FNE quer que sistema pré-escolar seja alargado aos zero anos de idade

FNE quer que sistema pré-escolar seja alargado aos zero anos de idade

A Federação Nacional de Educação (FNE) quer que o sistema pré-escolar seja alargado aos zero anos de idade e rejeita uma escola que “se limita a preparar alunos para exames”, disse esta terça-feira o secretário-geral, João Dias da Silva.

 

Numa conferência de imprensa, no Porto, que serviu para fazer o balanço da legislatura no sector da Educação e divulgar a agenda reivindicativa para os próximos quatro anos, a FNE defendeu como “fundamental” a revisão da lei de base do sistema educativo que estabelece, nos três anos de idade, a educação pré-escolar. “Não se trata de uma questão meramente conceptual, mas sim parte da convicção de que as crianças devem ser sempre acompanhadas por pessoas qualificadas“, disse o secretário-geral da FNE, João Dias da Silva. O responsável referiu que a escolaridade média dos portugueses não ultrapassa ainda o 8.º ano, apesar da escolaridade obrigatória ter passado do 9.º para o 12.º ano, apontando que “isto significa que as ofertas educativas têm ficado muito aquém daquilo que é a imposição legal”.

“É difícil e tem sido difícil, mas também podemos dizer que a taxa de cobertura de crianças com quatro anos de idade já ronda os 80% (…). Entendemos que [a educação pré-escolar] deve ser antecipada. As crianças não nascem com três anos. A sociedade tem realidades novas. A escola não tem de resolver mas é preciso que a sociedade consiga resolver esses problemas”, disse João Dias da Silva, enumerando a precariedade no trabalho, as famílias monoparentais e o trabalho por turnos. A FNE considera que “uma educação pré-escolar feita com educadores de infância é a base de percursos educativos com sucesso”, numa altura em que, indicou o secretário-geral, Portugal apresentou neste “último ano elevadas taxas de retenção”.

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9 comentários

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    • Nuno Costa on 28 de Julho de 2015 at 23:31
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    Tu queres ver que a FNE vai a votos nas próximas legislativas?

    • Luís Miranda on 29 de Julho de 2015 at 9:38
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    Concordo totalmente. Já devia estar em vigor. É uma medida que pode contribuir para o aumento da taxa de natalidade. Esta medida podia ser acompanhada de outra : abertura dos jardins de infância durante um período mais alargado . Permita deixar os filhos antes de ir trabalhar no JI e no final do dia, depois do trabalho, passar pelo JI para levar os filhos para casa. Pelo tempo suplementar os pais deviam pagar uma verba. Isto permitia contratar mais professores e auxiliares. Com aquela verba dava para pagar a esses professores. E era uma forma de combater os preços elevados dos privados, onde se chega a pagar 400/500 euros.

    • O outro lado on 29 de Julho de 2015 at 10:27
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    Qq dia as mães colocam lá tb as barrigas… A escola torna-se num depósito desconstrutor dos laços maternais… Podiam era dar mais tempo às licenças de maternidade e paternidade para incentivar a natalidade…

    1. Concordo, mas a FNEestá a assobiar para o lado, os problemas importantes não são discutidos nem reenvidicados, mandam um soundbite cá para fora e vamos deixar de falar de concursos, de ultrapassagens e de coisas mais importantes para as vidas dos professores, nós somos o sindicato PSD/SDSPP e temos que servir o dono.

      • Sónia on 29 de Julho de 2015 at 14:35
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      Concordo totalmente com o seu comentário.

    • Fátima on 29 de Julho de 2015 at 12:04
    • Responder

    Na página FB “Quem se preocupa com os Professores do 1.º Ciclo?”:

