Professores: escrutinados, cansados mas motivados

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8 comentários

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    • SapinhoVerde on 23 de Abril de 2017 at 14:09
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    E eu ainda acrescento:
    Roubados e aldrabados.
    Se quiserem tenho provas disso! É só pedirem-mas.
    De resto tudo “normal” como é de uma classe com “classe profissional” que olha mais aos interesses dos alunos e da sociedade que que para si própria.

    • Maria Nunes on 23 de Abril de 2017 at 17:41
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    Gostei, particularmente da parte em que é dito que basta uma mão-cheia (ou menos) de alunos num ano que se interessem pelo que lhes ensinámos para motivar um professor. É verdade, verdadinha – pelo menos no meu caso.

    • Rambo on 23 de Abril de 2017 at 18:48
    • Responder

    Um em cada três professores gostava de deixar de dar aulas

    Inquérito a quase três mil docentes de todo o país revela elevado grau de desmotivação, com um terço dos profissionais a dizer-se “exausto” e “desiludido”. Quase todos consideram que o prestígio da sua profissão diminuiu, mas é no ensino público que o desencanto se faz sentir mais

    A ideia era conhecer o estado de espírito dos professores, o que os satisfaz, do que não gostam e qual a perceção que têm da forma como a sociedade olha para o seu desempenho. Quase três mil de 130 escolas e agrupamentos responderam ao inquérito lançado pela Fundação Manuel Leão. E o retrato está longe de ser positivo. Quando questionados sobre o que gostariam de fazer nos próximos cinco anos, mais de 30% indicaram que deixariam de dar aulas se tal estivesse ao seu alcance.

    Desagregando as respostas, verifica-se que 13,5% responderam querer aposentar-se antecipadamente se possível; 8,9% preferiam trabalhar noutra atividade não docente e 8,1% disseram que só continuam a dar aulas por “não ter outra alternativa”. Tudo somado, conclui-se que em cada três preferia deixar de ensinar.

    Sem surpresas, é entre os que acumulam mais de 35 anos serviço que mais se anseia a reforma antecipada: o valor atinge os 43%. Mas entre os que dão aulas há 31-35 anos o valor não deixa de ser alto: 33%.

    Não se sabe se um questionário semelhante fosse aplicado a outras profissões, se os resultados seriam mais altos ou mais baixos. No entanto, sublinha Joaquim Azevedo, presidente da Fundação Manuel Leão e ex-secretário de Estado do Ensino Básico e Secundário, o facto de se tratar de uma classe com 125 mil profissionais torna estes números muito significativos e preocupantes. “Estamos a falar de 40 mil profissionais que, por uma razão ou outra, sentem esse mal-estar, que é muito alargado. Isto é grave porque a nossa expectativa quando colocamos um filho na escola é que tenham ali profissionais competentes, mas também motivados e disponíveis. Não estava à espera destes valores, que envolvem tantos docentes”, afirma.

    No estudo “As preocupações e as motivações dos professores”, que será debatido amanhã em Vila Nova de Gaia, ressalva-se que embora a amostra não seja estatisticamente representativa do universo dos docentes em termos rigorosos de estratificação estatística, fica “muito próxima desse modelo”.

    O descontentamento encontrado é visível em várias das 30 questões colocadas, num inquérito aplicado entre maio e julho deste ano. Apesar de a esmagadora maioria (92%) dos inquiridos ter escolhido razões vocacionais para ser professor – o gosto pelo ensino é a razão maioritariamente invocada, enquanto menos de 8% referem motivos mais instrumentais como “ganhar a vida” – o acumular de anos de exercício da profissão acaba por fazer desaparecer ou reduzir muito a satisfação inicial. Ao todo, 68% disseram estar menos satisfeitos quando comparado com o início de carreira, estando 41% desses “muito insatisfeitos” mesmo.

