Aposentação de professores em mínimos históricos

Como já tinha sido dado conta aqui no Blogue, a aposentação de professores está em mínimos históricos. Até 1 de novembro, apenas foi concedida a aposentação a 561 docentes, sendo que, amanhã, só 40 docentes se aposentarão. Nunca tal se viu.

Entretanto, todas as iniciativas, de sindicatos e individuais, que passam pela A.R. são travadas. Nenhum responsável, leia-se partido com assento na A.R., toma a iniciativa de por cobro ao envelhecimento da sala de professores. Ninguém avança com uma proposta de lei.

Será que alguém tem como amigo um fabricante de cadeiras de rodas, a quem queira dar uma mão? É que vão começar a ter saída…

 

(dados desde 2009 com 2016 até 1 de novembro, clicar na imagem, para ver este ano em específico)

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A diferença entre 2013 e 2014 é de menos 3.531 aposentações, este ano, pelo caminho que vamos, ficaremos longe das 1.000 aposentações. Só daqui a cinco anos voltaremos a ter números “dignos” de se ver. A partir dessa altura, assistiremos a um “esvaziamento” da sala de professores, com todas as consequências que isso acarreta a muitos níveis. Mas, pelo que também se tem visto, não vai ser isso que rejuvenescerá a sala de professores…

O número de professores aposentados desceu este ano para mínimos histórico. Quando faltam ainda conhecer os números de dezembro, apenas 561 docentes pediram a reforma, pelo que os valores no final do ano deverão rondar os 600 professores. É cinco vezes menos do que a média de 3232 docentes que se aposentaram anualmente nos últimos sete anos , segundo dados do blogue especializado Arlindovsky.

Na origem desta redução, já verificada nos dois últimos anos e que se acentuou em 2016, está a subida da idade de aposentação para mais de 66 anos e o aumento das penalizações para reformas antecipadas, que atinge os 6% ao ano.

“Um professor de 60 anos que trabalhe desde os 20, apesar de já ter completado 40 anos de vida contributiva seria penalizado em 36% na reforma antecipada, só devido à idade, sem contar com outras reduções”, exemplifica Mário Nogueira, secretário-geral da Fenprof, frisando que “a esmagadora maioria não tem alternativa que não seja manter-se até ao limite”.

 

(clicar na imagem) in C.M.

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3 comentários

    • ludaponte on 31 de Outubro de 2016 at 16:09
    • Responder

    Estamos a caminho da explosão do sistema de ensino. Quando a maioria dos atuais professores for para a reforma não haverá ninguém para os substituir. Nem mesmo aqueles que estão de fora serão suficientes. Hoje a maioria dos professores mais velhos estão nos grandes centros. Quando saírem quem vai para lá?
    Irá acontecer o mesmo que aconteceu após o 25 Abril 74. Entra tudo porque não há gente suficiente e a escola vai ser novamente um local de gente que não tem formação para dar aulas. Os políticos sabem bem disto mas nada fazem, assim como os sindicatos (só se preocupam com o dia a dia), porque o problema será daquele que cá estiver na altura.

    • maria on 31 de Outubro de 2016 at 18:17
    • Responder

    Estamos cansados e desmotivados. Sindicatos e professores não podem desistir. A reforma terá de ser mais cedo e sem penalização. Nos dias que correm, ninguém aguenta trabalhar até essa idade!

    • António on 31 de Outubro de 2016 at 19:40
    • Responder

    Isto mostra bem a estima que a sociedade tem pelos docentes. A postura/atitude do Governo face a este problema do envelhecimento dos professores reflecte na perfeição a sociedade e o País que somos.

    Uma vergonha.

    Uma carreira contributiva de 40 ANOS corresponde a uma carreira completa quer no sector privado bem como no sector publico.

    Sendo este um Governo dito de esquerda é estranho nenhum dos partidos que apoiam a atual maioria apresentar nenhuma iniciativa legislativa para obviar a esta questão.

    Neste momento temos milhares de Jovens docentes desempregados.

    Neste momento temos milhares de Jovens a frequentar cursos superiores direccionados para o ensino.

    Neste momento temos uma Sala de Professores envelhecida, agastada, desmotivada em que muitos se vão arrastando para cumprir os ditos 66 ANOS e 3 MESES.

    Tudo isto é uma VERGONHA.

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