A maioria dos grupos de recrutamento de professores vão perder mais de metade dos docentes de quadro até 2030. A disciplina de Educação Tecnológica (ET) pode desaparecer com a aposentação de 96% dos docentes.
No Pré-Escolar, vão sair 73% dos educadores; a Português, do 2.º ciclo, serão 80%. Geografia, História ou Filosofia são exemplos de saídas que rondam os 70%.
E o maior problema, alerta o Conselho Nacional de Educação (CNE), é que há cada vez menos novos diplomados para substituir quem se reforma. A Física e Química formaram-se, em 2016/2017, cinco (em 2012 foram 46); a Matemática foram 17 (há sete anos eram 87).
“É uma morte anunciada”, assume Carlos Gomes, presidente da Associação de Professores de Educação Visual e Tecnológica (APVET). A Educação Tecnológica deixou de ser disciplina obrigatória no 3.º ciclo e passou a ser oferta de escola. “É um grupo praticamente extinto. Só resistem os mais antigos”, afirma, frisando que “não há uma única universidade ou politécnico que ainda forme professores para este grupo”.
A próxima Reserva de Recrutamento, e última do ano civil 2019, vai sair no dia 27 de Dezembro, sendo o pedido de horários para essa reserva até às 16 horas do dia 23 de Dezembro.
Os dados publicados pelo INE sobre a esperança média de vida indicam que a idade normal de reforma vai subir um mês em 2021.
A idade normal de reforma vai subir para os 66 anos e seis meses em 2021, mais um ano do que a que vigora este ano e em 2020. A nova idade da reforma aplica-se tanto à Segurança Social como à CGA.
A conclusão resulta dos cálculos que têm por base os indicadores sobre esperança média de vida aos 65 anos publicados esta sexta-feira, 29 de novembro, pelo Instituto Nacional de Estatística.
O novo cálculo da idade da reforma foi alterado durante o programa de ajustamento, tendo passado de 65 anos para 66 anos de um momento para o outro. Ficou então decidido que essa idade aumentaria à medida que aumenta a esperança média de vida.
Os mesmos dados publicados esta sexta-feira, que revelam que a esperança média de vida aos 65 anos é de 19,61, também permite calcular o corte que se aplica à cabeça às pensões antecipadas que forem atribuídas em 2020: 15,2%. Escapam apenas os trabalhadores elegíveis aos regimes especiais de longas carreiras, como aqui se explica em maior detalhe.
Publicitação das listas definitivas de Colocação, Não Colocação, Retirados e Listas de Colocação Administrativa – 13.ª Reserva de Recrutamento 2019/2020.
Aplicação da aceitação disponível das 0:00 horas de segunda-feira, dia 2 de dezembro, até às 23:59 horas de terça-feira, dia 3 de dezembro de 2019 (hora de Portugal continental).
Deixem na caixa de comentários o nome das escolas que, hoje, não abriram portas por motivos de greve, tanto de funcionários como de professores ou alunos.
O governo e as instituições do superior assinam nesta sexta-feira uma série de compromissos para a atual legislatura, entre os quais a criação desta nova via de acesso, que o ministro do Ensino Superior garante estar disponível já em 2020. Mas as universidades e politécnicos terão autonomia para escolher abri-la ou não.
Ao protesto dos funcionários não docentes, por melhores condições de trabalho e dos docentes pela mesma razão, junta-se a greve dos estudantes, contra as alterações climáticas.
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“A necessidade de abolir as quotas para os professores que pretendem aceder ao 5 e 7 escalão, bem como da recuperação das bonificações a todos os que adquiriram os mestrados e doutoramentos, foi um dos assuntos de destaque durante a reunião”, revelou o deputado.
