Obrigado, professores por José Manuel Diogo

 

Obrigado, professores

Só nos temos lembrado de agradecer a quem sai de casa para ir trabalhar. Só nos temos lembrado dos médicos e dos enfermeiros, dos auxiliares e dos bombeiros, dos polícias, dos assistentes sociais e de muitos cidadãos que praticam a solidariedade. Todos eles são heróis e merecem reconhecimento.

Mas desta vez há outros heróis. Silenciosos e discretos, mas tão grandes como estes, ou ainda maiores: os professores.

Quem ficou fechado em casa com filhos em idade escolar sabe melhor que ninguém quão absolutamente inestimável é o papel que os professores têm tido na vida quotidiana. Muito maior que antes, quando o Mundo era diferente.

Os professores foram capazes de se adaptar a condições de trabalho distintas mais depressa que qualquer outra classe profissional. E sem qualquer reserva ou protesto. Sem um lamento. Com espírito de classe e de entreajuda notáveis. É bom que se diga.

Desta vez, eles são um exemplo de inovação e capacidade. Um exemplo para advogados e tribunais, psicólogos e consultórios clínicos, repartições públicas e todas as profissões onde o teletrabalho seja possível de executar.

A rapidez com que a Escola se adaptou à distância não seria possível sem a cooperação exemplar dos professores. Ao contrário de outras vezes, em que estiveram do lado errado da inovação, desta vez não chagam parabéns. Obrigado, professoras e professores.

Obrigado a todos quantos estão em casa a dar aulas aos nossos filhos. Obrigado, professor Jorge, professora Clara. Obrigado por virem a nossa casa aliviar o nosso confinamento. Obrigado por se ocuparem dos nossos filhos, às vezes um a um, e nos permitirem ter um pouco de tempo livre para nós. Sem a vossa ajuda, tudo seria ainda mais difícil.

Link permanente para este artigo: https://www.arlindovsky.net/2020/04/obrigado-professores-por-jose-manuel-diogo/

27 comentários

Passar directamente para o formulário dos comentários,

    • Renato on 30 de Abril de 2020 at 10:49
    • Responder

    Muito se diz aqui:
    “Obrigado por se ocuparem dos nossos filhos, às vezes um a um, e nos permitirem ter um pouco de tempo livre para nós.”
    Não é o tipo de mensagem que aprecie… dispenso este agradecimento. Lamento


  1. “Obrigado por se ocuparem dos nossos filhos, às vezes um a um, e nos permitirem ter um pouco de tempo livre para nós.”

    Parabéns pelo magnífico uso do sarcasmo!

    • Maria on 30 de Abril de 2020 at 12:03
    • Responder

    Concordo com os comentários anteriores. Para um professor, que goste mesmo de o ser, são desmoralizantes 🙁
    O agradecimento iria para qualquer pessoa que “se ocupasse dos seus (deles) filhos e lhes permitisse um pouco de tempo livre”…


  2. Há pais que lamentam as creches estarem fechadas ao fim de semana e nas férias.

    Neste caso, “o ocupar”, “entreter no confinamento”, será uma força de expressão típica das velhas gerações que frequentaram a escola em poucos ou nenhuns anos da sua vida.
    O mais importante é ter o sentimento de dever cumprido.

    • Rui Manuel Fernandes Ferreira on 30 de Abril de 2020 at 12:34
    • Responder

    Euforia de coisa nenhuma.


  3. É nas entre linhas que se define o apreço.
    A este agradecimento…
    NÃO! MUITO OBRIGADO!!!


  4. “Desta vez, eles…”
    “Ao contrário de outras vezes, em que estiveram do lado errado da inovação, desta vez não chagam parabéns.”
    “Obrigado por se ocuparem dos nossos filhos, às vezes um a um, e nos permitirem ter um pouco de tempo livre para nós.”
    Enfie, sem vaselina, esses elogios pelo sítio de onde saíram.

    • Fernando Silva on 30 de Abril de 2020 at 14:44
    • Responder

    A sociedade de facto não reconhece esse esforço…porquê aos professores (foram os que mais reivindicaram o encerramento das escolas)? Estes somente se adaptaram ao teletrabalho como grande maioria de portugueses…a circunstância é nova para milhares de pessoas e, não, não se se adaptaram da noite para o dia (16 de março até meados de abril) passou 1 mês. Este texto só pode ter sido escrito por um professor que gosta de ser “bajulado” pelos alunos, pais, governantes, etc. E não, não digo obrigado aos professores dos meus filhos por estes os acompanharem 1 hora/dia em aulas assíncronas. Eu que estou em teletrabalho é que acompanho/oriento os meus filhos em quase todos as actividades escolares e não reivindico nenhum OBRIGADO!

