Por aqui nO Meu Quintal.
Boa leitura.
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Fev 28 2017
Marcelo Rebelo de Sousa promulgou o diploma de concursos, mas deixou ressalvas. Entre elas que seria “melhor tratar em diploma próprio o concurso extraordinário” e “não deixar para Portaria” e chama a atenção para a redução da taxa de natalidade…
Fica a parte do comunicado da Presidência da República referente ao diploma:
1. A contratação de professores pelo Estado – e portanto a serem pagos pelo contribuinte através do Orçamento do Estado, que não pode assegurar o emprego de todos – tem de tomar em conta a evolução da natalidade e uma maior eficiência na gestão da rede escolar, evitando redundâncias e ineficiências.
2. Deve também assegurar a qualidade do ensino público, bem como uma justa transição de professores que asseguram ou asseguraram o ensino privado contratualizado.
3. Melhor seria tratar em diploma próprio o concurso extraordinário e não deixar para Portaria tão lata densificação normativa.
4. Atendendo, contudo, ao equilíbrio atingido em matéria tão sensível, o Presidente da República promulgou o Diploma que altera o regime de seleção, recrutamento e mobilidade do pessoal docente para os estabelecimentos públicos de educação pré-escolar e dos ensinos básico e secundário na dependência do Ministério da Educação.
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Fev 27 2017
Todos: pais, professores e alunos se queixam do sistema atual de ensino.
Os pais não querem que a escola seja uma fábrica que formate os filhos e os transforme em autómatos desajustados do mundo em que vivem. Exigem salas de aula com menos alunos, menos trabalhos de casa, um ensino mais criativo. Os alunos acham a escola aborrecida, pouco estimulante, separada da realidade tecnológica e do mundo em que vivem. Professores sentem-se desmotivados, presos às metas curriculares obrigatórias, ao sistema de avaliação por notas, à falta de tempo para trabalhar, não tendo possibilidade nem espaço para arriscar.
Rui Lima, professor do ensino básico, considerado pela Microsoft um dos 18 professores mais inovadores do mundo, reflete sobre todos estes temas em debate na praça pública e garante que não precisamos de ir lá fora para vermos casos de sucesso. Em Portugal já há professores a pensar fora da caixa, a romper com as práticas enraizadas, a arriscar novas abordagens que incentivam o risco e a experimentação, alunos motivados que pintam o céu de amarelo às bolinhas rosa” e que apesar de não conseguirem o sucesso nas “disciplinas nucleares” (seja lá isso o que for) possuem qualidades incríveis noutras áreas. Escolas inovadoras, que estimulam a curiosidade e que se transformaram em autênticos espaços de descoberta de talentos.
LANÇAMENTO 9 MARÇO 18H30 FNAC OEIRAS PARQUE
À venda a partir de: 2 março 2017
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Fev 26 2017
O desfile decorre sob os auspícios de um dia de sol.
Os grupos sucedem-se com a luminosidade sobre os ombros, incrustada nas lantejoulas e purpurinas, nas cabeleiras acrílicas, nos sintéticos tecidos moles, acabados de estrear. Ao redor, uma turba de pais e familiares, uivando e obturando de êxtase e felicidade, acenam freneticamente.
Vejo passar os pókemons, as Princesas da Disney, Ladybugs, piratas e palhaços coloridos.
No entanto, vou observando o rosto das crianças, por entre a guarda de honra da multidão circundante. Espantada, vislumbro infantis frontes cerradas, faces rubras de desinteresse, irritação clara de descontentamento e enfado.
À minha memória surge, então, como um raio tempestuoso, uma memória há muito oculta, dos meus próprios tempos de gaiata. As máscaras eram um luxo, era o Carnaval muito antes de existirem lojas do chinês ou dos 300. A televisão tinha apenas 2 canais, em inúmeros lares, a preto e branco, e a diversão pura passava pelas telenovelas brasileiras, os jogos sem fronteiras, o festival da canção, a feira popular, os passeios de domingo que pediam roupa a preceito, por vezes ainda exalando o mofo dos fundo dos armários.
Ser pequena era a expetativa de um mundo de possibilidades e não as possibilidades de um mundo na nossa mão.
