17 de Dezembro de 2016 archive

Opinião – O que os rankings não mostram, por João Costa

O Secretário de Estado vai-nos habituando a comentar a vida “educativa” portuguesa. Desta vez, a opinião de João Costa, incide sobre os rankings…

 

O que os rankings não mostram

Não tenho dúvidas de que é interessante para a comunidade saber qual o alinhamento da sua escola com um perfil nacional ou regional de desempenho. Tenho a certeza de que o interesse de uma lista ordenada de escolas é nulo. Mal comparado, é interessante para uns pais conhecerem o percentil de desenvolvimento do seu filho, mas é irrelevante saber qual a sua posição relativa em relação aos bebés todos do país.

Conhecer a qualidade de uma escola implica um olhar muito mais abrangente, pelo que são precisos mais indicadores e é necessário um olhar sistémico. Para isso, o Ministério da Educação tem vindo a disponibilizar mais indicadores, de que destaco: os Percursos Diretos de Sucesso, que medem o quanto a escola contribuiu para a progressão dos alunos; o indicador de desigualdades, que mede a dispersão de notas numa mesma escola; os indicadores por disciplina, que permitem uma análise comparada entre as disciplinas da mesma escola, estabilizando assim variáveis sociodemográficas, que a comparação entre escolas não permite controlar.

Mas há muito mais no trabalho das escolas que não tem sido valorizado e que os rankings não mostram. Trabalho que é essencial para o cumprimento da missão da educação:

1. Inclusão: há escolas que se destacam pelo trabalho absolutamente notável que fazem com alunos com deficiência, valorizando-os e incluindo-os.

2. Mobilidade social: a pobreza ainda é o principal preditor de insucesso, mas há escolas que se destacam por garantir que a correlação entre nível socioeconómico das famílias e resultados escolares não é tão forte.

3. Educação humanista: se os melhores resultados não estiverem associados ao desenvolvimento de um perfil que leva os alunos a colocar os seus conhecimentos ao serviço da construção de uma melhor sociedade, a escola não está a formar bem. Há escolas que desenvolvem um trabalho admirável na promoção de projetos de cidadania, serviço social, trabalho cooperativo. Um 17 a biologia de quem não considera os outros vale menos do que um 15 de um aluno respeitador e solidário.

4. Formação artística e desporto: há escolas que deixam florescer talentos artísticos, que promovem um trabalho notável na promoção da saúde e do desporto. Estas são áreas fundamentais na estruturação dos indivíduos e para as quais não temos ainda indicadores.

A reflexão em curso sobre a avaliação externa das escolas no Ministério da Educação pondera como alargar o leque de dimensões a valorizar. Uma educação integral envolve atingir metas em muitas dimensões. Nem todas se expressam numa nota. Mas sobre todas é preciso obter dados e valorizar o que de melhor se faz. Por isso, precisamos de vários olhares sobre a escola, para que, aos poucos, seja possível tornar visível o que leituras apressadas ocultaram.

Secretário de Estado da Educação

 

Link permanente para este artigo: https://www.arlindovsky.net/2016/12/opiniao-o-que-os-rankings-nao-mostram-por-joao-costa/

Opinião – Mário Silva

Ranking para quê?

 

 

 

