Revolução nas escolas começa em Óbidos
Até ao final deste mês, o Ministério da Educação e Ciência (MEC) deve alterar toda a legislação necessária para que arranque no próximo ano lectivo a primeira escola municipal do país com total autonomia pedagógica. Foi esse o compromisso assumido com a Câmara de Óbidos, concelho que servirá de projecto-piloto.
Docentes recrutados pela autarquia
Mas não é só a oferta formativa que será da total responsabilidade do município. Uma das grandes inovações deste projecto passa por um novo modelo de contratação de docentes e funcionários – algo que tem sido mal visto por professores e sindicatos, que temem uma precarização dos vínculos laborais. Humberto Marques assegura que “os professores do quadro do agrupamento manterão o vínculo com o MEC”, mas admite que “todas as outras necessidades serão recrutadas pelo município, de acordo com o perfil traçado para dar resposta às exigências do projecto”.
E este pode, aliás, ser um dos pontos mais polémicos deste projecto-piloto, que para já funcionará apenas em Óbidos, mas que está à espera de candidaturas de outros municípios.
18 comentários
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Agora é que vai bombar a amiga “cunha”…
O princípio do fim dos concursos nacionais.
As cunhas no seu melhor, mexem no que não devem e ainda nos tomam como tolos, escolas municipais??? para quê??? para dar emprego aos amigos e filhos de amigos….
Quando vou à junta de freguesia ou câmara municipal vejo que são todos família: cunhados, sobrinhos, filhos vizinhos, agora com as escolas vai ser uma festa, até a avô analfabeta vai poder ser professora, na falta de cunha melhor.
Já os professores fazem exames de acesso à carreira para ficarem desempregados
porcaria de País, porcaria de governo! É só lixo!
Desculpem a franqueza.
Agora queixam-se???? mas na altura de votar, É NELES QUE VOTAM! Estes indivíduos não “comem criancinhas ao pequeno almoço”, comem-nos todos.
E pegam logo no agrupamento “que a OCDE já considerou o Complexo Educativo dos Arcos, no município, “uma das melhores escolas do mundo”…
É óbvio que vai funcionar bem (nem que assim não fosse), para depois alargar a outros agrupamentos. UMA POUCA VERGONHA. PQP!!
Não digo que a “amiga cunha” não venha a existir mas o município de Óbidos (sou munícipe deste concelho por isso faço já a minha declaração de interesses) tem um percurso bastante respeitável no que respeita à educação. Nos últimos anos renovou todo o parque escolar (mas sem Parque Escolar) com escolas altamente apetrechadas (e com salas pequenas para evitar turmas de 30…) e viradas para a comunidade. Um dos edifícios ganhou um prémio da UNESCO como escola modelo e no ano passado foi considerado o melhor concelho para estudar. Tem envolvido a comunidade nos seus vários projetos (veja-se a Fábrica da Criatividade) e os resultados começam agora a aparecer fruto desse trabalho continuado. Nada disso nasceu num dia. (http://www.escolasdobidos.com)
Estou curioso para perceber como será o processo de recrutamento e o vínculo que esses professores vão ter mas estou convencido que o perfil dos docentes será muito bem definido e que tratarão de encontrar aqueles que se enquadrem no projeto educativo que é, em grande medida, virado para as artes, para a criatividade e para a tecnologia.
Não defendo a privatização da escola nem processos de contratação de docentes que possam ser nebulosos por isso irei estar atento a este processo, mas confesso que tenho esperança neste projeto educativo…
“Estou curioso para perceber como será o processo de recrutamento”! Não creio que seja difícil perceber qual vai ser…. tal como acontece em muitas situações a CUNHA vencerá qualquer outro processo.
O perfil do professor deve ser feito em função do candidato, podendo variar como é lógico se o professor a contratar for primo(a), filho(a), amigo(a), amiga(o), irmão(ã)…
Como munícipe de Óbidos e como professor ficarei altamente desapontado se assim for (mas também já me desiludi mais vezes). Por exemplo o modo como são recrutados os técnicos e animadores para os projetos em desenvolvimento é bastante interessante: cada candidato apresenta o seu projeto pessoal de trabalho, obviamente enquadrado no projeto educativo, e é esse projeto que é avaliado. Claro que o modelo pode ser contestado mas dá a cada candidato a possibilidade de pensar e defender um projeto de trabalho no qual acredita e quer trabalhar. Quantos professores leccionam por esse país fora sem conhecer o projeto educativo da sua escola? Ou quantos projetos educativos são copy-paste ano após ano?…
Como docente contratado de longa data, fico grato pela sua atenção à potencial nebulosidade deste aclamado projeto – piloto. Fico igualmente agradado pela esperança que nele coloca. Não defende a privatização da Escola mas julga aceitável a sua municipalização.Na sua condição de crente, espera o melhor da iniciativa e demonstra curiosidade pelo processo de recrutamento.Pelas suas palavras,deduzo (e peço desde já desculpa se estiver errado no juízo interpretativo) que é desconhecedor dos sinuosos caminhos da contratação docente.Mas todos sabemos igualmente que a ingenuidade é uma característica dos crentes.Talvez tenha, na noite anterior, adormecido num qualquer “respeitável” projeto – piloto de nação e despertado miraculosamente na manhã seguinte numa democracia amadurecida. O síndrome do Pai Natal é, por vezes e para alguns, muito difícil de perder.
Desculpas aceites, pois sou perfeitamente conhecedor do processo…
O mais importante é encontrar um bom diretor, profissional e competente, com “perfil muito bem definido” e que não ponha em causa a honestidade da seleção dos professores. Quem é que recruta e avalia esses “bons” diretores dessas famosas escolas autónomas? A verdade é que só os professores são postos em causa.
É o pior que pode acontecer é a municipalização da educação!
Tenho a certeza que a fne e a ugt estão plenamente de acordo com a municipalização. Vão fazer de conta durante uns tempos e depois…plim! Tal com fizeram com os colegas contratados…
Sei de fonte segura que a vereadora da Câmara Municipal, que até já foi professora, todos os professores que se encontram em mobilidade e contratado têm de sair.
Pergunto:
Será que nenhum desses docentes têm o perfil adequado? Será que os membros da Câmara já tiveram tempo para traçar esse perfil e constataram que nenhum se adequada?
Na realidade ontem soube algumas notícias altamente preocupantes relacionadas com este processo. O novo executivo tem ideias muitos diferentes do anterior (apesar de ser do mesmo partido) e talvez o processo não venha a ser tão límpido como eu esperava que fosse. Tenho pena…
Epá que pena…
(LOL)