“Disfarce da Precaridade, nos Novos Escravos Escolares do Séc. XXI”

 

O Alto Preço que os Técnicos Especializados têm de pagar para Entrar nos Quadros das Escolas, chama-se: “Disfarce da Precaridade, nos Novos Escravos Escolares do Séc. XXI”

Os Assistentes Sociais, Educadores Sociais, Psicólogos, Animadores, Terapeutas da fala, entre outros, ao longo de 3 anos foram convencidos que vinculariam e regularizariam a sua situação laboral através do PREVPAP. Foram enganados, vão ser obrigados a deixar o agrupamento onde estão, do dia para a noite, alguns com uma distância entre os novos agrupamentos de 340km, sem lhe darem tempo de procurar nova casa, e a receberem todos menos 173 euros, mensais. Sem direito a Mobilidade, por doença por si ou por familiar, um alto preço que pagarão por entrar na Função Pública e ingressarem na carreira Técnica Superior. A precaridade continua disfarçada!!!
Muitos de nós, não iremos conseguir pagar casa, a ganharmos menos nas áreas metropolitanas de Lisboa e Porto. Quando entrámos neste processo de vinculação estávamos longe de imaginar que pagaríamos uma fatura tão alta por entrar nos quadros. Mas depressa caiu a máscara e á luz do dia, nos mostram que trabalhar há 10, 15, 20 anos e mais, não nos dá direito algum, somos números sem interesse para o ministério da educação, que mesmo desempenhando um papel fundamental nas escolas em articulação com alunos, famílias, comunidade, direções e parceiros locais, valemos zero. No inicio do ano letivo de 2019/2020 o ministério da educação garantiu aos técnicos que estes só sairiam do agrupamento de onde estão a 31 de agosto de 2020, para dar tempo de se organizarem para poderem ir para outro a centenas de km. Fomos literalmente enganados! Nós temos famílias e temos casas, mas obrigam-nos a ser seres sem eira nem beira, na terra de ninguém! Estamos revoltados! Sentimos que estamos entregues às “feras” pois quando ligamos para esclarecimentos nas linhas da DGAE não nos atendem, ou se atendem não nos esclarecem, remetem-nos para o e-mail geral!! Ninguém nos esclarece por exemplo quanto á Mobilidade, quais os procedimentos, documentos ou requerimentos no processo do prevpap. A resposta é sempre a mesma: “é um processo novo, não sabemos esclarecer, nem o que vai acontecer!” Nem tão pouco, nos esclarecem, quando nos voltam a colocar os 173 euros que nos estão a retirar, e como vai ser a nossa carreira, se iremos permanecer muito ou pouco tempo num determinado escalão ou como vamos ser avaliados! Perguntamos: Qual é o sentido de trabalharmos numa Escola, e termos uma Carreira a ganhar menos e sem Direito a Mobilidade por Doença ou para Acompanhar Familiares gravemente dependentes de nós?? Os alunos principalmente, mas também os funcionários e Professores de Escolas onde trabalhamos ficaram tão revoltados com esta nossa situação, que já falam: “como é que irão fazer sem nós? Vamos fazer uma abaixo assinado ou criar uma petição!” Os Técnicos nos agrupamentos onde estão acompanham muitos alunos, que ao sermos obrigados a deixa-los a meio do ano, nos questionam quem o fará?? Acompanhamos humanos, portanto, alunos, não seres sem sentimentos, que se abandonem a meio do ano!! E se a Escola quiser ficar connosco? Será que não tem esse direito até ao fim do ano? Ou será que estas Escolas ou outras não têm o direito em caso de doença do técnico especializado ou de doença de um familiar a pedir a nossa Mobilidade? Nós os Técnicos Especializados não escolhemos trabalhar nestas condições desumanas, sabemos que nos querem calar, ao disfarçarem a nossa regularização de vinculação nos quadros das Escolas, mas nós queremos uma Vinculação digna, não merecemos que nos tratem desta maneira!!! Merecemos Respeito! Somos Pessoas, Não Meros Números!!!

 

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6 comentários

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    • Cansado de tanto chico-esperto on 23 de Fevereiro de 2020 at 10:30
    • Responder

    Que gente é esta que faz isto a outra gente!

    • Pardal on 23 de Fevereiro de 2020 at 12:35
    • Responder


    Inacreditável

    Agora, já não chega passarem aos quadros da Função Pública. Sim!…Já não chega. Querem mais.

    Querem trabalhar junto de casa. Não estão disponíveis para irem para locais onde fazem falta à semelhança dos professores.

    Veja-se isto:

    “Qual é o sentido de trabalharmos numa Escola, e termos uma Carreira a ganhar menos e sem Direito a Mobilidade por Doença ou para Acompanhar Familiares gravemente dependentes de nós??”

    Ou seja esta gente o que realmente pretende é um TACHO, mas trabalhar NÃO. Trabalhar nunca.

    Isto é gente Sem Vergonha! Dá-se a mão e já querem o braço todo.

    Isto é gente que nunca deveria ter tido acesso ao quadro da Função Pública porque não merecem.

      • Luluzinha on 23 de Fevereiro de 2020 at 21:23
      • Responder

      Totalmente de acordo. Sagaz observação.

    • zaratrusta on 23 de Fevereiro de 2020 at 16:55
    • Responder

    Pela primeira vez estou de acordo com o pardal

    • Luluzinha on 23 de Fevereiro de 2020 at 21:37
    • Responder

    Esta gente trabalha nas escolas e, provavelmente, na sua maioria, não sequer enveredou pela via de ensino, nunca teve uma cadeira pedagógica, nunca pôs os pés num estágio pedagógico, nunca teve aulas assistidas, não sabe o que é um seminário pedagógico, ciências da educação, organização curricular… Enfim! Mas estas pessoas consideram que devem usufruir dos mesmos parâmetros do ECD, como se fossem verdadeiramente professores! Além disso, se trabalham nas escolas, ninguém os coagiu a concorrer a essa oferta de trabalho, tal como, aliás, os próprios professores.

      • Luluzinha on 23 de Fevereiro de 2020 at 21:40
      • Responder

      * (…) nem sequer…

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