Não sei porquê mas tenho o feeling que ainda antes da votação o governo e o novo ME irão tomar uma posição pública sobre esta matéria justificando a não suspensão (provavelmente a abstenção será a indicação de voto) pelo facto de o ano lectivo estar praticamente terminado, levantando um pouco o véu sobre o próximo modelo e declarando nulos os efeitos desta ADD (embora não suspendendo) que na prática se resume aos concursos para contratação.
Ou seja, não é recuo nem fuga para a frente, mas sim um chegar para o lado… não se suspende a coisa não chateando aqueles que pretendem encaixilhar o diploma de EXCELENTE para pôr junto à lareira e mostrar às visitas, anulam-se os efeitos imediatos e voltam-se as atenções para o que há-de vir… como a prioridade e o interesse não é muito e provavelmente o congelamento se vai manter por um bom par de anos, com jeitinho o assunto só será retomado lá para Janeiro… porque não suspendendo a avaliação reporta até 31 de Dezembro
Se anulassem os efeitos da avaliação no concurso que decorre. É insustentável, com mais tempo de serviço descer 400 lugares por causa de uma avaliação injusta. É triste!
Caro João Nogueira,
Há anos atrás havia os Não Alinhados, a Terceira Via, … Nessa perspectiva só existiam duas soluções: ou fuga para a frente ou recuo.
O amigo, desculpe a intimidade da expressão, acaba de inventar uma nova solução política para fugir sem beliscadela: “chegar para o lado”. Encontro dificuldade de a enquadrar na militância poitica da actualidade. No entanto é nossa obrigação enquadrá-la numa qualquer corrente política actual. Sugiro que a enquadramos no ultraliberalismo. Mas a discussão está aberta! Mais sugestões.
Temo que “chegar para o lado” possa não ser suficiente para todo o desastre económico para que caminhamos. Haja esperança!
Sinceramente pouco me importam os rótulos do “politiquês” (talvez o único “ês” mais irritante que o “eduquês”), até porque quer entre amigos ou na sala de professores sou igualmente apelidado de comuna ou de facho, dependendo do que falo e, principalmente com quem falo – serei esquizofrénico ou somente louco? Não sei e nem estou muito preocupado…
De qualquer forma a política de “chegar para o lado” não é invenção minha… é tipicamente portuguesa e há muitos anos que sofremos as consequências de termos governos que não governam, simplesmente porque têm medo das consequências das suas decisões, designadamente quando afrontam corporações e poderes instalados… por acaso reparou como ainda esta semana se “chegou para o lado” a redução do número de municípios apesar de estar inequivocamente expresso no famoso memorando de entendimento? Lembra-se de como António Guterres passou a vida a “chegar para o lado” as decisões fundamentais após diálogo, mais diálogo e ainda mais diálogo?…
Aquilo que escrevi ontem não é o que, na minha modesta opinião, deveria ser feito a este propósito – defendo mais a ruptura total e a tábua rasa, porque sempre defendi que FAZER MAL FEITO É PIOR QUE NÃO FAZER… sinto que urge um sistema de avaliação dos docentes, um sistema digno, o mais justo e universal possível e principalmente com consequências, pois urge separar o trigo do joio nas escolas (assim em como todos os sectores profissionais, mas só quero falar daquilo que conheço e me dia mais directamente respeito) e gostaria (embora não tenha grande esperança) que desta vez se dessem alguns passos nessa direcção (o Nuno Crato que conheci era homem para o fazer, agora que é ministro já não digo nada) – aquilo que escrevi é o que penso que irá acontecer, um compromisso entre a suspensão (que levanta muitas ondas na opinião pública e comentadores de circunstância, que na sua maioria não percebe nada de ensino, mas enfim) e a anulação efectiva das consequências mais perversas e nefastas do tal modelo kafkiano (para citar o novo PM que às tantas nunca leu Franz Kafka, ou então já se “metamorfoseou” com a chegada ao poder)… o tal “chegar para o lado” sem fazer muitas ondas.
NOTA: Não precisas de pedir desculpa pela intimidade de tratamento – todas as pessoas são minhas amigas até prova em contrário (às vezes lixo-me com a confiança, mas olha, hei-de aprender com a idade)…
6 comentários
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Por acaso, caro Arlindo, sabes quando é que é discutida a matéria em sede parlamentar?
