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Out 04 2015
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Out 04 2015
Não me lembro do dia exato em que, pela primeira vez, dei por mim a pensar (verdadeiramente) sobre o que é ser aluno ou professor, aprender ou ensinar, e para que serve uma escola ou um caderno. Recordo-me, contudo, que nesse dia estava a chover muito e que ao meu lado, encostadinhos à parede, debaixo dos últimos bocadinhos de telhado de zinco, estavam muitas crianças à espera que um professor chegasse e a porta da escola se abrisse. Lembro-me, ainda, de ver um menino a correr no meio daquela lama, com um sorriso enorme e um caderno na mão, cheio de vontade de aprender e que a chuva terminasse.
Naquele dia cheguei a uma convicção que permanece até hoje: apesar de tudo, é possível educar e ajudar a aprender, em qualquer lugar…
Kuasi pretu suma Karbon
(Quase preto como o carvão)
O verde forte da copa das árvores, a cor da terra do chão, a naturalidade e a autenticidade da vida daquelas pessoas foram deixando-me ainda mais contente pelo caminho.
Entrei numa das salas daquela escola feliz. Com energia e um sorriso, disse Bom dia! Responderam-me de igual forma, ou seja, com carinho. Gostaram de me rever e eu senti o mesmo em relação a eles. Por outro lado, é sempre bom saber que se lembram de nós, nos aceitam e estimam, mesmo que, aos olhos deles, sejamos alguém com o um “nome colorido”, que não sabem de onde vem, o que está ali a fazer, ou o que quer.
Depois de cumprimentar os professores que estavam a trabalhar com as crianças, circulei um pouco pela sala para conversar um pouco com elas e as ajudar no que estavam a fazer. Contudo, duas meninas que estavam a trabalhar a pares, sempre muito simpáticas, mas também muito estrategas em fugir às tarefas, metendo conversa comigo, nem sequer me deixaram aproximar de mais ninguém. Elas em crioulo e eu em português, foi mais ou menos assim:
– Branco, como é que estás? – sorrindo para mim e uma para a outra.
– Estou bem, obrigado. E vocês? Estão bonitas…
– Estamos bem. – responderam em conjunto e continuando a sorrir.
– Gosto muito do vosso desenho. O que é?
– Esta é a minha mãe, este é o meu irmão… – disse uma, enquanto ia apontando para cada uma das figuras.
– E como é que se chama a tua mãe?
– Fatu.
– E vocês sabem qual é o meu nome? – perguntei-lhes.
– Branco. – responderam as duas sorrindo, sem qualquer tom depreciativo.
– Não. Olhem lá para esta folha. Eu e ela temos a mesma cor? – disse eu com um sorriso, sem o mínimo sentimento de ofensa.
– Como é que te chamas? – perguntou-me uma delas.
– Chamo-me Rui. E vocês?
…
Conversámos mais um pouco e depois continuei a circular pela sala. Ao virar-me para outro lugar ouvi a mais pequenina dizer:
– Professor branco. – surpreendida e alegre por eu estar ali. Respondeu-lhe a outra:
– Não! O nome dele não é branco! O nome dele é Rui. O professor Rui é quase preto como o carvão.
Enquanto professores, agentes de mudança, está nas nossas mãos mudar os lugares onde estamos; dos quais fazemos parte. Temos essa capacidade, esse poder. A Educação, sim, faz efetivamente a diferença.
Professor Rui Tiago Filipe
Professor do 1.º Ciclo do Ensino Básico
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Out 04 2015
Novo espaço de opinião de Paulo Guinote.
Fafe! já viste? um quintal????
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Out 04 2015
A Tia Maria está velhinha.
Passaram muitos anos, desde que a vi pela última vez. Eu era mais pequena e, talvez por isso, achava-a muito alta. Dela sempre circularam histórias mirabolantes na família. Por uns muito amada, por outros odiada profundamente pelas angústias que ninguém queria e ela espalhou. Eu sempre a escutei com curiosidade, bebendo as suas palavras para além do tempo.
Agora que cresci, porém, vejo que mingou aos meus olhos, o corpo encurvado de rugas, mas o coração generoso de outrora. Enquanto me oferece um chá quente com as mãos trementes, perde-se no antigamente, quando eu era pequenina e lhe trepava para o colo a pedir contos.
Depois, calmamente, viaja para a sua juventude rebelde. Fala-me da PIDE, desses tempos desconhecidos em que tudo era diferente. Reconta-me a prisão onde passou noites sem dormir. Acha que foram 15, mas não tem a certeza. Foi presa e condenada, perdendo os “direitos políticos”. E ri-se.
– Já viste o disparate? Tiraram-me os direitos políticos que eram votar no Salazar… Ora eu andava a lutar para ter liberdade de votar em quem quisesse, portanto, dificilmente, se perde o que já não se tem, não é?…
Observo-lhe o rosto sereno, ocultando as marcas rígidas desse passado atroz.
Hoje voto e devo isso à minha tia Maria e a outros que, como ela, acreditaram que o sonho de ser livre, de pensar livremente era possível. Alguns não resistiram à tortura, outros sobreviveram, mas, por muito que o desejem, não a podem esquecer.
É isso que a História nos lega: a capacidade de recordar. Recordar que o meu direito existe, oferecido por aqueles que me conquistaram a oportunidade de me abster, de optar, de decidir.
Porém, a verdade é que eu não voto por ela. Voto por mim. Porque, apesar da descrença e do descrédito, o meu direito é inalienável e posso usá-lo para o que me apetecer, e não para o que me impõem.
Mesmo se, ao colocar a cruz, receio que tal não seja suficiente para mudar este mundo.
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Out 04 2015
O que move os nossos mestres? Não é o dinheiro – PÚBLICO
Programas, metas e provas sobrecarregam alunos com trabalhos para casa – DN
Noticias ao Minuto – Atividades extracurriculares? Sim, mas a criança também tem de brincar
Alunos do 10.º ano sem Mandarim por atraso na chegada de professores chineses – PÚBLICO
Expresso | Xadrez, ioga e esgrima já estão nas escolas públicas
Alunos de ensino individual de Monsanto chumbaram todos – Observador
Ministério garante que alunos chumbados foram avisados sobre situação ilegal – Renascença
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