A DGAE solicitou contributos para o Despacho de organização do ano lectivo 2016/2017 que devem ser enviados por um prazo de 10 dias úteis a contar desde ontem para o endereço eletrónico regmedu12016@medu.gov.pt, podendo igualmente ser remetida, por via postal, para a Av. 24 de Julho, nº 142, 1399-024 Lisboa Portugal ou para o fax n.º +351213943493. Os contributos devem ser dirigidos à Diretora-Geral da Direção-Geral da Administração.
Para dar início a uma série de artigos com esses contributos vou centrar-me no conceito de hora que é definido no despacho de organização do ano lectivo.
Se o ECD considera que os educadores de infância e os professores do 1° ciclo têm um horário de 25 horas e os docentes dos outros níveis de ensino têm um horário de 22 horas é apenas do DOAL que existe a definição do conceito de hora que é diferente de uns e de outros.
Vejamos:
b) ―Hora‖— o período de tempo de 60 minutos, no caso da educação pré-escolar e do 1.º ciclo do ensino básico, e o período de 50 minutos, nos restantes níveis e ciclos de ensino;
O tempo de trabalho de uns e de outros fruto da definição deste conceito de hora faz com que o horário de trabalho de componente lectiva seja de 1500 minutos para uns e 1100 minutos para outros.
A diferença que existe com este conceito são de 400 minutos semanais de trabalho.
Para que exista uma igualdade de tratamento no despacho de organização do ano lectivo para 2016/2017 entre todos os docentes o conceito de hora devia ser idêntico para todos, ou seja de 50 minutos. É perfeitamente justificável que por cada hora de trabalho na área do ensino, 10 minutos seja considerado como período de “carregamento de baterias”. E as baterias também se desgastam na educação pré-escolar e no 1° ciclo.
Assim, o horário de trabalho da Educação pré-escolar e do 1° ciclo seria de 1250 minutos semanais e o dos restantes níveis de ensino de 1100 minutos, isto como componente lectiva.
Nestes artigos não se irá questionar a injustiça do número de horas ser diferente porque isso decorre do ECD e não do DOAL.
17 comentários
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Eu acho que deviam era acabar com esta imoralidade da supressão da contabilização do tempo dos intervalos do horário de trabalho dos docentes. Muito trabalho se faz naqueles 5, 10 ou 15 minutos de interrupção letiva e que está a ser desconsiderado pela tutela e sindicatos.
Esta deve ser das poucas profissões na função pública que vê o seu trabalho contabilizado ao minuto. Gostava de saber se alguém vai descontar o tempo de serviço aos médicos entre consultas ou aos juízes nas pausas entre sessões.
Aplaudo e subscrevo.
Realmente é a única profissão que conheço onde para beber café ou ir à casa de banho o tempo é descontado.
Uma hora são sessenta minutos em qualquer parte do mundo. Só em Portugal é que se lembram de chamar hora a outra coisa…fantástico…chamem-lhe tempo lectivo, o que quiserem, mas uma hora são 60 minutos….não é preciso inventar conceitos.
Terminar com este disparate. A hora é igual para todos. Isto é uma detalhe mesquinha e disparatado. Os sindicatos deixam…
Muito curioso!!! A mesma Diretora-Geral da DGAE, no anterior governo, executava procedimentos emanados pelo MEC ou definia-os. Agora neste governo, solicita contributos.
Grande mudança de personalidade!
Eu, não contribuo para esse tipo de gentinha que me quis colocar no Sistema de Requalificação. Que se requalifiquem eles na sua personalidade.
O conceito de hora! Coperniano ou o invés?
Façam as contas para meu divertimento, um dia serão visitados no lusco-fusco.
Isso é que era bom! Venha de lá o Fafe…
Não dou aulas no 1º ciclo, nem no pré-escolar. No entanto, no meu horário de 22 tempos letivos faço ainda mais 4 tempos não letivos para completar 22 horas de horário completo. Portanto tenho no meu horário 26 tempos. Em todos eles, necessito mudar de sala, por vezes de pavilhão, e outras até de escola. Tenho 5 níveis diferentes, distribuídos por 8 turmas, o que, obviamente, não corresponde apenas 30 alunos (máximo), nem a 2 ou 3 reuniões de avaliação por período, nem a 90 ou 180 testes para corrigir por período. Nas restantes 13 horas (780m), para perfazer as 35 horas, não posso descontar o tempo de deslocação entre os meus 26 tempos (letivos e não letivos). Caso fosse contabilizado, corresponderia a algo semelhante a isto: 5 tempos por dia, 4 “pausas” de 10 minutos, portanto 40 minutos por dia. Multiplicando por 5 dias, terei 200 minutos de “pausa” por semana, o que se traduz em mais 3 horas e uns minutos. Assim, tenho, como se poderá verificar, pelo menos no meu caso, 25 horas efetivas ao serviço da escola, entre letivas, não letivas, e “pausas”.
A minha intenção não passa, nem por perto, por comparar ciclos. Quero sim, pedir-vos que não o façam, pois cada um tem as suas especificidades. Quero sim, demonstrar que todos trabalhamos pelo menos o mesmo. E acima de tudo, quero pedir a quem defende a diminuição da carga horária do pré-escolar e do 1º ciclo, que não o façam usando o argumento de que trabalham mais do que os outros colegas do 2.º, 3.º ou secundário, muito menos usá-lo como único argumento.
Concordo contigo, no entanto, quem vai atrás deve olhar sempre para a frente. Eu já trabalhei uns anos no 2º ciclo e, com habilitação suficiente, no 3º, agora estou no 1º ciclo e posso dizer-te que nunca trabalhei,nem nunca me desgastei tanto como agora.
LOL!
Só se for com papelada inventada por vocês mesmos, para poderem dizer que trabalham muito…
LOL
Parabéns colega e tenha orgulho em trabalhar no 1º ciclo nós aqui trabalhamos e partilhamos amor
Não brinques com coisas sérias!
Há um erro no seu argumento
1100 minutos são 24 tempos letivos de 45 minutos. os 2 tempos que sobram são não letivos.
Acontece é que esses 10 minutos para carregamento de baterias não existem.
Cai-se no ridículo de marcar serviço de duas em duas semanas com a duração de 45 minutos para cumprir os 20 minutos que sobram. Tanto rigor e ainda “doamos” 5 minutos.
Esses 20 minutos são os 20 minutos que faltam para os 1100 minutos, em tempos de 45 ,inutos.
24 tempos de 45 minutos são 1080 minutos. Faltam os tais 20 minutos.
não cair na asneira de comparar o que é diferente e logo incomparável…