Acção da FENPROF no dia de Ontem

Protesto dos professores em São Bento: “Não admitimos mais adiamentos!”

 

 

“Senhor Primeiro Ministro, ponha ordem na casa e assuma este Compromisso com os professores”. O desafio foi lançado pelo Secretário Geral da FENPROF na intervenção realizada frente ao Ministério da Educação, momentos antes do arranque (15h50) do cordão com mais de 2 000 professores, rumo à Residência Oficial do PM, em São Bento, com passagem pela Assembleia da República.

Professores e educadores concentraram-se, esta terça-feira junto ao Ministério da Educação, para, depois, partirem para a Residência Oficial do Primeiro-Ministro, deixando uma mensagem forte: “Não admitimos mais adiamentos!”

Transportaram uma faixa com 550 metros e com mais de um milhar de fotografias de professores e educadores que dão o rosto pela Profissão e pela Escola Pública, empunhando, cada um deles, a reivindicação que considera ser, para si, prioritária. Uma faixa que suscitou muita curiosidade de quem passava pelas ruas da capital, entre a Avenida 5 de Outubro e São Bento.

Como referiu Mário Nogueira, que condenou a política dos adiamentos e do “fica tudo na mesma”, os professores e educadores portugueses exigem a garantia de que serão tomadas medidas que melhorem as suas condições de trabalho, designadamente ao nível dos horários (“há quem trabalhe 50 horas por semana!…”), atenuem o acentuado desgaste que resulta do exercício continuado da profissão, permitam uma renovação geracional do corpo docente das escolas e promovam a sua estabilidade de emprego e profissional (“têm de abrir novos concursos nos próximos anos”).

“Isto não é possível continuar assim”, realçou o dirigente sindical, calorosamente aplaudido.

Descongelamento das carreiras

Os docentes exigem, também, que sejam respeitados direitos socioprofissionais, destacando o caráter inadiável do descongelamento das carreiras, que deverá ter lugar em 1 de janeiro de 2018, sendo, antes, resolvidas as ilegalidades que atingem muitos docentes e, posteriormente, negociado um processo faseado de recuperação e contagem integral do tempo de serviço cumprido.

Os docentes consideram, ainda, indispensável e inadiável a aprovação de um regime de gestão democrática para as escolas, associada ao reforço de uma verdadeira autonomia (“para decidirem da sua vida”), que é incompatível com qualquer processo de municipalização da Educação. “As escolas não têm que ser tuteladas pelos Municípios”, observou o Secretário Geral da FENPROF. “Não se pode deixar passar o processo de municipalização. Aquilo é mesmo mau”, acrescentou.

FENPROF pronta para negociar

Como o Ministro da Educação se tem escudado na sua incapacidade política para resolver estas questões, por serem áreas que, como referiu na reunião realizada, não são da sua competência exclusiva, a FENPROF entendeu dever apresentar, ao Senhor Primeiro-Ministro, a proposta de Compromisso com os Professores, que já tinha apresentado a Tiago Brandão Rodrigues.

Desde a primeira hora, recorde-se, a FENPROF manifestou a sua disponibilidade para iniciar processos negociais sobre cada um dos aspetos colocados naquele documento, definindo conteúdos e prazos, numa perspetiva negocial rigorosa e objetiva.

Cumprir a lei

“Queremos um Ministério da Educação para corrigir o que não está bem e para cumprir a lei”, sublinhou Mário Nogueira noutra passagem da sua intervenção ainda na “5 de Outubro”, lembrando que se espera “uma atitude diferente desta equipa ministerial”.

Durante o longo cortejo ouviram-se várias palavras de ordem como “Não basta só falar é preciso negociar”, “Renovar a profissão passa pela aposentação”, “No ensino de qualidade não há lugar a precariedade” e “Os professores andam estourados com horários tão carregados”.

Esta ação sindical foi acompanhada por várias equipas de reportagem e registou vários diretos das televisões. Mário Nogueira respondeu a questões colocadas pelos jornalistas na “5 de Outubro” e em São Bento. / JPO

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22 comentários

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    • People Get Sick, You Know? on 19 de Abril de 2017 at 9:26
    • Responder

    Porque é que eu não gosto deste gajo de bigode?
    – Porque tem bigode e ar de matarruano?
    – Porque sou professora porque tenho de pagar contas e odeio putos?
    – Porque este tipo nunca deu aulas e acha-se cheio de sapiência sobre o assunto?
    – Porque me parece um deprimente oportunista político?
    – Porque gostava de estar noutro sítio que não Portugal?

      • Nuno Barata on 19 de Abril de 2017 at 17:23
      • Responder

      -Por que razão és tão imbecil?
      -Por que razão não vês que és explorada(o) em troca de uma migalha?
      -Por que razão há tantos colegas como tu que julgam que são imprescindíveis ao ensino e insubstituíveis?

      -Por que razão não percebes que se não fossem estes gajos de bigode ainda estarias bem pior?
      -Por que razão não desapareces se não gostas de estar no teu país?

        • maria on 19 de Abril de 2017 at 18:27
        • Responder

        Estava mesmo a pedi-las 🙂

        • People Get Sick, You Know? on 19 de Abril de 2017 at 19:06
        • Responder

        malcriadão!

