Propostas do PSD para a Educação

O PSD propõe, nas diversas áreas da Educação o seguinte:

l O primeiro objetivo é o de formar pessoas, através da dimensão emancipatória da
liberdade e da autonomia, da civilidade e da disciplina, dos valores e atitudes característicos
das sociedades abertas à diversidade social e cultural, como sejam o respeito,
a tolerância e a solidariedade perante a diferença.
l Pessoas que dominando o conhecimento conseguem mobilizá-lo através das diferentes
maneiras de pensar, da capacidade de questionamento do adquirido e do
desenvolvimento de uma cultura crítica suscetível de potenciar a inovação, a creação
cultural e o desenvolvimento pleno da pessoa humana.
l Uma cidadania fundada sobre a ética da responsabilidade e construída sobre a consciência
e o conhecimento dos seus direitos e deveres para com os outros cidadãos e destes para com a sociedade. Formar para uma cidadania ativa e participativa nos
diferentes contextos da ação coletiva: do local ao nacional, do europeu ao universal.
l Para além de formar pessoas e cidadãos pretende-se formar profissionais capacitados
para integrar a vida adulta, aproveitar ou criar a suas próprias oportunidades,
contribuir para a criação de riqueza através das suas qualificações.

l Igualdade de oportunidades de aprendizagem. A todos os alunos é garantido o
acesso ao conhecimento e ao curriculum que deverá ser comum, incentivando a flexibilidade
pedagógica e não a curricular.
l Um curriculum centrado no conhecimento consolidado, quer seja o de base científica
quer cultural.
l Centrar o processo de ensino e aprendizagem na capacidade de pensar e questionar,
pela mobilização do conhecimento para a resolução de problemas e para lidar
com a incerteza e o desconhecido.
l Garantir a todos os alunos as mesmas oportunidades de sucesso educativo ao longo
de todo o percurso escolar, desde a infância às formações superiores, recorrendo
à ação social escolar e ao princípio da equidade como orientador dos critérios de
apoio.

l O PSD está disponível para reabrir o debate em torno de uma nova Lei de Bases da
Educação, em sede de uma comissão parlamentar, constituída em exclusivo para
esse efeito, que possa reunir o maior consenso entre as forças políticas representadas
no Parlamento.

l Planeamento da rede passa da periodicidade anual para trienal. Em casos devidamente
justificados esse planeamento poderá ser revisto sempre que se registe uma
alteração significativa das condições previstas. Eliminação progressiva das turmas
mistas com mais de dois anos de escolaridade;
l A organização das turmas, os critérios de distribuição dos alunos e a sua dimensão
é da exclusiva responsabilidade dos órgãos pedagógicos da escola, podendo formar
turmas de dimensão variável em função das características dos alunos;
l A afetação dos horários dos docentes é feita com base na organização dos ciclos,
considerando a dimensão média de turma de 22 alunos;
l A abertura de novos cursos (ensino básico, secundário regular e profissional) é condicionada
à aprovação de um estudo de viabilidade apresentado pela escola aos serviços
do Ministério da Educação;
l Os créditos horários para o desenvolvimento de projetos e desempenho de funções
de supervisão, assessoria e coordenação, serão calculados em função da dimensão
e número de estabelecimentos do agrupamento, dos recursos disponíveis e da progressão
dos resultados escolares, mas de gestão exclusiva da direção do agrupamento
de escolas;
l Pretende-se ainda que a colocação dos docentes seja feita e terminada o mais cedo
possível, de preferência antes de terminado o ano letivo anterior;
l Possibilidade alargada de recondução dos docentes, contratados ou do quadro,
sempre que exista mútuo acordo entre a Direção da Escola e o docente;
l Novo enquadramento regulamentar para a aplicação de receitas próprias e incentivos
à angariação de financiamentos públicos e privados.

l A instituição de três Academias (Norte, Centro e Sul) orientadas em exclusivo para a
formação de futuros diretores, subdiretores, adjuntos e coordenadores de estabelecimento,
de agrupamentos de escolas e escolas não agrupadas, através de programas
certificados de estudos pós-graduados.

l Que se proceda a uma avaliação rigorosa da experiência de descentralização dos
contratos interadministrativos (Programa Aproximar), de forma a ponderar a sua
reformulação e/ou eventual disseminação para outros municípios onde a vontade
das Câmaras e dos Agrupamentos de Escolas se expresse favoravelmente à sua adoção.