      • Manuel on 30 de Abril de 2020 at 15:15
      • Responder

      Para sua informação os professores acompanham outros alunos em outras turmas o que perfaz várias horas de trabalho a somar às horas de trabalho de preparação de aulas, materiais ficheiros, videos, reuniões, atendimento de alunos enc_educ, alguns destes como você, responder a emails de dúvidas a toda a hora, sem limites de horário, etc. Se fosse só tele trabalho como o seu, teria certamente tempo para o criticar sem saber, mas não é o caso…,

      • Roberto Paulo on 30 de Abril de 2020 at 17:24
      • Responder

      Fernando Silva, você é apenas um parvo ressabiado, que tem uma aversão íntima contra professores a corroê-lo por dentro. Até comichão no estômago lhe provoca.

      Já agora, deixo-lhe o reparo: que péssimo profissional V. jumência é! Em vez de estar a trabalhar em tele-coiso, passa o tempo em blogues de professores a descarregar o seu azedume. E também é um pobre e mentiroso pai, tudo em simultâneo: para estar aqui, descurou a orientação aos seus filhos; para estar aqui, descurou o seu tele-coiso; para orientar os seus filhos, descura novamente o tele-coiso. Em suma, não se dedica a nada com afinco. Ém um salta-pocinhas.


    1. Aprenda a escrever. Depois, talvez mereça resposta.

      • Falcão on 30 de Abril de 2020 at 20:17
      • Responder

      Fernando Silva,

      Se me permites, e com todo o respeito, vai bardamerda!
      É por causa de gente abjecta como tu que há professores que não vão além do mínimo dos mínimos.
      E fico mesmo a pensar, perante diarreias mentais deste Silva, se eu não deveria fazer o mesmo!
      Concluindo: vai insultar a tua família e, se ainda tiveres neurónios para isso, compreende que quanto mais criticas os professores e lhes faltas ao respeito, pior será o serviço educativo que vais receber! Porque quem atira pedras, mais dia menos dia, tropeça nelas!

    • Maria on 30 de Abril de 2020 at 15:03
    • Responder

    É preciso paciência… Afinal um elogio é sempre um elogio. Sempre a olhar nas entrelinhas. O vírus está a fazer mal a muita gente.
    saúde


  5. Tou farto da quarentena.
    Se o papel de prof fosse este ja tinha desistido da profissao.

    • Manuel on 30 de Abril de 2020 at 15:23
    • Responder

    Colegas docentes, estejam descansados que tão depressa se passa de besta a bestial como de bestial a besta.

    .

    • Rosália Constantino on 30 de Abril de 2020 at 15:41
    • Responder

    O este senhor é bi – polar ou goza connosco!
    Já se esqueceram do que escrevia há bem pouco tempo sobre os professores. Quer é vender os seus artigo, apenas!

    • Maria Nunes da Conceição Afonso on 30 de Abril de 2020 at 15:50
    • Responder

    Fiquei triste com os comentários infelizes de quem não sabe do que fala! Não, por ser da classe dos professores mas, por sentir tanta ingratidão por quem dedica a maior da parte do seu tempo aos filhos de muitos pais que, muitas vezes nem sabem o que isso é! Habituaram-se a “despejar” as crianças em instituições desde tenra idade e agora entram em pânico porque não sabem que fazer com eles. Negligenciamos muitas vezes a própria família em prole dos nossos alunos. Sim, porque os professores também têm família. Filhos em aulas síncronas e assíncronas em simultâneo com o seu horário do ensino à distância; filhos pequeninos que não estão em creches, por motivo óbvio,e que dependem a toda a hora dos pais; filhos no 1ºCiclo/2ºCiclo/3º Ciclo, ainda com pouca autonomia que, ao contrário do que muitos pensam, também precisam do apoio dos pais professores; os seus idosos em casa a quem dar assistência, para além de toda a tarefa doméstica que requer tempo para proporcionar o bem estar à sua própria família. Tempo que, infelizmente, é utilizado a preparar aulas, a corrigir trabalhos, a tirar dúvidas, não de um filho ou dois mas, de 240 crianças das 8 turmas de alunos que o professor pode lecionar, ou até mais! Para além, das quase “diretas”, o professor “não sabe” o que é um fim de semana de descanso em família. Não venham caluniar a profissão docente, não somos perfeitos mas, imprescindíveis para a formação de cidadãos capazes e responsáveis de uma cidadania futura.
    Não queremos agradecimentos, apenas um reconhecimento justo.
    Lamento a forma grosseira de alguns comentários, daí se vê a crise de valores em que vivemos.
    Na parte que me toca, agradeço o reconhecimento, e tenho a certeza que muitos professores subscrevem o exposto.
    Não estou contra os pais/encarregados de educação mas, respeitem a nossa profissão, assim como todos devemos respeitar as dos outros (todas essenciais para a sobrevivência numa sociedade livre e democrática).
    Bem Hajam pela oportunidade deste desabafo.