          • Joao Torres on 26 de Abril de 2017 at 15:39

          E para quem nao esta bem na funçao publica sempre se pode mudar para o PRIVADO:

          • People Get Sick, You Know? on 26 de Abril de 2017 at 16:26

          Os professores são pessoas extremamente sensíveis e fáceis de provocar 🙂 Isto poderia ser divertido se tivesse mais tempo… ou paciência.


  1. A luta dos docentes

    Vejamos:

    Função Pública sem aumento de ordenado
    Plano de Estabilidade não prevê atualização nos salários dos funcionários públicos entre 2018 e 2021.

    A única coisa que está prevista é o Descongelamento das Carreiras de forma faseada.

    http://www.cmjornal.pt/economia/detalhe/funcao-publica-sem-aumento-de-ordenado??ref=HP_Exclusivos

    Isto aplica-se a todos os funcionários públicos.

    O que devia ser negociado pelos sindicatos deviam ser as questões especificas que afetam a classe, como por exemplo:

    – Horários de trabalho: conversão das horas de redução do artigo 79.º do
    ECD em horas de componente individual de trabalho; remoção, do conjunto de tarefas dos docentes, das de caráter administrativo…

    – Regime Especial de Aposentação para os professores, tendo em conta os reconhecidos desgaste e envelhecimento do corpo docente

    – (…)

      • Fernanda on 19 de Abril de 2017 at 12:37
      • Responder

      Estes pontos referidos pela Ana, estão bem reflectidos nestes docs para negociação. Negar isto é falta de informação.

      • Joao Torres on 26 de Abril de 2017 at 15:37
      • Responder

      SE TAS MAL NA FUNÇAO PUBLICA, MUDA-TE PARA O PRIVADO.

      Tavas mesmo a pedi-las.

      • Joao Torres on 26 de Abril de 2017 at 15:40
      • Responder

      Os professores sao como o vinho, quantos mais velhos melhor.

    • Paula77 on 19 de Abril de 2017 at 14:10
    • Responder

    EU e muitos colegas estivemos LÁ, com garra com força com coragem com determinação e SEM preguiça… como muitos que gostam de arrotar postas de pescada e insultar tudo e todos via internet!! Eu não sou sindicalizada e sou de QA https://uploads.disquscdn.com/images/1c3f1ce28fe337b7ee30853b1ddab19bb0b361c792d064de2112c2b50b8490ea.png , mas estive lá e sou do norte…agora digam-me se não tivéssemos um representante, neste caso o Mário Nogueira, o que seria da nossa classe? Diria que invísivel, do género contabilistas, radiologistas, arqueólogos, etc…. Aos inertes digo, tirem o rabinho do sofá e vão à luta pois devem dar o exemplo aos vossos filhos e familiares!!

      • António on 19 de Abril de 2017 at 15:29
      • Responder

      Colega Paula77, eu e muito colegas não estivemos lá não por não irmos à luta, alias, vamos à luta sem o apoio do sindicato que aprovou e aprova as vinculações extraordinárias que vieram desregular os concursos de professor e que permitiu que as vagas a concurso deste ano aprisionem os docentes de quadro de escola por não haver uma única vaga de QZP disponível para estes poderem mudar de lugar de quadro. A FENPROF não defende nenhum professor, defende-se a si mesma, se o governo não tocar nos estatutos do sindicato tudo passa, passa com a má cara do sindicato, mas passa. Ainda me lembro dos protestos contra a Maria de Lurdes Rodrigues e contra a avaliação, assim que a ministra deixou cair a clausula que obrigava os sindicalistas professores a terem que dar aulas pelo menos um ano para serem avaliados (dar aula, valha-nos Deus), acabaram-se os protestos, a avaliação continuou e pronto. Os docentes de quadro de escola e de zona foram gravemente injustiçados com a abertura dos concursos externos-extraordinários, os próprios professores que entraram nos primeiros externos-extraordinários são agora injustiçados por não poderem concorrer às vagas de outros grupos onde, mais graduados que os que agora entram, ficariam melhor colocados. Neste momento estou com um grupo de professores a tentar travar este desnorte de vinculações extraordinárias com recurso aos tribunais, uma vez que o Sr. Mário Nogueira não considera gravoso que os docentes sejam a única classe de trabalhadores públicos sem direito à mobilidade na carreira para todas as vagas disponíveis. A desculpa dos anos que alguns docentes estão em contrato não cola, porque muitos não concorrem para todos os horários disponíveis e as escolas, após a colocação da MI abrem um sem número de horários para os quais os QE e QZP não podem concorrer, mais, muitos destes contratos foram indemnizados com subsidio por caducidade de contrato, a seu pedido, como pode então ser alegado, depois do dinheiro estar no bolso, que não houve caducidade de contrato? Só se houve burla, digo eu. O Sr. Mário Nogueira deveria voltar ao serviço público e largar os interesses particulares do sinicato, não estranha que apenas tenham conseguido juntar 1500 pessoas, Qual é o número de delegados sindicais e dirigentes afetos à FENPROF? Cheira-me que nem os próprios responsáveis querem aparecer nestas encenações.

