14 de Maio de 2020 archive

A cruz de quem se esqueceu de renovar a MPD

Houve quem se esquecesse de renovar a MPD dentro do prazo. Para esses, a solução é realizarem o pedido de MPD como todos os anos.

A cruz que devem assinalar no relatório médico, nestes casos, é a seguinte.

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Da Enorme Humildade

Avaliar e monitorizar as condições do E@D por parte dos alunos e professores é importante para melhorar as condições e corrigir problemas. Tenho por hábito realizar inquéritos simples e de fácil resposta em momentos que considero oportunos e fulcrais.

Mas esta resposta chamou-me a atenção pela enorme humildade de quem com pouco recursos se sente bem com o que tem.  Ao contrário de muitos que com bastantes recursos passam a vida a queixar-se.

 

Está tudo bem tenho o telemóvel da minha mãe para assistir ás aulas, a minha mãe vai a papelaria e imprime quando há fichas, mas trabalho quase sempre nos meus manuais da escola por isso não me faz falta nada. Obrigada por se preocuparem comigo e com todos os meninos da escola.

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Orientações sobre direitos e deveres alunos

Olho com muitas reservas a aplicação das medidas de recuperação e de integração num modelo à distância. Mesmo de forma presencial é de difícil aplicação na maioria dos casos, quanto mais desta forma. E nesse caso se há incumprimento das medidas há retenção do aluno, o que contraria um pouco a ideia que o aluno não pode ser prejudicado por ausência de aulas presenciais.

Orientações sobre direitos e deveres alunos

 

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Ensinar à distância: Crónica de uma vida real – CARMO MACHADO

Ensinar à distância: Crónica de uma vida real

epois de quase dois meses em contacto quase diário com todos os meus alunos – distribuídos pelos três anos letivos do ensino secundário – através de meios digitais e tecnológicos variados (na primeira fase, o correio eletrónico, o whatsapp, o instagram, o telefone, etc.; numa segunda, a aplicação Zoom.us seguida da famosa plataforma Teams de que, assumo, eu nunca tinha ouvido falar), fui informada de que regressarei à escola dia dezoito de maio para dar aulas de Português ao 12ºano.

Se repararam bem no que escrevi na primeira frase deste texto, tenho estado em contacto com todos os meus alunos, o que não significa forçosamente que eu tenha estado a ensinar seja o que for e, muito menos, que eles tenham estado a aprender. Não retirem já conclusões precipitadas. Deixem-me primeiro explicar. Das minhas quatro turmas, duas do décimo ano, uma do décimo primeiro e uma do décimo segundo (com um tempo semanal de cinquenta minutos síncronos, seguido de outros cinquenta minutos de sessão assíncrona), posso garantir que, a ter ocorrido ensino e/ou alguma aprendizagem real, eficaz e significativa ao longo deste tempo, tal aconteceu apenas na turma do ano de exame, o 12º ano. Poderia enumerar variadíssimas razões para este facto mas deixo-vos apenas com algumas: a maturidade dos alunos, o seu empenho demonstrado ao longo do ano, a sua preocupação perante os resultados a obter nos exames de acesso ao ensino superior, o desenvolvimento de métodos de trabalho autónomo, o à vontade no uso das novas tecnologias e, sem sombra de dúvida, o respeito pelo professor.

Sobre as duas turmas do décimo ano, posso afirmar que uma delas revela algum interesse nas atividades propostas, colaborando com a professora, reagindo, participando, rindo… Exatamente como acontecia nas aulas presenciais. No que às restantes turmas diz respeito (uma do décimo e outra do décimo primeiro), a experiência é quase traumática. As aulas síncronas podem ser descritas de forma simples: tentativa desesperada por parte do professor para ouvir uma palavra do outro lado da rede. Perante a chamada, mal respondem. Recusam-se a ligar a câmara. Recusam-se a ler. Não respondem às questões. Basicamente, não participam. Conto com dois a três alunos por turma e pouco mais. Paira um silêncio tal nestas sessões que já me apeteceu desligar o microfone e a câmara e fazer de conta que a ligação à internet caiu. Apeteceu-me, note-se. Obviamente não o fiz. Suportei a humilhação até ao fim, desejosa de que os malditos minutos passassem para acabar com o tormento daquele monólogo digital.