E o Carnaval era o momento em que todas as pequenas dimensões ao nosso redor se entretelavam, se tornavam quase possíveis.
Todos os anos eu pedia uma máscara diferente a meus pais. Todos os anos a resposta era a mesma, aviltando o desperdício de gastar tanto dinheiro só por um dia. E todos os anos minha mãe descia as escadas, batia à porta da solícita vizinha que, gentilmente, emprestava o vestido de espanhola que as filhas, agora adultas, tinham desprezado numa velhinha caixa de sapatos.
Com displicência e frustração, lá ia eu composta para a escola com um conjunto gasto de horríveis castanholas e um par de chinelas negras de salto meio alto, cobiçando as minhotas, as chinesas e, até, os cowboys.
Detestava umbilicalmente aquele traje vermelho coçado pelo tempo. Um ódio visceral que me fazia odiar o Carnaval por saber que, lá em casa, ninguém gastaria um escudo para que eu desfilasse com outra fatiota que não aquela, emprestada.
O Carnaval era um luxo, não uma necessidade ou um benefício adquirido por usucapião.
Contudo, tive de esperar diligentemente que a bainha que vinha até aos pés me chegasse ao joelho e que os cotovelos soçobrassem à renda. Só então consegui a pequena vitória de me ser prometido novo fato para o ano seguinte.
Um dia, pelo correio, uma emigrada tia, distante e desconhecida, ofereceu-me aquele que fora, talvez, o presente mais ansiado da minha ainda jovem vida e que me permitiria ir à escola e desfilar no Carnaval com o peito feito de orgulho: um vistoso vestido de princesa. O tecido de cetim azul cerúleo, decorado com linhas de lantejoulas fulgurantes, tule de teia e pérolas postiças desenhando o peito, multiplicavam o encanto.
O meu entusiasmo ampliou-se na expetativa da ansiada celebração. Contudo, no dia seguinte, depois do orgulhoso percurso para a escola, algo inusitado e terrível ocorreu. Sentada na carteira, insuflada pelos folhos e pelos tules, desmultiplicada pela rodinha acetinada, ergui-me do meu assento para seguir o cortejo. Mas, uma feroz e inusitada farpa, juro que regurgitada de propósito das entranhas do diabo da cadeira, prendeu-me o tule, o cetim e, numa dentada lancinante, rasgou-me, para sempre, a saia ao meio e o orgulho.
Depois disso, acabou-se o Carnaval, foi o vestido para o lixo e nunca mais me mascarei.
Volto a observar os garotos das fatiotas sintéticas cintilantes que prosseguem a marcha, arrastando nos pequenos pés confetis, palmas robustas e baba de avós embevecidas. O seu rosto impassível e indiferente, quase de um tédio primaveril, ignora tempos em que, de facto, a oportunidade de desfilar numa rua era, para inúmeras crianças, um pequeno luxo. No ano vindouro, renovarão o trajamento, desfilarão, talvez, com renovada displicência, enquanto os adultos regurgitarão eufóricos urras à sua passagem, invejando, todos eles, ter tido um momento como aquele nas suas vidas.
Mais atrás observo, porém, os mais pequeninos, todos numa fila de mãos dadas, pequeninas abelhas feitas de material reciclado: sorriem com os olhos tinindo de luz.
Sinto-me subitamente embevecida com a simplicidade das coisas palpáveis. Por vezes, complicamos tanto a vida onde ela não tem complicação nenhuma… Memórias e sonhos nebulosos que não levam a parte alguma.
A felicidade, sábia e fugaz, sabe esconder-se certeira em momentos inesperados.
Talvez o Carnaval seja apenas uma desculpa para lhe podermos espreitar o rosto feito de sol.
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Fev 26 2017
PAIS E PROFESSORES À BEIRA DE UM ATAQUE DE NERVOS
(porque o melhor do mundo – nem sempre – são as crianças…)
Parentalidade – Sucesso Educativo – Inquietações…e SOLUÇÕES !