      • Paulo Pereira on 5 de Maio de 2020 at 0:42
      • Responder

      Se a colega se vangloria dessas tantas tarefas com resignação e daí tira satisfação e prazer, sugiro que as capitalize em algo mais concreto como exigir na justa proporção o salário devido pelo esforço.
      Apresentou todos os motivos para o fazer, portanto sabe o trabalho que é ser professor.

      Sou professor mas não subscrevo o seu ponto de vista.
      Ser-se bom profissional não é “abandalhar” a profissão, a hipotecar a vida pessoal e familiar e fazer mais do que aquilo para o qual se é pago.
      É graças a pessoas que pensam dessa forma “abnegada” que os professores são abusados, pois essas excepções de denodo e dedicação obsessiva à profissão acabam sempre por fazer regra e inspirar a tutela a abusar cada vez mais da boa vontade e profissionalismo dos docentes. Um professor é alguém que assumiu essa carreira para sustento próprio e da sua família, não é um PADRE ou uma Freira em clausura!
      Em nome de quê faz isso?
      Só vejo uma justificação: ego pessoal e muito masoquismo.
      As consequências? Disrupção familiar, divórcios, ansiedade, depressão e vício em drogas ansiolíticas. E perda de vida pessoal.
      Cumprimentos.

    • Roberto Paulo on 30 de Abril de 2020 at 17:29
    • Responder

    Meus caros professores,

    querem um conselho que não pediram? Fujam destas medalhas que vos atribuem. Recusem os epítetos de heróis e outros semelhantes.

    Louve-se o facto de se adaptarem rapidamente e de continuarem a tentar minorar os efeitos nefastos da situação. E só falo em louvor, porque, de facto, foram destratados miseravelmente em múltiplas ocasiões pela classe política e pela sociedade genericamente considerada. Neste capítulo, muitos de vós mostraram que têm tanto valor como qualquer outra pessoa decente e trabalhadora, ao contrário do que a escumalha sempre quis provar.

    Mas recusem esses epítetos: estão a cumprir o vosso dever, e bem, na maioria talvez. Estas ladainhas são patéticas.

    • Joao Lima ferreira on 30 de Abril de 2020 at 19:24
    • Responder

    …..DESTA VEZ. …..AO CONTRÁRIO DE OUTRAS VEZES, QUE ESTIVERAM DO LADO ERRADO DA INOVAÇÃO…..??????
    …., especifique ….não suporto sermões….desta vez portaram.se bem, finalmente domesticados…..hem!!!
    NÃO, NÃO FOI INOVAÇÃO , FOI A ARTE DO DESSENRRASCA , DE QUEM FOI AVISADO QUE NÃO ESTAVA DE FÉRIAS.
    DIsponibilizando a sua casa , ferramentas tecnológicas , gastando mais eletricidade,
    trabalhando de noite e de dia, muitas vezes improvisando, para contornar a confusão de
    instruções do ME e da direção das escolas
    Sujeitando o seu trabalho a um CONTROLE VERGONHOSO E ILEGAL.
    Desta experiencia, nada se aproveita, para a escola do futuro…do ponto de vista pedogógico um desastre……

    • Maria on 30 de Abril de 2020 at 22:41
    • Responder

    Acho que certos comentários deveriam ser banidos deste blogue. Estão a ser demasiado ofensivos e só servem para certas pessoas virem para aqui destilar ódio.

      • Roberto Paulo on 1 de Maio de 2020 at 0:08
      • Responder

      O Salazar já foi embora há 50 anos e o Silva também, embora tenha resistido mais.

