Descubra a Diferença

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Confesso que me perturba e assusta alguns discursos contra os pais. Não porque eu seja melhor, ou que tenha lido muito mais sobre psicologia, ou que seja mais simpático do que alguns colegas.

Na realidade muitas das lacunas que temos na nossa profissão resumem-se à falta de sensibilização na nossa formação inicial ou na formação ao longo da vida.

Antes de ser professor fui técnico comercial de vários produtos. Uma das empresas onde trabalhei tinha uma política de vendas muito agressiva. Um dos nossos maiores desafios era receber um cliente mal disposto e conseguir vender-lhe o produto. Quando isso acontecia comemorávamos o acontecimento com um banho de champanhe. Todos ambicionávamos esse momento.

Travar guerras com pais não nos leva a lado nenhum, ter pais como aliados leva-nos ao sucesso. Para isso não podemos ser agressivos no nosso discurso, mas temos que ser agressivos nos nossos objetivos.

Como é que eu posso ter os pais do meu lado? Esta pode ser uma boa pergunta para ajudar-nos a unir esforços.

Não compreender que ter os pais do nosso lado pode ser um passo para dominar a turma e querer dominar sem qualquer estratégia que não seja a ideia de que somos professores e que nos devem respeito, é estar num processo de negação.

Experimentar pela primeira vez pode não trazer resultados imediatos. É necessário ter abertura para falhar, mas como diria Samuel Beckett: “Tenta. Fracassa. Não importa. Tenta outra vez. Fracassa de novo. Fracassa melhor”.

Experimenta e descobre a diferença.

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9 comentários

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    • Pira on 27 de Junho de 2015 at 22:49
    • Responder

    Sinceramente não quero saber se os os pais estão do meu lado ou do lado contrário! Sou professor, (dos 17 anos de serviço, não fui DT em… 2! ) a minha profissão é dar aulas, pouco me importa os pais!
    Uns, dos muitos, problemas da escola é a preocupação que, ultimamente, os professores têm com os pais, se agradam, se não os chateiam muito, se fazem isto, ou aquilo etc…
    Como se diz em bom português, cada macaco no eu galho!

      • Luis Baiao on 28 de Junho de 2015 at 17:23
      • Responder

      Colega, se nos 17 anos de serviço tiveste sucesso com a tua fórmula é fantástico. Só estou a partilhar aquela com que eu tive algum sucesso.

    • Nuno Costa on 27 de Junho de 2015 at 23:36
    • Responder

    Não faz sentido nenhum. Então na primeira situação o aluno é um diabo à solta, na segunda o professor numa tentativa de ser “fixe” inventa que o aluno é um porreiro. Já vale tudo para ter assunto ou é só impressão minha? Efeito Fafe? Já nem falo da parte em que se tenta comparar a escola, ou a relação professor (serviço) – pais (clientes) com a tal empresa com uma estratégia bem agressiva. Então de cada vez que um pai for à escola e eu não levar na boca abro uma garrafinha de Raposeira é isso?

      • Luis Baiao on 28 de Junho de 2015 at 17:20
      • Responder

      Pois, muitas vezes depende do ponto de vista do professor. Há uns que acham que o copo está meio cheio e outros meio vazio. A minha filha é boa aluna e sempre que falei com um/a professor/a só frisaram os aspetos negativos. Claro que este é um universo muito particular, mas os estudos indicam que a ida dos pais à escola diminui ao longo da vida escolar do seu filho. Porque será? Comportamento gera comportamento.


    1. “Efeito Fafe”? Quer dizer que suplantei o Christian Andreas, esse adorado maluco?

    • Maria Nunes on 28 de Junho de 2015 at 10:52
    • Responder

    A analogia com a empresas muito agressiva é falsa. Nós não estamos a tentar comprar um cliente. No entanto, passando esse problema lógico (o de fazer da escola o equivalente a uma empresa que quer lucro e de nós empresários que vendem um produto, porque a nossa função, parece-me bem mais nobre – é ajudar alguém a crescer tendo em vista um ideal de adulto desenvolvido em todas as áreas, independentemente da disciplina que leccionamos), percebo mais ou menos a sua ideia. Quando brandimos armas, as posições extremam-se e o nosso trabalho torna-se mais difícil.

      • Luis Baiao on 28 de Junho de 2015 at 17:33
      • Responder

      O problema é que não estamos a “vender” o ensino mas sim a impingir, por isso se chama escolaridade obrigatória. Tenho encarregados de educação que me dizem: “Professor, eu sabia muito bem o que fazer ao meu filho. Por mim ia trabalhar, mas a lei não permite. Eu era como ele e aos 12 ano fui trabalhar.”
      A questão é que existem pessoas que não querem ser “ajudadas”. É a essas que temos que “dar a volta” para conseguirem atravessar o imenso oceano da escolaridade obrigatória. Se tivermos os pais do nosso lado a tarefa pode ficar mais fácil. Para isso é preciso usar algumas técnicas.

    • Pois on 28 de Junho de 2015 at 12:42
    • Responder

    Um professor que já foi técnico comercial e pensa que ainda o é… Foi isso que li!

      • Luis Baiao on 28 de Junho de 2015 at 17:44
      • Responder

      As técnicas que aprendi e que tiveram sucesso ao nível comercial, revelaram-se eficazes no ensino em algumas ocasiões. Uma delas é o “Comportamento gera comportamento”. Enfrentar as adversidades com um sorriso muitas vezes muda o rumo. É só isso que estou a partilhar Colega. Se gostares de clássicos podes ver https://www.youtube.com/watch?v=m1MIH_k5690

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