Ontem, em Leiria, o Ministro da Educação ouviu os alunos dos diversos graus de ensino falar sobre a escola.
Eles não querem ser jovens formatados, mas sim cidadãos do mundo.
Alunos do 1.º ciclo ao ensino superior foram dizer ao ministro da Educação o que fariam se estivessem no lugar que ele hoje ocupa. Sugestões serão tidas em conta na revisão dos currículos que o ministério está a preparar.
Entre os alunos do 1.º ciclo, a escola ainda é basicamente “fixe e divertida”, o que já não sucede com os mais velhos. Mas todos coincidem no retrato da escola que queriam ter: mais aulas práticas, mais debates, mais trabalhos de grupo, mais visitas de estudo, possibilidade no secundário de poderem escolher disciplinas em vez de áreas compartimentadas, mais arte, mais cidadania, maior ligação à prática, turmas mais pequenas, menos trabalhos para casa, professores motivados e que não desistam dos alunos.
“Precisamos de saber que há mais vida para além da escola e não estar ali só para ir passando de ano”, comenta Manuel, aluno do 9.º ano de escolaridade. Do grupo do secundário vem a seguinte constatação: “A pergunta que mais fazemos aos professores é saber se o que estão a dar vai sair nos testes”. Consideram que o peso destes e dos exames está sobrevalorizado e que por causa disso não se podem “dar ao luxo” de aprender o que gostavam. Seja por causa disto, da extensão das matérias, das metas curriculares, queixam-se de que “professores e alunos andam todos stressados”.
(clicar na imagem) in Público
2 comentários
Começaram a fumar, começaram a ter catarro…
Desde quando é que um menor, em fase de formação, sem direito sequer a voto, pode ter o peso argumentativo de quem trabalha para o sustento destes rebentos verdes-fumados?
Ora querem lá ver que também vamos ter o sindicato dos “menores de idade” a berrar que querem isto e aquilo, à semelhança das crianças mal-educadas que envergonham os pais nos hipermercados?
O Tiago, que deve ser pouco mais velho que estas criaturas, está a renegar todo o seu currículo académico e, também fruto de meios de comunicação boçais, que confundem Democracia com Formação, está a subalternizar-se perante caprichos de adolescentes formatados pelos mídia e, na maioria dos casos, sem qualquer apoio de proximidade dos seus educandos.
Os adolescentes, cada vez mais, vivem num universo marginal, que é tanto maior quanto a desresponsabilização dos PAIS para dar Educação.
Na Escola formam-se futuros cidadãos em conhecimentos e é apenas colateralmente que o professor poderá fazer as vezes dos pais ou encarregados de educação.
Sem educação (saber ser, saber estar, respeitar as hierarquias sociais), o professor nunca irá conseguir desempenhar as funções para as quais é pago: dar instrução a futuros cidadãos que se querem integrados em Sociedade.
Se a Sociedade tem aspectos negativos, isso é outro assunto que cabe aos Cidadãos de pleno Direito resolver.
dar a palavra a adolescentes implica o seu enquadramento pedagógico: um exercício de cidadania. Mas fazer-lhes promessas como se fazem a cidadãos de pleno Direito não é sensato! E um Pai que se preze sabe bem o quão insensato pode ser este procedimento relativamente aos seus filhos.
Em que sítio fica a autoridade dos Professores e dos Encarregados de Educação? Porventura na lama…
Gostei de ler este comentário, claro e bem escrito.
E concordo, embora a opinião dos jovens e adolescentes seja muito importante na grande maioria dos casos. Mas essa opinião tem o seu espaço na escola e na sua relação com a “comunidade escolar” (não encontro expressão melhor agora, socorro-me desta que não gosto por ser tantas vezes citada que já se perdeu o significado mais concreto).
E há mais variáveis a ter em conta: as associações de estudantes e o seu papel nos orgãos das escolas (para além do folclore costumeiro) e o Estatuto do Aluno, coisa mirabolante.
Espero que o Tiago também oiça os professores.