O CENFIPE – Centro de Formação e Inovação dos Profissionais de Educação das escolas do Alto Lima e Paredes de Coura, mobilizando vários parceiros – organiza em 2017 mais um evento marcante no campo da Educação. Trata-se de um Ciclo de Conferências que numa primeira fase (2017) será realizado nos Concelhos de Ponte de Lima (25 de Março) e de Arcos de Valdevez (27 de Maio) e já em 2018 em Paredes de Coura e Ponte da Barca.
No presente Ciclo foram convidados especialistas de diferentes áreas para discutir questões centrais inerentes à parentalidade positiva, bem como, ao sucesso educativo e ao papel da escola : Álvaro Laborinho Lúcio, Paulo Flor (PSP), Alexandre Quintanilha, Renato Paiva, Cristina Valente, Alexandre Castro Caldas, Jorge Pina, Vítor Paulo Pereira, Jorge Costa (Secretário de Estado), Jorge Rio Cardoso, Adelino Calado, Helena Canhão, Carlos Neto, Rute Sousa Vasco, Adriano Moreira e os Jornalistas Carlos Daniel (RTP) , João Fernando Ramos (RTP), Júlio Magalhães (Porto Canal) e Ana Guedes (Porto Canal)
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Fev 25 2017
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Fev 25 2017
O próximo quadro apresenta o número de horários que estiveram em contratação de escola no ano lectivo 2016/2017 por grupo de recrutamento e Distrito.
Tenho nesta lista 6535 horários e na passada quinta feira a DGAE dava conta que tinham sido celebrados 5966 contratações de escola.
Durante o mês de Março farei a análise deste horários por número de horas e duração do contrato para apoio aos concursos para 2017/2018.
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Fev 24 2017
O Ministério da Educação está a estudar a hipótese de alterar disciplinas que atualmente são anuais, transformando-as em semestrais.
O Ministério da Educação está a estudar a hipótese de alterar disciplinas que atualmente são anuais, transformando-as em semestrais, no ensino básico e no secundário. Entre as unidades curriculares que podem vir a tornar-se semestrais estão a História e a Geografia do 3º ciclo.
“História e Geografia só têm dois ou três tempos por semana e os professores chegam a ter 11 turmas, cerca de 300 alunos. Concentrando cada disciplina num semestre, o professor passaria a ter metade dos alunos em cada semestre e pedagogicamente seria bom”, esclarece ao “Correio da Manhã” o presidente da Associação Nacional de Diretores de Agrupamentos e Escolas, Filinto Lima.
De acordo com o CM desta terça-feira, o intuito é concentrar mais a carga horária e reduzir o número de alunos por docente em cada semestre. “Testar e ver se é possível” é o que João Costa, secretário de Estado da Educação, disse sobre o tema, no Parlamento, esta semana.
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Fev 24 2017
Publicitação das listas definitivas de Colocação, Não Colocação, Retirados e Lista de Colocação Administrativa dos Docentes de Carreira – 22ª Reserva de Recrutamento 2016/2017
Aplicação disponível das 0:00 horas de segunda-feira, dia 27 de fevereiro, até às 23:59 horas de quarta-feira, dia 1 de março de 2017 (hora de Portugal Continental).
Consulte a nota informativa.
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Fev 24 2017
Enquanto os professores, segundo a Fenprof, estão a favor de uma revisão do diploma sobre a gestão das escolas, os diretores e os pais opõem-se a mudanças.
Não creio que vá mudar. Esta guerra está perdida à partida. Há quem não esteja, sequer, disposto a dar resposta.
No máximo poderão mexer na constituição do CG ou nas suas competências, nada mais. Os Diretores continuarão a ter as competências que têm hoje e a ser eleitos mais ou menos da mesma forma…
Pais e diretores “chumbam” mudanças na gestão das escolas
A proposta da Federação Nacional dos Professores (Fenprof) para a “gestão democrática das escolas” teve ampla aprovação num inquérito promovido por esta junto de 25 mil docentes, com mais de 90% a defenderem o regresso ao modelo colegial – os antigos conselhos diretivos – e a participação, sem restrições, de todos os professores e funcionários na eleição deste órgão. Mas a recetividade não é a mesma entre representantes de diretores e de pais ouvidos pelo DN, cujas respostas variam entre considerar as pretensões da organização sindical extemporâneas e perigosas.