Seguiu-se uma tempestade de ideias: «Agora, sem terem nada a perder, é que vai ser o cabo dos trabalhos com os alunos que têm comportamentos desafiadores! E os professores, já (semi)desesperados, é que vão ter que levar com tudo, coitados!… Pois, se vivêssemos numa sociedade (ideal) em que não fosse necessário recorrer a mecanismos de controlo externo e fizéssemos todos tudo (o que é suposto) por motivação intrínseca, pelo simples prazer de aprender mais e descobrir o mundo…! Nem seria necessário polícia ou tribunais numa sociedade assim, olhem os milhões que se poupavam!! Talvez seja um sinal que para aí caminhamos! Hum…»
Ainda pensei, procurando a esperança: “Talvez, pensar-se num Plano de Não Retenção, signifique que estamos a entrar numa nova era (gosto de novas eras!), que nos aproxima dos sistemas sociais e políticos dos países nórdicos, mais evoluídos (acredito na Teoria da Evolução!) e, atrás desta medida, inevitavelmente, terão que vir todas as outras que constituem um verdadeiro Estado de Bem-Estar Social!!” (euforia)…
Sim, porque no Estado que vivemos, não vejo forma de todos os alunos transitarem, independentemente da aquisição (ou não) de competências, e não chegarmos ao 9º ano com carradas de novos-analfabetos, para juntar aos analfabetos-funcionais que já criamos com o (ainda!) atual sistema de ensino, absolutamente desatualizado.
E como arrastar e manter fechados numa sala de aula alunos desmotivados, derrotados, que já desistiram, porque simplesmente não construíram estruturas precedentes onde ancorar novas aprendizagens, que não encontram utilidade ou correspondência nos currículos delineados por eruditos? Quem deve estar a sonhar com os lucros são as farmacêuticas!…
A taxa de retenção no 10º ano subiria em flecha!! Já que também é ensino (de corpo presente) obrigatório, sem transição garantida… E lá viriam os 250 milhões de custos acrescidos aos milhões de milhões gastos em despesas de Saúde, Justiça, Estabelecimentos Prisionais, Ação Social e afins, para remediar vidas desinseridas, se não destruídas…. Propor uma transição de ano meramente administrativa seria uma anedota de muito mau gosto.
Girando a lente, propor o fim das retenções poderá ser brilhante! Se implicar todas as mudanças estruturais (e não estruturais, já agora) necessárias para que estes 50.000 alunos que reprovam todos os anos tenham sucesso, na escola e na Vida!… Se isso significar que não aceitamos mais um sistema de ensino que reproduz e potencia as desigualdades e desvantagens sociais dos pequenos que chegam à escola, com uma mochila pesada demais, que nenhuma criança deveria ter de carregar.
Assim, pergunto, quem são estes 50.000 alunos que anualmente não transitam e provocam uma despesa, terrível, é verdade, de 250.000 euros ao Estado?
Defendem alguns que o insucesso escolar é um fenómeno transversal a todos os grupos socioeconómicos da sociedade… não é isso que as Fichas de Identificação de um projeto de combate ao insucesso escolar mostram. Quantos destes alunos têm Ação Escolar A ou B? Arrisco-me a responder: a grande maioria.
Quantos são oriundos de culturas distantes da cultura veiculada pela escola, abstrata e intelectualizada? Em que fatia dos números estão as crianças vindas de culturas populares e de minorias étnicas? Quantos não têm livros ou computador em casa? Quantos não têm o pai ou modelos realmente presentes? Quantos têm acesso a atividades culturais diversificadas e socialmente valorizadas? Quantos destes alunos têm uma habitação condigna com um quarto próprio ou um espaço adequado para estudarem em casa? Extrapolando um bocadinho: é nesta fatia que estão os que dormem na sala onde coabita o tio toxicodependente que vê TV pela noite dentro?!…
Quantos vivem em famílias que não têm estabilidade suficiente para poderem prever o dia de amanhã? Quanto mais conceber projetos de vida!… Quantos destes alunos têm pais que não progrediram mais do que o 6º ano no seu próprio percurso escolar, eles próprios desacreditados da mobilidade social ascendente através da aquisição de diplomas escolares? O fracasso e inferioridade social estão por vezes de tal forma interiorizados que passam de geração em geração…. Quantos destes alunos construíram as suas vinculações mais precoces com referências identitárias que não partilham dos mesmos valores e códigos linguísticos que a cultura escolar tradicional preconiza? Quantos fugiram disto tudo e (sobre)vivem sozinhos no mundo virtual?… E por aí vai…
Abram-se, pois, as mentes quando ouvirem conceitos estranhos, de outras disciplinas, é muito vasto o campo das ciências sociais e humanas, pois com visões parcelares ou restritas a uma área de estudo isolada ou, a um departamento do estado, não chegaremos às causas dos problemas sociais.
