Ministério da Educação vai apresentar proposta de vinculação dos professores contratados
Depois da confirmação do secretário de Estado da Administração Pública que haveria margem para o ingresso no quadro de contratados com largos anos de serviço na função pública o MEC voltou a anunciar que até final do mês será enviada aos sindicatos uma proposta para a vinculação extraordinária de professores contratados.
O que se espera desta vinculação extraordinária?
Que os critérios possam passar por:
– largos anos de serviço no setor público;
– que os candidatos possam ser obrigados a concorrer no âmbito do território nacional;
– que a sua nomeação apenas ocorra a 1 de Setembro de 2013, ficando assim impedidos de concorrer ao concurso interno de 2013/2014;
Na minha opinião estes são os princípios gerais que podem acontecer para esta vinculação extraordinária, no entanto tudo o que se possa dizer nesta altura é ainda pura especulação.
Aguardemos…
Uma coisa é certa. Não vão haver lugares para todos nesta vinculação extraordinária e por isso a maioria não vai gostar de qualquer proposta que surja.
35 comentários
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Eu já só quero ter trabalho…
Com a casa às costas, pelos caminhos de portugal… mas com horário para trabalhar…
:((((………….Uma classe em frangalhos!!!
Só desejo uma coisa. Se o governo tiver de cair, que aconteça depois da vinculação. É que com Guterres, quando já estava decidida a vinculação de professores contratados o governo desmoronou-se!
É verdade, eu estava em situação de vincular e também “morri na praia”, espero que desta vez não aconteça o mesmo.
Para além dos critérios eventuais supracitados,considero também relevante o fator idade…no meu caso possuo já 12 anos de serviço no ensino público e já quase com quarenta anos….Não sei quando entrarei terei uma vinculação….Desta não será ainda ….é quase certo! Infelizmente……:(
“que a sua nomeação apenas ocorra a 1 de Setembro de 2013” – parece-me que este é um ponto fundamental, caso contrário não se percebe como ocorrerá.
Sei que terá esse critério “largos anos de serviço na escola pública”, mas não concordo. Tenho 13 anos de serviço, sendo 11 deles no ensino cooperativo. Há dois anos optei pelo ensino público por muitas e variadas razões,…tenho 35 anos, dois filhos, 4383 dias de serviço e pelo que parece vou ficar sem trabalho!! Mas porquê?! Porque embora tenha “largos anos de serviço”, pelo que parece não foi em prol do “serviço público”.
O tempo de serviço no ensino privado é reconhecido como tempo de serviço para todos os efeitos. Por isso neste caso não pode deixar de contar. Espero bom censo por parte do governo e dos sindicatos.Atenção que eu não estou abrangido, pois sou do quadro à mais de 20 anos. Mas tem que contar todo o tempo de serviço, nos termos do principio da igualdade ( Constituição da República Portuguessa) Os colegas que concorreram para o ensino público respeitaram as regras do concurso e o tempo foi reconhecido.
E aprender a escrever?
E ser bem educado ? A sua preocupação devia ser com o que interessa aos professores. Podia perder tempoa explicar o que aconteceu, mas perante a sua observação, não vale a pena.
Se formos falar de igualdade, há que ter em conta muitos factores: as cunha para os privados, começarem sempre no ínicio do ano lectivo, saberem sempre para onde vão e a escolha de vida que fizeram… Muitos jamais pensaram em deixar o ensino privado, mas como isto está a complicar, os muitos pais não têm dinheiro os alunos saem, claro que não querem arriscar. Não é justo que agora queiram os mesmos direitos dos que até aquim tiveram uma vida díficil, longe da família, com a casa às costas e sempre na incerteza. Eu tenho 42 anos, filhos e apenas 10 anos de serviço, pois os meus horários raramente são completos…Tal como eu existem muitos colegas. Os docentes do particular deveriam também pensar na igualdade nas horas leccionadas e em tudo o resto…..
Se vamos pela igualdade há que ter em conta muitos factores….Não vamos comparar o que não tem comparação. Quem está no privado não se preocupa com o facto de ficar desempregado no ano seguinte e não se preocupa se vai ou não ser preciso ir com a casa às costas. Não podemos esquecer que foi uma OPÇÂO que fizeram. Agora que os colégios estão a ficar com menos alunos e as coisas estão também a ficar complicadas é que querem voltar para o ensino público e com iguais direitos? Eu tenho 42 anos e filhos e já trabalho há 15 anos, no entanto só tenho 10 anos de serviço pois os horários raramente são completos; por vezes para os conseguir completar tenho estado em 2 e 3 escolas ao mesmo tempo o que é óptimo e dá uma segurança e estabilidade espetacular, muito melhor que os colégios particulares. São consequências da minha escolha… Não podemos falar em igualdade…quando as desigulades são muitas.
