“Não podemos pactuar com ilegalidades num concurso público”, a propósito das anulações dos contratos em escolas TEIP.
Disse também que a justificação das escolas TEIP não poderem renovar as colocações já não existe visto que o novo Decreto-Lei dos concursos já permite essa renovação para FUTURO.
Outra das questões que o Secretario de Estado referiu no debate de hoje à tarde era que as vagas para a abertura do concurso extraordinário seriam consideradas de acordo com as necessidades PERMANENTES do sistema, por grupo de recrutamento, desde o concurso de 2009.
Como o único estudo que tenho sobre as necessidades permanentes se reportam a este ano letivo (posso perder algum tempo e voltar a ver os números do ano passado) e tendo em conta que estes números deverão ser considerados no estudo do MEC, só será possível no máximo abrir 6089 vagas fruto das vagas das escolas ditas “normais” mais cerca de 2000 lugares nas escolas TEIP ou com autonomia.
Qualquer dia escrevo porque considero que deve haver uma vinculação “extraordinária” em detrimento de uma vinculação “ordinária”, mas dou já uma pista para essa minha opinião: em 2009 existiram 19217 vagas positivas e 2647 vagas negativas mas entraram no quadro apenas 396 professores e actualmente ainda existem bastantes QZP por colocar.
8 comentários
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Numa altura em que e quer diminuir o peso do ensino público faz sentido admitir mais professores?
Óbvio que não.
“em que se quer”
Estarão todos malucos? Então não é o próprio Ministério quem valida os subcritérios? Eu tinha uma solução, os srs diretores seriam obrigados a colocar o primeiro candidato da lista repondo a verdade e o ministério seria obrigado a contabilizar o tempo de serviço dos colegas então colocados pagando-lhes o vencimento. A ver se no próximo ano isto acontecia!!!!
As escolas TEIP, base de toda esta polémica com mais de 2 meses, em primeiro lugar viram os seus subcritérios validados pelo MEC; em segundo, apesar de sempre questionarem o porquê, nunca puderam fazer reconduções como as outras escolas e tinham tanto ou mais direito de o fazerem.
Apesar de ser ou não injusto para alguém (qualquer opção é sempre injusta para alguém), não era mais justo para a comunidade escolar, TEIP ou não, fazer reconduções e ter a tal chamada estabilidade do quadro docente?
Não quero com este comentário levantar uma discussão mas pensem nisto, colegas!
Eu também estou em casa …..
O meu comentário é o que me vai na alma, neste momento…
“Não podemos pactuar com ilegalidades num concurso público.” – Casanova
Pois não, mas as ilegalidades andam por aí e algumas não são tão faladas. Renovações nas TEIP não existem, mas passarão a existir e pergunto quando é que alguma vez na vida é reposta a justiça a quem perdeu a hipótese de fazer tempo de serviço em horário completo durante 4 anos? Eu tenho uma graduação bastante boa, mas estou desempregada. Fui colocada pelo MEC em 2009/10 num TEIP (ano em que foi possível concorrer), numa colocação temporária de um mês e fui ficando 3 anos completos, dentro do que o sistema permitia, por continuidade pedagógica. Não sinto que passei à frente de ninguém, fui colocada pela lista nacional. Nem mais, nem menos correto do que o processo de renovações pelo MEC. Sou contra as renovações tal como foram feitas, com regras alteradas quando as vagas já estavam ocupadas. Neste ano, com a tão apregoada graduação profissional, que prima pela injustiça, ficou (com a que seria a minha turma) uma pessoa que tem a “graduação profissional” do ensino privado (30 e tal). Para ter essa graduação passou por concursos públicos, claros e transparentes? Continuo a perguntar e não me cansarei de o fazer enquanto isto me doer: exigindo que a graduação profissional seja o critério base num concurso público tornam-no mais justo? As contratações de escola estão agora mais justas? Mais justo, a meu ver, seria contar o tempo de serviço no público e sempre dando a possibilidade de ingresso a quem vem do privado, mas numa segunda prioridade. Além disso sabemos que a graduação profissional está minada por certas classificações profissionais obtidas em instituições de ensino superior que as “vendem” e tempo de serviço que nada teve de transparente.