O tema dos ‘ranking das escolas’ é um assunto anual cuja importância é relativa no contexto global da educação de um ser humano.
Como professor há várias décadas sempre destestei a atitude dos alunos em quererem saber a classificação de cada colega nos testes de avaliação sumativa. Revela um defeito horrível do carácter humano- a mesquinhez- e só contribui para a competição destrutiva, com as devidas consequências nefastas nas relações sociais (algo que a ADD na classe docente promoveu…).  Portanto, será fácil deduzir o quanto detesto esta comparação anual entre escolas, cujo objetivo tende a ser comercial para favorecimento de negócios educativos, contribuindo para a tal competição destrutiva que promove o aparecimento de indivíduos sem valores éticos e morais, que posteriormente poderão ser os futuros corruptos e criminosos que afundam economias…!
Enquanto for professor sempre educarei os alunos neste principio: trabalho/estudo para melhorar o que sou e não para ser melhor do que o outro.
A escola privada cujo orçamento depende das mensalidades/propinas é um negócio comercial, e como tal, rege-se por princípios que têm de potenciar o lucro, que no caso concreto, depende da captação de alunos. Deste modo, o projeto educativo é delineado em função de um determinado público-alvo, procurando satisfazer os seus anseios e objetivos concretos. Por isso é tecnicamente errado comparar escolas públicas com escolas privadas porque o estatuto social é completamente diferente. Esse estatuto condiciona a atitude que o aluno terá perante a escola: quais são os pais que estarão dispostos a pagar centenas de euros mensais ou milhares de euros anuais em propinas, se os seus educandos não frequentarem a escola com total empenho e interesse em mostrar resultados? Portanto, a partir do momento que um educando é colocado numa escola dessas, será um jovem com um perfil psico-emocional totalmente motivado para aproveitar e usufruir da instituição onde estuda, uma condição potenciadora de obtenção de bons resultados quantitativos.
Se querem comparações, que as façam entre instituições com o mesmo estatuto social: privadas com privadas e públicas com públicas. Contudo, estas comparações apenas revelam UM parâmetro da atividade escolar, o que é extremamente redutor da função social da escola.
A avaliação sumativa tem sempre subjacente uma componente subjetiva pelo que deve ser relativizada e contextualizada num trabalho educativo mais complexo e global. A enorme multiplicidade de fatores que interferem no processo de ensino-aprendizagem- que se tornaria muito extenso elencá-los a todos- são incluídos nos seguintes parâmetros globais: formação profissional, biológicos, fisiológicos, sociais, económicos, culturais, nutricionais, pedagógicos, psicológicos, emocionais. Logo, é extremamente redutor julgar a qualidade de uma escola tanto a nivel profissional como pedagógico apenas com base nas classificações dos exames (que por si só, são instrumentos que não caracterizam todas as potencialidades e capacidades de um individuo), quando não estão devidamente quantificadas as influências de cada um dos fatores em cada aluno.
Portanto, considero que as escolas devem trabalhar em prol da formação global do individuo, nas suas múltiplas facetas, e não se reduzirem a serem centros de treino para resolução de exames nacionais, que apenas são UM dos muitos aspetos que as escolas têm de desenvolver nos seus alunos. Devemos desejar cidadãos com formação técnica, cívica e ético-moral sólida para impedir o aparecimento de demagogos e imorais que promovem comportamentos desumanos no seio da sociedade.
 
Por último duas notas para reflexão:
1- Para quando uma avaliação pormenorizada do trabalho pedagógico que se promove nas universidades, os locais de formação dos futuros profissionais? Para quando a publicação das percentagens de retenção nas várias disciplinas e avaliação das suas causas? Para quando a divulgação do atavismo pedagógico que pontua em cursos universitários, com as potenciais consequências nefastas na formação profissional dos alunos? Para quando a divulgação das condições pedagógicas de apoio educativo e técnico aos alunos universitários? Para quando a divulgação das estratégias pedagógicas de apoio aos alunos com dificuldades de aprendizagem nos cursos universitários? Porque é que o ensino universitário, uma área fulcral na formação profissional dos cidadãos, nunca foi escrutinado no mesmo âmbito do ensino básico e secundário?
2- O facto dos jornais apostarem na divulgação dos ranking com suplementos exclusivos, onde pontuam anúncios publicitários de escolas privadas. Levanta-se a questão de saber quando é que existe um serviço de informação pública, o interesse necessário de gerar receitas e o aproveitamento mediático de empresas educativas em utilizar ranking para promover o seu negócio…
 
E muito, mas muito, ficou por dizer sobre este tema…

Link permanente para este artigo: https://www.arlindovsky.net/2016/12/opiniao-mario-silva-6/

Este ano só temos uma tolerância de ponto… é melhor do que duas!

GOVERNO DÁ TOLERÂNCIA DE PONTO NO DIA 26 DE DEZEMBRO

O Primeiro-Ministro, António Costa, anunciou que o Governo dará tolerância de ponto no dia a seguir ao Natal, 26 de dezembro.

«O Natal é um momento de encontro das famílias, muita gente não trabalha no local onde tem as famílias, por isso é natural que haja deslocações, e optou-se por fazer a tolerância de ponto dia 26», afirmou o Primeiro-Ministro aos jornalistas, após uma visita às obras de ampliação da escola EB 2,3 da Venda do Pinheiro, em Mafra.

António Costa acrescentou que a mesma necessidade não existe para o dia após a passagem de ano: «Se todos tivermos a moderação devida, vamos estar no dia 2 de janeiro em boas condições para trabalhar».

