Às vezes, é difícil.
Chegar a casa.
Poisar a mala.
Despejar os sacos.
Escoar a alma das dores dos outros.
Das dores dos outros que são minhas.
Porque em cada mão está um futuro desenhado.
E em mim creem um plantador de sonhos.
Mas, dos meus sonhos,
Quem cuida?
Quem me abre a janela do amanhã
Para, também eu,
Poder voar?
Ser professor, tantas vezes é isto.
A bagagem do mundo a exigir-me descanso.
A pesar-me na respiração das coisas comuns.
A poisar-me áspera na almofada dos meus sonhos felizes.
E, no entanto,
Quando o teu rosto se ilumina
Como a fruta que se abre ao meio
revelando a semente,
Eu sei que me cumpri
No tempo certo do amanhã.
A todos os professores no dia que é seu.
6 comentários
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Obrgd, Diana.
Hoje apetecia-me mesmo ler algo assim.
…sim,é um bocado:deitar 4 horas, erguer de novo e enfrentar um comboio “expresso” que varre 116 km num regresso à escola que parece que nunca será a “aquela”!
Obrigada, Diana.
Para ti, desejo-te também um excelente dia (do que resta).
Um abraço.
Os seus textos são sempre um bálsamo para a minha alma! Obrigada, colega!
O comentário refere-se ao post “FNE Lança Campanha #Obrigadoprofessor”, já que não consigo entrar na caixa de comentários respectiva:
– Ainda bem que existe um dia mundial do professor ou a FNE não teria como fazer prova de vida!
Adorei!!!