Se vamos pela igualdade há que ter em conta muitos factores….Não vamos comparar o que não tem comparação. Quem está no privado não se preocupa com o facto de ficar desempregado no ano seguinte e não se preocupa se vai ou não ser preciso ir com a casa às costas. Não podemos esquecer que foi uma OPÇÂO que fizeram. Agora que os colégios estão a ficar com menos alunos e as coisas estão também a ficar complicadas é que querem voltar para o ensino público e com iguais direitos? Eu tenho 42 anos e filhos e já trabalho 15 há anos, no entanto só tenho 10 anos de serviço pois os horários raramente são completos; por vezes para o conseguir completar tenho estado em 2 e 3 escolas ao mesmo tempo o que é óptimo e dá uma segurança e estabilidade espetacular, muito melhor que os colégios particulares. São consequencias da minha escolha… Não podemos falar em igualdade…quando as desigulades são muitas.
“Quem está no privado não se preocupa com o facto de ficar desempregado no ano seguinte e não se preocupa se vai ou não ser preciso ir com a casa às costas”. A Colega nunca trabalhou no privado, para fazer essa afirmação.Aliás o que afirma a seguir, vai contra essa ideia.
Fique sabendo que há pessoas a trabalhar no privado que fazem 100km por dia há 18 anos!!
Se o fazem é porque ainda fica algum no final do mês!
Pouco percebo disto… Mas parece-me que os contratados estão a esquecer-se que a maioria do que o governo vai ser obrigado a vincular é quem já tem N contratos no Estado e com Y tempo de serviço…
Aqueles que foram trabalhando às pingas ou estão a acabar o curso, sinceramente, esqueçam a educação no público nos próximos 10 anos… a não ser que pensem fazer meninos/importar crianças… ou voltar a diminuir número de crianças por turma!!!
Por acaso, vocês não são Pais ? E aceitam 28 miúdos numa sala ? Não se reclama ?
Assistente Técnico
Até há uns anos, era necessário X anos de serviço no ensino público para poder vincular.
E aos professores a quem poderá ser dada razão nos tribunais (o que duvido), são precisamente os que estão há vários anos nas escolas públicas a contrato.
Arlindo, discordo em absoluto que os professores vinculados extraordinariamente sejam impedidos de aceder ao concuso para 2013/2014. Acho, aliás, que esse é o momento certo para concorrerem.
Se poderá haver uma ou outra ultrapassagem? Sim, eventualmente, mas acontece que muitos professores contratados já o foram anos a fio, pelo que não é justo pedir-lhes mais sacrifícios.
Este critério não pode avançar em circunstância nenhuma.
Se um dos critérios for a de ter tempo no Ensino Público e bom que se mantenha. Era uma grande injustiça se isso não se verificasse. Quem trabalha no Privado não tem todos os anos o coração nas mãos com a colocação do próximo ano. Já trabalhei apenas pelo tempo de serviço, sendo colocada longe da família e nesses anos paguei para trabalhar (lá se iam as poupanças do ano anterior). Isso não acontece a quem está no Privado, que por norma é sempre relativamente perto da residência. quem trabalha no Público quase que não é trabalho e é missão! O tempo dos colegas do Privado é contado sim, mas devem estar em segunda prioridade, por uma questão de justiça e igualdade de tratar diferente o que é diferente.
DECIDAMENTE OS ANOS DE SERVIÇO DE ENSINO PRIVADO NÃO PODEM CONTAR. FOI UMA OPÇÃO QUE FIZERAM. ALGO DIFERENTE DISTO SERÁ NOVAMENTE MUDAR AS REGRAS DESTAS TEREM SIDO POSTAS EM VIGOR. ALÉM DISSO A VINCULAÇÃO DEVERÁ SER COM O TEMPO DE SERVIÇO NO GRUPO DISCIPLINAR A QUE SE CANDIDATA.
Totalmente de acordo, tempo no grupo de recrutamento! Já vai sendo tempo de ser pôr ordem em determinados grupos.