Será agendada em conferência de líderes. Imaginas a prioridade da coisa, não?
Não sei porquê mas tenho o feeling que ainda antes da votação o governo e o novo ME irão tomar uma posição pública sobre esta matéria justificando a não suspensão (provavelmente a abstenção será a indicação de voto) pelo facto de o ano lectivo estar praticamente terminado, levantando um pouco o véu sobre o próximo modelo e declarando nulos os efeitos desta ADD (embora não suspendendo) que na prática se resume aos concursos para contratação.
Ou seja, não é recuo nem fuga para a frente, mas sim um chegar para o lado… não se suspende a coisa não chateando aqueles que pretendem encaixilhar o diploma de EXCELENTE para pôr junto à lareira e mostrar às visitas, anulam-se os efeitos imediatos e voltam-se as atenções para o que há-de vir… como a prioridade e o interesse não é muito e provavelmente o congelamento se vai manter por um bom par de anos, com jeitinho o assunto só será retomado lá para Janeiro… porque não suspendendo a avaliação reporta até 31 de Dezembro
Se anulassem os efeitos da avaliação no concurso que decorre. É insustentável, com mais tempo de serviço descer 400 lugares por causa de uma avaliação injusta. É triste!
Caro João Nogueira,
Há anos atrás havia os Não Alinhados, a Terceira Via, … Nessa perspectiva só existiam duas soluções: ou fuga para a frente ou recuo.
O amigo, desculpe a intimidade da expressão, acaba de inventar uma nova solução política para fugir sem beliscadela: “chegar para o lado”. Encontro dificuldade de a enquadrar na militância poitica da actualidade. No entanto é nossa obrigação enquadrá-la numa qualquer corrente política actual. Sugiro que a enquadramos no ultraliberalismo. Mas a discussão está aberta! Mais sugestões.
Temo que “chegar para o lado” possa não ser suficiente para todo o desastre económico para que caminhamos. Haja esperança!
@ M Simões
Sinceramente pouco me importam os rótulos do “politiquês” (talvez o único “ês” mais irritante que o “eduquês”), até porque quer entre amigos ou na sala de professores sou igualmente apelidado de comuna ou de facho, dependendo do que falo e, principalmente com quem falo – serei esquizofrénico ou somente louco? Não sei e nem estou muito preocupado…
De qualquer forma a política de “chegar para o lado” não é invenção minha… é tipicamente portuguesa e há muitos anos que sofremos as consequências de termos governos que não governam, simplesmente porque têm medo das consequências das suas decisões, designadamente quando afrontam corporações e poderes instalados… por acaso reparou como ainda esta semana se “chegou para o lado” a redução do número de municípios apesar de estar inequivocamente expresso no famoso memorando de entendimento? Lembra-se de como António Guterres passou a vida a “chegar para o lado” as decisões fundamentais após diálogo, mais diálogo e ainda mais diálogo?…
Aquilo que escrevi ontem não é o que, na minha modesta opinião, deveria ser feito a este propósito – defendo mais a ruptura total e a tábua rasa, porque sempre defendi que FAZER MAL FEITO É PIOR QUE NÃO FAZER… sinto que urge um sistema de avaliação dos docentes, um sistema digno, o mais justo e universal possível e principalmente com consequências, pois urge separar o trigo do joio nas escolas (assim em como todos os sectores profissionais, mas só quero falar daquilo que conheço e me dia mais directamente respeito) e gostaria (embora não tenha grande esperança) que desta vez se dessem alguns passos nessa direcção (o Nuno Crato que conheci era homem para o fazer, agora que é ministro já não digo nada) – aquilo que escrevi é o que penso que irá acontecer, um compromisso entre a suspensão (que levanta muitas ondas na opinião pública e comentadores de circunstância, que na sua maioria não percebe nada de ensino, mas enfim) e a anulação efectiva das consequências mais perversas e nefastas do tal modelo kafkiano (para citar o novo PM que às tantas nunca leu Franz Kafka, ou então já se “metamorfoseou” com a chegada ao poder)… o tal “chegar para o lado” sem fazer muitas ondas.
NOTA: Não precisas de pedir desculpa pela intimidade de tratamento – todas as pessoas são minhas amigas até prova em contrário (às vezes lixo-me com a confiança, mas olha, hei-de aprender com a idade)…