A Minha Opinião Sobre as Vagas de 2015

Como sabem, sempre defendi a separação dos concursos interno e externo de forma a permitir beneficiar os docentes dos quadros e os docentes contratados. Poderei procurar mais artigos onde disse isso, mas o primeiro que encontrei na pesquisa foi este.

Sempre fui conta a realização em simultâneo de um concurso interno/externo pela simples razão que não beneficiaria ninguém.

O número de vagas de 2015 veio dar-me razão.

Relativamente ao mecanismo da norma travão, apesar de ser uma necessidade imposta por normas europeias, carece de mais justiça e equidade. Não sei até que ponto seria possível que a sucessão de contratos pudesse levar à abertura de vaga no QZP dessa escola de forma a que apenas os docentes com 5 ou mais anos de serviço nos últimos 10 no ensino público pudessem concorrer na 1ª prioridade.

Julgo que por aqui criava-se mais justiça e já referi que assim devia ser.

Como também já disse, as 1453 vagas superam um pouco as minhas expectativas, mas também sabia que não poderia saber ao certo quantos docentes estariam nessas condições. Fui apontando para que abrissem cerca de um milhar de vagas a considerar os docentes colocados em escolas TEIP e com Autonomia em pelo menos num dos últimos 5 anos letivos. Contudo, acrescem as colocações no EPE e já me chegaram vários relatos de docentes que estão neste ano no seu 5º contrato anual, pelo que para além das colocações em escolas TEIP e com Autonomia haverá sempre mais uns quantos que terão o direito à vinculação por colocações fora destes concursos.

Mas agora voltando ao concurso interno e ao número de vagas de 2015 e à comparação com 2013.

Em 2013, em que havia um concurso interno e externo em simultâneo as vagas foram estas, na altura fiz imensos estudos sobre as vagas e o quadro seguinte foi retirado deste artigo. E por este concurso entraram no quadro, pasme-se, 3 docentes.
vagas por QZP

Comparando o quadro de 2013 com o quadro de 2015 verifica-se um enorme aumento das vagas positivas e um grande redução das vagas negativas.

 

vagas tota ci

E porquê?

Pela razão que me leva a dizer que a separação dos concursos é benéfica para todos.

A administração abrindo apenas vagas para um concurso interno consegue gerir melhor os seus recursos não receando a entrada de inúmeros docentes nos quadros que poderia ser descontrolado em função das opções que fossem feitas pelos docentes dos quadros.
E abrindo vagas em exclusivo para o concurso externo consegue já prever o impacto dessa medida.

Serei talvez dos poucos que pensa desta maneira e compreendo os que dizem que o que sempre existiu é que está bem, em que só devia funcionar uma lista graduada num concurso Interno/Externo único. Se soubessem e compreendessem estes números não insistiam no absurdo.
Podia recuar a 2009 e mostrar outros quadros que fiz na altura, mas como 2009 foi o ano em que todos os docentes QZP foram obrigados a concorrer a QE, as vagas que abriram na altura foram em enorme número para absorver os docentes QZP em QA/QE. Mas nem todos conseguiram lugar de quadro de agrupamento e ainda hoje continuam a ser esses que melhor se posicionam na Mobilidade Interna.

Mesmo com esse elevado número de vagas positivas, apenas 396 docentes contratados entraram nos quadros.

Esta posição da separação dos concurso interno e externo é individual e não se transpôs para a reivindicação de nenhuma organização sindical, que continuam a defender um concurso Interno/Externo único apenas com base na graduação profissional.

Neste caso acho que o MEC está de parabéns por perceber que a separação destes concursos acaba por beneficiar os professores.

E ao contrário de 2013, em que comprovei ter havido manipulação das vagas positivas (pelas razões que apontei para a necessidade da separação dos concursos) desta vez até acho que houve uma maior permissão na abertura das vagas positivas e uma redução ao número de vagas negativas pedidas pelas escolas.

E para quem quiser justificar este número de vagas com o facto de ser ano eleitoral não deve ir por ai, porque é mesmo pela separação dos dois concursos que tais números são possíveis de existirem.

