Para que se possa tomar uma posição, convém conhecer a opinião de todos os intervenientes.
Os TPC são um (não) assunto para muitos, mas que interferem na vida de toda a comunidade educativa. Todos são “afetados” por eles. Por isso achei pertinente reproduzir a opinião deste pai. Confessa-se e vai apontando o dedo. Muitas mais opiniões poderiam ser tidas em conta. Por agora fica esta…
Eu, pai, me confesso
Os professores acham-nos insuportáveis. Eles acham insuportáveis os professores. Os pais confessam-se. Impotentes.
Uma greve aos trabalhos para casa (os TPC), como a promovida até final do mês em Espanha, parece carregada de sentido. Qual a validade de massacrar crianças e famílias sem tempo de qualidade, para repetirem tarefas que já fazem durante tantas horas na escola? E que efeitos tem a lista infindável de cópias, tabuadas e palavras difíceis na motivação de alunos esmagados por horários e rotinas?
Os trabalhos de casa, desde que moderados e adequados, estimulando tarefas simples e criativas, são um fator importante para que um aluno crie hábitos de estudo. Hábitos esses que não nascem de forma espontânea e que mais tarde, no percurso escolar, vão fazer-lhe falta. São um meio de ganhar autonomia, de aprender a fazer pesquisa, de envolver os pais ou irmãos mais velhos quando necessário.
Desde que sem exageros, os TPC não estão errados. O que está errado é a sobrecarga. O que está errado é que as crianças tenham um horário de trabalho superior a 40 horas semanais. Para acompanhar o horário de trabalho dos pais. Mas discutir isso, claro, dá muito mais trabalho do que criticar e pedir para eliminar os TPC.
Eu, pai, me confesso. A culpa dos TPC é não haver TPC. A culpa dos professores é não perceberem os pais e os alunos. A dos pais, não perceberem os professores e os filhos. Só os filhos não têm de perceber nada. São crianças. Têm de ser percebidas.
(clicar na imagem) in JN