O presidente do Instituto de Avaliação Educacional (Iave), Helder Sousa, adiantou nesta quarta-feira que estão inscritos “aproximadamente 13.500” candidatos à realização da prova de avaliação de conhecimentos e capacidades (PACC) dos professores.
Isso quer dizer que quase todos os que tinham mais de cinco ano optaram pela anulação da inscrição.
O que não deixa de ser curioso.
Segundo as minhas contas havia cerca de 28 mil docentes nestas condições e segundo contas provisórias do MEC no final do prazo de inscrição estavam 40 mil inscritos. A diferença dos 40 mil para os 28 mil são 12 mil docentes, pelo que apenas 1500 docentes com mais de 5 anos de serviço optaram por fazer a prova. Segundo sei, alguns esqueceram-se de anular a inscrição e acredito que nestes 1500 a larga maioria tenha sido por essa razão que se mantém inscrito.
Se a dispensa da prova para quem tinha mais de 5 anos foi uma má solução, resta perguntar a cada um dos 26500 docentes que pediram a anulação se concordam com essa dispensa ou não.
Ou alguém hoje ainda imagina que caso os 43 mil docentes fossem obrigados a realizar a prova que a mesma não se ia realizar?
O ministro da Educação afirma que em breve vão abrir novas vagas no quadro de professores.
Em declarações aos jornalistas, no Centro de Caparide, no concelho de Cascais, Nuno Crato explica que, no curto prazo, as escolas vão precisar de novos docentes.
“Devido a aposentações de professores, nós vamos precisar de sangue novo”, afirmou o ministro.
“Vamos precisar de prosseguir a via de vinculação de professores, promover os concursos e portanto, em breve, os quadros começarão a abrir”, garantiu, sem, no entanto, adiantar datas.
Aproveitemos a insanidade do Ministro.
Fica gravado e registado. mas não nos podemos esquecer que o ciclo de abertura de lugares de quadro aprovado por MLR apontava para um ciclo eleitoral normal que foi modificado com a queda do segundo governo de José Sócrates.
Já deu para perceber que este final de ano vai ficar na lembrança como um dos piores momentos deste MEC.
A insistência numa prova que não tem quase qualquer efeito prático para o objetivo que o MEC aponta é um deles, no entanto existem muitos outros que somando a este tornam este momento inesquecível.
Passo a citar alguns exemplos:
Da lista de localidades abrangidas pelo Aviso n.º 14185-A/2013, de 19 de novembro e pelo Aviso n.º 14712-A/2013, de 28 de novembro, já verifiquei em respostas a este post que a prova irá realizar-se em localidades que não constam em nenhum dos avisos.
Ainda sobre a prova, existem respostas caricatas da DGAE sobre o assunto e quando se lhes pergunta que implicações tem a não inscrição na prova ou a não anulação a resposta é sempre esta: “O prazo expirou”.
Também ainda não existe qualquer resposta aos docentes (neste caso a maioria são do sexo feminino) que se encontram de baixa médica, por licença de maternidade ou por gravidez de risco. Em alguns casos o nascimento dos filhos está prevista para a próxima semana e noutros casos as docentes estão impossibilitadas de estar mais de 120 minutos sentadas ou ausentes dos seus recém nascidos.
Sobre o Plano Casa, há validações de candidaturas e chamadas para entrevistas à vontade do freguês. Este é um dos exemplos da insanidade de final de ano.
Telefonei para o dgae e disseram-me que o “concurso” era para pessoal sem componente letiva e que os que foram extraídos das listas foram os docentes que concorreram e foram validados pelas escolas como sem componente letiva.
No entanto o meu colega de braga que está colocado no XXXXXXX com componente letiva e estava em XXXXXXX também com componente letiva como pode ter sido chamado? A gaja respondeu erro da escola que validou mal……….
E depois há respostas destas:
…eu tenho varias colegas com horário 0 e que concorreram que não foram contactadas!
Sobre as AEC também existem curiosidades que tenho de abordar num post e que passam pela SUSPENSÃO do contrato de trabalho nas interrupções letivas, assim um pouco à maneira da prática que se faz no LIDL e em mais algumas empresas do setor privado, fazendo com que não haja o pagamento desse período de pausa letiva pela entidade empregadora, mas sim pela segurança social.
Mas acredito que ainda me falhem algumas situações escandalosas e que este período seja o mais negro de todos no que respeita aos direitos e à dignidade profissional dos professores.
Porque ainda não são oficialmente conhecidas, mas cada escola já sabe que as vai realizar, pedia que na caixa de comentários deste post colocassem o nome das escolas onde se vão realizar as provas no dia 18 de Dezembro.
Nos concelhos mais pequenos é quase irrelevante saber em que escolas se vão realizar devido à dimensão do Concelho, contudo, nos Concelhos de Porto, Vila Nova de Gaia, Braga, Guimarães e Lisboa será mais interessante conhecer a lista de escolas desde já.
Concelhos onde se vão realizar as provas:
Caminha
Ponte da Barca
Ponte de Lima
Viana do Castelo
Amares
Braga
Guimarães
Porto
Vila Nova de Gaia
Vila Real
Chaves
Bragança
Mirandela
Vila Flor
Aveiro
Estarreja
Espinho
Santa Maria da Feira
Viseu
Vouzela
Coimbra
Leiria
Guarda
Castelo Branco
Covilhã
Santarém
Abrantes
Tomar
Torres Novas
Coruche
Lisboa
Setúbal
Almada
Barreiro
Seixal
Évora
Montemor-o-Novo
Reguengos de Monsaraz
Portalegre
Elvas
Beja
Odemira
Faro
Portimão
RAA
Praia da Vitória
Horta
Ponta Delgada
Madalena
Santa Cruz da Graciosa
Vila do Porto
Velas
Santa Cruz das Flores
Vila Nova do Corvo
RAM
Funchal
Vila Baleira
Estrangeiro – Díli, Luanda, Joanesburgo, Macau, Maputo, São Tomé.