Governo não revela vagas para acesso aos 5.º e 7.º escalões

Governo não revela vagas para acesso aos 5.º e 7.º escalões da carreira docente, denuncia a FNE

 

 

O Governo continua sem revelar quantas vagas vai abrir para que os professores que reúnam condições acedam aos 5.º e 7.º escalões da carreira, mas contabiliza cerca de mil docentes com o tempo de serviço necessário, adiantou a FNE.

 

 

 

A Federação Nacional de Educação (FNE) reuniu-se hoje com a equipa governativa do Ministério da Educação (ME) para um segundo encontro dedicado a negociar a portaria que vai regulamentar o acesso ao 5.º e 7.º escalões da carreira, o concurso interno de professores e o concurso de acesso aos quadros específico para os docentes do ensino artístico e especializado.

“Continuamos a verificar que o ministério não identifica as vagas que vai abrir. […] O ministério indicou que havia em condições de transitar de escalão, para cada um dos casos, pouco mais de mil docentes. Nós quisemos saber quais são as características destes professores, […] como identificaram este universo e não ficámos com informações muito claras sobre a composição deste universo, porque parece que o ministério só conseguiu verificar que se trata de pessoas que têm o tempo [de serviço] completo para cada um dos escalões”, disse o secretário-geral da FNE, João Dias da Silva, à Lusa.

Em falta estão informações como a avaliação qualitativa obtida por estes professores nos últimos anos, se cumpriram o requisito do 4.º escalão de ter aulas observadas, se já reuniam condições de progressão em 2010, entre outros aspetos, acrescentou Dias da Silva.

“Há um conjunto de dúvidas em relação ao passado e em relação ao futuro. Há um momento que deve ser considerado como momento de referência para a transição, se deve ser janeiro ou se deve ser setembro”, disse o líder da FNE, explicando que no caso de 2018 deve ser janeiro, mas nos anos subsequentes poderia ser setembro.

Por não ter respostas completas da tutela e também por ter deixado sugestões de alteração, que o Governo ainda pode introduzir no projeto de portaria, a FNE vai esperar pelo fim das negociações e pelo novo texto para decidir se pede negociação suplementar para esta portaria.

Na reunião foram ainda abordados o concurso interno de professores, com a FNE a insistir que a solução encontrada pelo Governo não faz justiça a todos os professores prejudicados com as colocações no presente ano letivo, e que a única solução justa é a colocação administrativa.

No entanto, admitindo que o Governo insista num novo concurso interno no próximo ano letivo, a FNE espera que a tutela aproveite o momento para avaliar e repercutir nas vagas abertas as “reais necessidades das escolas”, abrindo lugares onde os professores são sucessivamente contratados.

Sobre o diploma que vai permitir o acesso aos quadros dos docentes do ensino artístico e especializado, a FNE entende que as alterações propostas pelo Governo correspondem às exigências sindicais.

João Dias da Silva disse que o diploma deverá incluir uma norma que determina que a profissionalização destes professores – algo que nunca tiveram a possibilidade de fazer – se possa concluir um ano após a abertura do concurso e acesso aos quadros, devendo a formação ficar a cargo da Universidade Aberta, por ser a instituição que permite formação à distância.

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6 comentários

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    • Ana Cristina Martins on 28 de Novembro de 2017 at 21:43
    • Responder

    Arlindo, será que me poderia esclarecer uma dúvida?
    Os professores que foram orientadores de estágios com Universidades também teriam a obrigatoriedade de ter aulas assistidas ou ficavam dispensados ?
    Muito grata pela atenção

    • a on 28 de Novembro de 2017 at 22:33
    • Responder

    É URGENTE que os sindicatos, TODOS, não abdiquem de um concurso geral, com a mobilidade que lhe está inerente, para todos os docentes, e não apenas para os insatisfeitos. Parece, pela leitura da notícia, que a FNE já aceitou o modelo imposto pelo ME: concurso à mobilidade só para quem quiser. Não poder ser.

    • Fábio Menezes on 28 de Novembro de 2017 at 22:38
    • Responder

    Faço um apelo à FENPROF para que, no dia 30 deste mês, quando se reunir com o ME, lute por aqueles colegas que têm esperança na próxima mobilidade interna para, finalmente, verem resolvidas muitas situações injustas. Concurso geral para todos.

    • Lope on 29 de Novembro de 2017 at 12:43
    • Responder

    Para mim a questão de fundo é esta: não há mesmo dinheiro para que as progressões se cumpram de acordo com o estipulado pela Lei. Veremos isso mais adiante. A menos que não falemos do universo de 130 mil. Alterando substancialmente esse universo talvez se consiga de o crescimento se mantiver com o turismo a continuar a ajudar de modo decisivo.

    • Rosa Ribeiro on 29 de Novembro de 2017 at 15:21
    • Responder

    Trocava esses nove anos como troca em anos de reforma sem penalização.

    • A on 30 de Novembro de 2017 at 14:13
    • Responder

    Então as negociações não iniciam a 15 de dezembro… para congelarem no Natal e Ano Novo? O orçamento está aprovado, tudo correu bem… para os outros.

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