    • Sónia Soares on 1 de Maio de 2020 at 16:06
    • Responder

    João Lima e Maria Nunes Afonso:

    Excelente comentário / s. Tudo o que dizem é ABSOLUTAMENTE VERDADE ! E muito mais haveria a dizer …


  6. Fernando Silva e outras pessoas que pensam como o senhor :

    Leia, com muita atenção, os comentários aqui expostos , porque retratam a realidade. Muitos dos professores, eu, por exemplo, tenho 7 turmas ( básico e secundário ) e uma direção de turma com vária situações que me levam a trabalhar para além do horário .Por vezes , queixo-me , mas faço -o ” de coração e alma “, porque acho que devo, que merecem e porque gostaria que também o fizessem por um filho meu, vizinho,, parente, etc.
    Admiro todas as profissões e lamento profundamente as situações de desemprego, lay off, ordenados miseráveis e tudo o que sabemos. Os médicos , enfermeiros, auxiliares de saúde, os senhores que recolhem o lixo, os que arranjam a minha viatura para eu me poder deslocar para a escola, TODOS merecem a minha consideração. Os profissionais de saúde e outras profissões precisaram da escola / professores para lá chegar . Eu e muitos outros colegas temos trabalhado 10, 12, 14 horas … se precisar de provas … Muitos de nós , caso não saiba ( dou aulas há 27 anos ) , já pagamos do nosso próprio bolso passes escolares, refeições,livros, fotocópias, produtos higiénicos e de farmácia, oferecemos roupa e bens alimentares ( muitas vezes de forma anónima ), angariação de fundos , etc, para ajudar alunos e famílias . Damos apoio psicológico, contactamos câmaras, IPSS , etc para os ajudar em várias situações, utilizando as nossas viaturas, telemóveis … A melhor parte é vermos os sorrisos dos alunos e EE quando os ajudamos, quando tudo se resolve, receber mails, telefonemas, sms sinceros a agradecer ou um simples bilhete num pedaço de papel e agradecer ou dizer que nunca nos esquecerão. É quando , em videoconferência, eles sorriem e dizem que sentem saudades nossas, nem sempre das aulas / conteúdos, mas dos amigos, de nós, dos professores, dos desabafos e brincadeiras que têm connosco… Os próprios EE também agradecem, colaboram e até para ajudar outros colegas da turma , portugueses e estrangeiros. Nem eu e nem os outros o fazemos para ” ficar bem no retrato “, mas porque queremos ajudar, gostamos … Eles são o futuro … Todas as profissões precisam da escola … A maioria dos professores tem salários baixos, mal chega para a gasolina, transportes, alugar casa ou quarto, têm pais idosos para apoiar, filhos , alguns com deficiência … Porque criticam tanto os professores ??? As próprias direções das escolas estão a fazer o que podem, não conseguem fazer milagres … Penso que todos estão a tentar arduamente . Nem sempre corre bem ,mas fazem o que podem… tal como nós … os alunos também ( muitos … ) também fazem o que podem. Entre os próprios colegamos trocamos ideias, cada um ajuda na sua área, esclarecem dúvidas … Já tive colegas que me ajudaram imenso em várias situações, nomeadamente, com as novas tecnologias . Tal como Nelson Mandela dizia ” Education is the most powerful weapon that can change the world “. Vamos parar … Espero que esta terrível pandemia tenha ensinado que todos precisamos uns dos outros, de ser solidários, de julgar menos … Permitam / me uma última citação da Madre Teresa de Calcutá ” If you judge people, you have no time to love them “. Se precisar de traduzir, a Net ou o Google tradutor… Não o digo com sarcasmo, obviamente . Às vezes, ao traduzir, perde-se a essência … Muitos professores também têm vidas difíceis , sabe … ou tiveram… por muitos motivos e são eles que dão um abraço apertado e secam as lágrimas aos alunos na escola quando estes não estão bem ou precisam de afeto. Fiquem bem. Muita saúde para todos. Espero um dia, ver aqui um comentário seu a dizer que , afinal , não era bem assim que pensava … Honestamente, nem sempre o esforço da comunidade escolar resulta, muitas vezes me senti e sinto frustrada, mas fiz o que pude , fizemos o que pudemos .

    • Hélder Santos on 1 de Maio de 2020 at 20:15
    • Responder

    Até estava a gostar da festa e dos foguetes mas…
    ” Ao contrário de outras vezes, em que estiveram do lado errado da inovação…”
    Realmente esta tirada eu não percebi! Alguém me explica quando estivemos do lado errado da inovação? O que será para este senhor inovar?! A palavra inovar significa: introduzir novidade em; fazer algo como não era feito antes. A partir deste pressuposto, o senhor poderá estar a referir-se a alguma “novidade(s)” que a cada esquina são vendidas por todos e mais alguns, mas que de pedagogia de banco de escola, nada sabem. Estaria-se a referir a uma destas aparentes inovações que os professores, olharam , pensaram, analizaram e, por último, verificaram que o caminho, apesar da máscara da inovação, nada tinha de novo. Algo que me ressoa à apregoada escola do sec XXI, baseada em teorias do sec XX.


  7. Estive a ler alguns comentários..
    E quero dar a minha opinião sem ferir susceptibilidades.

    O sistema para o qual vocês trabalham foi feito para criar desigualdades, assim como na tropa, na política.. Na sociedade em geral.

