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Set 21 2015
Um frenesim eufórico percorre os corredores. Há uma turbulência juvenil quase contagiante, ampliada por corridas enérgicas, risos nervosos, mochilas repletas de sonhos e angústias.
Do outro lado, na sala de professores, o panorama não é assim tão diferente. Somos todos adultos, porém, dentro de cada um de nós um rebuliço de emoções preenche-nos as veias e aflora-nos o rosto. Temos, num canto da sala, os colegas acabados de chegar, meio perdidos nas regras da casa, os rostos ansiosos antecipando o toque. No outro estão os experientes, falando alto, gargalhando, cumprimentando companheiros de caminho.
Neste edifício, porém, subsistem portas fechadas e, portanto, persiste um silêncio incomodativo. Há uma porta, em particular, que me interroga tremendamente.
Na escola do ano passado, apesar de todas as tormentas, contámos com o apoio imprescindível de uma psicóloga. Os casos apareciam no conselho de turma e a diretora de turma apressava-se a pedir ajuda “no primeiro andar”. Mas ao gabinete iam também ter alunos tresmalhados, perdidos, esticando o pescoço por detrás da porta, timidamente. E a psicóloga puxava-os lá para dentro e ajudava-os a encontrar um caminho. Ajudava-nos a nós, professores, a reformular as nossas práticas para que fosse mais fácil delinear a harmonia, ajudava pais que tinham subido as escadas de cabeça perdida, a regressarem com a respiração afinada e o coração pacificado. E ajudou-me a mim quando, de peito enegrecido, me senti no limite das minhas forças.
Talvez cada gesto seu correspondesse apenas a um minúsculo gesto nessa grande engrenagem que é a escola. Para mim assemelhava-se a um pequeno milagre revelado, quando observado mais de perto. E que fazia verdadeiramente a diferença para cada um de nós.
Soube hoje que essa mesma psicóloga percorre, como eu outrora fiz, centenas de entrevistas até ser, finalmente, escolhida por uma escola. Semanas e semanas a deambular sem destino.
Aqui onde estou agora, como em tantas outras escolas, subsistem portas fechadas que demorarão muito tempo a ser reabertas. E que nos fazem uma falta incomensurável, sobretudo, quando ligam a escola à comunidade que a rodeia – serviços de saúde, apoios sociais, etc.
Mais uma vez, perde-se tempo com concursozitos tolos, centenas de critérios delineados à medida de alguns, ignorando que o primeiro dia de escola devia sê-lo, de facto, para todos os que nela intervêm – alunos, professores, assistentes operacionais, técnicos, especialistas. Todos os que, trabalhando em conjunto, a fazem, realmente, florescer.
Observando esta porta cerrada, questiono-me – para quando podemos almejar, de facto, uma escola una, tranquila no seu começo, completa no seu fim?
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Set 21 2015
São muito poucas as escolas que não publicaram as listas ordenadas da BCE tal como fizeram todas as outras escolas/agrupamentos.
Para que conste:
O Agrupamento de Escolas de Benfica não publicou a lista ordenada da BCE 2015 (o ano passado este agrupamento não abriu concurso para todos os grupos de recrutamento e não sei se este ano esconde a mesma coisa ou mais alguma coisa).
O Agrupamento de Escolas Ruy Belo publicou a lista ordenada em BCE em formato de imagem que não permite a transposição dos dados para outros formatos.
O Agrupamento de Escolas de Arronches publicou a lista ordenadas da BCE num formato em que não é possível baixar o documento.
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Set 21 2015
… quer da parte de direcções de escolas quer de professores.
Em especial quanto à obrigação de aceitação por parte do candidato quando as colocações não são simultâneas, mas também quanto às respostas aos critérios pedidos pelas escolas.
Ingenuamente, alguns professores estão a fazer o que algumas direcções lhes mandam fazer e com isso ficam penalizados para todo o ano lectivo.
Acredito que alguns de vós conheçam casos semelhantes aos que vou descrever e que os relatem aqui.
Já me contaram (poderei saber a escola, mas por enquanto é irrelevante) que um director disse a um professor que podia não aceitar uma vez uma colocação que não seria penalizado, depois desse colega seguir a orientação dessa escola viu-se arredado de qualquer colocação neste ano lectivo.