Neste último grupo está José Eduardo Lemos, presidente do Conselho das Escolas, um órgão consultivo do Ministério da Educação. “O atual modelo de gestão das escolas é o melhor que existiu depois do 25 de Abril. Não houve melhor modelo nem modelo mais democrático do que o atual”, defende, questionando os motivos da organização sindical para identificar esta questão como uma das suas prioridades para 2017. “Se é uma bandeira da Fenprof acabar com este modelo, cada organização empunha as bandeiras que entende pelos motivos que entende”.
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Fev 24 2017
Dizem que vem aí uma revolução ao nível de sala de aula. Turmas mais pequenas, disciplinas semestrais, currículos novos, morrem as metas, nascem as competências…
Seja lá o que for que aí venha, desta vez, que respeite quem está na escola, principalmente os alunos e professores. Não se esqueçam de conjugar a idade real dos alunos com as matérias a aprender e não se esqueçam de apoiar os docentes nestas mudanças. Não nos lancem outra vez no “desconhecido”…
Educação. As mudanças a caminho para o próximo ano letivo
Um currículo mais “magro”, turmas mais pequenas e um aluno com mais “competências”. Várias novidades estão a caminho e esta sexta-feira é provável que o ministro seja questionado sobre elas.
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Fev 24 2017
De regresso, mas apenas por ser Carnaval.
Já sabem que o primeiro prémio será dividido por todos aqueles que comentarem aqui ou nas redes sociais do blog.
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Fev 23 2017
São petições e mais petições… A ultima a que tive acesso, Reforma aos 60 anos e 36 anos de serviço para professores, foi encerrada com 19.945 assinaturas, alcançadas em pouco mais de duas semanas. Essa petição deu entrada no parlamento a 26 de janeiro de 2017, tendo como peticionária Maria Manuela Jesus Ferreira Alves e “objeto sucinto”, Solicitam a criação de um regime de exceção no acesso à reforma para os professores.
Temo que esta petição, apesar do elevado número de subscritores, tenha o mesmo fim de todas as anteriores. Vai ser muito elogiada pelos senhores deputados, a peticionária vai ser saudada pela iniciativa, mas nada mais do que retórica demagógica. Não está nos planos do governo, não está inscrito nas intenções de campanha nem em lado nenhum que, nesta legislatura seja dado algum passo, por mais pequeno que seja, nessa direção.
No máximo dos máximos, teremos isto:
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Fev 22 2017
Serve a presente publicação para informar que é dado início ao procedimento conducente alteração à Portaria n.º 260-A/2014 sobre aquisição de qualificação profissional para a docência no grupo de recrutamento 120.
A constituição como interessado no presente procedimento depende de declaração escrita nesse sentido, dirigida à Diretora-Geral da Administração Educativa e enviada para o endereço eletrónico regmedu42017@medu.gov.pt
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Fev 22 2017
Esqueçam lá os Projetos do BE e dos Verdes, que a redução de alunos por turma é para se ir fazendo, não é para se fazer…
A dita ainda está em debate, e a vir, virá integrada num conjunto de medidas para o sucesso. Sempre quero ver o fim disto. Não quero acreditar que seja só conversa, mas não estou a ver isto ter o fim desejado por quem está no terreno… Em março saberemos…
Governo vai reduzir número de alunos por turma já no próximo ano letivo
O assunto está ainda em debate, mas o Ministério da Educação pretende reduzir de forma progressiva o número de alunos por turma. Primeiro passo está a ser preparado.
“O ministro da Educação disse já que é nossa intenção reduzir de forma progressiva”, disse João Costa adiantando que tem de ser salvaguardada a continuidade pedagógica e que o debate público sobre esta matéria está em curso e que terá de estar concluído em março.
Até ao final de março, explicou, terá de estar concluído o despacho das matrículas, de organização do ano letivo e a concertação da rede de escolas.
Neste debate em curso, adiantou, é unanime que a redução do número de alunos é importante mas que não deve ser apenas administrativa e sim em linha com a promoção do sucesso escolar.