    É assim que as coisas são, caso contrário vocês juntavam se e faziam o que queriam.

    Vocês dependem mais de uns e de outros do que vocês pensam, à excepção de alguns podres que beneficiam da desunião.

    No vosso caso a desigualdade passa por uns serem contratados outros do quadro, uns serem mais antigos que outros e uns avaliarem os outros. E estes aspectos terem influência na renumeração.

    Vocês como um todo acreditam que um professor qdo começa a dar aulas é menos que os outros.

    Quem é que criou a desigualdade?

    Qualquer pessoa inteligente sabe que a antiguidade não é um posto.

    No vosso caso, basta existir um consenso em que todos os professores ganham X.
    Nem um tostão a mais nem a menos. Igual para todos.

    Vocês só devem avaliar os alunos de acordo com a matéria respectiva.

    Os alunos devem dar um parecer do professor. Não serve de avaliação. Serve para registo. Isso e as notas das disciplinas devem estar publicamente acessíveis na Internet.

    O parecer do aluno relativo ao professor serve para evitar que este se afaste da matéria.

    Mas não se safam a agirem sozinhos e como um todo a acreditarem no menino Jesus, os sete anões, o pai natal, o covid e o estado não tem dinheiro…

    • Paulo Pereira on 5 de Maio de 2020 at 0:19
    • Responder

    O cândido texto que dá forma a este artigo é paradigmático do que a Sociedade pensa da Classe Docente.
    Ou seja, os professores servem para “ocupar” as crianças e adolescentes e livrar as famílias do trabalho de as ter em casa confinados. Particularmente os rebeldes adolescentes.

    Pessoalmente, dispenso este tipo de agradecimento, no modo como foi redigido.
    Foi um agradecimento fundamentado em premissas enviesadas.

    Só mesmo um professor ingénuo ou em início de carreira não se sente. Ou alguém que perdeu o amor-próprio e desconhece o que é consideração.

    Onde anda o playboy Brandão Rodrigues?
    Que palavras de apreço ou de agradecimento diz ou disse relativamente ao trabalho insano em que muitos docentes estão a trabalhar actualmente?

    E as duas catatuas, o PR e o PM, que, no seu afã populista, se focam em tudo, remetendo para a obscuridade todo o trabalho dos professores, a trabalhar em casa, como se isso fosse um privilégio?

    Onde andam os sindicalistas, para advertir a necessidade de haver mudanças de paradigma no regime laboral docente neste caso de excepção que ainda se irá prolongar por muitos meses?
    Pois que, salvo raríssimas excepções, o número de horas de trabalho semanais é largamente ultrapassado.

    E quanto aos recursos de trabalho?
    É presunção afirmar que todos os docentes têm computador topo de gama, webcam e acesso á Internet.
    Além de que todo esse equipamento tem custos e não é o ME que os paga.
    OK, já percebi: pertencemos a uma Carreira Especial, tal como os polícias e forças armadas, que têm de pagar os seus materiais e ferramentas para poder trabalhar. Com a agravante, no nosso caso, de ter “trabalho de casa”, vulgo ‘Componente de Trabalho Individual’, um conceito que ninguém quer aprofundar nem quantificar de modo sistemático. Porque não convém!

    Quanto aos discursos do tipo “gosto muito da minha profissão”, “faço tudo pelos meus alunos”, e outras frases do género, que promovem trabalhar mais tempo que o razoável, isso evidencia apenas uma coisa: Falta de consciência profissional!
    Na medida em que um professor é um trabalhador, merecedor de respeito, ver reconhecido o seu trabalho, ter direito à sua vida pessoal e não ser ABUSADO!
    Ser professor NÃO É um sacerdócio! Esse conceito é miserável e só favorece o empregador que vai abusando do empenho do profissional que faz mais para o qual é pago e gera a perversidade de instituir essa prática como parte da condição de se ser professor, numa escalada de trabalho acrescido de ano para ano. Como se a Classe Docente fosse uma classe bem paga e reconhecida socialmente, o que não é, em Portugal.

    Somos abusados e gozados por nossa culpa!
    Algures no passado fomos perdendo a noção do que é dignidade, particularmente dignidade profissional.
    E, principalmente, a noção de que a dado trabalho é devido o pagamento em conformidade.

    Como dizem nos países do Norte da Europa, “eu não sou pago para fazer isto”! Sem complexos de culpa.

Deixe um comentário

O seu endereço de email não será publicado.

WP2Social Auto Publish Powered By : XYZScripts.com
Seguir

Recebe os novos artigos no teu email

Junta-te a outros seguidores: