Morte forçada a uma classe!!

Texto de Joaquim Gonçalves no mesmo sentido daquilo que já ontem escrevi.

 

 

Desde de novembro que tenho lutado para sobreviver profissionalmente, contra um Ministério da Educação que decidiu fazer uma perseguição de morte aos professores das escolas com contrato de associação, impedindo-os de concorrer na 2ª prioridade do concurso externo.

Pensei que as coisas estavam resolvidas, com o documento que regulamentava o novo concurso, referindo que estava assegurada uma transição até 31 de dezembro de 2018 dos professores que tinham nos últimos anos assegurado o ensino particular e cooperativo. O diploma foi publicado e nele lê-se que a alinea C do artigo 10 só será revogada em janeiro de 2019.

Assim, até esta data e de acordo com o Dl nº132/2012 de 27 de junho, reformulado pelo DL nº 28/2017 de 15 de março (promulgado pelo Sr. PR),”São ordenados na 2ª prioridade os docentes de estabelecimentos com CA, desde que tenham sido opositores aos concursos no ano imediatamente anterior ao da data de abertura do concurso externo e tenham lecionado 365 dias em dois dos últimos seis anos letivos.”

Para nosso espanto, incrivelmente o ME decidiu agora desrespeitar a lei existente com o aviso de abertura de concurso, onde se refere agora:

São ainda considerados na 2ª prioridade… os candidatos provenientes dos estabelecimentos particulares que tenham lecionado em turmas dos 2º, 3º ciclos e secundário, financiadas por contratos de associação…”

Mais grave ainda, referem que somos excluídos do concurso se não apresentarmos um documento que refira, ” o exercício de funções, à data de abertura do concurso, em estabelecimentos particulares em turmas dos 2º e 3º ciclos e secundário financiadas por contrato de associação…”

Para além desta tremenda ilegalidade feita pelo Ministério da Educação ao alterar a lei em vigor com o aviso de abertura do concurso no que se refere à prioridade dos professores dos contratos de associação, venho agora informá-lo sobre a nova atitude desrespeitosa que o mesmo Ministério está a desenvolver contra estes professores.

Na plataforma de concurso, os professores dos CA (alinea C) estão agora limitados a concorrer ao concurso externo a um grupo de recrutamento em 2ª prioridade. Se quisermos concorrer a outro grupo, de acordo com as nossas habilitações, somos imediatamente remetidos para a 3ª prioridade. Por outro lado o professor do estado que assina-la a alinea B para a 2ª prioridade do concurso externo, pode pôr 4 grupos de recrutamento na 2ª prioridade.

De acordo com o artigo 8º, ponto 2 do DL 28/2017, ” Os candidatos ao concurso externo podem ser opositores no máximo de 4 grupos de recrutamento para os quais possuam qualificação profissional.”

Incrível como tudo está ser feito

Peço que aprecie esta situação em prol de uma justiça para todos de acordo com a legalidade que todos desejamos.

Obrigado e Boa Páscoa.

Joaquim Gonçalves

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31 comentários

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    • Nuno Barata on 14 de Abril de 2017 at 12:23
    • Responder

    É óbvio que o ME deve dar preferência aos professores que sempre estiveram ao serviço da escola pública. São esses que andaram e andam todos os anos com a casa às costas. Eu trabalhei longe de casa 17 anos. Aproximei-me em 2015. A maioria dos colegas do privado optaram pelo privado para ficarem perto de casa. Era o que mais faltava concorrerem em pé de igualdade com os do público. Para mim até deveriam concorrer na 3ª prioridade como estava previsto. Assim é que estava correto.

