letrinhas bem explícitas, lá estava: “invalidada”.
Percorri os dados com a minuciosa lupa da clarividente dúvida: nada me parecia incorreto.
Corri num ápice ao gabinete da excelentíssima senhora diretora, aguardei pacientemente que a porta permanentemente cerrada abrisse e procurei esclarecimentos.
– Não sei qual é o espanto, tu tens horário incompleto, não reúnes condições para vincular. Tens de corrigir isso.
Tentei contra argumentar, a legislação, as letrinhas douradas na portaria 129, mas ela revelou-se inflexível, que visse isso com a chefe da secretaria que tinha mais que fazer.
Saí porta fora com um nó apertado na garganta. A excelentíssima senhora diretora sentada na sua poltrona, alheia de canseiras e aborrecimentos, aguardando o beija-mão das eleições que se avizinham, e eu ali especada, o coração caído aos pés, com dezassete anos de aulas a palpitarem-me no peito, o bilhete para o último comboio na mão e o aviso súbito de cancelamento.
Estarrecida, corri para o computador, imprimi a dita portaria e foi munida de armas que arremeti contra a secretaria.
Sem desviar os olhos do portátil, o abutrezinho burocrático abanou logo a cabeça na minha direção:
– Olhe, professora, só faço o que me mandam.
– Mas, repare, diz aqui: “à exceção do ano escolar 2016/2017”.
Estiquei bem o dedinho nervoso a apontar as letrinhas douradas, caramba, a minha vida presa numa linha, por que razão tenho eu de passar por isto?
E na minha cabeça, a bombear-me o sangue nos miolos, o pensamento avassalador de toda esta injustiça de quem não quer saber.
Não basta o governo fazer da precariedade dos outros a sua bandeira, continuar a olhar para nós, professores, como uma classe marginal, ainda tenho de gramar esta neblina de desesperança que a minha própria escola me estende.
Desprezando a minha angústia e desalento, rematou o discurso com um “fale com a senhora diretora”.
E, então, estamos nisto, a diretora de porta outra vez fechada, as horas a contar, e eu pedindo por socorro ao deus da DGAE que, lá por detrás das teclas do seu computador, teima em ignorar a desesperança dos pequeninos.
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