        • Fernanda on 19 de Abril de 2017 at 15:40
        • Responder

        Concursos, vagas, QE e QZps….

        Alarguem-se os horizontes e vamos considerar o que um menor nº de alunos por turma, um regime especial de aposentação , a devolução das horas ao abrigo do art. 79 para trabalho individual ou a definição clara da CN e CNL iriam contribuir para abertura de mais vagas nos concursos……

          • António on 19 de Abril de 2017 at 18:01

          Quais concursos??? Os Externos extraordinários ou os que são legais e que estão legislados para toda a função pública, Interno/Esterno? É que nos concursos externos-extraordinários abriram muitas vagas, desde 2013 que só abrem vagas para esses concursos, apesar de todos os anos começarmos o ano com pelo menos um milhar de horários zero. Apenas estou aberto a alargamento de horizontes quando a justiça for para todos e quando uma ilegalidade não se justifique porque o governo continua a fazer outra (quando não se alterem as formas de vinculação porque o governo não cumpre as directivas europeias). O Ex.mo Sr, Mário Nogueira apenas teria que pedir que as vagas que abriram para Externo fossem abertas nos QE e QZP no concurso interno, o número que vagas que passariam para o externo seria exactamente o mesmo e efectivariam as mesmas pessoas, só que sem truques de oportunismo. Continuo a opinar que 1500 pessoas na marcha foram mesmo um sucesso, tendo em conta o desanimo e desalento que há com os sindicatos. Espero que as listas dos associados em cada sindicato seja pública, é que já fui sindicalizado em três e não sei se o meu nome continua a constar nos três apesar de não pagar quota (porque desisti formalmente) faz mais de três anos. Deveria haver um recenseamento nas escolas, feito pelo governo, do número de pessoas sindicalizadas, até podem usar o SIGRHE.

          • Fernanda on 19 de Abril de 2017 at 19:59

          “… teria que pedir….”

          Estranha forma de encarar a questão sindical……

          Os sindicatos “pedem”? E já está?

          Se é assim, então tenho 1 lista longa de “pedidos” a fazer.

          • António on 21 de Abril de 2017 at 13:05

          Mas a colega pensa que os sindicatos pensam por si e depois é só comer e calar? Estranha forma de andar na vida. Eu continuo a pensar por mim próprio e a fazer as exigências que considero pertinentes, quanto aos sindicatos estes “podem” sim, podem mas não querem, haverá outros interesses a sobreporem-se ao interesse da generalidade dos professores de quadro, os que entraram sem normas especiais e que estiveram e estão deslocados das suas áreas de residência à anos.

          • Fernanda on 19 de Abril de 2017 at 20:01

          “Deveria haver um recenseamento nas escolas, feito pelo governo, do número de pessoas sindicalizadas, até podem usar o SIGRHE.”

          Para quê, mesmo?

          • coeh on 20 de Abril de 2017 at 20:34

          Para ver como estão nos arquivos muitos que saíram. É uma questão de confiança governo sindicatos…ah ah! Pois eu não confio nem a dormir. Destacamentos para trabalho politico à custa do orçamento.

          • António on 20 de Abril de 2017 at 21:23

          Colega Fernanda, porque eu gostaria de saber ao certo o número exacto de professores que apoiam cada um dos sindicatos, não acredito que uma organização que represente 10% dos professores tenha legitimidade para decidir seja lá o que for em nome dos outros 90% (dou estes valores porque não sei o peso que cada sindicato representa), isto é como para as eleições, a melhor maneira de ter a certeza de que quem vota ainda vive é pelo recenseamentos, não tenham as listas pessoas que sucumbiram ou até aquelas que já foram sindicalizados e neste momento já não o são.

          • augusta on 26 de Abril de 2017 at 18:04

          Muitos professores que, de algum modo, também estão desiludidos com os sindicatos, depois de lerem os comentários deste Sr António, só têm a dizer: ainda bem que existem os sindicatos.
          Este senhor vinculou no tempo das “vacas gordas” e agora quer travar uma vinculação MAIS DO QUE JUSTA de quem tem mais de 12 anos de serviço e pode, pela 1ª vez, vir a ter alguma estabilidade pessoal, familiar, profissional e económica.
          Já agora: com quantos anos de serviço vinculou?
          Que discurso nojento. Até o direito à caducidade este Sr contesta, no entanto, reivindica DIREITOS para si.
          Só gente ignorante e egoísta julga que os direitos sempre existiram e vão continuar a existir. Infelizmente, é este tipo de pensamento que os ameaça…
          Contente-se com o direito ao trabalho e ao vencimento que todos os meses recebe na sua conta, porque os contratados , durante anos, não tiveram sempre esse direito.
          Passe bem.

        • maria on 19 de Abril de 2017 at 18:30
        • Responder

        E Sr Dias da Silva? Há quantos anos é líder da FNE? E o que tem feito de melhor que o sr. Nogueira?

          • A on 19 de Abril de 2017 at 19:48

          Venha o Diabo e escolha (mas não o Diabo do Passo Coelho, que esse nunca mais chega).


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