 

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37 comentários

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    • Pedro on 1 de Março de 2015 at 12:44
    • Responder

    Sou do quadro já faz alguns anos (qzp5) e deparo-me sem vagas para mudar para o Qzp 1!!! No entanto quem concorre pelo concurso externo vai ter 5 vagas!!! Não deveriam 1@ seguir a graduação . Acho muito bem que fiquem efetivos, agora passar-me frente com menos anos de serviço é que não! Mais uma vergonha deste pais de jorda…

      • Pois on 1 de Março de 2015 at 13:25
      • Responder

      Explicação no artigo em cima 🙂 LOL

      • António on 1 de Março de 2015 at 13:33
      • Responder

      Pelo que percebi do artigo e por palavras mais simples: Se houvesse um único concurso pessoas como o Pedro andariam a saltitar de lugar em lugar resultando em imensas vagas não ocupadas, imensos horários 0 e menos pessoas em quadros. É uma medida para ajudar a classe no todo e não alguns umbigos em particular.

      1. Isso é ridículo, quando um docente de quadro muda de escola ou de QZP liberta uma vaga de QE ou de QZP, logo, liberta vaga para um contrato – se não liberta é porque provavelmente o docente de quadro iria para horário zero. Qual o motivo de um docente contratado poder concorrer para todos os grupos para os quais tem habilitação profissional a todas as vagas que são disponibilizadas após o concurso interno (o ajuste de quadros) e poderem ainda concorrer para vagas restritas aos docentes de quadro (as novas 1456 vagas e QZP), Então um docente de QZP do grupo 240, que está a lecionar o 110 ou o 910 com habilitação profissional, por que raios não pode concorrer para a mudança de grupo para o QZP do 110 e do 910??? É obrigado a ver as vaga serem ocupadas pelos externos extraordinários que entraram nesses grupos no ano passado e a ficar em horário zero apesar de ter a mesma habilitação e maior graduação profissional?

          • Nuno Coelho on 1 de Março de 2015 at 23:11

          E quem é que lhe disse que não pode?
          Não pode concorrer aquelas vagas, que só existem por causa a norma travão. Mas pode concorrer a vagas que sejam libertadas por QZP que mudaram de quaro ou grupo.

      • Maria Antonieta on 1 de Março de 2015 at 16:05
      • Responder

      Se é do quadro QA, pode sempre tentar mudar para QZP (1), com as vagas que algum colega do QZP 1 deixar, ao tentar concorrer para um QA de outro QZP. Ou acha que é o unico a tentar mudar de QZP, de QZP para QA e/ou de QA para QZP? Bem vindo à dança das cadeiras… 🙂 Só mais um reparo, os colegas que entrarem no concurso externo para QZP, não ficam efetivos.

      • Albino on 4 de Março de 2015 at 1:07
      • Responder

      Será que têm menos anos de serviço?

    • Pois on 1 de Março de 2015 at 13:23
    • Responder

    Assim até gosto que me expliquem as coisas, mesmo não concordando em todos os pontos. Bem visto!

    • Lena Santos on 1 de Março de 2015 at 14:07
    • Responder

    Alguém saberá dizer-me se as vagas para o concurso externo poderão ser absorvidas pelos QZP´s que pretendam mudar de Zona, ou se essas vagas serão exclusivas para os contratados? Quais são as vagas reais para mudar de Zona Pedagógica, as vagas positivas do concurso interno irão ser ocupadas por QA´s que querem mudar de agrupamento.

      • fdoc on 1 de Março de 2015 at 14:11
      • Responder

      Como o nome indica as vagas para o concurso externo são para quem concorre ao concurso externo.

        • Lena Santos on 1 de Março de 2015 at 14:20
        • Responder

        Obrigada, pela informação.

    1. Lena, as vagas para o concurso externo, à revelia da lei 12-A de 2008 são vedadas aos docentes de quadro, o qual deverá ser contestado em tribuna caso os sindicatos não se façam nada como tem vindo a acontecer ano após ano.

  1. Só que esta opção aniquila a mobilidade interna entre grupos, ou não? Dou o meu exemplo, estou a tentar mudar para o 910 à 2 anos, mas como as vagas foram reservadas, ilegalmente, para os concursos externos extraordinários, não consigo mudar e fiquei em horário zero no ano transato com colegas do meu grupo contratados a lecionar ensino especial na minha escola. Acho que estas normas vão originar horários zero, aos pontapés.

      • fdoc on 1 de Março de 2015 at 15:17
      • Responder

      1019 vagas positivas a concurso para o 910, não chegam?

    1. Se era horário 0 tinha a opção de ficar colocada, tendo a habilitação profissional, no 910 antes de qualquer contratado. Será que fez bem o concurso?

      • ZARA on 1 de Março de 2015 at 21:19
      • Responder

      Este “à 2 anos” é com “h”- “há 2 anos”. Só espero que não vá apoiar nenhum disléxico!

      1. Eu sei que há é com h Zara, escrever com o telele tem destas coisas, espero que não vá dar formação cívica a nenhum dos meus filhos.