    Tal como nas respostas já referidas, é no sector público que os professores manifestam maiores níveis de insatisfação. Os autores do estudo destacam, por exemplo, o facto de 29% dos que dão aulas em estabelecimentos privados estarem “mais ou muito mais satisfeitos do que no início da sua vida profissional”, contra menos de metade (12%) dos docentes das escolas estatais.

    DESMOTIVADOS E EXAUSTOS
    Perguntou-se também a educadores e professores se concordavam com a afirmação “os professores sentem-se motivados para ensinar”. E mais uma vez ficou evidente a descrença de muitos. No sector privado, um em cada cinco disseram discordar da afirmação. Já entre os professores do público a mesma resposta foi dada por um em cada três. Por outras palavras, 35% consideraram que os colegas não estão motivados para ensinar.

    Claro que a perceção tende a tornar-se mais negativa à medida que aumenta o tempo de serviço e a idade. Mas o que os dados deste inquérito mostram é que mesmo entre os mais novos há um sentimento negativo, expresso por 25% dos inquiridos com menos de 3 anos de exercício profissional. Educadores de infância e professores das escolas profissionais são os que têm a visão mais otimista.

    Tendo presente que a maioria dos professores (65%) define como “positiva” a sua relação com o trabalho docente, um número “apreciável”, nas palavras dos autores do estudo, diz-se “exausto” (19%), “desiludido” (13%), “baralhado” (2%). E é sobretudo a partir dos 11 anos de serviço que o trabalho parece começar a pesar, com estes sentimentos negativos a estenderem-se a mais professores.

    O “DESINTERESSE” DA ELITE DIRIGENTE
    O facto de as perceções e estados de espírito dos professores piorarem consideravelmente à medida que acumulam anos de aulas torna-se mais preocupante pensando que esta classe profissional está em processo de rápido envelhecimento.

    Em 2014/15, apenas 0,4% do corpo docente em exercício nas escolas públicas tinha menos de 30 anos. Já com mais de 50 anos eram 43%. Não sendo um exclusivo nacional, Portugal é um dos países onde o fenómeno do envelhecimento mais se tem acentuado, indicam os números internacionais. Apenas um exemplo: no 3º ciclo e secundário, duplicou numa década, a percentagem de professores com mais de 50 anos – de 20% para 40%. E passou de 14% para menos de 1% os que têm menos de 30 anos.

    Joaquim Azevedo sublinha esta evolução e acrescenta outros fatores de desgaste acrescido como os cortes nos vencimentos, o congelamento das carreiras, o aumento da idade da reforma, do número de alunos por turma e do número de horas letivas.

    Nas notas finais do estudo, deixa o lamento: “Nunca houve, desde o 25 de Abril, qualquer momento em que os professores tivessem sido alvo preferencial de políticas governamentais, com medidas articuladas e profundas de dignificação e valorização pública da sua atividade profissional. Isto apesar de muitos reconhecerem que os professores são um elemento chave da evolução da sociedade portuguesa, mais ainda quando a escolaridade obrigatória passou a ter 12 anos de duração. Este facto traduz, a meu ver, um evidente desinteresse por parte da elite dirigente, com o futuro do país e com a qualidade na educação da sua população.”

    EXPRESSO, 8 DE SETEMBRO DE 2016

    http://expresso.sapo.pt/sociedade/2016-09-07-Um-em-cada-tres-professores-gostava-de-deixar-de-dar-aulas

    ESTA É A TRISTE REALIDADE

      • Rambo on 23 de Abril de 2017 at 19:00
      • Responder

      No dia em que o País estiver numa situação de Pleno Emprego vai ser difícil encontrar candidatos a “Professores”.

      Neste momento há excesso de docentes porque existe bastante desemprego e, por isso, os recém-licenciados optam pela carreira docente.

      A «carreira docente» não é minimamente atractiva por diversos motivos, sendo os mais relevantes: os baixos salários (comparativamente com outras profissões que exijam o mesmo grau académico); o elevado desgaste decorrente da indisciplina que grassa nas escolas; o imperativo de estar longe de casa e da família, ou seja, fazer centenas de Km para ir trabalhar; baixíssimo reconhecimento social da profissão…..