A verdade, se querem saber, é que este ensino à distância, como lhe andam a chamar, não é ensino à distância absolutamente nenhum. Confesso que com a turma do 12º ano, houve momentos em que fui professora. Quando lhes agucei a curiosidade para a pesquisa de novos conhecimentos e autores (a poesia de autores do séc. XX); quando promovi a reflexão sobre temas como a mudança, temática recorrente nos contos em estudo; quando estabeleci pontes com a disciplina de Sociologia e pedimos, eu a colega desta disciplina, um só trabalho comum; quando promovi a criatividade ao pedir-lhes trabalhos em registo áudio e vídeo onde mostrassem momentos de fruição do texto poético e que muito me surpreenderam… O resto foi nada. A maioria dos restantes alunos das outras turmas limitou-se a uma postura acrítica, passiva e apática, recusando qualquer tipo de atividade que implicasse debate ou análise ou leitura, enviando trabalhos de fraquíssima qualidade, repletos de erros de todo o tipo e, na generalidade, copiados da internet. Em suma, alunos desinteressados e desinteressantes… Como, aliás, já eram presencialmente.

Serve tudo isto para vos dizer que o regresso à escola no dia dezoito de maio se revela, no meu caso concreto, totalmente desnecessário. Pelos riscos que implica e, sobretudo, porque os alunos que irão regressar são exatamente aqueles que conseguiram utilizar esta nova experiência como um excelente estágio para a vida que os espera no ensino superior. Quanto aos demais, até dia 26 de junho continuarão a fingir que aprendem e eu a fingir que ensino…

Sobre as reuniões de professores realizadas através das plataformas digitais, afirmo com deleite que estas se revelaram de uma espantosa eficácia tanto na poupança de tempo como de meios. Bendita plataforma! Quanto à documentação a preencher, esta não surpreendeu na medida em veio confirmar que os professores (ou quem os coordena) não conseguem sobreviver sem formulários, relatórios e afins. A grande questão com que termino este texto é se o leitor, desse lado, fará a mais pequena ideia do que é ser professor e simultaneamente diretor de turma, neste modelo de pseudoensino à distância, ainda por cima de uma turma com exames nacionais. Aí, confesso, a vida complicou-se deveras e, por vezes, não houve tempo para se ser professor.

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ISS e DGS parecem não se entender…

A cinco dias da reabertura das creches, o Instituto de Segurança Social publicou um guião orientador que difere das propostas da Direção-Geral da Saúde. Educadores de Infância aguardam novos esclarecimentos.

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Cartoon do Dia – Eu sou o vosso Professor…- Paulo Serra

 

 

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Argumentos que suportam o cancelamento das atividades letivas presenciais, por José Alves

Argumentos que suportam o cancelamento das atividades letivas presenciais

Argumentos de saúde pública

Embora o ME tenha um plano de contingência para a abertura das escolas, que implica, entre outras, a adoção de medidas como o uso de máscara, a colocação de dispensadores de gel, a redução do número de alunos por sala, a distância mínima de 1,5 m (o que está aquém da distância dita de segurança), entre outras medidas, a verdade é que o risco de contágio ainda é elevado. O fator ‘R’, que permite avaliar o grau de contágio da epidemia, é em algumas regiões do país elevado, por exemplo, em Lisboa, de acordo com os últimos cálculos efetuados pelo Instituto Dr. Ricardo Jorge.