    2. Há dois anos….

      • prof. perdido. on 2 de Março de 2015 at 21:11
      • Responder

      “…tentar mudar para o 910 à 2 anos,…” Corrijo: há dois anos.

    • Paulo on 1 de Março de 2015 at 15:36
    • Responder

    Sou do QZP e desde sempre que também defendo que os concursos deveriam ser separados. Simplifica a gestão e a recuperação de vagas. Se não estou enganado, bastava copiar o modelo dos Açores. Mas enfim, não estamos no mesmo país!

    1. Mas nos Açores há recuperação de vagas e acabaram com os QZP, ou não? Não há vagas guardadas nem há horários zero em requalificação.

        • Açores on 2 de Março de 2015 at 21:53
        • Responder

        Nos Açores já não há QZP´s porque há uns anos a esta parte que o governo só abre vagas em QE e todos os docentes em QZP já efetivaram em QE. Os contratados que efetivam agora também é em QE. Em 2014, 2015 e 2016 realizam-se os concursos interno e externo extraordinários, ou seja, os contratados vão efetivando mas SEM ULTRAPASSAR QUEM JÁ ESTAVA NOS QUADROS, ao contrário do que se passa aqui no Continente. A 1ª prioridade do externo é para contratados com 3 anos de Serviço já prestados na Região que concorrem a TODAS AS ESCOLAS DA REGIÃO, POR 3 anos. É isto que falta aqui no Continente era serem opositores a nível nacional (queria ver quantos contratados aceitariam). Esqueciam-se logo da diretiva europeia!!!!!!!! Mas enfim!

          • A on 3 de Março de 2015 at 1:45

          Concordo inteiramente, gostava de saber quantos dos colegas contratados que vão beneficiar da norma travão beneficiaram de indemnização por caducidade de contrato, é que para um contrato poder ser considerado ininterrupto não podia haver indemnizações pelo meio. Alguém foi devolver o cheque ao ministério e a acenar com a norma?

          • Albino on 4 de Março de 2015 at 1:14

          A lógica é precisamente a inversa, o estado pagou porque estava a renovar contratos a termo certo que deveriam ter passado a contratos sem termo certo!

    • Jacinto Rego on 1 de Março de 2015 at 15:47
    • Responder

    Viva o ensino especial! É sinal que a escola pública é maioritariamente débil ou escória! Tanta coisa com o 120 e como isso seria importante! Depois da sua explicação estou mais descansado e vou já pôr a cruz na coligação PSD/PP. Não é isso que nos aconselha?

    • Hugo on 1 de Março de 2015 at 15:50
    • Responder

    Mas de acordo com a legislação que acompanha estes mapas de vagas haverá recuperação de vagas de QA não ocupadas em CI para CE, certo ou estou a ler mal?

    • Maria Antonieta on 1 de Março de 2015 at 16:00
    • Responder

    Arlindo, não podia concordar mais consigo. 🙂 Pena que ainda existam professores que não compreendem bem o mecanismo dos concursos.

    1. Maria, acho que não está a compreender o mecanismo do concurso… é discriminatório e ilegal.

    • Questão on 1 de Março de 2015 at 18:02
    • Responder

    As vagas negativas no 110 serão reais?

    Não foram apresentadas vagas neste grupo apenas em função do número de turmas e do número de professores?

    Então e as horas para o apoio educativo que dão sempre vários horários em cada agrupamento? São sempre necessários professores para estes horários, mas o rácio foi feito apenas para o número de turmas, certo?

    Estará isto correto?

    • pedroc on 1 de Março de 2015 at 19:37
    • Responder

    E a opinião sobre o método de apuramento das vagas?
    Ano após ano são contratados milhares de professores para completar as necessidades que os docentes do quadro não asseguram..

    E uma vez mais, apesar do nº de vagas positivas, serão elas suficientes para as reais necessidades? Não estará uma vez mais o MEC a atrasar propositadamente a entrada no sistema de professores que há muito são necessários?

    Estarão uma vez mais a “esquecer-se” das turmas que vão abrir, mas que por não estarem “aprovadas” não contam… ou dos CEF, profissionais, EFA, reduções de horário, etc..

    Um exercício 100% eficaz de apuramento de vagas permitiria que entrassem para o quadro o nº exacto de professores necessários a todo o sistema, originando que professores contratados “só” fossem necessários para substituições, licenças, aposentações, etc..

    Mas não é o que tem acontecido, senão como se explica que por ano letivo são colocados mais de 12/13 mil contratados?