Link permanente para este artigo: https://www.arlindovsky.net/2016/12/este-ano-so-temos-uma-tolerancia-de-ponto-e-melhor-do-que-duas/

Reação do Governo ao Ranking das Escolas

 

ESCOLAS PÚBLICAS E PRIVADAS NÃO SÃO COMPARÁVEIS

«Não se pode comparar uma coisa com a outra», afirmou o Primeiro-Ministro, António Costa, referindo-se às escolas públicas e privadas, relativamente às classificações dos estabelecimentos de ensino hoje divulgadas.

O Primeiro-Ministro acrescentou: «Se fizer um inquérito de rua, tem mais pessoas saudáveis do que dentro de um hospital, pela simples razão de que, dentro do hospital há mais pessoas doentes», ou seja, «o que o que é comparável nas classificações são os níveis de qualificação de cada um dos alunos».

Estas declarações foram feitas aos jornalistas em Mafra, após uma visita às obras de ampliação da escola EB 2,3 da Venda do Pinheiro. Acompanharam o Primeiro-Ministro os Ministros do Planeamento e Infraestruturas, Pedro Marques, e da Educação, Tiago Brandão Rodrigues.

Igualdade de oportunidades

«Sabermos em que escolas se concentram os melhores alunos não é o essencial», disse ainda António Costa, sublinhando: «Essencial é saber quais são escolas que permitem a qualquer criança progredir mais relativamente à bagagem que traziam de casa» e «a missão da escola pública é vencer a desigualdade».

O Primeiro-Ministro realçou também: «Qualquer criança que nasça em Portugal, seja em que família for, seja em que condições socioeconómicas forem, seja em que ponto do país for, tem de dispor das mesmas igualdades de oportunidades».

O Ministro da Educação afirmou não ser «fã deste tipo de classificações, porque comparam escolas em meios socioeconómicos muito favorecidos com escolas em meios socioeconómicos não tão favorecidos».

«Isto acaba por transformar estas seriações cruas num instrumento que não tem a riqueza de outras classificações, que têm outros indicadores e que valorizam os projetos pedagógicos das escolas», concluiu.

Trabalho de excelência da escola pública

O Primeiro-Ministro elogiou o trabalho de excelência da escola pública, afirmando que este só é comparável ao do Serviço Nacional de Saúde (SNS): «Temos de perceber que a escola pública e que quem trabalha na escola pública realiza um trabalho de excelência, só comparável àquele que o SNS realizou ao longo destes 42 anos nos ganhos extraordinários de saúde que o País teve e que está agora a ter também, felizmente, na área da educação». Estas declarações foram feitas na inauguração do centro escolar de Porto de Mós, em Leiria.

«Os números divulgados esta semana pelo Ministério da Educação, sobre o sucesso do percurso educativo, mostram que as escolas, e em particular as escolas públicas, têm resultados de excelência naquilo que é a evolução de cada criança entre o momento em que chega à escola e o momento em que sai da escola», acrescentou António Costa.

O Primeiro-Ministro lembrou ainda que «se trabalha melhor quando há ferramentas melhores, mas o essencial da escola nunca é o edifício ou o cimento ou o vidro que é colocado nas obras de um estabelecimento de ensino. O essencial é a qualidade dos recursos humanos, que diariamente trabalham para que as crianças tenham melhores condições para poderem realizar todo o seu potencial».

 

 

Link permanente para este artigo: https://www.arlindovsky.net/2016/12/reacao-do-governo-ao-ranking-das-escolas/

Os Rankings

Rankings. Escola pública ganha terreno às privadas

 

 

Uma escola de maioria africana ficou entre as dez melhores a Português

 

São públicas, inseridas em meios pobres, mas estão no topo do “ranking do sucesso”

 

Colégio do Rosário: a média mais alta nos exames do secundário está aqui

 

Rankings: Ministério da Educação já fez recomendações mas inflação das notas persiste

 

Os segredos da melhor escola pública nos exames do secundário

 

Escola pública de Barcelos líder na evolução dos alunos

 

Turmas pequenas, estabilidade e união

 

Saltar do 5º para o 1º lugar mantendo a média do ano passado

 

A orquestra mais afinada nos exames nacionais

 

Secundárias públicas fora do top 40 do ranking das escolas

 

 

Lista de Rankigs

Público

 

Expresso

 

Ranking 2016: mapa interativo de todas as escolas básicas

 

Ranking 2016: mapa interativo de todas as escolas secundárias

 

Mapa interativo: o retrato das médias nos exames em cada concelho do país

 

 

 

Link permanente para este artigo: https://www.arlindovsky.net/2016/12/os-rankings-2/

WP2Social Auto Publish Powered By : XYZScripts.com
Seguir

Recebe os novos artigos no teu email

Junta-te a outros seguidores: