Contas de Gerência de Uma Escola Pública com Dados Comparáveis aos Colégios com Contrato de Associação

Os próximos dois quadros apresentam as contas de gerência do Agrupamento de Escolas de Mangualde, que hoje em dia todos os agrupamentos são obrigados a produzir, mas que se desconhecem publicamente essas contas.

aqui tinha colocado o segundo quadro deste artigo, no entanto para haver uma base comparável com o financiamento às escolas com contrato de associação foi revisto o primeiro quadro e retirou-se todas as despesas com a educação pré-escolar e 1º ciclo.

Quanto mais elevado for o ciclo de ensino, mais caro fica o custo médio por aluno/turma.

Em 2015 o Agrupamento de Escolas de Mangualde teve como despesa média por turma, para todos os nível de ensino, um valor de 85.540,29€ mas se forem retiradas as despesas com os níveis de ensino que não são financiados às escolas com contrato de associação esse valor já sobe para os 108.174,42€.

Seria interessante para a discussão que estamos envolvidos nos últimos tempos, que fossem conhecidos estes valores por Concelho e Distrito, para que o assunto se desviasse da ideologia e se centrasse em exclusivo na contabilidade.

 

mangualde1

mangualde2

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42 comentários

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    • Marmelo on 12 de Maio de 2016 at 18:13
    • Responder

    Arlindo,

    Estes dados só serão comparáveis se soubermos a quantidade de docentes dos quadros e contratados em cada agrupamento. Os docentes dos quadros são um “custo fixo” e pouco influenciam as contas para o aumento de custo (custo marginal) de uma nova turma.

    Só não seria assim se todos os docentes estivessem a receber pelo índice 167…

    Sei que o Arlindo não quer estar do mesmo lado “da barricada” que a Fenprof, mas este raciocínio é perigoso… Pois permite a interpretação que a escola pública é cara porque os docentes são onerados muito acima do que deviam. Ou seja, indo por aqui, pode-se chegar à conclusão que a escola privada é sempre mais barata porque estamos a comparar sempre com os docentes ATUAIS e não os novos a contratar.

    Neste agrupamento é óbvio, pelos números que os docentes contratados representam menos de 5% de todos os custos com docentes.

    Será que os docentes dos quadros querem ser onerados todos pelo índice 167? Ou pior, a recibos verdes como acontece em muitos privados?

    Já agora, qual tem sido a resposta da FNE para tentar combater os falsos recibos verdes no privado e um Contrato Coletivo de Trabalho em que a remuneração estabelecida para o mesmo número de anos no ensino é cerca de 20% a 25% inferior no privado face ao público?

      • Agnelo Figueiredo on 12 de Maio de 2016 at 18:38
      • Responder

      Concordo em parte. E é exatamente por isso que acho que os diretores, todos, deviam tornar públicos os dados das suas escolas. Se a amostra for grande poderemos tirar conclusões.

    • Contas on 12 de Maio de 2016 at 18:38
    • Responder

    Será que pode explicar a como chegou a esses dados relativos apenas ao 2o, 3o ciclo e secundário, sobretudo às diferenças com os gastos em não docentes e despesas gerais de funcionamento?
    É complicado entender, por exemplo, como é que um agrupamento mantém 9 estabelecimentos do 1o ciclo e vários jardins de infância gastando nesses estabelecimentos 26mil euros, sendo no entanto gasto 611 mil euros apenas na secundária.

      • Contas on 12 de Maio de 2016 at 19:47
      • Responder

      Peço desculpa pelo erro de cálculo: é 16 mil euros nos estabelecimentos de jardim de infância e 1o ciclo.

        • Agnelo Figueiredo on 13 de Maio de 2016 at 16:24
        • Responder

        Hoje, cada ciclo de ensino tem uma medida orçamental. Assim, em sede de Conta de Gerência, é muito fácil extrair dados de cada um dos ciclos, uma vez que se apresentam individualizados. No que respeita a “despesas de funcionamento”, há alguma dificuldade em separar o 3.º ciclo do secundário, mas, aqui, não vem ao caso.

          • Contas on 13 de Maio de 2016 at 21:50

          Então a despesa nessa agrupamento com o 1o ciclo e pré é de 16 mil euros (sendo varios estabelecimentos) e no 3o ciclo e secundário (tudo no mesmo estabelecimento) é de 611 mil euros???
          Custa-me muito a aceitar esses valores. Poderia disponibilizar os dados, ou será que não é muito conveniente?

          • Agnelo Figueiredo on 14 de Maio de 2016 at 0:43

          Não percebo onde foi buscar os 26 ou 16 mil euros. As despesas de funcionamento com o pré e o 1.º Ciclo foram de 53 mil euros para 51 turmas. São ciclos muito mais económicos e em que há comparticipação das autarquias, mormente ao nível do pessoal auxiliar e das refeições.

          • Contas on 14 de Maio de 2016 at 2:01

          Pelas tabelas verifica-se que as “Despesas gerais de funcionamento (correntes)” são:
          -Todo o agrupamento: 627 047,28€
          -2º, 3º ciclo e secundário: 611 210,79€
          Eu não sou muito de grandes contas, mas parece-me que a diferença anda perto dos 16 mil euros,sendo então essas as despesas apenas na pré e 1º ciclo. Se diz que são 53mil euros, então não há como confiar nestes dados.
          Mas já que é conhecedor dos dados e seus gastos, que estimativa faria, caso tivesse capacidade instalada, quantos ao aumentos dos gastos ao acolher mais 4 turmas?

          • Agnelo Figueiredo on 14 de Maio de 2016 at 14:50

          Como deve saber, grande parte dos custos de funcionamento do pré e do 1.º Ciclo são suportados pelos municípios, não se refetindo nas contas das escolas.
          Quanto à segunda pergunta – mais 4 turmas – está respondida no quadro das despesas de 2014, que o Arlindo também publicou. Basta procurar.

          • anonimo idem on 11 de Junho de 2016 at 18:52

          ‘grande parte’ excluindo todo o tipo de vencimento de pessoal educativo. Coisa insignificante, portanto.

          • Agnelo Figueiredo on 11 de Junho de 2016 at 23:22

          Sim, que o pessoal auxiliar – duas por escolinha nas pequenas – não ganham uma merda!

    • Abaixo a direita on 12 de Maio de 2016 at 19:03
    • Responder

    É por isto e não só que a nossa classe está como está. Porque não remamos todos na mesma direção. E anda uns a lixar o bom trabalho dos outros.

    Realmente não compreendo como é que conseguiu expurgar os custos com a pré e com o 1º ciclo com rigor. Isto seria possível com uma boa contabilidade analítica implementada, o que duvido que esteja a acontecer.

    Veja se não vai conseguir dar um tiro no próprio pé. Irra!

    Parece-me que a ideia é cortar onde existe redundância de oferta, não é uma boa política de gestão financeira? Prefere que enviem para o desemprego mais docentes do público e que surjam mais horários zeros e continuem a vincular docentes vindo do privado no externo sem que o pessoal do quadro possa concorrer??? Já chega desta politica de direita que só lesou a escola publica nos últimos 4 anos.

    Não adianta mandar areia para os olhos

      • complemento oblíquo on 12 de Maio de 2016 at 19:54
      • Responder

      Estão contabilizados nestes números os alunos do ensino profissional, que neste agrupamento têm um peso significativo no ensino secundário?

        • Agnelo Figueiredo on 13 de Maio de 2016 at 16:26
        • Responder

        Sim, claro. Estão TODOS os alunos do Agrupamento.

      • Agnelo Figueiredo on 13 de Maio de 2016 at 16:25
      • Responder

      Veja a resposta que dei acima, sff.

      • Manuel Vieira on 29 de Maio de 2016 at 2:54
      • Responder

      Porque é que divulgar números pode ser dar um tiro no pé?

    • JedGuerra. on 12 de Maio de 2016 at 19:59
    • Responder

    Número máximo de alunos/turmas que a escola poderia ter?
    Professores do quadro (custa já contabilizado) que assumiriam novas turmas (acima da existentes)?
    Necessidade real de novos professores?
    Aí sim, já poderia saber o custo estimado com a rentabilização de recursos da escola.

    Por alguma razão as estimativas de custo no público que vão sendo apresentadas, se referem a escolas com “capacidade instalada”.

    Portanto, se a escola está com o número de alunos abaixo da sua capacidade, alunos esses que estão no privado, maior será a imputação a cada aluno/turma

    Assim, estas contas apenas provam a duplicação de custos, com contratos de associação em zonas de oferta pública suficiente.

      • Agnelo Figueiredo on 13 de Maio de 2016 at 16:28
      • Responder

      A nossa escola está na capacidade nominal. Mais turmas implicará mais professores. Não temos “horários zero”. No concelho não há oferta privada.

        • Jedguerra on 13 de Maio de 2016 at 21:54
        • Responder

        Portanto no caso desta escola, partindo do principio que tem uma gestão optimizada, é o justo!
        Nem sequer se coloca a questão da comparação com outra escola privada da zona, logo de pouco servem estes dados a quem defende o argumento do custo.

          • Agnelo Figueiredo on 14 de Maio de 2016 at 0:46

          Não é bem assim. Há escolas muito mais baratas do que a nossa, tendo em conta a idade (índice) da maioria dos professores. Só se tivermos contas de várias escolas é que poderemos tirar conclusões.

          • jedguerra on 14 de Maio de 2016 at 11:02

          Pequei por escassez, mas era mesmo nesse sentido que era a minha primeira intervenção. Há escolas mais baratas, dependendo de outros factores. Só a visão geral trará conclusões. Concordo.

    • Ar feio on 12 de Maio de 2016 at 20:25
    • Responder

    Por vezes é preciso fazer um desenho. (DN 12-5)

      • Abaixo a direita on 12 de Maio de 2016 at 21:20
      • Responder

      Compreendeu agora, Arlindo?

      Irra!

    • educar a Educação on 12 de Maio de 2016 at 20:51
    • Responder

    A comparação destes custos com os dos contratos de associação é facciosa. A quantas horas de componente lectiva correspondem estes custos apresentados? Dá jeito esquecer que no particular não há redução de componente lectiva? Sinceramente! Que cegueira!

      • Manuel Vieira on 29 de Maio de 2016 at 2:57
      • Responder

      Peço desculpa de me intrometer, mas sou um leigo em escolas, mas interessado no asunto e com alguns conhecimentos de contabilidade. Como acha correcta a forma de calcular o custos?

        • anonimo idem on 11 de Junho de 2016 at 18:59
        • Responder

        Não há forma de comparar.
        Há forma de contabilizar, descrevendo de forma clara e concisa (ao invés de omitir) a realidade de cada escola, nomeadamente: qtd pessoal docente; escalão de vencimento de pessoal docente; vencimento pessoal não docente; número de alunos/turma; número de turmas; tipo de oferta formativa (que em alguns casos duplica o custo de uma turma); nro de alunos com NEE e qual o tipo/acompanhamento dessas necessidades; número e tipo de actividades extra-curriculares (gratuitas para o aluno); direitos sociais dos trabalhadores da organização (tipo de contrato;seguros;etc); se há cantina interna ou se as refeições são pré feitas fora (sim, há diferenças, quer na qualidade quer no preço); e mais uns quantos indicadores que se podem (e devem) incluir neste tipo de ‘contabilidade’.

        Omitir isto, atirando com números mal cozinhados sem explicar a sua origem só tem um propósito. E posso assegurar que não é o de informar.

          • Manuel Vieira on 12 de Junho de 2016 at 23:46

          Obrigado pelo resposta. Fico assim esclarecido que quando dizem que os contratos de associação são mais caros que a escola estatal (ou o contrário) essas afirmações têm pouco valor. Mas fico “infeliz” por considerar que tal é uma maneira de manter ineficiências e desperdicios de dinheiro.

    • educar a Educação on 12 de Maio de 2016 at 20:53
    • Responder

    E comparar particular puro com particular contrato de associação? Não dá jeito? http://educaraeducacao.blogspot.pt/2016/05/acho-que-vou-contrariar-o-arlindo.html

    • Jose Santos on 12 de Maio de 2016 at 21:27
    • Responder

    está no negócio isto cheira a podre


  1. Talvez o Arlindo tenha alguma “cota” numa escola cooperativa para vir com estes artigos, simplesmente incompreensível.
    Cumprimentos a todos

      • Daniel on 12 de Maio de 2016 at 23:29
      • Responder

      FNE.

    • Daniel on 13 de Maio de 2016 at 0:17
    • Responder

    Tens aí os valores da ESEQ (para os teus lados)

    eseq.pt/Director/Relatorios/RelatContaGer2015.pdf

      • Agnelo Figueiredo on 13 de Maio de 2016 at 16:34
      • Responder

      Está aqui um bom trabalho. Parabéns. E é uma escola mais “barata” do que a nossa. Boa!

        • Daniel on 13 de Maio de 2016 at 19:24
        • Responder

        O corpo docente é antigo. Parece-me que a Educação Especial fará a diferença (só tem 2 professores).

        Para a comparação ser rigorosa a despesa com a EE não devia estar incluída, tal como a remuneração com o pessoal ausente por doença (com descontos para CGA) que no privado é suportada pela segurança social.

          • Agnelo Figueiredo on 14 de Maio de 2016 at 0:46

          Concordo.

    • rui santos on 13 de Maio de 2016 at 3:13
    • Responder

    Boa Noite
    O Engenheiro Agnelo Figueiredo é Diretor de Escolas em mangualde, desde antes do virar do século.Não entrou como professor?
    Foi candidato derrotado nas listas do PSD, tendo posteriormente acumulado as funções de vereador da Educaçao e Diretor.
    O Arlindo, pessoa pela qual, tenho grande consideração, é dirigente da FNE.

      • Agnelo Figueiredo on 13 de Maio de 2016 at 16:30
      • Responder

      E isso altera os números?

    • rui santos on 13 de Maio de 2016 at 3:21
    • Responder

    Retifico : Agnelo Figueiredo,não como Diretor mas como Presidente do Conselho Executivo.

    • rui santos on 13 de Maio de 2016 at 3:41
    • Responder

    Educação em Escolas Públicas, é uma coisa, nas outras… não sei..
    Sou Professor contratado. Nunca fui para uma escola privada, principalmente porque me diziam que o tempo de serviço não contava para concursos públicos. Mudam-se os tempos e vontades, e aqueles que possívelmente andaram na “mama do privado querem batatinhas”. Eu que me sujeitei a trabalhar em todo o país, constato muitos colegas a ultrapassarem a minha graduação. Pergunto qual a legitimiidade dos colegas que estiveram perto de casa por opção e estão tão revoltados!


  2. Gostava de ver explicados os valores “gratificações e suplementos” e “outros abonos”. Não estou a perceber algumas publicações do Arlindo aqui no Blog. Também não é professor da Escola Pública??? Acha que ganha assim tanto?? Acha que os alunos têm excelentes condições e materiais de trabalho?? Os valores plasmados neste quadro são exemplo de uma escola que ultrapassa aquilo que são os valores indicados pelo ME, mas haverá outros exemplos de escolas com orçamento mais reduzido. Por isso é que nunca vamos chegar a lado nenhum, porque alguns docentes da escola pública são os primeiros a descredibilizá-la. Não percebo!! Será que o Arlindo também é sócio????

      • Agnelo Figueiredo on 14 de Maio de 2016 at 0:49
      • Responder

      O que não se pode é cair em generalizações. Há escolas mais caras e outras mais baratas. E isto não é tomar partido. É informação para auxílio à decisão e esclarecimento geral.

        • anonimo idem on 11 de Junho de 2016 at 19:01
        • Responder

        Nesta publicação não há informação digna desse nome. Quanto à constatação de que há escolas com mais custos (caras? de onde tirou essa?) que outras, parabéns pela observação. É daquelas que ninguém ainda ninguém tinha percebido.


  1. […] Agrupamento de Mangualde, cada turma do 2º ciclo em diante fica em cerca de 108 mil euros, em média, um pouco mais do que os 105 mil que custa na Secundária Eça de Queirós, na Póvoa do […]

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