      Só quem não possui alternativas profissionais está disposto a fazer centenas de Km para ir trabalhar, a estar longe da família, a lidar com indisciplina e falta de educação e ao fim do mês levar para casa 1.000 euros (a que terá que deduzir as despesas) ….

      Enfim…esta é a sina de quem não possui alternativas profissionais.


  1. Indisciplina na sala de aula é o maior problema para os professores

    Menos autonomia e poder de decisão, mais trabalho, menos prestígio, com o Ministério da Educação a não valorizar o trabalho dos professores. Assim tem evoluído a profissão docente, diz a maioria de quase três mil professores inquiridos

    Perante uma lista com seis problemas passíveis de existir nas escolas, mais de metade dos professores (51,6%) identifica a indisciplina na sala de aula como aquele que mais dificuldades levanta. A vinte pontos percentuais de distância indicam a extensão dos programas.

    Estes são os números globais apurados no estudo “As preocupações e as motivações dos professores”, conduzido pela Fundação Manuel Leão, a partir de um inquérito respondido por mais de 2900 docentes de todos os níveis de ensino não superior.

    A única exceção encontra-se entre os professores do 1º ciclo, que, maioritariamente (47%), colocam no topo da lista dos problemas a suscitar mais dificuldades a extensão dos programas. A indisciplina surge em segundo lugar, mas a 10 pontos percentuais de distância.

    Os dados são coerentes com as respostas dadas quando se pergunta quais as causas de maior insatisfação para os professores na relação com os alunos: praticamente 60% queixam-se da “falta de respeito”. “Não conseguir motivar os alunos” é a segunda causa mais referida, indicada por um em cada quatro dos inquiridos.

    A “MISSÃO” DE ENSINAR
    Mas não é apenas dentro da sala de aula que residem os motivos do descontentamento de muitos professores. A avaliação que fazem da evolução das suas condições de trabalho é maioritariamente negativa. Entre os professores é quase unânime a opinião de que, nos últimos anos, o volume de trabalho aumentou (resposta dada por 98,8% dos inquiridos); que diminuiu a autonomia e poder de decisão dos professores (80%) e também o tempo e as condições para refletir sobre as práticas de ensino (87%).

    Por outro lado, asseguram 91% dos docentes, o prestígio da profissão diminuiu por via da informação veiculada pela comunicação social. E a própria tutela não ajuda: 85% dos inquiridos disseram “discordar” da afirmação “o Ministério valoriza o trabalho dos professores”. A mesma percentagem repetiu a opinião quando se muda o sujeito para a “sociedade”.

    Dizem ainda que o que lhes dá maior satisfação é o reconhecimento profissional e a valorização do seu trabalho. Afinal, conclui-se ainda a partir deste estudo, a maioria considera que a profissão que escolheram tem uma forte componente de missão e de atividade criativa associando os termos “paixão” e “esperança” à arte de dar aulas.

    http://expresso.sapo.pt/sociedade/2016-09-07-Indisciplina-na-sala-de-aula-e-o-maior-problema-para-os-professores

    • Anonimo on 23 de Abril de 2017 at 21:26
    • Responder

    Este é o problema

    http://www.fenprof.pt/Download/FENPROF/SM_Doc/Mid_115/Doc_10819/Imagens/Cartaz_1.jpg

    • Indignada on 23 de Abril de 2017 at 22:34
    • Responder

    Motivados!!!!!????? Onde??? Não me tenho cruzado com nenhum. Que façam o trabalho o melhor que conseguem, sim, agora motivados, isso é ir longe demais. Já não há motivação, por vários fatores e muitos dos quais já foram mencionados, outros há ainda, como o desrespeito da entidade empregadora pelos professores e poderia mencionar inúmeras. Motivados!!!! Não há nada para nos sentirmos assim, nem mesmo esses bons alnos de que tanto falam, pois perante a catapulta de constrangimentos que há nesta profissão, já não são suficientes.

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