      • Carlos Guimarães on 14 de Abril de 2017 at 13:28
      • Responder

      LOOOOOOL

      • Revoltada on 15 de Abril de 2017 at 3:02
      • Responder

      Concordo!!
      Parece-me que é mais uma morte forçada aos contratados da escola pública que durante muitos anos “taparam buracos” em total e exclusiva dedicação à escola do Estado e hoje recebem este presente envenenado ao terem de concorrer, em pé de igualdade, com quem teve maior estabilidade ao longo dos últimos anos. Volto a recordar que quando me formei, há 17 anos não me foi possível encontrar colocação no ensino público. Ainda tentei, durante três anos, entrar no ensino privado (enviando cv’s para quase todo o país) mas como não tinha cunhas nunca o consegui. Apesar de há 15 concorrer para todo o país, nunca obtive um único horário completo e foram raros os anos em que me foi possível acumular dois horários. Daí resultou que possuo apenas 6 anos de serviço quando deveria ter 16! Enquanto isso, os que saíram das universidades com classificações mais baixas que a minha e que também não conseguiram colocação no público, tiveram a sorte de arranjar uns “padrinhos” e hoje, são esses que vão passar à minha frente nas listas de graduação.
      Nos últimos anos, em vez de subir nas listas de graduação tenho descido porque fui ultrapassada por docentes com mais tempo de serviço, provenientes “dos privados” ou por recém-profissionalizados, com médias altíssimas que, com a ajuda de critérios manhosos, têm vindo a conquistar lugares à minha frente.
      Este concurso de professores vem, definitivamente, colocar-me fora do ensino. Eu, que SEMPRE ME DEDIQUEI À ESCOLA PÚBLICA na expetativa de um futuro mais estável e de, um dia aceder à carreira vejo-me, agora, desempregada e com filhos para criar!!!!

        • anonimo on 15 de Abril de 2017 at 20:23
        • Responder

        O seu testemunho é o de muitos professores, infelizmente. Se tivesses conseguido, há 17 anos, um lugar num colégio, mesmo a 100Km de casa tinhas, neste momento, 17 anos de serviço e emprego na escola pública, mas ficaste sempre na escola pública e o que conseguiste? apenas 6 anos de serviço e a ameaça do desemprego. Além disso, vais ser ultrapassada por todos os “amarelos” com os tais 17 anos de serviço (que tu também devias ter) no próximo concurso para contratação.
        Estes srs professores enchem a boca para dizer que “somos todos professores” e que estão a ser discriminados, mas quem vai para o desemprego somos nós. Lamentável.
        Espero que tenha muita sorte nos próximo concurso.


  1. Tudo isto seria muito bonito se os professores das escolas com Contrato de Associação fossem colocados em concurso público, como não o são penso que o tempo de serviço nesses estabelecimentos nem deveria contar para concurso, apenas a graduação profissional.

      • Carlos Guimarães on 14 de Abril de 2017 at 13:27
      • Responder

      LOOOOL

      • anonimo on 14 de Abril de 2017 at 15:02
      • Responder

      Concordo totalmente. Entraram nos colégios SEM CONCURSO PÚBLICO. Tiveram durante anos horários completos a agora aparecem com graduações elevadíssimas a passar à frente de todos os docentes da escola pública. Muitos entraram nos quadros da escola pública nos concursos extraordinários e externos dos últimos anos. Para além de terem ultrapassado os colegas contratados muitos com mais anos de ensino, mas com menos graduação por causa de terem tido horários incompletos ao longo da sua vida profissional, ultrapassam agora (já vinculados) os efetivos na mobilidade.
      Muito injusto.

      • Cunhagem on 14 de Abril de 2017 at 16:42
      • Responder

      Concordo que esses colegas deveriam sair das listas de graduação do ME em vez des cunhas…


  2. Bom dia, Arlindo!
    (O que vou escrever não tem nada a ver com este artigo.)
    Sou QA e vou concorrer a algumas escolas do meu interesse. Em última opção vou colocar o QZP, para conseguir aproximar através da MI, caso não consiga ficar numa daquelas escolas.
    A minha dúvida é a seguinte: na portaria das vagas só surgem as de escola. As vagas de QZP são as que se destinam à VE. De onde vêm então as vagas de QZP para quem quer mudar? Significa que a minha vaga de QA se transforma em vaga de QZP? Ou significa que a mudança de QA para QZP é apenas uma possibilidade teórica, que não será concretizada?
    Se pudesse responder-me, agradecia. É que, se as probabilidades de mudança para QZP forem baixas, acrescento mais algumas escolas.
    Desde já, agradeço toda a atenção e toda a dedicação que coloca no seu trabalho.
    Desejo-lhe uma Santa Páscoa!