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Fev 22 2017
Quando vi a apresentação do Perfil dos Alunos à Saída da Escolaridade Obrigatória, lembrei-me do primeiro-ministro mais divertido da época democrática, de sua graça Pinheiro de Azevedo, e da resposta vernácula que deu a propósito do sequestro de que foi vítima. Não a escrevo, por decoro. Contenho-me para não a soletrar como contributo único que o perfil merece, em sede da discussão pública que ora decorre. Pinheiro de Azevedo imaginava-se rodeado de gonçalvistas. Eu sinto-me sequestrado por pedabobos que querem redesenhar a realidade. Falo para si, secretário de Estado João Costa, que o seu ministro limitou-se a saltar para o estribo do comboio em movimento.A questão não é o perfil de saída dos alunos. É o seu perfil de entrada. São todos os problemas trazidos para o interior da escola, cuja solução não lhe cabe, muito menos sem meios nem autonomia. Fixe o que lhe digo. Se por parte dos professores se verificar uma adesão acrítica à sua modernidade bacoca e ao seu piroso homem novo, não exulte. Preocupe-se. Significará isso que a classe atingiu o auge da desistência. Ou da resignação. Escolha a palavra.Disse o senhor que o novo perfil do aluno é um documento que faltava para dar conteúdo ao alargamento da escolaridade obrigatória. Errou. Bem ou mal, goste ou não goste, o que dá conteúdo ao prolongamento é o plano de estudos vigente e os programas disciplinares das diferentes áreas que o compõem. O referencial de competências que agora sintetizou não vai além da reposição de conceitos banais, de aceitação pacífica, há muito presentes na cartilha geral dos professores. É uma apropriação, mal disfarçada, de máximas expressas em publicações não citadas (vide, por todas, The National Curriculum in England. Key Stages 1 and 2. Framework Document. Department for Education. September, 2013) e em duas publicações, uma da UE (Key Competences for Lifelong Learning – A European Reference Framework), e outra da OCDE (Future of Education and Skills: Education 2030), mal aludidas num texto presunçoso, sem um parágrafo sequer de referências bibliográficas. Definindo um perfil de chegada, permitirá, se permitir, aferir se o plano de estudos contribui ou não para ele. Mas não confere, coisa nenhuma, qualquer conteúdo ao prolongamento da escolaridade. Não confunda velocidade com toucinho, senhor secretário de Estado.Disse o senhor, depreciando-o, que o último prolongamento da escolaridade obrigatória foi um acto administrativo. Voltou a errar. Um secretário de Estado não pode abrir a boca e dizer o que os pés pensam. Esse prolongamento não foi uma iniciativa do chefe da repartição de finanças do seu bairro. Foi uma lei da Assembleia da República (Lei nº85/2009), aprovada com os votos do PS, PCP, BE e PEV e a abstenção do PSD e do CDS/PP. A isso chama-se um acto político. Aquilo a que chamou acto administrativo não está assinado por um trio de amanuenses. Está assinado pelo Presidente da República, pelo Presidente da Assembleia da República e pelo primeiro-ministro.Perguntou o senhor, publicamente:“Será mesmo compatível com o desenvolvimento científico-tecnológico dos últimos anos termos uma Europa com refugiados a morrer às suas portas ou uma população estudantil no seio da qual observamos um aumento da violência no namoro?”Respondo-lhe com duas perguntas: que tem isso a ver com o seu pomposo Perfil do Aluno para o Século XXI? Crê que a partir dele cada adolescente português vai partilhar haveres com dois sírios e um iraquiano e enviar rosas diárias à namorada?O secretário de Estado João Costa louva as suas “aprendizagens essenciais” ao mesmo tempo que critica as “disciplinas estruturantes” de Nuno Crato. Afirmações suas, justapostas a afirmações do seu patusco ministro, tornam a coisa cómica. Disse o primeiro que o perfil faz parte de um puzzle, de que as aprendizagens essenciais são peça fundamental. Disse o segundo que acabaram os saberes essenciais. Em que ficamos, meus senhores?O documento está agora em consulta pública. Para quê, senhor secretário de Estado? O óbvio não tem discussão. Se escrever um papel a dizer que os