Não podemos olhar para a Educação isoladamente, como se os fenómenos acontecessem separadamente da panóplia de condições bio-psico-económico-sócio-culturais e relacionais(!) ou como se tudo estivesse unicamente dum lado, nas mãos, ora dos alunos (individualismo), ora dos professores (super-heróis), ora das famílias que se desresponsabilizam, ora das políticas sociais, ora das instituições públicas ou privadas, ora ora… mas sim, acontecem no cruzamento de todas estas dimensões, e mais algumas.
Vamos parar de procurar culpados na raia miúda? Melhor: vamos, simplesmente, parar de procurar culpados?… Vamos parar de interpretar como um ataque pessoal o comportamento perturbado de um aluno que se sente vazio, de um professor à beira de um ataque de nervos, ou de um pai que se defende da inferioridade e da impotência que o esmaga?… Estas famílias/alunos multidesafiados confrontam-se no seu quotidiano com inúmeras forças e fatores de risco indissociáveis dos múltiplos sistemas em que se encontram (des)inseridos. Por arrasto, também as escolas e professores são multidesafiados…
E para mediar esta complexidade de sistemas interdependentes e, nem sempre convergentes, quantos técnicos de serviço social temos a trabalhar por agrupamento de escola? Quantas vagas da função pública abrem por ano para assistentes sociais e psicólogos nas escolas públicas?!… Praticamente não temos Serviço Social nas escolas. Querem poupar na fatura das retenções e das vidas “fracassadas”, porque não encontraram pontes felizes que fizessem uma passagem segura da socialização primária para a secundária? Invistam nas condições e nos agentes que medeiam estas relações e interações, quanto mais cedo, melhor.
…E qual é a parte que está ao alcance de cada um de nós, hoje, aqui e agora, no nosso dia-a-dia, neste ponto de (des)encontro de multiversos? Que fatores protetores vamos potenciar e fazer prosperar? Teremos a nossa visão largamente alargada para uma abrangência estrutural e de compreensão das condições objetivas e quotidianas que condicionam a construção social da realidade?…
…E, se temos algumas noções da complexidade destes fenómenos, teremos a coragem para mudar?
Com eficiente articulação multidisciplinar e multi-institucional, verdadeiramente reflexiva e cooperativa, envolvendo todos os atores sociais, através de abordagens culturalmente dialógicas, pelos Direitos Humanos e da Criança, pelo dinheiro que vamos poupar nas consequências da desinserção, se quiserem! Mas sim!! Queremos acabar com os chumbos até ao 9º ano!!! E mais além… YES, WE CAN.
Que bela notícia que lançaram esta de acabar com os chumbos até ao 9º ano… Primeiro estranha-se, depois entranha-se. Talvez esta seja “uma utopia com lugar para acontecer”.
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Nos últimos anos, vários professores de Informática regressaram às escolas, depois de anos à espera de uma nova oportunidade. Mas continuam a ser insuficientes para as necessidades. Tudo acontece numa era em que se reivindica mais tecnologia nas escolas.
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No dia 18 de novembro é anunciado na imprensa que o governo se prepara para alterar as regras do calculo dos aumentos na Função Pública para poupar dinheiro e dar um aumento ridiculamente baixo aos seus trabalhadores. “Governo deverá aumentar função pública entre 0,3% e 0,4%. É uma opção mais barata para o Estado: os aumentos salariais ficarão assim entre 0,3% e 0,4% e não 1,6% que é a previsão de inflação do Governo para 2020. A notícia é avançada pelo Jornal de Negócios. O valor de 1,6% como referência para os aumentos salariais é um número considerado incomportável pela equipa do Ministério das Finanças.”
No dia de hoje, o mesmo governo que tenta tramar os seus funcionários enquanto “patrão”, vem defender que os trabalhadores do setor privado tenham aumentos de 2,7%, desafiando os parceiros sociais a assumir o objetivo de negociar aumentos acima da inflação e produtividade.
É caso para dizer: “Olha para aquilo que eu digo, não olhes para aquilo que eu faço.”
Publicam-se as listas definitivas dos candidatos admitidos, selecionados e excluídos no âmbito do Procedimento Concursal com vista à constituição de uma bolsa anual de docentes para o exercício de funções no Projeto C.A.F.E. em Timor-Leste, em 2020.