Pode admitir-se que as escolas tomem todas as medidas para reduzir o risco de contágio, mas este persiste durante todo o trajeto do aluno até à escola, sobretudo nos transportes públicos. É preciso ter em conta que muitos alunos é o meio de transporte que utilizam para se deslocar para a escola (autocarros, metro, barco, etc.). Um aluno contagiado obrigará a quarentena por parte dos colegas, dos professores da turma, eventualmente da família e, em última instância, de todos aqueles com quem estabeleceu contacto próximo.

Esta situação vai criar a interrupção na assistência às aulas por parte de muitos alunos, enquanto outros irão prosseguir, criando-se uma situação de profunda desigualdade.

Argumentos de natureza económica

A implementação do plano de contingência para reduzir o risco de infeção é caro. A aquisição de máscaras, gel, desinfeção das escolas, entre outras medidas, tem um custo económico muito elevado. Tem ainda custos para o pessoal auxiliar, provocando-lhes um enorme desgaste físico e emocional. Estes recursos podiam ficar reservados para o caso da ocorrência de novo surto, previsível para o próximo ano letivo.

Argumentos de natureza pedagógica

Num estudo quantitativo com a participação de 114 professores de Biologia e Geologia, a lecionar no distrito de Braga, realizado por Lopes e Precioso, em 2020, verificou-se que 71% dos docentes considera que o insucesso, no exame e na disciplina de Biologia e Geologia, está relacionado com facto de o programa da disciplina ser demasiado extenso. Ora se o programa é extenso, então, já se devia ter decretado um programa mínimo e os alunos estariam nesta altura a fazer revisões. Por outro lado, no caso dos exames que se realizam no 11.º ano, está lecionado o programa do 10.º e 2/3 do programa do 11.º ano. No caso dos exames que se realizam no 12.º ano, está lecionado o programa do 10.º ano, do 11.º ano e 2/3 do programa do 12.º ano. Não é já matéria suficiente? Não será mais importante consolidar e reforçar as aprendizagens e aproveitar para trabalhar as dificuldades detetadas?

Outro argumento é o de que os professores e os alunos investiram muito do seu tempo a desenvolver o ensino a distância, que estava, tanto quanto se sabe, a correr razoavelmente bem, e agora vão regressar à escola, em condições emocionais muito adversas. Podiam continuar com este regime não presencial, e aprender a utilizá-lo, pois será, por certo, uma necessidade no futuro, mesmo na ausência da pandemia.

Argumentos de natureza psicológica

Num estudo sobre Conhecimentos, Opiniões e Comportamentos dos estudantes portugueses do ensino secundários sobre a pandemia covid-19, realizado por Regina Alves e José Precioso, em maio de 2020, em que se aplicou um questionário anónimo e em formato online a uma amostra de conveniência constituída por 979 estudantes do Ensino Secundário (28,7% – 10.º ano; 39,8% – 11.º ano; 31,5% – 12.º ano), verificou-se que quando confrontados com a questão “Sinto-me inseguro/a se tiver que ir para a escola”, a maioria dos/as alunos/as (58,5%) indicou concordar ou concordar totalmente com a afirmação. No mesmo sentido, 68,2% dos estudantes sinalizou ter receio de contrair o vírus, mas um receio ainda maior que algum familiar ou amigo/a o possa contrair (89,3%), revelando, desta forma, consciência face aos perigos da pandemia (93,1%).

A maioria dos estudantes concorda ou concorda totalmente com o término das aulas presenciais (55,4%) e discorda ou discorda totalmente com o recomeço das aulas práticas presenciais (58,7%).

Por todos estes motivos, sugerimos o seguinte.

  1. Cancelem-se todas as atividades letivas presenciais do 3.º período.
  2. Defina-se um programa mínimo a ser avaliado por exame.
  3. O Ministério da Educação devia aproveitar para repensar muito bem todo o processo de ingresso no ensino superior. Nada disto aconteceria se houvesse confiança no sistema. Países como Espanha e França utilizaram as classificações internas para selecionar os alunos que irão entrar nas universidades.

 

 

 

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