“Não há ministro para a educação”

Mário Nogueira aponta o dedo a Costa: “Não há ministro para a educação”

 

Secretário-geral da Fenprof acusa o Governo de anular propostas da esquerda e de manter o que diz ser o “roubo de tempo de serviço” dos professores. “A desilusão acentua-se”.

O secretário-geral da Federação Nacional dos Professores (Fenprof), Mário Nogueira, subiu ao palco do congresso da Confederação Geral dos Trabalhadores Portugueses (CGTP), no Seixal, para acusar o ministro Tiago Brandão Rodrigues de ser intransigente e de não querer negociar com os sindicatos dos professores. E, disparando contra o que diz ser a falta de investimento do Governo na “defesa da escola pública”, sentenciou: “Verdadeiramente, não há ministro para a educação.”

Não pediu a demissão do governante, mas carregou nas críticas. Falando como membro do conselho nacional da Intersindical, Mário Nogueira acusou o executivo de anular as “muitas” propostas que surgem “à esquerda do PS” para a área da educação. Tem sido assim “salvo poucas excepções”, como o fim “das injecções ilegais de dinheiros públicos em colégios privados ou a distribuição gratuita de manuais escolares”. Um Governo que diz estar manietado pelas “imposições de Bruxelas”, com um ministro que impõe decisões sem negociar.

“Quando excepcionalmente Tiago Brandão Rodrigues [se] reúne com os sindicatos é para lhes dizer que é o Governo que decide o que se negoceia, como se negoceia e qual o produto final da negociação. Tudo o que sair fora dessa lógica, segundo o governante, não é caminho, mas beco sem saída”, afirmou.

No Orçamento do Estado recém-aprovado, disse, “a desilusão acentua-se”, da falta de contagem do tempo de carreira dos professores ao envelhecimento do corpo docente, passando pelos salários em “forte desvalorização”, pelo “desgaste” causado pelos “abusivos e ilegais horários de trabalho” e pela “precariedade”.

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7 comentários

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    • maria on 16 de Fevereiro de 2020 at 11:26
    • Responder

    Sr. Nogueira : no tocante a decisões que envolvam despesa ” não há ministro da Educação” , de facto ; nesta matéria , por muito que custe, ” há ministro das Finanças ” . Essa é que é essa !
    Lamentável , lamentável, é que ” não haja ministro da Educação” para acudir à acelerada degradação pedagógica ( e não só ) que grassa no sector. E as medidas necessárias para inverter a “calamidade” não custariam dinheiro – bem pelo contrário. A estas, obviamente, o ministro das Finanças não se oporia…
    A desgraça – sejamos claros – é que o ME , se é que “existe” , não está à altura do cargo ( sem ofensa para a sua pessoa – cada um é para o que nasce) . Mas sobre isto, silêncio quase total.

      • Falcão on 16 de Fevereiro de 2020 at 14:12
      • Responder

      Cara maria,
      Será que poderia fazer o favor de nos elucidar acerca das medidas necessárias, que nem custariam dinheiro, antes pelo contrário, para acudir à acelerada degradação pedagógica que grassa no sector. Posso estar a fazer confusão e a tresler o seu texto, por isso, lhe peço que me ajude a entender melhor. Muitíssimo obrigado.

        • maria on 16 de Fevereiro de 2020 at 15:13
        • Responder

        ” degradação pedagógica e outras” Medidas?

        1- Combater a indisciplina dentro da sala, que tanto compromete a qualidade das aprendizagens, obviamente. Como? “Mexer” no permissivo e desculpabilizante Estatuto do Aluno e devolver a autoridade ao professor.
        2- Pôr cobro ao indesmentível facilitismo, indutor de medíocres resultados escolares . ( rever ou abolir o 54, designadamente )
        3- Libertar os professores da – ao que dizem – asfixiante tralha burocrática e tarefas inúteis , cujo efeito os debilita para atender ao essencia,l que é… ensinar.
        4- Escrutinar – através de sérios e bem calibrados exames de fim de ciclo – o grau de proficiência dos alunos. É a prática, normal, seguida noutros países.
        Não vislumbre, no meu comentário anterior, qualquer remoque.

        • Lelo on 16 de Fevereiro de 2020 at 16:24
        • Responder

        Acrescento voltar ao antigo modelo de gestão. Até se poupava dinheiro.

    • Falcão on 16 de Fevereiro de 2020 at 12:47
    • Responder

    E a conivência da Fenprof com o governo das esquerdas desde 2015? Não há nada para apontar às estratégias de luta da FENPROF, camarada Mário? Nem um pequenino mea culpa, nem nada? Claro que não. Tudo está bem, enquanto forem os mesmos a mandar. É muito triste assistir ao jogo de sombras que ao longo dos anos tem deixado no poder sindical a camarilha que todos conhecem e que só se preocupa com os seus lugares em vez de assumir uma luta consequente ao lado dos professores, sem os deixar na mão, como infelizmente aconteceu tantas e tantas vezes. A condição sócio-profissional docente tem vindo a degradar-se, pelo menos desde 2005 a esta parte, e as direções sindicais foram sendo comidas de cebolada, e parece que não se preocupam nada com isso. E já nem vale a pena falar em limitação de mandatos na FENPROF e FNE, isso jamais acontecerá, enquanto as máquinas partidárias continuarem a controlar tudo o que se passa nos principais sindicatos. Mas a culpa é também dos professores sindicalizados que continuam de forma acéfala a manter-se no rebanho e a descer a Avenida sempre que toca o sino…
    Deixo finalmente uma questão ao camarada Mário: tem alguma explicação, alguma ideia, alguma justificação, viu alguma coisa, ouviu alguma coisa, sabe alguma coisa que possa explicar o estranho facto do sindicato S.TO.P ter sido recebido pelo ME quando foi constituído e depois ter deixado de ser convocado pelo mesmo ME para as mesas negociais, durante meses e meses a fio, até há bem pouco tempo? Pelo número de sócios não será, não acredito que a Pró-Ordem tenha mais sócios, só para dar um exemplo. Já agora uma sugestão final: seria possível sabermos quantos associados tem cada sindicato de professores. E se possível quantos tinha há 10 anos atrás? Muito obrigado.

    • pretor on 16 de Fevereiro de 2020 at 13:15
    • Responder

    Respostas impossíveis caro Falcão, respostas impossíveis…
    O silêncio é de ouro.

    • Maria on 17 de Fevereiro de 2020 at 16:30
    • Responder

    Tenho uma dúvida colega
    Sou uma Professora contratada que não beneficia da ADSE por opção !
    Se precisar de um atestado médico ou baixa médica o tempo de serviço desconta????
    Obrigada

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