l Identificação clara das componentes curriculares estabelecendo um equilíbrio entre
conhecimento, competências e aptidões técnicas.
l Envolver as empresas na definição dos conteúdos curriculares, bem como na formação
prática e na respetiva avaliação.
l Valorizar as componentes da responsabilidade social, ambiental e produtiva.

l Eliminar as atuais provas de aferição no 2º, 5º e 8º anos de escolaridade;
l Introduzir provas de aferição no final do 4º ano, podendo as classificações obtidas
ser utilizadas para ponderar a classificação final, de acordo com a opção da escola ou
agrupamento de escolas;
l Reintroduzir as provas finais do 6º ano, cujos resultados ponderam a classificação
final (30%), mas sem efeitos eliminatórios;
l Manter as provas finais do 9º ano, cujos resultados ponderam a classificação final
(30%), mas sem efeitos eliminatórios;
l Manter o atual sistema de exames no ensino secundário.
l Recuperar o sistema de testes intermédios abandonado há alguns anos em regime
de adesão voluntária por parte das escolas.

O PSD defende que é ao Estado que compete definir:
l Qual o perfil de formação inicial de professores. Esse perfil deverá ser diferenciado
em função dos diferentes níveis, da educação de infância ao ensino secundário regular
e profissional. Deverá ainda servir de orientação aos cursos de formação inicial de
educadores e professores que os habilitam.
l A distinção institucional entre quem habilita e quem profissionaliza. A habilitação
compete às instituições de ensino superior, a profissionalização compete ao Ministério
da Educação que regulará o processo a desenvolver em contexto da escola
pública e sujeita a supervisão pedagógica.
l Quais as condições de profissionalização, regulando um modelo de profissionalização
em exercício a partir do período probatório previsto no Estatuto da Carreira Docente.
l Avaliar da capacidade e competência para o exercício profissional da docência.

Avaliação e progressão na carreira
O PSD entende que o atual modelo de avaliação do desempenho docente deverá ser
melhorado com a introdução da avaliação do portfolio (planos de aula, materiais,
instrumentos de avaliação, reflexões sobre a prática pedagógica, etc.), a ser concretizado por
um júri maioritariamente externo à escola a cujo quadro o professor está vinculado.
Sem prejuízo de uma futura avaliação das condições de progressão entre os diferentes escalões,
o PSD continuará a defender o reconhecimento do tempo total de serviço prestado até 2018
e negociará com as organizações sindicais o modo de o consagrar na progressão na carreira,
sujeito às seguintes condições:
l Faseamento para um período não inferior a 6 anos;

l Disponibilidade financeira de forma a não afetar a sustentabilidade das contas públicas
e o princípio da igualdade de tratamento das diferentes carreiras especiais da
administração pública;
l Repartição do tempo apurado entre progressão, redução da componente letiva e
despenalização da reforma antecipada a partir dos 63 anos;
l A redução da componente letiva libertará os docentes para funções de supervisão e
formação, no quadro do lançamento do novo modelo de profissionalização em exercício.

Promover a mobilidade docente entre agrupamentos do mesmo concelho (para os concelhos
com mais de um agrupamento) ou entre agrupamentos de concelhos limítrofes (para os
concelhos com um só agrupamento) de forma a suprir necessidades temporárias de serviço
docente.
Maior rigor na aplicação do direito de mobilidade por doença, nomeadamente pela
identificação de alternativas de colocação em função da distância em relação ao domicílio
fiscal.

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14 comentários

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    • Alecrim Dourado on 1 de Agosto de 2019 at 12:32
    • Responder

    Eu acho que o Dr Rui Rio é uma pessoa honesta, credível e eu não o tenho por nenhum vigarista nem trapaceiro , por isso, acho que merece uma hipótese dos portugueses . Para os professores pior do que está não fica.

      • José Corte on 2 de Agosto de 2019 at 21:38
      • Responder

      Como honesto e equilibrado? Depois do que se passou com a contagem do tempo de serviço dos professores. Só por desespero total dos militantes do psd, que não tarda desaparece do mapa politico se pode dizer uma barbaridade destas.

    • Pedro on 1 de Agosto de 2019 at 12:56
    • Responder

    “O PSD entende que o atual modelo de avaliação do desempenho docente deverá ser
    melhorado com a introdução da avaliação do portfolio (planos de aula, materiais,
    instrumentos de avaliação, reflexões sobre a prática pedagógica, etc.), a ser concretizado por
    um júri maioritariamente externo à escola a cujo quadro o professor está vinculado.”

    Vê-se mesmo que quem escreveu isto, está mesmo fora do contexto escolar, mas acrescento, quem toma estas decisões deveria estar muito por dentro do sistema de ensino, o que eu acho muito estranho.
    Gostaria de saber, como é possível um professor com um número superior a 20 turmas, 4 níveis de ensino, e uma média de 700 alunos, reunir condições para poder elaborar estes documentos de uma forma coerente.
    Como é que um professor consegue saber o nome dos alunos todos??? sinceramente, não deverá ser este o começo, ou começamos a construir uma casa pelo telhado???

      • Jose on 1 de Agosto de 2019 at 14:06
      • Responder

      Parece-me interessante , genericamente, a proposta., embora haja coisas sem nexo e outra que não têm fundamento. Depois, na prática, as coisas mudam e há muitas cambalhotas. Mas que é mais equilibrada e, acima de tudo, mais concrerta que a do PS, não há dúvidas. Para além disso, sabemos que o Costa, tal como Sócrates, não gosta de professores e tudo fará para os prejudicar.
      Já Rui Rio, é uma pessoa, e político, sério, e equilibrado, não tenho dúvidas.

      • Pipoka on 1 de Agosto de 2019 at 14:30
      • Responder

      700 alunos ? Mais de 20 turmas? Não me diga que é professor de EMRC…
      Mesmo assim, teria de ter turmas na ordem dos 35 alunos, o que não dá para acreditar.
      Sejamos sérios!

        • Aneker on 1 de Agosto de 2019 at 19:01
        • Responder

        Se forem só 300 alunos muda alguma coisa, já dá para fazer o portefólio é? Que patético.

    • fdoc on 1 de Agosto de 2019 at 12:57
    • Responder

    “Maior rigor na aplicação do direito de mobilidade por doença”

    É meio caminho andado para ter o meu voto.

    • António Silva on 1 de Agosto de 2019 at 16:11
    • Responder

    Mais uns a propor mais loucura burocrática através da avaliação de um portefólio… Já se tentou uma miséria destas no tempo da saudosa MLR… O resultado, como todos sabemos, será trabalhar para o portefólio… Enfim uma proposta requentada, neste particular e perniciosa para a Escola Pública.

    • Aneker on 1 de Agosto de 2019 at 18:58
    • Responder

    O PSD não entende nada. E a única coisa que pretende é subcarregar ainda mais os professores e travar o acesso aos escalões seguintes. Por isso vêm agora com essas merd@s dos portefólios e júris externos. Nunca estão bem com nada, eles querem é colocar os professores a pão e água, lançar novamente a BCE e porcaria dos colégios particulares dos amigos.
    Era melhor que o PSD entendesse como desenvolver o país, captar investimento estrangeiro, exportar produtos portugueses e criar empregos, desenvolver as linhas de caminho de ferro… enfim que percebe-se alguma coisa de como desenvolver o país e que se deixa-se de imbecilidades típicas de pessoas sem capacidade intelectuais. Resumindo, como dizia o outro, escroques que nem para fazer limpezas servem.

      • Maria on 1 de Agosto de 2019 at 22:31
      • Responder

      Será que não queria dizer “sobrecarregar”, “percebesse”, “deixasse” …?
      Realmente, com tantos erros, deve ser difícil fazer um portefólio!

    • Lelo on 1 de Agosto de 2019 at 20:48
    • Responder

    Propostas de shit…
    Consegue ser Pior que o PS.

    Vamos lá trabalhar para as evidências…
    Fotos

    • Maria Manuela on 1 de Agosto de 2019 at 23:48
    • Responder

    Só por propor a pré reforma aos 63 anos, vai ter o meu voto é de outros docentes com essa idade ou mais que já não aguentam mais!!!

    • José Silva on 2 de Agosto de 2019 at 7:47
    • Responder

    Claramente melhor que o programa do PS. Em variadíssimos aspectos.

    • João on 2 de Agosto de 2019 at 10:01
    • Responder

    Concordo com a generalidade da proposta, embora não seja o mundo perfeito que se desejava. Incide em pontos chave que são o oposto destes últimos anos de governação: tempo de serviço, reforma, exames e currículo. Não entendo as pessoas que criticam a situação atual mas desconfiam de quem propõe melhor.

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