No seguimento da nossa intervenção do passado dia 7 de setembro de 2015, onde demos conta da intervenção que iriamos fazer junto do MEC para permitir que os docentes impedidos de permutar o pudessem fazer, vimos agora informar que o SPZN através da Federação Nacional da Educação – FNE, apresentou formalmente junto da MEC, as razões pelas quais defende que as permutas devem ser permitidas a todos os docentes que tendo concorrido não obtiveram colocação.
Estamos certos que a nossa intervenção irá garantir o princípio de justiça e o respeito que todos os professores e educadores merecem.
Daremos, neste espaço (www.spzn.pt), informação sobre a evolução desta nossa ação.
Regresso à escola de onde parti há tantos anos atrás.
E é estranho regressar, pois, subitamente, deparo com muitos colegas que ainda se recordam de mim e me abraçam. Abraçam-me de uma forma tão genuína que fico comovida. Começamos o ano já atrapalhados com papéis, planificações e burocracias diversas que nos exasperam logo de entrada. Porém, neste regresso há também a cumplicidade e a promessa de que, juntos, conseguimos sobreviver às desditas que nos aguardam.
Preparo-me para abandonar o corredor dos reencontros espontâneos quando um rosto familiar embrulhado numa bata axadrezada me sorri.
– Ah! Então, é verdade! A senhora professora sempre está de volta!
É a dona Isabelinha, chefe das “assistentes operacionais”. Supostamente já devia estar reformada por esta altura, mas ainda por cá ficará muito tempo, para seu desconsolo e nossa tranquilidade.
A sua face, desde que me lembro, sempre teve este sorriso desenhado. O seu corpo, largo e generoso, cumprimenta-me com mais um abraço terno e familiar.
Lembro-me que sabia o nome de cada aluno de cor e era capaz de fazer o impossível por cada um que necessitasse de alguma coisa. Trazia comida de casa, roupa, materiais escolares, mandava controlar as refeições dos alunos complicados com olhos de águia, dava mimos aos pequenotes recém-chegados como se fossem do seu próprio sangue. Mas também era capaz de puxar as orelhas aos mais ariscos com a mesma reverência e entusiasmo com que os abraçava já adultos com os próprios filhos pela mão.
Com as suas colegas era tão rigorosa como justa com os seus pedidos, ou atritos, evidenciando uma simpática deferência para com os professores, à moda antiga. Foi várias vezes louvada pela direção, pelos colegas e por nós professores. Dizem-me que, apesar da distância e do tempo, manteve todas estas magníficas caraterísticas intactas. Mas ela queixa-se e com razão:
– Ó senhora professora, isto está tudo tão difícil, cada vez nos chegam mais meninos com fome, mal-educados… E nós somos cada vez menos, já viu? Depois mandam-nos o pessoal do IEFP sem formação… Parece que isto de trabalhar com crianças é para qualquer um…
Sorrio e lanço-lhe uma piscadela de olho. Não, não é para qualquer um, só para pessoas especiais como a dona Isabelinha, cuja generosidade é tão grande que acabou de criar uma escala de funcionárias que vão mudar a fralda a uma menina em cadeira de rodas. Espantosamente, incluiu-se a si própria na tarefa, porque nenhuma das noviças que aterraram na escola queria assumir esse fardo.
A verdade é que também é graças a ela, à sua perseverança e teimosia que a escola sobrevive.
É pena que os senhores ministros da educação continuem a fechar os olhos às donas Isabelinhas das nossas escolas porque, quando elas existem, nunca fecham os olhos a ninguém. E sem dúvida, merecem muito mais do que um ministério que teima em decepar a alma da escola.
Mas segundo me constou ontem, as escolas não estavam a conseguir pedir horários temporários.
Não sei se hoje já o conseguem fazer, ou se a RR de amanhã vai ter apenas horários anuais.
E se assim for, isso quer dizer que muitos alunos irão iniciar as aulas sem professor à espera destas colocações temporárias. Que julgo serem a maioria das necessidades nesta altura.
Este é uma daquelas obrigatoriedades anuais que considero absurda para os professores contratados e obviamente que não sendo obrigatórias para quem já tem um vínculo à função pública também não podia pensar de outra forma.
CANDIDATOS AO CONCURSO DE AFETAÇÃO AOS QUADROS DE ZONA PEDAGÓGICA/QUADRO DE VINCULAÇÃO DA RAM
DEVERÁ CONSULTAR NA PLATAFORMA AGIR: http://agir.gov-madeira.pt/, NA OPÇÃO “SITUAÇÃO PROFISSIONAL”, A MOBILIDADE QUE OBTEVE PARA O ANO ESCOLAR 2015/2016, CASO A TENHA SOLICITADO.
Após a RR1 existem 867 docentes dos quadros ainda sem componente lectiva que representam 883 candidaturas.
A Distribuição destes docentes por grupo de recrutamento e QZP de provimento é a que consta do quadro seguinte.
Grupos com mais docentes sem componente lectiva:
Educação Pré-escolar (278)
Educação Visual e Tecnológica (172)
Educação Tecnológica (111)
QZP com mais docentes sem componente lectiva:
QZP 1 ( 276)
QZP 3 (169)
QZP 2 (108)
Apesar de alguns grupos de recrutamento não terem docentes sem componente lectiva em vários QZP, os pedidos de horários das escolas têm necessariamente que passar em primeiro lugar pela Reserva de Recrutamento para verificar se algum docente do quadro concorreu a essa escola.
Onde não existem grupos de recrutamento com docentes dos quadros sem componente lectiva todos os horários pedidos irão para a contratação através da Reserva de Recrutamento ou para a BCE se tratar-se de escolas TEIP e/ou com Autonomia.