    “A FNE apresentou hoje a sua agenda reivindicativa para os próximos quatro anos, denominada “ROTEIRO PARA A LEGISLATURA 2015-2019”. Para quem for Educador(a) de Infância ou Professor(a) do 1.º Ciclo, o cardápio de propostas da FNE é uma mão cheia de nada, um tremendo balde de águia fria que atesta o profundo distanciamento sindical, feito de insensibilidade e preconceito(s), relativamente a tudo que é Educação Pré-Escolar e 1.º Ciclo do Ensino Básico.Depois de elencar um conjunto de reivindicações absolutamente consensuais («… descongelamento das progressões nas carreiras da administração pública; determinação das atualizações salariais que compensem as perdas verificadas no tempo de congelamento das remunerações; revisão da legislação que impôs aumento de contribuição para a ADSE …»), que derivam do período de assistência externa a que o país se sujeitou, a FNE “esquece” olimpicamente questões de fundo relativas ao 1.º Ciclo.
    A saber:
    – Sobre a desigual noção de tempo letivo (60 min no Pré-escolar e no 1.º Ciclo versus 45/50 min nos restantes níveis de ensino), o que pensa a FNE?
    – Sobre o desigual conceito de horário letivo (1 500 min/ semana no Pré-escolar e no 1.º Ciclo versus 1 100 min/semana nos restantes níveis de ensino), o que defende a FNE? Achará a FNE JUSTO que, pelo MESMO salário, profissionais da educação trabalhem mais 1 600 min/mês (Educadores de Infância e 1.º Ciclo) que os pares?
    – Sobre a consideração do tempo de intervalo diário (30 min) para efeitos da componente NÃO letiva, “compensada” com a obrigação de vigiar os recreios, que não se estende a mais nenhum outro grupo de recrutamento, a FNE nada diz. Afinal, achará a situação legal e normal?
    – Sobre o regime de aposentação, a FNE recomenda a «revisão do regime de acesso à aposentação, possibilitando-a aos 62 anos de idade, desde que as prestações sociais tenham sido feitas durante 40 anos». De uma penada, a FNE põe no mesmo saco o desgaste de docentes que sempre trabalharam em monodocência com os que trabalham somente 1 100 min/semana.
    As “pérolas de consolação” propostas pela FNE limitam-se a isto: «Organização do tempo de trabalho: no caso concreto dos professores do 1º ciclo de escolaridade, a cada professor não deve ser atribuído mais do que um ano de escolaridade».
    Como a FNE está longe de estar sintonizada com as necessidades e ambições que os profissionais do setor sentem (e têm!) como primordiais para o Pré-escolar e o 1.º Ciclo, a grande pretensão é, ao que parece, «a Língua Inglesa deve ser introduzida no currículo desde o 1º ano do 1º ciclo de escolaridade». Estamos conversados.
    Para o Pré-escolar, a questão da organização do calendário escolar é, simplesmente, omitida.
    De resto, existe uma pontinha de cinismo quando a FNE reivindica que «as 22 horas letivas sejam aplicadas aos docentes do 1º CEB/educadores de infância que fruto da ausência de componente letiva são colocados na educação especial».
    Falta sensibilidade. Falta conhecimento da realidade. Falta ambição. Se, para os próximos 4 anos, o caderno reivindicativo com que a FNE irá dialogar com o futuro governo se resume a “isto”, os Educadores de Infância e os Professores do 1.º Ciclo só poderão esperar o acentuado incremento das injustiças e das desigualdades, consolidando o estatuto de menoridade a que a maioria dos sindicatos, por ação ou omissão, aceitaram votar estes níveis de ensino. Será a cristalização da existência de “profissionais de primeira” e “profissionais de segunda”. Insustentável. Até porque o nobre conceito de sindicalismo não se compadece com semelhante assimetria, geradora de uma feudalidade penosamente caduca.”

      • coeh on 29 de Julho de 2015 at 18:08
      • Responder

      Assobiar para o lado? E para não ser só a FNE a levar na cabeça… https://oduilio.wordpress.com/2015/07/21/opiniao-ilda-pereira-silva/#comments

    • Pedro Mota on 29 de Julho de 2015 at 16:19
    • Responder

    E são as educadoras que amamentam?

    • Maria on 30 de Julho de 2015 at 21:09
    • Responder

    A FNE e outros sindicatos de professores deveriam de estar era mais preocupados com as poucas vergonhas que têm estado a acontecer nos concursos de professores. Fui ultrapassada por um colega de MPD e ainda não ouvi nenhum sindicato falar deste assunto. Até parece que os professores não têm sindicatos que os representem!!!!!!!

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