A escala de 0 a 100% foi introduzida no ensino básico após o 25 de Abril de 75 no âmbito do processo de de democratização da escola. Será que quatro décadas depois está, pelo contrário, a prejudicar os mais fracos? É o debate que está na ordem do dia.
Um sistema de classificação que foi criado para evitar a discriminação de alunos poderá, actualmente, estar a prejudicar os estudantes que têm mais dificuldades? Há quem acredite que sim e defenda alterações, como o presidente do Conselho Directivo do Instituto de Avaliação Educativa (Iave), Hélder de Sousa. Mas também quem considere que a desadequação de uma escala que serviu 40 anos foi provocada, precisamente, pelo actual Governo e pela introdução dos exames no 4.º e no 6.º anos de escolaridade.
Depois de ler todos os comentários dos artigos onde disseram terem sido retirados da 1ª prioridade fui verificar a minha lista de Setembro de 2014, onde já dizia quem cumpria esses requisitos e pintei de amarelo os docentes que identificaram-se nesses artigos.
Andei à procura de um qualquer padrão para tentar descobrir o erro e não encontrei nada.
Nesta lista estão os docentes do grupo 620 que em Setembro já tinha identificado como cumpridores das regras da norma travão, a amarelo os docentes que foram notificados da sua saída da 1ª prioridade.
O quadro tem as colocações sucessivas desses docentes, a escola onde foram colocados em 2014/2015 em horário anual e completo e o QZP onde abriram vaga.
Não há dúvida que estes docentes se encontram abrangidos pelas regras da norma travão.
No caso de haver mais docentes retirados da 1ª prioridade podem identificar nos comentários o número de candidato do docente.
O site das permutas teve a base de dados apagada, visto que só podem permutar os docentes colocados no concurso interno/externo e por esse motivo não fazia sentido manter os pedidos de anos anteriores.
Podem desde já começar a fazer o registo no site das permutas mas só devem adicionar o pedido de permuta depois de conhecerem as listas de colocações.
Este site já é de 2013 e teve a colaboração do Viktor de Vilhegas na sua construção.
O site é rudimentar eu sei, mas já ajudou muitos colegas a conseguirem uma permuta nos últimos anos. E se alguém conseguir fazer uma coisa melhor para ser alojado em substituição deste também agradeço.
Pode ser que desta forma o MEC verifique o descrito aqui, aqui e aqui antes de fazer a asneira de publicar as listas de colocações com esse possível erro.
Docentes em desespero desconhecem motivos das alterações.
A Direção-Geral da Administração Escolar (DGAE) alterou as listas provisórias do concurso externo que vai vincular em setembro 1543 professores, afastando da primeira prioridade dezenas de docentes e promovendo outros a esses lugares.
Professores que esperavam efetivar aperceberam-se da mudança nos últimos dias e ficaram em choque. “É um desespero. Fui notificado de que passei para a segunda prioridade, sem apresentarem o motivo, quando tenho 10 nos de contratos completos e sucessivos. Vou para tribunal por danos morais”, disse ao CM Fernando Couto, professor de Educação Física.
Arlindo Ferreira, autor do blogue Arlindovsky, detetou outros nove casos semelhantes: “São todos docentes de Educação Física e já verifiquei que cumprem os requisitos da norma-travão. Só pode ser um engano.” O Ministério da Educação e Ciência (MEC) disse ao CM que foram analisadas “reclamações de docentes e escolas” e “todas as candidaturas alvo de denúncias ou de suspeita de irregularidades”, tendo havido “passagem de docentes da 1ª para a 2ª prioridade, mas também o inverso”, em vários grupos de recrutamento.
O MEC diz estar a “fazer verificações finais, para que as listas definitivas possam sair corretas”, e lembra que, após a publicação, os docentes têm cinco dias para “interpor recurso hierárquico” e apresentar “provas de como reúnem os requisitos da 1ª prioridade. O MEC garante que, caso o docente tenha “condições para estar na 1ª prioridade”, a situação é “regularizada de imediato”.
Na véspera do início das provas nacionais, Hélder de Sousa, presidente do Instituto de Avaliação Educativa (Iave), espera uma melhoria nos resultados às disciplinas de Matemática A e Física e Química A.
O presidente do organismo que elabora os exames nacionais e os seus critérios de classificação, o Instituto de Avaliação Educativa (Iave), considera que o treino intensivo para estas provas, que tomou conta das escolas, “é o maior erro que se comete em matéria de prática de sala de aula”.