Tendo em conta as informações de hoje sobre a “flexibilização” curricular onde é referido que o Inglês do 1º Ciclo (3º e 4º anos) funcionará dentro das 25 horas de aulas dos alunos e será aumentado para as 5 horas a carga semanal das Expressões-Artísticas e Físico-Motoras, não deixa de ser caricato que a “flexibilização” que existe actualmente onde o tempo a cumprir no 1º e 2º anos é entre 22,5 e 25 horas e nos 3º e 4º anos entre as 24,5 e as 27 horas provavelmente irá ficar rígido nas 25 horas, já a considerar as 2,5 horas semanais dos intervalos.
A serem tomadas as medidas anunciadas em cima só pode ser retirado espaço ao Apoio ao Estudo e à oferta complementar, visto que nenhuma das áreas curriculares perderá tempo lectivo, pelo contrário, ganharão mais duas horas.
Existe uma noção muito errada que a matriz curricular dos alunos no 1º ciclo é de 25 horas. A flexibilização que existe e que compete a cada escola decidir o tempo curricular destes alunos irá assim ser flexibilizada para um tempo fixo de currículo. E é isto flexibilizar.
Bastava anunciar que o Apoio ao Estudo e a Oferta Complementar desapareciam do currículo. Mas claro que dessa forma as páginas dos jornais não seriam tão cor-de-rosa.
Mais tempo para as expressões e menos carga letiva no 3.º e 4.º anos
No caso do 1.º ciclo de ensino, a ideia é reduzir o tempo de aulas no 3.º e 4.º anos das atuais 27 horas para 25 horas, como já acontece no 1.º e 2.º anos. “É unânime que há um excesso de aulas no 3.º e 4.º anos”, declarou João Costa.
Este “reequilíbrio” não afetará as áreas disciplinares, isto é, português, matemática, estudo do meio e expressões não perderão horas.
“As duas horas são recuperadas através do apoio ao estudo e da possibilidade de optar entre uma hora de expressões e oferta complementar”, explicou, mais tarde, ao Observador, fonte oficial do Ministério da Educação, acrescentando que “assim, garante-se uma carga horária total mais adequada à faixa etária”.
Olhando ainda para o 1.º ciclo, haverá mais horas dedicadas às expressões físico-motoras e artísticas. Atualmente estas garantem um mínimo de três horas na componente letiva e passarão a ter cinco.
“Se quiserem pensar em abstrato, temos de pensar que se a semana tem cinco dias temos cinco horas de atividade. O ideal é que os alunos tenham pelo menos uma hora por dia a oportunidade de estarem a trabalhar de uma forma diferente, não terem sequências de aula com método passivo, mas poderem ter exploração de atividade física”, explicou o secretário de Estado da Educação.