Como eu já sei que nem sempre se pode publicar um pensamento sem que alguém a seguir seja ofensivo e agressivo, direi o seguinte: lamento que a situação em que estamos todos envolvidos seja tão cruel que percamos a lucidez sobre o conceito de justiça que passa para além de nós próprios. Eu própria pecarei por isso, mas não invalida de nos manifestarmos sem ofensas mútuas e linguagem que só nos fica mal como coletivo.
A forma como os professores estão divididos pelo próprio MEC não é inocente, há grupos e grupinhos, AEC, RA, QZP, QA, Contratados… Cada um defende os seus interesses e eu acho muito legítimo.
Porém tenho algo a acrescentar: Será muito egoísta o meu singelo apelo a todos os professores de Portugal que se unam pela causa dos professores contratados? À semelhança do apoio dado pelos contratados a causas que estariam a anos-luz da nossa “pseudocarreira”. Que isto se torne numa causa de direitos humanos. De que forma? Concretamente o que peço é que pelo menos se fale sobre o assunto, que ele não morra dentro das paredes de nossa casa, entre lágrimas e mais um lenço de papel que vai para o lixo. Acho que não devíamos ser nós individualmente a fazer este apelo, porém na falta de organizações que o façam… Para bom entendedor, meia palavra basta. / A word to the wise, however.
“Primeiro levaram os negros
Mas não me importei com isso
Eu não era negro
Em seguida levaram alguns operários
Mas não me importei com isso
Eu também não era operário
Depois prenderam os miseráveis
Mas não me importei com isso
Porque eu não sou miserável
Depois agarraram uns desempregados
Mas como tenho meu emprego
Também não me importei
Agora levam-me
Mas já é tarde.
Como eu não me importei com ninguém
Ninguém se importa comigo.”
Bertold Brecht (1898-1956)
Matilde, foi a única pessoa que me tocou neste blogue onde há dias em que só se lêem barbaridades de pessoas que estão completamente enraivecidas. Eu estão em casa, desempregada, tenho 12 anos de serviço no público, mas uma graduação baixa: a nota de curso não é alta, descobri tarde o que gosto realmente de fazer, tenho muitos anos sem profissionalização e passei os últimos 3 anos numa TEIP (não, não foi cunha, apenas em setembro de 2009 ninguém concorria a TEIP) onde consegui fazer um trabalho que me deu “vida”.
Este ano não fiquei na escola, ficou uma colega com mais tempo de serviço, mas a minha decepção é com as escolas a que concorro e onde ninguém analisa o meu curriculum e tudo o que dei ao ensino porque existe um número, graduação profissional, que impede essa análise.
Ainda não percebi a razão pela qual os colegas professores resistem tanto à ideia de que a maneira mais justa seria a análise curricular tendo como base o tempo de serviço.
O que nós todos precisávamos era de união, assim o MEC não tinha tanta força.
Vamos unir-nos em torno do tempo de serviço no público! Para quem isto é injusto?
Nunca escrevi um comentário tão extenso mas a Matilde deu-me inspiração.
I. Cruz – Obrigada pelas suas palavras. Se ajudar alguém a aguentar esta fase fico feliz. Todos unidos, lado a lado, ninguém deve pisar o outro. “Para o outro, o outro somos nós.” Força!
Sejamos realistas e não egoístas
Escreve este artigo porque não posso deixar de manifestar o meu profundo desagrado pelos meus colegas de profissão.
Há alguns anos atrás, ouvia frequentemente os meus colegas mencionarem que preferiam ficar desempregados do que lecionar numa escola TEIP; ouvia frequentemente que as escolas TEIP estavam excluídas das suas hipóteses de colocação, devido ao facto de serem um meio escolar complexo, tal como o próprio nome indica.
Os diretores destas escolas depararam-se com esta problemática e mesmo assim receberam de forma sincera e cordial o corpo docente que, sem medo, aceitou este desafio, quando a grande maioria de outros professores “fugiam” de lá.
Professora contratada, com oito anos de serviço.