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Os professores em Portugal são profissionais muito qualificados e estão envelhecidos, mas só 0,02% estão no topo de carreira, revela o mesmo relatório, que alerta para o longo tempo para se progredir.
“Em Portugal, o tempo para chegar ao topo da carreira é longo e a diferença entre a remuneração no topo de carreira e no início é muito significativa, quando comparado com outros países europeus”, refere o Estado da Educação 2018.
A carreira dos professores divide-se em dez escalões e, na maioria dos casos, cada escalão deveria equivaler a quatro anos de serviço. No entanto, os professores do 3.º escalão, por exemplo, têm em média 22,6 anos de serviço e mais de 48 anos de idade.
No topo da carreira estão “apenas 0,02% dos docentes (…) e têm em média 61,4 anos de idade e 39 anos de tempo de serviço”, indica o relatório. O congelamento prolongado das carreiras e a não recuperação da totalidade do tempo de serviço são as razões apontadas pela CNE para esta situação.
A contagem integral do tempo de serviço é uma das grandes reivindicações que os sindicatos que têm prometido não deixar morrer, depois de ter provocado uma crise política na anterior legislatura, mas sem o resultado obtido pelos docentes.
Em 2017/2018, havia menos de 150 mil professores do ensino obrigatório, ou seja, houve uma redução de mais de 30 mil apenas numa década. O relatório mostra que aconteceu um decréscimo em todos os níveis e ciclos de educação e ensino.
Também tem vindo a diminuir o número de alunos nas escolas e este ano várias notícias deram conta da falta de docentes nas escolas. Para a presidente da CNE, neste momento não faltam docentes mas é preciso fazer “um planeamento para a vaga de aposentações que se aproxima e a baixa procura de cursos de formação de professores”.
“…a despesa do Estado em educação, em 2018, apresenta um acréscimo de cerca de 3% relativamente ao ano anterior (mais 253,14 milhões de euros)”, mas, “quando comparado com o ano inicial da série (2009), a despesa decresceu perto de 8% (menos 727,51 milhões de euros)”.
Se a educação pré-escolar e o ensino básico e secundário e o ensino especial registaram um aumento de despesa, os gastos com o ensino profissional estão em queda há cinco anos e atingiram em 2018 o valor mais baixo da década, com 375 milhões de euros.
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A Coutinho, Neto & Orey no âmbito da sua atividade de recrutamento encontra-se a desenvolver um processo de seleção para o Camões – Instituto da Cooperação e da Língua, I.P. (Camões, I.P.)
Prazo limite de candidatura: 30/11/2019 (novo prazo)
1. Interpelado por Rui Rio no último debate quinzenal, António Costa meteu os pés pelas mãos no discurso, mas esclareceu as intenções: invocando argumentos não demonstrados, travestiu de progresso mais um retrocesso, qual seja o de acabar com as reprovações no ensino básico. Petulante, acusou Rui Rio de se guiar pelo “senso comum”, em lugar de seguir “decisões informadas”. O problema é que qualquer pavão que use as decisões do PS em matéria de Educação, “assentes nos estudos pedagógicos mais informados”, ficará reduzido a espanador pelo simples “senso comum”.
Na altura, António Costa exibiu a primeira página de um estudo que não leu, sobre uma matéria que nunca lhe importou. O estudo, que não diz o que ele disse que diz, é teoricamente bem construído, mas deve ser confrontado com a realidade. E a realidade mostra que as reprovações estão associadas a alunos carenciados e à falta de recursos das famílias e das escolas. Eliminá-las passa por políticas sociais que combatam as desigualdades, que não por colocar ainda mais pressão sobre professores desmotivados, mal pagos, expostos à indisciplina e à violência que grassam nas escolas e escravizados por trabalho sem sentido e normativos manicomiais.
3. Quando se retomou a actual polémica sobre a validade das reprovações, li e reli que a sua abolição significaria uma poupança de 250 milhões de euros por ano. É fácil perceber como os criadores da cifra a calcularam: multiplicaram o número de reprovados pelo custo médio anual por aluno. Só que as coisas não se passam assim, já que uma eventual passagem automática de todos não iria originar a redução de professores, de assistentes operacionais e técnicos e o encerramento de escolas, variáveis que determinam os custos.
No que toca ao secundário, com o tempo decorrido sobre o prolongamento da escolaridade obrigatória de nove para 12 anos, o país ganharia em discutir, sem preconceitos, a continuidade ou a reversão da medida (na UE só seis países têm 12 anos obrigatórios), bem assim como repensar toda a lógica organizativa e curricular da via profissionalizante.
Ao anterior acresce que as “aprendizagens essenciais” assentam na ideia equívoca de que o aluno é capaz de construir autonomamente o seu próprio conhecimento, através de “projectos” funcionais e imediatamente utilitários, desenvolvidos preferencialmente com metodologias lúdicas. Este conceito, que se foi impondo insidiosamente, vem originando uma organização avulsa e destruturada do currículo nacional. A ênfase dada às competências vem negligenciando o conhecimento, quando o conhecimento é nuclear para qualquer tipo de desempenho. Por outro lado, a interpretação que alguns fazem da autonomia curricular põe em perigo a garantia de que um conhecimento principal e nacional seja proporcionado a todos os estudantes, de modo equitativo e universal.
No dia de hoje o Blog DeAr Lindo atingiu o número de 70 mil seguidores na rede social Facebook. Este é um número gigante que deixa toda a equipa deste espaço orgulhosa pelo número atingido.
Quem ainda não acompanha as notícias do blog partilhadas nesta rede social pode fazê-lo aqui.
Um enorme agradecimento a todos que nos reconhecem e acompanham este espaço diariamente, como fazendo parte do vosso dia a dia, com informação sempre atualizada e responsável.
Não vamos entrar em retóricas ocas de que as listas de candidatos a professores são extensas e dão para as falhas e substituições. Vamos-nos concentrar em números reais.
Tomemos como exemplo o grupo 110 (1.ºCiclo).
Em 2018:
O número de professores do quadro era de 23.445.
O número de candidatos externos foi de 10.282.
Em 2030 ter-se-ão reformado 12.613.
A diferença entre os candidatos a professores em 2018 e os que estarão reformados daqui a dez anos é de 2.231 docentes em falta.
Se somarmos aos docentes que se reformarão, os docentes que, por possuírem habilitações para outros grupos de ensino, abandonarão o 1.º Ciclo por obterem vaga em outros grupos de ensino ( nos outros grupos de ensino o número de aposentações também será elevado), os que abandonarão a profissão ou tentativa de a ter por desalento ou um emprego estável noutra área (muitos dos candidatos já estão a exercer noutras áreas, embora continuem a concorrer), assistir-se-á a uma sangria e a falta de professores evidentemente vai acontecer.
Foi muito bom enquanto se sentiram os efeitos abruptos das politicas de aumento da idade da reforma, mas tudo tem um fim. Empurrou-se para a frente com a barriga e agora não se vislumbra um futuro risonho.
Resta saber como vai este e outros governos atuar para tentar minimizar a sangria que se avizinha.
(Comos outros grupos de recrutamento acontece o mesmo. Basta cruzar os dados do estudo do CNE para verificar que há grupos em que a sangria é ainda maior que neste grupo. Façam o exercício e verão.)
As soluções para este problema, aplicadas em alguns países, são apontadas no estudo promovido pelo CNE, na página 88, com o subtítulo “Percursos alternativos para a qualificação docente”. Como o próprio nome indica estas soluções, trata-se de recrutar profissionais de outras áreas e profissionaliza-los em serviço. Nada que já não se tenha feito por cá. Mas, neste momento, falta a atratividade da profissão de outros tempos. Que tipo de profissionais irão atrair com este tipo de “Percursos alternativos para a qualificação docente”? Fica a questão.
A evolução é positiva, mas Portugal ainda não atingiu a média europeia.
Portugal atingiu no ano passado “a taxa de retenção mais baixa da década” entre os alunos do 1.º ao 3.º ciclos. No 1.º ciclo (do 1.º ao 4,º ano), o problema atinge 2,8% das crianças. No 2.º ciclo, as taxas também diminuíram, estando agora nos 5%. No 3.º ciclo, a taxa de retenção é de 7,8%.
Sobre o abandono escolar, o relatório revela que Portugal também está acima da média da União Europeia. Atinge 11,8% dos alunos.