Também conheci hoje outro caso de um colega colocado com meia dúzia de horas que ficou colocado noutra BCE com 8 horas, mas como uma hora era incompatível esse Director pediu ao professor para não aceitar a colocação. Hoje ficou a saber que estava a vermelho nas restantes listas da BCE.
Outras escolas também estão a abusar da não comprovação de dados. Se por um lado muitos dados foram incorrectamente preenchidos e o Provedor de Justiça reconheceu isso e pediu ao MEC uma fase de aperfeiçoamento que não chegou a ser concedida, também há escolas que estão a considerar respostas erradas nos critérios porque consideram que a formação x não é relevante para o grupo de recrutamento y, quando a mesma até pode ser considerada relevante numa outra escola.
O que aconselho quando não conseguem comprovar dados numa determinada escola e é a primeira colocação é aceitarem essa colocação e no primeiro minuto do dia seguinte denunciar esse contrato. No entanto, só podem usar este esquema uma única vez visto que o período experimental esgota no primeiro contrato, mas de seguida anulem todas as candidaturas que tenham para escolas que usaram esse critério que não conseguem comprovar. Desta forma estão em concurso a todas as outras BCE e podem ainda concorrer às Contratações de Escola. No caso de ser a escola a denunciar o contrato por não comprovação de dados ficam impedidos de trabalhar para o MEC neste ano lectivo.
Aqui as escolas podiam ter um papel diferente e advertir o professor para essa possibilidade, mas não conheço ainda nenhuma que o tenha feito.
A BCE continua a ser um concurso ridículo e o próximo governo que sair das eleições, seja ele quem for, deve de imediato ponderar a sua anulação substituindo-o por um único concurso com regras muito claras e facilmente aceite por todos.
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Set 21 2015
“A Inspecção-Geral de Educação não tem meios para auditar as transferências de 160 milhões de euros do Estado para as escolas privadas, denuncia Mário Pereira, ex-director da DGAE.”
“Há uma desvalorização do ensino público, ao criar turmas de grande dimensão que têm dificuldade em responder aos problemas de formação dos alunos, e ao transferir muitos cursos profissionais para o sector privado.”
Entrevista ao antigo Diretor do DGAE, Mário Pereira.
(clicar na imagem para ler a noticia na integra)
Mas sobre isto não se fala. Anda tudo às escondidas…
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Set 21 2015
O SPZN já no dia 15 de Setembro tinha dado sinais que a permuta iria abrir novamente para aqueles que já no dia 7 de Setembro considerou também terem esse direito a permutar e hoje o SPZN deu o epílogo a esta saga com o título
A DGAE, tal como em 2013, demorou a perceber essa necessidade.
E Hoje, finalmente apresentou a nota informativa para uma segunda fase de forma a permitir aos docentes não colocados e que concorreram na 2ª prioridade permutarem.
Assim, ainda podem continuar a pesquisar um permutante na aplicação das permutas que estará aberta até ao dia 5 de Outubro.
A aplicação da segunda fase das permutas estará aberta de dia 22 de Setembro até ao dia 5 de Outubro.
Download do documento (PDF, Unknown)
E mais uma vez por aqui se fez pressão para esta nova fase existisse e nunca o SPZN baixou os braços para que esta nova fase fosse aberta.
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Set 21 2015
… e mesmo sendo a BCE uma das coisas mais absurdas deste governo (a par da PACC) os problemas da falta de professores serão residuais e não terão o mesmo impacto do ano passado.
A desculpa de equilibrar os períodos lectivos para o atraso do início das actividades lectivas neste ano até pode ser justificável, mas acredito que no fundo o atraso também teve em conta os possíveis problemas da BCE.
Os dirigentes das duas associações nacionais de directores escolares remeteram para meados da próxima semana a avaliação das condições em que se está a iniciar o ano lectivo, já que na grande maioria das escolas as aulas só começam nesta segunda-feira. “Desejo tanto como o ministério da Educação que tudo corra bem, mas não devemos deitar foguetes antes da festa e, neste caso, a festa ainda não começou”, alertou na sexta-feira Filinto Lima, vice-presidente da Associação Nacional de Dirigentes de Agrupamentos e Escolas Públicas (ANDAEP).
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