    Na minha opinião, o nº de professores contratados em cada ano letivo em que há concurso externo, é proporcional ao erro do MEC no apuramento das reais necessidades, ou seja está sempre muito longe da realidade…

    SERÁ O MEC MUITO MAU A FAZER CONTAS?

    OU É TÃO BOM A POUPAR QUE COLOCA UM GARROTE NAS ENTRADAS NOS QUADROS?
    .. mas dinheiro para motoristas.. há

    Como é possível apurar as vagas para um ano letivo que será organizado por um despacho que ainda não saiu?.. oportuno, não?

    • Pedro Melo, Santarém, Portugal on 2 de Março de 2015 at 12:19
    • Responder

    Arlindo…
    Este seu artigo é uma vergonha!
    Eu concorri a QE porque na altura apenas os QE podiam pedir destacamento… Entrei e fiquei 3 anos obrigado para depois poder beneficiar do destacamento…
    Quando acabei os 3 anos os professores de QZP puderam concorrer para onde quiseram (mesmo fora do seu QZP, o que não se entende quando as vagas de QZP são apuradas em função das necessidades dos QZP – apesar de o apuramento ser muito duvidoso)!
    Além disso, nesse concurso obrigaram colegas de QZP a concorrer a QE e ficaram nas piores vagas possíveis, pois eram as sobras… Ou seja, desde essa altura, os QZP menos graduados riem-se dos mais graduados que passaram a QE, pois ficam na frente na mobilidade… O único concurso que realmente interessa!!
    Com esta separação vergonhosa, entram os colegas contratados na minha frente e na frente de todos esses QE que foram obrigados a sê-lo!! Eles merecem, claro, estar no quadro… Mas eu e os outros não merecemos ser ultrapassados concurso após concurso por colegas menos graduados…
    ACHA MESMO QUE ESSA SEPARAÇÃO É JUSTA? NEM SEQUER É CONSTITUCIONAL, POIS VIOLA OS PRINCÍPIOS DE IGUALDADE!!

    1. Se não existisse a separação do Interno e do Externo eras capaz de ter neste concurso umas 500 vagas positivas assim tens cerca de 4500. E isso vai de certeza fazer com que te aproximes de casa. Se não tiver razão depois lembras-me disso na altura, ok?

      1. Não existem 4500 vagas, os únicos com vagas fixas são os contratos porque os atuais quadros ao concorrerem para as vagas positivas podem muito bem fechar a vaga da sua escola e no limite pode haver zero vagas para 95% dos quadros que concorrem. A sua defesa do ilógico já enjoa, só prova que num cargo de gestão teria uma inépcia idêntica à do Crato, tenha coragem e deixe de andar agachado que daqui a um ano pode não se safar. Se eu fosse seu diretor nem pensava duas vezes, fazia-o provar do seu próprio remédio, requalificaba-o já.

        • prof500 on 3 de Março de 2015 at 13:53
        • Responder

        Já agora Arlindo. É QZP, certo? Faz bem em defender os benefícios que lhe são dados. Só não precisa de querer transformar esses benefícios tão injustos como algo de lógico. Não somos todos parvos!!! Haja racionalidade!!

        1. Não sou QZP. Sou QE do 240 com horário “zero” e em mobilidade, pela primeira vez, no 1° Ciclo.
          Sou capaz de ter uma grande diferença contigo. Não olho para os números de forma a ver se são benéficos para mim ou não, faço uma leitura deles de forma mais abrangente.
          Apesar disso, abriram 3 vagas QZP no meu grupo e no meu QZP, e mesmo sabendo que essas vagas não se justificam, não vou estar contra a entrada desses 3 docentes no QZP do meu grupo.

          • prof500 on 3 de Março de 2015 at 16:34

          Abrangente? Eu olho para os números e vejo uma grande injustiça!! Eu não tenho nada contra os colegas vincularem mas devem poder fazê-lo de forma justa. Quando eu e o Arlindo vinculámos não havia vagas destinadas só para alguns, certo? Eu fiquei a 500km de casa na espectativa de poder um dia mais tarde constituir familia e estabilizar. Não passei à frente de ninguém!! Fiquei com as sobras de quem já estava no sistema e continuo a considerar que isto é a sequência correta de um concurso. Se tivesse esperado por 2013, 2014 ou 2015 estaria bem melhor do que o que estou hoje. Acha justo?! Esperimente olhar para a sua família e pensar em separá-la e logo perceberá a minha indignação e a abrangência dos números e já agora dos sentimentos…

        2. Em Julho talvez me dês razão.

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