      • Recurso on 14 de Abril de 2017 at 14:27
      • Responder

      As vagas em lugar QZP no Concurso Interno só aparecerão se algum docente QZP obter colocação em QA (ou outro QZP) e deixar liberta a sua vaga. E isso apenas em relação aos QZPS q não obtiveram os seus lugares na VÊ de 2013 e 2014.
      Tendo em conta que os QZPS concorrem em 2a prioridade no Concurso Interno e que a seguir concorrem em 1a prioridade na Mobilidade Interna, duvido q sejam apareçam mts vagas para os QAs mudarem pra QZP.


      1. Muito obrigada pela sua opinião.

          • Big on 14 de Abril de 2017 at 15:54

          Os QZP concorrem em segunda prioridade na mobilidade interna. Em concursos anteriores concorriam na mesma prioridade dos professores QA DACL. Este ano não. Ficam na segunda.

          • BIS on 14 de Abril de 2017 at 16:09

          Eu sei disso, obrigada pela lembrança! Mesmo assim, no meu caso vale a pena tentar.

          • Recuros on 14 de Abril de 2017 at 16:26

          O número de QAs sem componente letiva não é um valor muito relevante para essa diferenciação entre 1ª e 2ª prioridade, até porque a maioria dos QAs têm maior graduação que os QZPs e concorriam na mesma à frente dos QZPs. Agora concorrerem à frente de todos os QAs desterrados e com horário na sua escola já faz uma enorme diferença.

          • BIS on 14 de Abril de 2017 at 16:34

          Claro. Quem inventou estas separações sem lógica merecia um pano encharcado… Era uma lista única, respeitando-se a graduação em todas as fases do concurso. Evitávamos este jogo constante em que nunca sabemos quando é que as regras vão mudar novamente.

        • Sandra Rodrigues on 15 de Abril de 2017 at 7:57
        • Responder

        “se algum docente QZP obtiver…”
        Please!

    • era_o_que_faltava on 14 de Abril de 2017 at 13:04
    • Responder

    Sim, é o estilo de Sócrates ainda muito presente neste Governo (estão lá quase todo e a coisa ganhou corpo em Évora). Aqui trata-se de colocar uns professores contra outros, mas no essencial tramaram todos os professores e desculpam-se com os sindicatos de professores. Todos sabemos que para haver mais justiça, para haver vagas e progressão na Carreira os professores teriam de ter um regime de aposentação igual ao que têm polícias e militares. Se pensássemos em termos de futuro do País os professores deveriam mesmo ter prioridade. Mas esta gente quer lá saber do País, querem é política partidária pura e dura. Vingaram-se dos professores que sempre denunciaram Sócrates e negociaram votos com outras profissões.

    • Sandra Freire on 14 de Abril de 2017 at 13:12
    • Responder

    A minha resposta ao único argumento que conseguem dar … “… andar com a casa às costas e trabalhar longe de casa … ” para apoiar o governo nesta injustiça , é a seguinte … SÃO TODOS PROFESSORES … alguns também deslocados , a trabalhar em condições bem diferentes … sem as regalias da função pública (horários, férias, remuneração, etc…) …

      • Luís Silva on 14 de Abril de 2017 at 13:57
      • Responder

      Sou professor no ensino público, ainda contratado, e considero este mau trato contra os professores do ensino privado algo completamente inaceitável. São todos professores e conheço muitos casos que não estão ao lado de casa, como aqui se apregoa.

