Na entrevista dada ao Diário Económico Mário Pereira apontou as razões porque decidiu sair da DGAE.
Como já se sabia na altura, a BCE foi a principal razão para essa sua saída e quem conhece razoavelmente as questões técnicas de um concurso desta natureza sabe perfeitamente a sua impraticabilidade para ser bem sucedido. A BCE é um monstro criado por Nuno Crato, que ao invés de simplificar o processo de selecção de docentes a complica. Quem sempre criticou o mostro dos concursos centrados no MEC foi criar o maior mostro alguma vez visto nesta área.
Não sei se alguma vez foi tornado publico o parecer jurídico sobre a BCE, mas que o gostava de ler isso gostava.
Porque é que decidiu sair do cargo de Director Geral da Administração Educativa há um ano?
Decidi sair por causa de uma intervenção do ministro da Educação na Assembleia da República. O senhor ministro da Educação e Ciência nunca me chamou para ser ouvido sobre o que se passou no concurso de colocação de professores nomeadamente, com a bolsa de contratação de escola, no ano passado . Por uma questão de delegação de competências este tema era da responsabilidade do secretário de Estado da Administração Escolar, com quem tive muitas reuniões. O secretário de Estado acompanhou e sabia a dificuldades que DGAE estava a ter ao organizar um concurso, num prazo que nunca se tinha feito. Muitas pessoas da DGAE estavam a trabalhar 24 horas, por dia. O senhor ministro também sabia o que estava a acontecer e visitou uma vez a DGAE a altas horas da noite. Uma visita que revoltou os funcionários porque esta sobrecarga de trabalho, resultava de falta de planeamento político e não de questões técnicas da DGAE.
O ministro conhecia o parecer jurídico que sustentava o caminho tomado na selecção de docentes através da bolsa de contratação de escola. Aliás, reuni com o secretário de Estado para analisar a questão da fórmula, antes desta ser aplicada, e a decisão foi para prosseguirmos tal como as escolas já vinham fazendo nos anos letivos anteriores na contratação de escola.
É a decisão política que gera todo o problema?
É uma decisão política e um director-geral que não tem competência para a contestar.
Nuno Crato disse que havia um erro na formula e responsabilizou a DGAE pelos atrasos nas colocações do ano passado…
Quando o ministro disse isso no parlamento senti-me atingido como director-geral e deixei de ter condições para continuar a liderar uma equipa que durante seis anos deu o melhor e fez um esforço sobre-humano, para que os concursos de colocação acontecessem. Sem gozarem férias com as suas famílias, muitos a trabalhar mais de dez, quinze e quase 24 horas por dia.
4 comentários
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Mais uma…
http://lifestyle.sapo.pt/familia/noticias-familia/artigos/ano-letivo-em-vila-real-comeca-com-escolas-novas-e-protestos?artigo-completo=sim
Então de quem foi a culpa de em 2013/14 ter aberto um concurso com vagas onde as não havia e atirando para a mobilidade de professores que tinham horário e o deixaram de ter
É estranho que enquanto este Sr. esteve à frente da DGAE todos os anos houve problemas nos concursos e na colocação de professores.
Decidiu renascer um ano depois da barracada…num ano em que não há problemas de maior!! E com a ajuda de uma jornalista que só foi assessora do ME no último Governo PS. Fica para reflexão…
“Renasceu” agora e mais vale tarde do que nunca. E por falar em “ajudas”, talvez fosse bom que um ministro tão dado aos números revelasse quanto é que o ministério anda a gastar em ajudas externas para que o concurso não tenha “problemas de maior”…
Analiso o assunto lá para os meus lados: https://escolapt.wordpress.com/2015/09/22/director-geral-demitido-ha-um-ano-quebra-o-silencio/