– 31% dos itens pretensamente dedicados à “capacidade” de interpretação, mas desenvolvidos em questionários muito mal elaborados, com a apresentação de hipóteses semanticamente muito próximas e suscitadoras de dúvidas. A escolha dos textos foi globalmente infeliz, sobretudo no caso do primeiro, de fraca qualidade literária, opaco e carregado de um simbolismo que, por si só, poderá ter perturbado, à partida, o estado emocional de quem teve de fazer a prova.
– 69% de perguntas da área da matemática e das ciências exatas, com o regresso dos famosos carrinhos em périplos inclinados (dejà vu… faltaram apenas as alavancas e roldanas da FQ da nossa juventude…). Tudo tarefas que, hoje em dia, se fazem com recurso a meio informáticos. E que qualquer professor minimamente dotado resolve (e bem) dessa forma, gerindo tempo e recursos. Com a agravante de serem apresentados os problemas em enunciados pouco claros e (obviamente) longos e confusos.
– Claro que fazer horários (letivos ou de passeios à praia) e conjugar ementas, assim como reconhecer fachadas, são competências imprescindíveis a quem queira dar boas aulas…
– Nítida obsessão pelos números, pelos gráficos, pelas contas… Muito mais discreta a capacidade de a própria prova provar a capacidade de leitura de um texto do domínio educativo e transacional, com que a generalidade dos docentes trabalha habitualmente. Nada de pontuação nem de ortografia. A partir de agora, o importante é incluir provérbios (medievais, atenção!) e expressões idiomáticas com valor conotativo nas atas.
– Flagrante desproporção entre o tempo dispensado para a resolução da prova e o tempo exigido por cada uma das perguntas para a sua resposta, como se esperava.
– Sintomática escolha de uma citação de António Nóvoa…
Em breve conclusão, a loucura no seu melhor… Ou mais uma manifestação dela.
Inacreditável como este pedido de resposta apenas foi colocado hoje no site oficial da PACC.
Encontro-me na situação de gravidez de risco e não me posso deslocar para realizar a PACC. Como devo proceder?
Todas as candidatas inscritas na prova de avaliação de conhecimentos e capacidades devem justificar a sua ausência, comprovando perante o Júri Nacional da Prova que o seu estado físico não permite a presença no local de realização da mesma no dia e hora determinados.
No dia previsto para a realização da prova, encontro-me de licença de maternidade. Existe algum impedimento legal à realização da prova?
Não. As licenças parentais (maternidade/paternidade) não são impeditivas da realização da prova. Porém, as candidatas inscritas na prova de avaliação de conhecimentos que estejam no gozo de licença de maternidade podem justificar a sua ausência, comprovando perante o Júri Nacional da Prova que se encontram em situação que, manifestamente, não permite a presença no local de realização da mesma no dia e hora determinados.
O Tribunal Administrativo e Fiscal (TAF) do Funchal deferiu uma providência cautelar interposta por sindicatos, para impedir a realização da prova de avaliação dos professores, disse hoje a Federação Nacional dos Professores (Fenprof).
Em comunicado, a estrutura sindical, que interpôs a providência cautelar para anular a prova, por a considerar ilegal, explica que a decisão do TAF tem a data de quinta-feira e que o Ministério da Educação tem agora dez dias para “deduzir oposição”.
Como a avaliação está marcada para quarta-feira, o Governo tem até à hora do início da prova, para “apresentar resolução fundamentada” junto do Tribunal, diz o sindicato.
A Fenprof, segundo o comunicado, tinha pedido a anulação da prova de conhecimentos marcada para quarta-feira.
A situação “reforça a necessidade” de os professores, na quarta-feira, “realizarem uma greve a todo o serviço relacionado com a aplicação” da prova, “pois a partir de agora também no plano jurídico se adensam dúvidas quanto à sua ilegalidade”.
Sindicatos da área da educação têm criticado a realização de uma prova de conhecimentos de professores com menos de cinco anos de carreira. A Fenprof marcou uma greve para quarta-feira, dia de realização da prova.