        • Sandra Freire on 14 de Abril de 2017 at 14:45
        • Responder

        Agradeço o testemunho Luís. É bom saber que ainda há pessoas a analisar esta situação de forma justa. E repito o mais importante … São todos professores …

          • A on 14 de Abril de 2017 at 16:41

          Colega Sandra, há muitas diferenças entre a contratação pública com concurso e a selecção privada, que depende unicamente da relação com o dono do colégio/escola, que de concurso não tem nada. Isto é como dizer que a PSP e a GNR são o mesmo que os seguranças da Securitas porque todos se dedicam ao mesmo, santa paciência. Sou dos quadros e estou contra estes concursos de vinculação extraordinária mas não posso deixar de pensar que colegas que deram anos à escola pública, que deveriam ser colocados em concurso externos (ordinários, como manda a lei), vão ser ultrapassados e preteridos porque aos donos dos colégios, que engendraram toda esta aberração com o Ex-ministro Nuno Crato, voltam a carga com o Ministro Tiago, fica mais barato deixar alguns dos quadros do privado partirem para o público em situação privilegiada do que pagarem as indemnizações devidas. Realmente estes sindicatos só defendem o seu interesse, enquanto as suas cadeiras continuarem intocadas tudo vale, concursos de vinculação inconstitucionais, entradas de docentes do privado como se fossem do público, atropelos aos docentes de quadro (incluindo os novos QZP, os que eram contratados à dois anos).

        • mrln. on 15 de Abril de 2017 at 19:39
        • Responder

        Acredite que, muitos, não estão perto de casa, não foram colocados através de cunhas e nem tem as regalias que tanto apontam…

      • Ribas on 14 de Abril de 2017 at 15:14
      • Responder

      Certamente. Leciono no público há 14anos e tenho colegas do meu círculo de amigos que trabalharam no privado e bem sei que muitos deles não estão “ao lado de casa”..e com condições de pressão constante. Aliás, este ano na escola onde leciono temos uma colega que veio do privado e toda a gente fica parva como seu profissionalismo e por ela fazer mais do que lhe é exigido. Diz ela que foi o tratamento durante anos no privado até ter que dizer chega. Agora, também há os ditos “ao lado de casa” e com “cunhas”. Não se pode agradar a todos. Mesmo assim, na minha opinião será mais justo um docente que sempre trabalhou no público ter uma prioridade mais vantajosa do que quem trabalhou no privado. Pois..somos milhares de candidatos com histórias de vida suficientes para nos sentir prejudicados com qualquer tipo de priorização!

        • João da Ega on 14 de Abril de 2017 at 19:14
        • Responder

        Então e não há de igual forma bons profissionais no público?… O “fazer mais” não se encontra também no público?…

          • Ribas on 17 de Abril de 2017 at 17:11

          Claro que sim..eu nem referi isso. Apenas critico quem tenta passar uma imagem generalizada e paradisíaca de quem trabalha no privado

      • mrln. on 15 de Abril de 2017 at 19:37
      • Responder

      Infelizmente não vão compreender…apesar de serem todos professores.

    • Casimiro 19 on 14 de Abril de 2017 at 14:42
    • Responder

    Boa tarde Arlindo, pode o aviso de abertura sobrepor-se ao decreto de lei? Parece-me que não. Selaria manifestamente ilegal. Provavelmente alguma mente com excesso de zelo produziu o conteúdo que está na aplicação. Terá que sair um esclarecimento que reponha a legalidade, nao lhe parece?

    • Elisabete Mateus on 14 de Abril de 2017 at 16:59
    • Responder

    “(…)assinala a alínea B…”

      • disqus_vyV9g4nfp9 on 15 de Abril de 2017 at 12:18
      • Responder

      até pode assinalar, mas depois fica com o concurso invalidado.

    • Minda Almeida on 14 de Abril de 2017 at 23:46
    • Responder

    Boa noite! E os que foram despedidos e têm mais de 6

    anos de serviço no privado e não os 365 dias de público no intervalo de tempo que é pedido concorrem em 3ª prioridade??!!! Isso não é justo, os que continuam no particular e cooperativo concorrem em 2ª e os que já estão no público a trabalhar e não conseguiram os 365 dias nos últimos anos vão para 3ª!!!

      • disqus_vyV9g4nfp9 on 15 de Abril de 2017 at 12:19
      • Responder

      Só ficam em 2ª prioridade se tiverem sido opositores ao concurso de 2016/2017.

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