“Escolas baixam notas internas para as fazer coincidir com as externas”
Presidente do Conselho Científico do Iave critica Crato e defende que é “normalíssimo que exista uma diferença de dois ou três valores entre as classificações internas e as que resultam dos exames nacionais.
O presidente do Conselho Científico do Instituto de Avaliação Educativa (Iave), João Paulo Leal, criticou neste sábado o facto de Nuno Crato ter decidido avançar com o incentivo às escolas que consigam baixar a diferença entre as classificações internas e as externas, apesar de alegadamente ter sido avisado pelo presidente do Conselho Directivo do Iave “de que isso teria efeitos perversos”, que na sua opinião “já se estão a verificar”. “Já há escolas a baixarem de forma artificial as notas internas”, disse.
João Paulo Leal referia-se ao chamado “indicador de eficácia educativa”, um dos critérios para a atribuição de crédito horário que as escolas podem usar para actividades educativas. Neste caso, a tutela compara os resultados das escolas com a média nacional nos exames, avalia os progressos, de um ano para o outro, bem como as diferenças entre as classificações que os alunos da escola obtiveram nas provas e aquelas que lhes foram atribuídas pelos professores. O número de horas de crédito a atribuir ao estabelecimento de ensino varia em função dos níveis de superação atingidos. Por exemplo: se um agrupamento ou escola do básico conseguir uma média de exame que fique 0,50 pontos (numa escala de 1 a 5) acima da média nacional recebe 30 horas.
3 comentários
São soluções à “portuguesinho”.
Não está fácil dar a volta a isto.
“Já há escolas a baixarem de forma artificial as notas internas” – diz a coisa iave
a) Será que o iave sabe que existe aaaaalgo como “critérios de avaliação?
Será que também desconhece que está prevista aaaaalgo como a possibilidade de recurso das classificações?
Será que conhece situações concretas dessa tal baixa artificial e não deu conhecimento à igec?
b) Não os vendo defender a ideia de que as escolas precisam de horas para apoios a alunos com dificuldades… Será que desgosta da ideia de mais créditos horários para as escolas? Hummmm… andará a pensar numa parceria com o privado, (que lhe traga uns dividendozitos) para levar os apoios às escolas e tal “eventual estratégia” das escolas tirar-lhes-á alguma água do bico?…
(É que neste país… isto de ser instituto público é muito diferente de causa /bem público!)
c) Se neste país qualquer organismo público, desde o nível central ao nível local, gasta tooooooodo o orçamento, sob pena da redução no ano seguinte… mas então não querem escolas abertas e transparentes como o resto da administração (e não é só neste aspecto que a questão se coloca)? – registo que, em minha opinião e considerando a diversidade de organismos públicos, quem dera ao resto da administração a transparência e eficiência que existe nas escolas.
Ainda, por cima, quando existem para aí uns “institutuzitos” com suposta autonomia financeira que até vão ao orçamento de estado (impostos de todos os portugueses) captar verbas para trabalhos para o privado…
Não deixa se ser caricato que os inspectores vão para as escolas e tomem, tomem, tomem lá com as articulações horizontais, verticais, oblíquas, paralelas, provaáveis, improváveis, perpendiculares, cruzadas e coisas que tais… que só falta dormir tudo (tudo mesmo) na mesma cama (nada como “tudo ao molho e fé em deus”) ENQUANTO QUE ao nível da administração central e periférica do estado cada qual faz o que quer, determina como quer, decide o que lhe dá na bolha,…, qual articulação, qual avaliação, qual quê… que escolas/alunos/professores/funcionários existem é para servir vastos interesses, clientelas e até valorizações pessoais das estruturas intermédias e centrais da administração.
ESTE PAÍS É UMA ANEDOTA!
Daquelas “anedotas” em que se ri, só para não chorar.
Mas boa análise da, hummmmm, “coisa”.