Faz onze anos que vim de Viseu até Lisboa, apenas tinha um ano de serviço, 24 anos e uma pimpolha com 5 anos. Comecei a trabalhar como administrativa durante o dia e à noite a dar formação numa Escola Profissional na Amadora. No decorrer desse ano enviei mais de 130 currículos para todas as escolas do distrito de Lisboa e Setúbal, se bem me lembro 136. Consegui finalmente uma oportunidade numa outra escola profissional. Fui trabalhar a recibos verdes. Tinha um horário, na altura, de 20 tempos letivos. Acumulava duas direções de turma e coordenava cursos de aprendizagem. Trabalhava cerca de 50 horas por semana, sem contar com aquelas, como todos sabem, que dedicamos em nossas casas à nossa profissão. Devo dizer que, não era de todo a mais graduada da lista, mas quem foi à entrevista não aceitou o lugar. Eu aceitei. Trabalhei três anos a recibos verdes, sem qualquer subsídio, sem vida para além daquilo. Dediquei-me ao meu trabalho. Fazia-o muito bem e gostava do que fazia. Mais tarde fizeram-me o meu primeiro contrato de trabalho. Fiquei mais quatro anos. Fiquei efetiva. Continuava a fazer aquilo que gostava, mas já não gostava de o fazer…quezílias internas. Dos sete anos naquela instituição, apenas os últimos quatro me foram contabilizados como anos de serviço. Sou da margem sul, decidi contribuir para o aumento da taxa de natalidade. Fui mãe novamente há três anos. Decidi rescindir contrato com a escola onde estava então efetiva e concorrer para a escola pública. Vinha trabalhar e receber menos. O importante é que teria tempo para estar com os meus filhos. Decidi ser mãe novamente. Continuei na escola pública. Tenho lecionado de vez aquando nestes últimos três anos.
Este romance todo para V/ dizer que, o trabalho no privado é tão de cunha, como o público.
Como em qualquer outra profissão, independentemente das empresas em que tenha trabalhado, o que importa é há quanto tempo é que trabalho no quê.
Pela primeira vez discordo da opinião do Arlindo…. Se existe uma lista graduada porque motivo o tempo se serviço será o principal critério de vinculação???? Não será mais justo seguir a lista graduada????
A maioria dos professores dos quadros não têm noção do que é a vida de um professor contratado. É fácil perceber que dar aulas em vários sitios no mesmo dia, por exemplo em Lisboa e em Setúbal para conseguir 365 de serviço é bastante complicado.
Este ano, com o aparecimento dos horários zero, uma colega que estava na mesma escola que eu e que já é dos quadros disse-me: Finalmente percebo aquilo porque vocês passam todos os anos!! Deve ser terrível essa incerteza …
É triste que a nossa situação não seja vivida por todos….
O TEMPO DE SERVIÇO DO PRIVADO CONTAR PARA A VINCULAÇÃO É UMA AFRONTA PARA TODOS NÓS, QUE ESTAMOS NO ENSINO PÚBLICO.
Concordo com TT.
O concurso extraordinário poderia ser para vincular numa zona e em 2013 concorria-se para determinar em que escola se ficaria. Acho que assim não prejudicaríamos os colegas dos quadros.
No entanto, agora existe quem tenha medo que os contratados vinculados roubem lugares aos efetivos.
O ser humano, de facto, tanto pode ter de belo como de besta. Ou seja, os direitos dos contratados não contam? Estes anos, enquanto alguns iam progredindo na carreira, nós continuámos sempre no mesmo índice. Já nem falo da instabilidade, dos gastos em casas, em combustíveis, do adiar ou desistir de determinados projetos pessoais…
Acho piada que certos contratados achem justo que professores do privado sejam impedidos de concorrer visto não terem feito tantos sacrificios, mas quando esse argumento é usado pelos professores do quadro esses sacrificios deixem de ser valorizados. Sou a favor da vinculação extraordinária, mas sempre protegendo os atuais prof. do quadro no próximo concurso ordinário!
Portanto, não compreendo este celeuma entre o privado e o público, não compreendo…Será o meu trabalho enquanto funcionária pública melhor do que enquanto funcionária privada? Serão as contratações mais justas num do que no outro? Serão os alunos melhor formados num do que no outro?
A questão não é privado vs público, não é idade, não é grupo de recrutamento. É precisamente salve-se quem puder. Mais do que visto está, que não existe união neste grupo de trabalhadores. Como se pode falar de classe de professores?
Ver colegas a escrever e a dizer asneiras. Será que não sabem que os V/ alunos, os V/ filhos poderão ler a qualquer momento o que escrevem. Como podemos ser educadores/professores, se não dignificamos a nossa profissão?