políticos não devem roubar e que as mulheres não podem ser violadas, acha que alguém decente vai discordar? Se se tratasse de saber como conseguir tais desideratos, talvez pudéssemos dar achegas. Mas nesse quadro, como é hábito nas consultas públicas, as decisões estão tomadas. O senhor já as anunciou. Resumindo, senhor secretário de Estado, do baú dos sempre-em-pé saiu um eloquente de múltiplos saberes, Guilherme de Oliveira Martins, para coordenar 11 sábios e três consultores extra. Esse comité de notáveis demorou seis meses para parir um papel que, expeditamente, um par de horas de copy/paste bem dirigido faria. Não deixa de ser curioso que a prosa, holofote futurista com implícita menorização do passado, tenha ido colher âncora a um pensador que tem hoje 96 anos e tomado por referência sete postulados de uma obra que o mesmo escreveu há 17. Com humildade marota, o senhor transformou a coisa em referencial moderníssimo, que salvará o futuro. Com essa humildade, reflicta no que lhe vou dizer.Ainda o senhor era imberbe e já os professores mais velhos tinham passado por múltiplos programas e conteúdos, objectivos gerais e específicos, unidades didácticas, pedagógicas ou lectivas, conforme a moda, pedagogia por objectivos e objectivos sem pedagogia, ensino centrado no aluno nas semanas pares e nos professores nas ímpares. Quando aquilo a que chama “currículo flexível” se chamou “gestão flexível do currículo”, já lá vão 18 anos, assistiram a estratégias cirúrgicas de remoção de obstáculos para que a rapaziada passasse toda. Mais recentemente resistiram às “competências básicas” doutros operacionais da sua turma e à paranoia dos milhares de metas de Nuno Crato. Depois disso tudo, estão treinados para aguentar as espertezas e os ziguezagues da geringonça educativa e, agora, os seus “perfis de competências”. Genericamente até me parece que se têm deixado embalar pelo seu discurso redondinho. Mas olhe que estão “congelados”, em salários e carreiras, há uma década e as suas pós-modernices não derrogam o aforismo popular: honrarias sem comedorias são gaita que não assobia.In “Público” de 22.2.17
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Fev 22 2017
Define os procedimentos para as despesas referentes à alimentação em refeitório escolar dedutíveis à coleta do IRS
Artigo 3.º
Despesas de alimentação em refeitório escolar
1 – Os sujeitos passivos de IRS que pretendam que seja dedutível à coleta do IRS, como despesas de educação, as despesas referentes à alimentação em refeitório escolar, de alunos inscritos em qualquer grau de ensino, do ano de 2016, nos termos do n.º 3 do artigo 195.º da Lei n.º 42/2016, de 28 de dezembro, devem exclusivamente declarar o valor das mesmas na respetiva declaração de rendimentos modelo 3, através do anexo H.
2 – Para efeitos do disposto no número anterior, considera-se que é utilizada a faculdade prevista no n.º 1 do artigo 192.º da Lei n.º 42/2016, de 28 de dezembro, devendo os sujeitos passivos igualmente declarar no anexo H da declaração modelo 3 os totais das despesas, de todos os elementos do agregado familiar, respeitantes a despesas de saúde, de formação e educação, bem como respeitantes a encargos com imóveis e a encargos com lares, ao abrigo do disposto nos artigos 78.º-C a 78.º-E e 84.º, todos do Código do IRS, sem prejuízo de, na entrega via Portal das Finanças, ser facultado o pré-preenchimento do valor das despesas não relativas a refeições escolares.
3 – Nos termos do artigo 192.º da Lei n.º 42/2016, de 28 de dezembro, para efeitos de cálculo das deduções à coleta previstas nos artigos 78.º-C a 78.º-E e 84.º do Código do IRS, bem como do n.º 3 do artigo 195.º da Lei n.º 42/2016 de 28 de dezembro, são considerados os valores declarados pelos sujeitos passivos, os quais substituem os que tenham sido comunicados à AT nos termos da lei.
4 – O disposto nos n.os 3 e 4 do artigo 192.º da Lei n.º 42/2016, de 28 de dezembro, é igualmente aplicável às despesas referentes à alimentação em refeitório escolar a que se refere o n.º 3 do artigo 195.º daquela Lei, com as necessárias adaptações.
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