E quem optou por não ir para longe e ficou nas AEC’s perto de casa. Também têm de ser diferenciados?! Todos os meus colegas que saíram há doze anos da faculdade e com a mesma média que eu, estão e sempre estiveram colocados com horários anuais e relativamente perto de casa. Esse argumento de “andar com a casa às costas” é só para alguns… Não sejam cínicos!!
Vinculação ao território nacional???? Bolas!!! Faz anos que não vinculam ninguém, faz anos que certos docentes dão aulas na mesma escola…alguns nunca saíram de um ou dois Qzp’S… vêm agora com essa!!!…Só um governo como este para se aproveitarem do desespero dos professores que, artificialmente, vêm sendo dispensados. Que tristeza “porem e disporem” das pessoas. E os sindicatos ainda assinam por baixo!!
Que profissão, que profissionais sem poder de revindicação…é estar de gatas perante um governo de treta! Mais vale fazer como ontem vi…24 enfermeiros a emigrarem de uma só vez……É mais digno que a subserviência que se assiste nesta classe!!!!!!! Ao ponto a que isto chegou!!! Vinculação ao território nacional, e valores como família onde ficam!!!! QUE VERGONHA!
A maioria dos professores dos quadros não têm noção do que é a vida de um professor contratado. É fácil perceber que dar aulas em vários sitios no mesmo dia, por exemplo em Lisboa e em Setúbal para conseguir 365 de serviço é bastante complicado.
Este ano, com o aparecimento dos horários zero, uma colega que estava na mesma escola que eu e que já é dos quadros e que ficou com um disse-me: Finalmente percebo aquilo porque vocês passam todos os anos!! Deve ser terrível essa incerteza …
É triste que a nossa situação não seja vivida por todos…. pois assim compreendiam melhor a nossa ansia em ser vinculados
Os docentes do privado fizeram a sua OPÇÂO. Agora terão que aceitar os resultados .
O TEMPO DE SERVIÇO DO PRIVADO CONTAR PARA A VINCULAÇÃO É UMA AFRONTA PARA TODOS NÓS, QUE ESTAMOS NO ENSINO PÚBLICO.
acham normal sermos obrigados a percorrer o pais ? não temos o direito como outros trabalhadores a querer estabilidade e possívelmente uma família?
Estou inteiramente de acordo. Prefiro não ficar vinculada a ficar longe da família! Que vergonha!
Pelo teor das várias intervenções facilmente se depreende que, tal como a maioria dos assuntos sobre Educação, este divide e apresenta leituras com diferentes perspectivas. Lanço algumas questões que me parecem pertinentes.
Quando se fala no sector público de educação fala-se, obrigatoriamente e à luz da legislação, de todas as escolas que promovem ensino público em Portugal e estão afectas à rede pública de educação. Essa rede pública é composta, não só por estabelecimentos públicos de educação, como também por escolas com contrato de associação como Estado (MEC). Assim sendo, os professores prestam um serviço público de educação numas e noutras e, consequentemente, esse mesmo tempo de serviço é igual em ambos os casos, sempre foi e deverá continuar a produzir os mesmos efeitos para concurso de qualquer docente. Neste domínio, espanta-me há já vários anos que, de vez em quando, se assistam a acesas discussões e nunca ter visto ninguém lutar pelo que, no meu entender, faria sentido: toda e qualquer escola que funcione com orçamento público deve cumprir as regras de recrutamento público!
Chamo ainda a tenção para o facto de existirem outras escolas, afectas a outros ministérios, IPSS (nomeadamente no ensino pré-escolar) que sempre prestaram serviço público e, no caso do pré-escolar, um serviço público que, a não ser prestado pelas IPSS, nem sequer existiria. Os colegas do ensino pré-escolar deverão ser impedidos de ver o seu tempo de serviço igualmente reconhecido?
Quanto ao facto de esta suposta vinculação extraordinária impedir os “felizes contemplados” de concorrerem no próximo concurso ordinário de vagas para quadro parece-me que pode levantar questões muito sérias de desigualdade, sobretudo se essa mesma vinculação extraordinária for, como se diz, a todo o território quando, via concurso ordinário, se vincula a um quadro bem mais restrito em termos territoriais.
São algumas de muitas outras questões que creio merecerem uma reflexão séria antes que este “presente envenenado” nos provoque uma “crise figadal” a todos.